quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Cimeira de estados latino-americanos


Na cimeira de estados latino-americanos, realizada nos últimos dias em Cancún no México, discutiu-se a criação de um novo organimo regional que, ao contrário da OEA (Organização dos Estados Americanos) não contará com a participação dos EUA e Canadá.

Esta cimeira coincidiu com um conflito entre o Reino Unido e a Argentina, com que se solidarizou a conferência, resultante do início de prospecção de petróleo pelos ingleses, nas ilhas por eles controlados desde a guera das Malvinas.


Pode encontrar aqui as declarações de Evo Morales denunciando Alvaro Uribe, da Colômbia, como provocador e de Raul Castro e Hugo Chávez salientando a importância da cimeira.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

A Ilha Nua


A chuva caiu há pouco e, nem sei porquê, dou comigo a assobiar a música de um dos filmes que mais me impressionou em toda a minha vida: A Ilha Nua, de Kaneto Shindo, realizado em 1960.
Sem diálogos, a preto e branco, é um drama, em jeito de documentário.
Uma família de pai, mãe e dois filhos, únicos habitantes de uma pequena ilha de um dos muitos arquipélagos do Japão, deslocam-se várias vezes ao dia a uma ilha maior, próxima, para trazerem um bem essencial para as suas vidas: a água para as suas pobres culturas, fonte de alimentação e de algum comércio. É um filme minimalista, extremamente simples e belo, despido de compromissos comerciais.

O autor ombreou com Akira Kurosawa e Shonei Imamura, num dos períodos mais férteis do cinema japonês.

Se ainda o não viram, procurem-no e ouçam o tema musical nesta abertura do filme.

Não há enchurrada que nos livre disto?



Há pouco caiu uma chuvada violenta por estas bandas de Lisboa. Era tanta que nem permitia a visão. Veio-me naturalmente a imagem da Madeira. Onde tantas vidas se perderam, tantos ficaram sem condições mínimas de vida num futuro próximo. Pena não levarem também a porcaria instalada na cabeça e nos comportamentos dos que arrasam o país com decisões que tomam e as desconsiderações sociais que promovem, num quadro dantesco de falta de ética, de ganância e nepotismo. Onde o país é, para eles, o que menos importa e a identidade nacional uma incomodidade que procuram lavar.


Escutem, porém: nós estamos cá, vocês é que não pertencem.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Arquitectos e engenheiros norte-americanos lançam, reclamação de um novo inquérito à destruição das twin towers no 11 de Setembro





Anteontem à noite pude assistir na net à apresentação pública de um movimento de profissionais de engenharia e arquitectura norte-americanos que estão a dirigir um apelo à Câmara de Deputados e ao Senado do seu país para que se realize um novo inquérito com maior credibilidade e eficácia à destruição das “twin towers” em 11 de Setembro de 2001.

Sem estar em condições de afirmar que os edifícios foram objecto de implosão e que não seria apenas o impacto de aviões que os teriam destruído, verifico que este movimento aponta muitas incongruências a uma versão oficial que legitimam tal reclamação.

O rápido início da destruição, a improvável simetria na distribuição de estilhaços, a existência de testemunhos que deram conta de explosões e flashes, de muitas toneladas de perfis de aço ejectados lateralmente, o volume imenso de nuvens em expansão com características piroclásticas, as explosões ocorridas entre 20’ a 40 andares abaixo daqueles atingidos pelo impacte das naves, a total destruição do edifício, com o colapso de toda a estrutura de aço e as toneladas de metal fundido, os vestígios de explosivos encontrados no aço e nas cinzas, são factos que justificam uma nova investigação aliados a que não ocorreram nenhumas das características das destruições por fogo, como o seu início lento com visíveis deformações, o colapso assimétrico pelos pontos de menor resistência, existência de temperaturas de fogo susceptíveis de amolecer o aço, edifícios muito altos com maiores dimensões, mais elevadas temperaturas e maior duração dos fogos nunca terem tido colapsos como estes.

Os profissionais que lançaram este apelo dirigiram-se a todo o mundo para os apoiar.

