domingo, 29 de julho de 2012

A Síria está em guerra, por Ângelo Alves, no "Avante"






A Síria vive tempos dramáticos para o seu povo. Os combates chegaram às principais cidades do país, primeiro Damasco e depois Aleppo, a capital económica da Síria. Pelas fronteiras com a Jordânia entram dezenas de milhares de mercenários (40 a 60 mil nos últimos dias, segundo algumas fontes) recrutados em países como a Líbia e o Afeganistão, muitos deles pertencentes a grupos terroristas. 





Prossegue e intensifica-se a entrada de armamento no país, nomeadamente armamento pesado como armas anti-tanque e foguetes lança-granadas fornecidos pela NATO, por via da Turquia e pelas monarquias ditatoriais do Conselho de Cooperação do Golfo. Os grupos armados e financiados a partir do exterior por uma coligação de terror liderada pelos EUA, França e Alemanha, operacionalizada pela Turquia e financiada pelo Qatar e Arábia Saudita, tentam tomar posições em postos fronteiriços para facilitar a entrada de mais armamento e homens. É cada vez mais difícil de esconder a presença de agentes estrangeiros britânicos e franceses no terreno e os agentes da CIA treinam e escolhem os homens que a partir de campos de treino na Turquia são infiltrados no país. O exército israelita reforça as suas posições e ação nos montes Golan e são desferidas ameaças contra o governo sírio. O exército turco concentra enormes meios na sua fronteira com a Síria. Os «rebeldes» exigem que o Conselho de Segurança da ONU dê luz verde para que as bombas comecem a cair sobre o povo que dizem defender. Rússia e China, numa notável resistência às pressões e defendendo-se daquilo que sabem ser um projeto que lhes toca na sua própria segurança e soberania, bloqueiam no campo diplomático a legitimação da guerra de agressão directa. 





O atentado terrorista da passada semana contra a sede da segurança nacional síria, que vitimou três altos responsáveis do governo sírio, incluindo o ministro da defesa, Daud Rajha, documenta bem até onde está disposto a ir o chamado exército livre sírio e as potências imperialistas envolvidas no projecto de submeter a Síria. A versão oficial dos acontecimentos aponta para um atentado suicida, mas circulam relatos que apontam para a possibilidade de um ataque aéreo de drones, os aviões não tripulados norte-americanos que estão a matar centenas de civis no Iémen e no Paquistão. A confirmar-se esta versão, estamos perante uma elucidativa prova do grau de envolvimento dos EUA, confirmado aliás por ações dos últimos dias como bloqueios do sinal de satélite do canal Al-Dounia sírio ou a ação de pirataria da conta de twitter deste mesmo canal pela CIA. 


A Síria está em guerra, esta é que é a verdade. Uma guerra fabricada no terreno durante mais de um ano, programada nos corredores do Pentágono desde os tempos da administração Bush, financiada há anos por uma criminosa cadeia de financiamento e ingerência de milhões de dólares que alimentou os mercenários políticos, fantoches de Washington e da Otan, que integram hoje o Conselho Nacional Sírio. Gente que desfila nas reuniões do Clube Bildergerg, vive comodamente em Paris (como Kodami, uma das figuras de proa do CNS) ou em Conventry (como Rami Abdel Rahman, o rosto do sinistro Observatório Sírio dos Direitos Humanos). O país que durante décadas desconheceu conflitos étnicos ou sectários; o país em que xiitas, sunitas, alauitas, druzos, curdos e cristãos conviveram pacificamente; o país em que as religiões islâmica e cristã coexistiram pacificamente num dos poucos estados árabes laicos do Mundo, este país, um dos poucos elementos de estabilidade na tumultuosa região do Médio Oriente, foi arrastado pelo imperialismo para uma guerra assente na incitação à violência sectária, que pode condenar o povo sírio há anos, senão décadas, de guerra e que pode fazer explodir de vez uma guerra regional que, dada a internacionalização a que está sujeita, pode redundar num conflito de 
dimensões imprevistas.

 Mas nem tudo são favas contadas. A operação Vulcão de Damasco redundou numa enorme derrota militar dos “rebeldes” e o exército sírio retoma o controle de várias zonas. É uma luta pela soberania do povo sírio, e por mais incrível que pareça, dada a violência dos combates, pela paz no Médio Oriente e no Mundo.

