“Quem quer ser bilionário” é um filme diferente. Filmado sobre a realidade da Índia mas feito por um inglês que, seguindo modelos estéticos e cinematográficos próprios da Europa e dos EUA, lhe retira a marca de origem no cinema indiano, trata uma história inverosímil: um jovem sem formação oriundo de um bairro de lata de Bombaim entra no concurso “Quem quer ser milionário” e atinge uma grande fortuna no máximo da classificação. Como? Com uma sucessão de perguntas, a que normalmente não daria respostas, mas que são temas que ao longo de uma vida acidentada confrontou em v árias situações, memorizando nomes e factos.
Quando da penúltima pergunta vence uma rasteira do apresentador que o quis fazer perder tudo, é preso pela polícia que o leva sob a suspeita de estar a fazer batota, mas vai relatando as suas experiências ao inspector no interrogatório e o polícia convence-se da verdade das respostas que decorrem do relato da vida e das situações que as justificaram.
É também uma história de amor de três jovens fugidos de uma matança inter-étnica no bairro da lata, uma história de acção com gangs rivais ligados à prostituição, exploração da mendicidade e construção civil. Não consigo avaliar, face às grandes reacções ocorridas na Índia a este filme pela imagem distorcida que transmitiria das suas realidades, se essas reacções têm razão de ser.
Algo nos diz, porém, que estamos perante um êxito meteórico de um filme que talvez o não merecesse. Apesar de o considerar um filme razoável e de entender que é de ir ver.
LIVRAI-NOS DELES
Há 2 dias
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