Para saber mais informações e assinar o apelo, faça-o no site do movimento.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Frase de fim-de-semana, por Jorge



"O meu sonho: morrer jovem com idade muito avançada"



Henri Jeanson (escritor e argumentista francês, 1900-1970)

João de Freitas Branco - um exemplo

Na passagem dos 20 anos sobre o seu falecimento e dos 40 anos da Reforma do Teatro de Ópera de que foi o grande impulsionador, o Sector Intelectual de Lisboa do PCP recorda e homenageia a excepcional figura intelectual, cultural e cívica de JOÃO DE FREITAS BRANCO.

A evocação decorre dia 28 de Fevereiro, às 18 horas, na Sala dos Espelhos do Palácio Foz (Restauradores)


Na sessão participarão o Dr. João Maria de Freitas Branco, José Casanova, do Comité Central do PCP, e também a soprano Ana Paula Russo e o pianista Francisco Sassetti.


Domingo, 28 de Fevereiro de 2010, às 18.00 horas, na Sala dos Espelhos do Palácio Foz (aos Restauradores)

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Fabulando...

De autor que não consegui identificar cá fica...

Jogos Florais


O ambiente criado pelo impacto mediático de certos exemplos de quem governa é mau para o nosso país. Mas nem tudo é negativo. Importa, porém, não ceder a facilidades na interpretação.

Uns dizem que isto está pelas ruas da amargura, outros que temos que revelar as coisas de que nos podemos orgulhar. São visões redutoras da tentativa de sair do fundo.

Chegámos ao que chegámos pela política que foi feita, sistematicamente, durante mais de trinta anos, desde a liquidação da revolução, passando pela adesão à Comunidade Europeia no desrespeito de princípios básicos de soberania e sem objectivos nacionais, mobilizadores para enfrentar os nossos grandes déficites.


Se o PSD e o CDS hoje falam de alto, como se fossem impolutos meninos de coro, importa que se não esqueça que as políticas e dinâmicas a que sempre estiveram associados contribui, nos mesmos termos que o PS, para chegarmos onde estamos.

E se algumas pessoas e empresas, vítimas da sanha censória do governo, recolhem o apoio seráfico desses partidos, importa que se diga que PS, PSD e CDS, em diferentes alturas fizeram o mesmo em relação a profissionais conotados como comunistas ou de esquerda.


Ontem à noite, Pacheco Pereira e Santos Silva lá se entregaram a jogos florais em relação aos casos mais recentes que estão a abanar o Primeiro-Ministro. Disseram que em Portugal, havia liberdade de expressão, o que é uma visão muito baça ou, se quiserem, colorida da situação.


Já dissemos aqui que o silenciamento de jornalistas incómodos para o governo é a ponta do iceberg de uma situação mais ampla, particularmente dos que não estão protegidos pelo seu mediatismo.

O aparelho de Estado está minado por estruturas paralelas aos serviços que promovem a perseguição, a traficância e a corrupção.

No estado ou em situações que o governo possa influenciar com instrumentos dele a perda do emprego, do contrato, do vínculo que geram as remunerações essenciais à subsistência de agregados familiares – para já não falar em empresas privadas - , todos pensam duas vezes antes de fazerem certos comentários. E a maioria desses opta por ficar calada. Porque a sobrevivência fala mais alto…

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

As canções de Schumann






Ontem fomos ao CCB ouvir canções (Lied) de Robert Schumann. Nunca as ouvira mas sabia que, do amor com a sua companheira, Clara, o compositor lhes tinha dado particular importância na sua obra. Embora essa opção resultasse também da não realização da sua expectativa de evolução da música romântica. Num só ano, depois do casamento, escreveu140 canções. Desses Ciclos de canções (Lieder), ouvimos ontem o Liderkreis op. 39 de Eichendorff várias canções de outro poeta romântico, Heine.



As canções foram interpretadas, de forma que prendeu a escassa assistência, pelo barítono austríaco Florian Boesch (na foto), que se tem dedicado ao Lied e pelo pianista britânico Rogher Vignoles, um dos mais famosos pianistas acompanhante do mundo.