Ângelo Alves é membro da Comissão Política do PCP

sexta-feira, 27 de julho de 2012

"Os nossos problemas são o resultado de aceitarmos 
este obsceno e putrefacto sistema"
Dorothy Day
(jornalista e ativista social americana, 1897–1980)

A batalha de Aleppo


Na cidade de Aleppo, segunda cidade atacada por mercenários árabes, depois de terem sido derrotados e expulsos de Damasco, estará já a decorrer um confronto que os próprios “rebeldes” consideram decisivo (“a mãe de todas as batalhas”).
A maior parte da população já fugiu da cidade e é provável que este grupo de mercenários esteja a reter outros habitantes para servirem de escudos humanos. As agências noticiosas ocidentais têm “actualizado” o número de mortos, referindo-os como civis tal como a fonte, uma tal Observatório Sírio dos Direitos Humanos, uma das ONGs que são pagas pela CIA para conferirem maior credibilidade aos seus balanços de mortos, normalmente feitos pelas partes em presença.

Foto da AFP/ Pierre Torres
Os mercenários, em número de 3500, há uns dias que ocupam zonas da cidade e entregam-se a fazer explodir edifícios e destruir outros e a tentar liquidar a defesa síria aí instalada, o que não terá sido concluído de forma satisfatória. As consequências disto na actividade económica do país poderá ser grave, já que Aleppo, ao comntrário de Damasco é a verdadeira capital económica do país. 
Receberam hoje uma novo reforço de 5000 mercenários e equipamento militar pesado oriundo de campos de treino junto à fronteira síria de diversos países árabes agressores (Turquia, Arábia Saudita, Qatar e outros) onde alguns dos operacionais são da Al Qaeda. 
Os três países referidos estão a dirigir o movimento dos mercenários numa base secreta na fronteira da Turquia com a Síria, de acordo com fontes da Reuters.

Receando o desfecho negativo desta batalha as administrações inglesa e norte-americana bem como o secretário-geral da ONU têm-se desdobrado em declações sobre os riscos de “massacres” (leia-se morte dos mercenários), esquecendo completamente o que os ataques terroristas têm provocado em vidas civis e militares de sírios, em atentados dirigidos aos governantes, em tentativa de desarticular o país e liquidar a sua base económica. Quiseram que o Conselho de Segurança da ONU lhes permitisse invadir o país. Mas foram derrotados pelos vetos da Rússia e da China.
As próximas horas serão decisivas.

Leva-nos, de flor em flor


quarta-feira, 25 de julho de 2012

Jules Lalique, que em 1900, com 40 anos, era o mais célebre joalheiro do mundo e da arte nova, nasceu num meio rural antes da industrialização.
Com 65, no auge da art deco, tornou-se também o vidreiro mais célebre da sua época.

Com 65, no auge da art deco, tornou-se também o vidreiro mais célebre.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Pintura de Vassily Kandinski


Nazismo promovido em países do leste europeu

O apoio dos governantes de alguns países ao renascimento do nazismo é preocupante.
Na Lituânia e Estónia, países bálticos, bem como na Hungria, a glorificação dos nazis em actos públicos, a destruição de memórias e monumentos anti-fascistas, o refazer de programas e livros escolares, a perseguição a comunistas e outras organizações de esquerda, o revisionismo histórico, a descaracterização da Segunda Guerra Mundial, são algumas das linhas dessas tendências.
Num período de crise no continente europeu a progressão destas tendências e a sua não condenação firme pela UE, os EUA e a NATO justificam receios.

Woody Guthrie, 1943, Nova Iorque

Cantando para marinheiros indianos num clube nocturno

Que se lixe a demagogia do 1º Ministro

A frase é contundente apesar de encerrar mentiras do governo.
Só os observadores desatentos não deram conta do que dentro do PSD já se vai fazendo na preparação de futuras eleições, mesmo que antecipadas.
Por outro lado Passos Coelho continua a mentir ao dizer que só controla a queda da despesa (é trabalho titânico esse de cortar subsídios a funcionários públicos e pensionistas!!!...É só carregar no botão...) e que não controla a evolução da receita...Mas a quebra das receitas fiscais, mesmo quando não são fraudulentas, não resultam da austeridade?

domingo, 22 de julho de 2012

Atentado na Arábia Saudita e explosão de pipe-line do Egipto para Israel e Jordânia

Morreu hoje numa explosão na sede dos serviços de espionagem sauditas o adjunto do novo chefe dos serviços secretos (na foto).
Os governantes da Arábia Saudita são dos principais pilares de apoio à agressão contra a Síria. Até ao momento os meios oficiais não reagiram a este atentado.
Também hoje uma outra explosão rebentou o pipe-line que do Egipto abastece Israel e a Jordânia.
Ambas as notícias estão disponíveis há várias horas em agências noticiosas internacionais mas até ao momento não me foi possível vê-las na comunicação social portuguesa.