Este concerto foi o segundo dos seis que integram o Ciclo Schumann do CCB, que continuam nos próximos dias 17, 20, 21 e 23 deste mês.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Golpe de Estado no património escolar do Estado...




A notícia da passagem de património escolar do Estado para uma empresa pública é uma notícia preocupante (ver Público de hoje)…


Aparentemente, tudo ficaria na posse do Estado na mesma…Mas o esclarecimento do Ministério da Educação diz apenas que o património não vai para os privados…

Então porque se não optou pela concessão apenas, por x anos do direito de superfície?

Os terrenos são incluídos nessa transferência de propriedade? O que é exactamente transferido? Activos ou também passivos? Edifícios ou também contratação de pessoal

A opção pela”gestão empresarial” deste património ficou a dever-se a que tipo de vantagens para o Estado? À facilidade maior em futura privatização? À fuga a que tipo de concursos públicos? A que regime de contratação de pessoal? Inclui o futuro investimento de reabilitação a partir da própria empresa ou é o Estado que vai meter mais dinheiro para o efeito? Se o fizer isto é gestão empresarial ou saco roto?

Como é que esta empresa conseguiu ou está a conseguir contratualizar fundos comunitários e empréstimos bancários na ordem de 1,2 mil milhões de contos?


A notícia é de uma enorme gravidade. E o governo tem que responder a muita coisa porque isto cheira tudo muito mal

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Dois exemplos da inestimável contribuição da Câmara de Lagos para o problema do défice:

1º caso - requalificação da ribeira de Porto de Mós - o curso do leito foi "corrigido", devidamente "impermeabilizado" e convenientemente forrado com algumas dezenas de metros cúbicos de rebolos muito à maneira e com uma pontezinha de madeira também à maneira- 1 milhão e picos de euros apenas- vai daí, vem o mar e pimba! quais rebolos, quais telas, quais carapuças!
2º caso - requalificação da Praça Infante D. Henrique- corte da dezena e tal de árvores de grande porte, refrigério dos veraneantes nos veraneios de verão- "raspagem" geral e completa de toda a praça e montagem de repuxos computorizados (cibernéticos!) em plano inclinado de água com leito inferior de pedra redonda miúda- inscrição no topo: "Valeu a pena? Tudo vale a pena..." (não consigo escrever o resto)- alguns poucos não-me-lembro-quantos milhões de euros- vai daí, os repuxos estão catalépticos, o plano de água cheio de garrafas de cerveja, latas de sumol e marcas de rodados de mota e as pessoas resmungando "pois! não há dinheiro pra nada, mas pra estas porcarias já há...".

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Os Carnavais pagãos de Podence e Lazarim

Alguma da tradição carnavalesca foi associada à religião católica. Mas, mesmo com pontos de contacto, resultantes das tentativas de assimilação das festas e romarias pagãs, a grande maioria destas
mantêm esse carácter.


Em Podence os coloridos caretos surgem nas ruas, como que acordados do resto do ano, com grossas mantas de franjas coloridas, de chocalhos pendurados, m metem-se com os transeuntes.

Em Lazarim, são os diabos esculpidos em madeira que aterrorizam as raparigas da terra

Se quer tirar umas belas imagens e passar uns bons momentos, se não suporta o samba a colonizar o Carnaval, ainda está a tempo e arranque.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

A crise da política do governo, ontem na baixa de Lisboa

Eram dezenas de milhares os trabalhadores da administrção central e local. E não faltaram os "meus miúdos" do pelouro da juventude da CML de há 15 anos atrás. Como eles cresceram...






















sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Frase de fim-de-semana, por Jorge



“Die Anatomie ist das Schicksal"

"A anatomia é o destino"



Sigmund Freud (Studienausgabe 5)


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Exposição do PCP sobre a “Revolução Republicana na História da Luta do Povo Português”



O PCP inaugurou uma exposição, no Porto, sobre a «Revolução Republicana de 1910 na História da Luta do Povo Português». Albano Nunes, do Secretário do CC do PCP, apresentou a primeira de um conjunto de iniciativas que o PCP vai promover com o objectivo de contribuir para um melhor conhecimento do que foi e do que representou esta revolução. Para o PCP é uma oportunidade para aprofundar o conhecimento da história contemporânea do nosso povo (...) e tirar lições para a luta do presente.»


Ver aqui a interessante intervenção de Albano Nunes.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

A República, segundo Mário Soares, na RTP

Chega-nos a notícia de que está em preparação uma série televisiva que passará
na RTP em Outubro, por altura da comemoração do 100º aniversário da
proclamação da República - série que, em oito episódios de 50 minutos cada,
se propõe falar-nos de «cem anos de política portuguesa, entre 1910 e 2010».
Ora aí está uma excelente ideia!

A notícia prossegue, informando que esses cem anos chegar-nos-ão «através do olhar privilegiado de Mário Soares», que é «a personagem principal» da série
e que nos «vai contar as suas memórias».
Ora aí está como se estraga uma excelente ideia!

A notícia diz, também, que «o testemunho de Mário Soares será, depois,
cruzado e confrontado com os testemunhos de outras personagens» pertencentes«a todos os quadrantes políticos».
Lendo os nomes dessas «outras personagens» constata-se que estão lá «todos
os quadrantes políticos»... menos o dos comunistas...
Ora aí está no que uma excelente ideia pode dar!

Quem está a realizar a série é um cineasta sobrinho de Mário Soares, de seu
nome Mário Barroso - apoiado numa «equipa ecléctica de oito intelectuais»,
ou seja: também pertencentes «a todos os quadrantes políticos».
Lendo os nomes dos oito eclécticos constata-se que nenhum deles é comunista
- nem pouco mais ou menos...
Ora aí está a ideia!...

Posto isto, está-se mesmo a ver o que aí vem: é uma série portuguesa,
concerteza, é concerteza uma série portuguesa...
(texto de António Almeida...imagem de bandeira negra)

Organizações Não-governamentais ou instrumentos das multinacionais?



O jornalista Julien Teil, em recente artigo, aborda a questão dos numerosos programas de solidariedade internacional sustentados por organizações inter-governamentais e a sua relação com ONGs e comunicação social. Alguns deles parecem não representar os valores e ideais que reivindicam. Existem entre eles relações. O autor aborda o conceito nascido nos anos 90 e um programa de solidariedade que está a decorrer.

Nele são analisadas as relações que se estabelecem para permitir discernir a perspectiva em que se empenham.

Apesar das claras divergências entre a “sociedade civil” e as empresas privadas transnacionais, as ONGs alinham mais com os Estados e as empresas privadas do que serem independentes ou contra-poderes, como quiseram criar algumas ideias, hoje já muito “carecas”. As ONGs (muitas delas) entraram em deriva e passaram a representar progressivamente a defesa de interesses alheios à democracia. A ideia que também vai fazendo o seu caminho de um governo mundial a que as ONGs estariam, associadas é uma perspectiva ainda pior e contraditório com o próprio conceito de democracia.

Cooperação petrolífera sem guerra



O ano que passou foi marcante no que respeita à “guerra da energia”. Sucessivos acontecimentos provaram a capacidade de países produtores da Eurásia fazerem entre si acordos com que os EUA nada têm a ver. Com impacto, portanto, na descentralização de iniciativas que favoreçam desenvolvimentos regionais. É a razão a falar mais alto que a guerra que tem assolado o Iraque, o Afeganistão, e que pode afectar o Iémen, determinada pelos esforços “ocidentais” de dominarem a produção, a distribuição e os preços do petróleo, muito longe dos seus próprios territórios.

Em Janeiro foi inaugurado o gasoduto que liga o norte do Irão, na bacia do Mar Cáspio com às jazidas petrolíferas do Turquemenistão. Em Dezembro a abertura de um novo oleoduto que junta as novas jazidas da Sibéria à China e aos novos mercados asiáticos do Pacífico, com um orçamento de 22 biliões de dólares. E ainda em Dezembro a inauguração do gasoduto chinês e do terminal petrolífero junto ao porto de Nakhodka na Sibéria Oriental.