Morreu Pedro Ramos de Almeida


Transcrevo a notícia e biografia da autoria do filho Nuno Ramos de Almeida, e transmito a ele, à Manuela Barreto, ao João e ao irmão, os meus sentimentos e homenagem.

Pedro Ramos de Almeida, escritor e ex-dirigente do PCP, morreu hoje aos 80 anos em Lisboa, vítima de insuficiência respiratória, disse à agência Lusa fonte familiar.

Ramos de Almeida estava internado há semanas no Hospital Pulido Valente, em Lisboa.

PEDRO MANUEL RAMOS DE ALMEIDA nasceu em Lisboa em 23 de Março de 1932. Lincenciado em Direito, foi político, escritor e professor.
Membro do Movimento de Unidade Democrática Juvenil (MUD Juvenil) desde os 18 anos, foi preso em 1954, torturado e sujeito à tortura do sono, e condenado a quatro anos de prisão. O longo julgamento dos 55 membros da Comissão Central do MUDJuvenil, entre os quais o futuro presidente de Angola Agostinho Neto, envolveu dezenas de advogados e decorreu no Tribunal Plenário do Porto entre 1955 e 1957.
Enquanto estudante de Direito foi um dos líderes da luta dos estudantes das três Academias (Lisboa, Porto e Coimbra), em 1960, contra o célebre Decreto-Lei n.º 40900, aprovado pelo Governo em 1956, que visava controlar a actividade das associações de estudantes. Na iminência de nova prisão foi para Paris, como quadro clandestino do Partido Comunista Português.
Em 1962, como dirigente do PCP esteve em Praga (antiga Checoslováquia), onde representou o partido junto de revistas internacionais dos Partidos Comunistas.
A partir de 1964, viveu cinco anos em Argel, onde, como membro do Comité Central do PCP, tinha assento na Junta Revolucionária Portuguesa, órgão dirigente da Frente Patriótica de Libertação Nacional. Foi responsável, nomeadamente, pela rádio Voz da Liberdade, que emitia para Lisboa através de Argel.
Entre 1969 e 1971 esteve na clandestinidade em Portugal, onde foi responsável pelo sector intelectual de Lisboa. Regressou a Portugal, nos finais de 1971, após o seu padrasto e advogado, Fernando Abranches Ferrão, ter tido a garantia de não haver processos contra ele, tendo começado a militar de imediato na CDE, organização da oposição que integrava comunistas e outros anti-fascistas.
À data do 25 de Abril de 1974 era dirigente do MDP/CDE.
Para além de inúmeros artigos para rádio, jornais e revistas, escreveu os seguintes livros:
Salazar, Biografia da Ditadura; O Assassínio do General Humberto Delgado. A Armadilha; Portugal e a Escravatura em África. Cronologia dos Sécs XVI-XVIII; História do Colonialismo Português em África. Cronologia do Séc XIX; A Questão do Vietname; O Processo do Salazarismo (Relatório sobre Portugal); Dicionário Político de Mário Soares; e País da Só Mudança (poesia).
Pedro Ramos de Almeida encontrava-se a escrever um livro sobre a história do MUD Juvenil.
Membro do Partido Comunista Português, era casado com Manuela Barreto e pai dos jornalistas João Ramos de Almeida (Público) e Nuno Ramos de Almeida ( i ) e irmão do médico pediatra José Miguel Ramos de Almeida.

sábado, 21 de julho de 2012

Na morte de José Hermano Saraiva

A morte de Hermano Saraiva, de um  grande comunicador, já depois de muito debilitado e afastado da televisão, é a perda de um homem que povoou as audiências de estórias sobre a História. Que fez das suas "aulas" uma ficção permanente, com  incorrecções, que defendia e enaltecia a cultura o património cultural. Assumindo-se como populista, aliava a uma atitude teatral a vontade de ensinar, levando ao cidadão comum a nossa História e a gesta do povo, não apenas das elites ou dos heróis.
Desde muito jovem embuído da mística fascista foi um operacional do regime que sofreu os embates da resistência desde 69 à Revolução, embates que o fizeram alterar alguns padrões de pensamento mas mantendo, até ao fim dos seus dias, a sacralização de Salazar, o incómodo em falar do carácter torcionário do regime ou a tese de que Portugal era inviável sem as colónias.
Pese, embora, tais factos, ele deixou uma memória positiva dos seus "serões" com os telespectadores.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Frase de fim-de-semana, por Jorge

"A grande força é o desejo"

Guillaume Apollinaire 
poeta surrealista francês
1880-1918

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Os Maias e a glorificação do Sol


O templo descoberto



O templo do Sol Nocturno (primeira foto) foi encontrado no sítio arqueológico de El Zotz, a cerca de 500 km da capital da Guatemala. Trata-se de uma subestrutura da pirâmide El Diablo (segunda foto).

El Diablo
O investigador Edwin Román explicou que na iconografia do templo se contempla “a glorificação do Sol” por parte dos Maias, estando representadas nela o nascimento, esplendor e o anoitecer (terceira foto, do friso leste da escultura do templo).
O investigador e o friso

O jornal "Publico": contra a Síria vale tudo...

A Rússia e a China acabaram há instantes de inviabilizar uma resolução do Conselho de Segurança. O texto, redigido pelos britânicos, ameaçava o regime de Damasco com sanções ou, em último recurso, com uma intervenção militar caso o plano de paz para a Síria continuasse a não ser cumprido. Estabelecia um prazo de dez dias para o fim do uso de armas pesadas e a retirada das tropas das cidades e das vilas.

O texto contemplava ainda o alargamento do mandato dos observadores da ONU no país, cuja missão termina esta sexta-feira. Entre os 15 países membros, apenas 11 votaram a favor (para além dos votos contra de Moscovo e Pequim, outros dois abstiveram-se).


Mas, como todos os dias, hoje li o Público. 
Procurei, naturalmente, o noticiário sobre os acontecimentos na Síria e pelo que li, nem diante de todas as evidências, como os dois atentados de ontem em Damasco, a jornalista Sofia Lorena continua a dar crédito à tese do "suicida" quando foram cargas  muito potentes antes colocada para serem . accionadas por controlo remoto e omite os dois atentados, talvez porque o segundo provocou um número ainda indeterminado de mortos civis e militares, em plena rua de um bairro populoso.
A jornalista parece estar no terreno, confrontando os riscos, mesmo sob a protecção dos "combatentes da liberdade", recolhendo depoimentos e imagens. Mas uma melhor leitura revela que não está lá e está sim a cortar e colar textos de autoria não referida. Porque não a refere? Porque mete o Público uma foto não referenciada ao texto quando podia ter metido a foto ontem difundida em todo o mundo do massacre provocado pela segunda bomba na rua.
Quanto a fontes sírias (governo, órgãos de informação que são muitos), nada!!! Rigor e isenção, pois claro!
Passamos à sua colega Margarida Santos Lopes. Aí as fontes são citadas como sendo dois responsáveis da oposição armada que...não estão no terreno mas ...um viajado entre a Bélgica e os EUA" e o outro está no exílio no Canadá...  É um delicioso critério jornalístico. Poderia ter desenvolvido a questão dos "apoios logísticos" mas talvez arriscasse o lugar. Os grupos mercenários são treinados pela CIA e Mossad e depositados no território pelo Qatar, pela Arábia Saudita e pelos emiratos árabes, onde têm as suas bases de treino...Certamente para deseja a vivacidade dos relatos seria preferível falar por telemóvel com um dos chefes da "rebelião"...A opção pelas poltronas confortáveis dos aviões, onde reina a serenidade, é mais compaginável com a preguiça dos fretes on-line...
Também com esta jornalista, referências à "outra" parte do conflito, népias...
Depois veio um comentário de outra jornalista, Rita Siza, de que se esperaria alguma análise política. Mas, "moita, carrasco", propaganda tão só porque contra a Síria vale tudo!...


Alerta à navegação - Nunca fui nem sou adepto do regime sírio mas ele hoje desempenha a resistência contra a progressão da besta da barbárie que se iniciou com o 11 de Setembro e que irá progredir para o Irão, para a Rússia e para a China.
Alguém tem dúvidas que para além destas guerras de envergadura, na maior parte dos casos não declaradas, como no Iraque e no Afeganistão, e depois na Líbia, os EUA e seus aliados preparam a guerra das guerras?

O "incentivo" dos mentirosos sem vergonha na cara

O aumento do reembolso do IVA em 2014 para as despesas com serviços nos sectores da reparação automóvel, alojamento, restauração e cabeleireiros, foi declarado "incentivo".