Como poderá ler mais desenvolvidamente neste artigo, poderá assim ficar aberto um caminho de harmonização de interesses em conflito entre China, Rússia e Irão com vista a uma cooperação pacífica vantajosa para toda a Eurásia.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Voos na zona em tempo real


Clicar no endereço e aparecem no mapa todas os aviões em voo na região. Podemos escolher diversos tipos de mapas e se clicarmos sobre o avião temos varias informações sobre o voo, como por exemplo origem, destino, o tipo de avião, a companhia, http://www.navpt.com/.com/

Mário Crespo saneado do JN após intervenção do governo


O Jornal de Notícias não publica hoje a habitual crónica de Mário Crespo.

O texto de opinião aborda um encontro, onde Crespo foi referido por membros do Governo como um «problema» que tinha de ter «solução».

Leia a crónica não publicada aqui.

Menos Estado?


A direita fala menos no Estado a mais. Lá terá as suas razões. Talvez até ganhe com isso.

Teixeira dos Santos não gostou de alguns palpites de empresas de rating mas logo corrigiu o que poderia ter sido um lapsus linguae que colocasse no centro das atenções a forma como o seu e outros governos alimentam lógicas de que estas empresas são apenas uma parte e que carecem de um Estado a funcionar à sua maneira.

Vejamos.

O Estado despoja-se de gabinetes de estudo, de quadros com saber fazer de apoio às decisões políticas. E recorre a outsorcings (estudos, consultorias, etc.) cujas encomendas de trabalho são tanto menos avaliadas pelo Estado quanto este se vai despojando de meios e competências para o fazer.

Outsorcings esses que por sua vez vivem à custa do Estado mas, ao mesmo tempo, orientam as conclusões dos seus trabalhos ora por interesses privados associados às matérias em análise ora por interesses de quadros do Estado que aí pressionam opções que favorecem interesses privados aos quais estão vinculados de forma mais ou menos explícita.

Naturalmente que todas as irregularidades de decisões que acarretam despesas significativas do Estado, já detectadas pelo Tribunal de Contas, a imprensa e a opinião pública (passe o termo) e outras por detectar foram precedidas de estudos de "entidades credíveis" (que quando diferentes interesses privados concorrem até são capazes de fazer estudos de conclusões contrárias...). O próprio governo recorrer a agências de rating para pressionar movimentos de opinião quer "fundamentem" as suas políticas. Os ratings relativos a escolas e hospitais são frequentemente baseados em amostras enviesadas, não representativas, não permitindo comparabilidades globais ou parciais, analisam resultados pontuais despidos de contextos. É um fartar vilanagem. Mas às vezes algumas multinacionais de rating têm interesses mais altos a servir e lá vêm os nossos ministros a espirrar sem porem em causa todo um sistema que está instalado para lhes servir os propósitos.

O Estado funciona como plataforma: compra opinião de interesses privados que produzem o esboço de decisões de novas despesas que sirvam interesses privados associados aos anteriores. Pescadinha de rabo na boca com muita gente a comer, incluindo alguns operadores de plataformas que uns tempos mais tarde, pelo know-how adquirido na trafulhice, até são cooptados para administrações de empresas que se habituaram a favorecer. Mais um pagamento...

Quem diz aqui, diz em instâncias internacionais. Temo-nos referido a organismos como a OMS ou o IPCC da ONU. Ambos os organismos compram pareceres em outsorcings, dando-lhes mesmo às vezes assento em órgãos de preparação de decisões. Conclusões conhecemo-las. Os disparates no aquecimento global como contenção ao desenvolvimento do 3º mundo, servido já uma série de grupos de trabalho, de reflexão, etc., associados a estudos para que esses estados apresentem projectos de utilização dos seus créditos de carbono que disponibilizam. Ou as fraudes de que a OMS tem aceite ser elemento de credibilização promovidas pelas multinacionais farmacêuticas, como está a acontecer com a gripe A. Ou as grandes multinacionais de rating que não souberam prever a crise financeira internacional, antes chegaram sempre a meter nos primeiros escalões as opções que geraram essa crise.


Enfim, menos Estado para quê?

E concluímos: para sacrificar os trabalhadores da administração pública, nos seus salários, nos seus direitos, nas suas carreiras.

Por essas e por outras lá estaremos na 6ª feira na manifestação da administração pública.