Incentivo para quem? O aumento desse reembolso até 250 euros para quem em 2013 faça nesses sectores despesas facturadas até...27 mil euros! E quem faz tais despesas? Àqueles a quem já foram reduzidas deduções no IRS mais elevadas que esta miséria?
Está-se mesmo a ver quanto é que uma pessoa que trabalhe irá ser incentivada... Na melhor das hipóteses, que é a de alugar um apartamento para férias, terá uma despesa anual nestas áreas da ordem dos 7 mil euros e o "incentivo" será da ordem dos 40 euros...
Isto é, o cidadão será fiscal das Finanças com uma "remuneração" de 60 euros/ ano (5 euros mês...)
Bom, mas isto é para quem vive razoavelmente...porque quem já está austerizado ao limite, no limiar da pobreza, e ainda com  emprego, seria fiscal por 4 euros/ano (30 cent./mês)...


Ah! mas o Secretário de Estado, Paulo Núncio, do CDS, lá diz que quer a taxa de desconto quer o tecto dos 250 euros poderão ser mexidos "à medida que for sendo avaliada a sua eficácia"...

Governo sírio acusa Kofi Annan de comprometer o plano de paz (dois dias antes dos atentados de Damasco)

Prezado Sr. Kofi Annan, enviado especial das Nações Unidas
Li vossa carta, datada de 13/07/2012, dirigida ao Secretário Geral das Nações Unidas, na qual Vossa Senhoria faz referência aos trágicos relatos vindos da vila de Al Tremseh, perto de Hama e sobre o uso de canhões, tanques e helicópteros por parte do governo sírio.
Lamento que Vossa Senhoria tenha baseado a vossa posição numa única e imprecisa fonte de informações. Esperava que Vossa Senhoria verificasse os relatos junto ao governo sírio antes de os adoptar, para que pudesse ver a verdade dos factos, salientando que nós atendemos imediatamente ao pedido da missão de observadores para visitar Al Tremseh e a visita foi, de facto, realizada na data estabelecida por eles, em 14/07/2012.
O que ocorreu na aldeia de Al Tremseh, perto de Hama, é que dezenas de membros de grupos terroristas armados invadiram a aldeia e lá se instalaram, aterrorizando os moradores civis e criando sedes de comando, depósitos de armas e locais de tortura dos seqüestrados, atacando mais de um ponto das Forças de Segurança concentradas nos arredores da aldeia, o que exigiu uma resposta e o choque desde as 05:00 horas da manhã da  quinta-feira, 12/07/2012. Estes choques permaneceram durante algumas horas, mas as forças do governo não utilizaram aviões ou helicópteros ou tanques ou canhões, mas entraram na cidade sob a proteção de carros militares de transporte do tipo BMB e utilizaram armas leves, conforme a definição do Entendimento Inicial assinado entre a Síria e as Nações Unidas. Durante os choques, foram danificadas apenas cinco casas dentro do vilarejo que eram utilizadas como sedes dos grupos terroristas armados, assim como foram encontradas grandes quantidades de armas, munições e artefactos explosivos.
Afirmo a Vossa Senhoria que as forças do governo não cometeram nenhum massacre, conforme anunciou a imprensa, mas os grupos armados levaram consigo alguns corpos dos seus mortos e alegaram que o exército sírio promoveu um massacre contra os civis, fato que nego veementemente.
Causa-me muito estranheza o vosso silêncio diante das violações diárias cometidas pelos grupos terroristas armados, que já ultrapassaram dez mil e quinhentas violações, desde 12/04/2012 até a presente data. Sinceramente, não houve nenhuma referência sobre isso nas vossas declarações e nem nos vossos relatos ao Conselho de Segurança.
A adopção de fontes de informação sem credibilidade prejudica vossa missão e serve unicamente aos interesses dos que buscam o fracasso dela. Ao tempo em que a Síria zela pelo sucesso de vossa missão e reafirma o compromisso do governo da Síria com o Plano de Seis Pontos e com o Entendimento Inicial assinado em 19/04/2012, assim como o entendimento ocorrido entre Vossa Senhoria e o senhor presidente Bashar Al Assad, durante a vossa última visita a Damasco e espera avançar no cumprimento deste entendimento para cessar a violência e iniciar o processo político.
Queira aceitar meus cumprimentos e peço que uma cópia desta minha carta seja encaminhada ao Secretário Geral das Nações Unidas e ao Presidente do Conselho de Segurança.
Walid Al Moallem
Vice-Primeiro Ministro
Ministro das Relações Exteriores e Expatriados
Damasco, em 14/07/2012.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Os indicadores da Mafalda


Dois atentados mortíferos hoje em Damasco

O atentado de hoje em Damasco, em que foi morto o ministro da defesa, cristão, e outros responsáveis dos respectivos serviços de informação, no decurso de uma reunião por um carro fortemente armadilhado  revela recursos muito sofisticados por parte de quem o executou.
O mesmo se pode dizer de um segundo atentado na rua.
Deles resultou um número indeterminado de mortos civis e militares.
Os grandes media ocidentais limitaram inicialmente o alcance do ataque ao assassinato do ministro da defesa.
Na Síria nunca houve uma revolta popular contra o regime sírio. Funcionando como tropas de assalto também vários jornalistas de órgãos de informação "ocidentais" já poderiam. ter confirmado isto. Claro que o não fazem e nos televisores de todo o mundo o que se vê são imagens rápidas como se os repórteres estivessem em perigo, quando de facto eles caminham integrados nas colunas de mercenários. As populações fogem destes bandos de bandidos armados.
Os chamados "rebeldes" são mercenários altamente treinados e equipados por Israel e pelos emiratos, com um apoio político, e não só, dos EUA, dos partidos conservadores e socialistas da UE. François Hollande gostaria de desempenhar em relação a Assad o papel hediondo de Sarkozy em relação a Kadhafi. Não será por acaso que circula na net uma cena macabra do uso do cadáver de Kadhafi com a indicação que Assad a devia ver...
As armas de que dispõem permitem-lhes actuar como snipers, bombardeando com potentes lança rockets, numa táctica de guerrilha e penetração no terreno típicas de uma ofensiva bem planeada por inteligentsia militar.
O território está minado por agentes secretos treinados pela Mossad e pela CIA bem como de falsos jornalistas que se tivessem sido expulsos, aqui d´ El rei que estão a impedir a liberdade de informação...

terça-feira, 17 de julho de 2012

Depoimento desassombrado de D. Januário ou os anjinhos de que o inferno está cheio...


O Bispo das Forças Armadas diz que os membros do governo de Sócrates eram uns "anjinhos" em comparação com estes "diabinhos negros".
D. Januário Torgal Ferreira não poupou nas palavras e acusou directamente o Governo de Passos Coelho de "corrupto". O bispo das Forças Armadas disse mesmo, ontem à noite na TVI 24, que os membros do governo de Sócrates eram uns "anjinhos" por comparação estes "diabinhos negros".
"Há jogos atrás da cortina, habilidades e corrupção. Este Governo é profundamente corrupto nestas atitudes a que estamos a assistir", frisou, acrescentando: "Nós estamos numa peregrinação em direcção a Bruxelas e quando tudo estiver pago daqui de Portugal sai uma procissão de mascarados a dizer: vamos para um asilo, salvem-nos".
"O problema é civilizacional, porque é ético. Eu não acredito nestes tipos, em alguns destes tipos, porque são equívocos, porque lutam pelos seus interesses, porque têm o seu gangue, porque têm o seu clube, porque pressionam a comunicação social, o que significa que os anteriores, que foram tão atacados, eram uns anjos ao pé destes diabinhos negros que acabam de aparecer", frisou no programa Política Mesmo da TVI 24horas.
Só numa coisa discordo de D.Januário.É que de anjinhos destes está o inferno cheio.



segunda-feira, 16 de julho de 2012

Dez factos chocantes nos EUA



1. A maior população prisional do mundo
O País tem a maior população prisional do mundo. Em cada 100 norte-americanos, um está preso.
Elevando-se desde os anos 80, a taxa de encarceramento surreal dos EUA é um negócio e um instrumento de controle social: à medida que o negócio das prisões privadas alastra como uma gangrena, uma nova categoria de milionários consolida o seu poder político. Os donos destas prisões são também, na prática, donos de escravos, que trabalham nas fábricas do interior das prisões por salários inferiores a 50 centimos por hora. Este trabalho escravo é tão competitivo, que muitos municípios hoje sobrevivem financeiramente graças às suas próprias prisões, aprovando simultaneamente leis que vulgarizam sentenças de até 15 anos de prisão por crimes menores como roubar pastilhas elásticas. O alvo destas leis draconianas são os mais pobres, mas, sobretudo, os negros, que representando apenas 13% da população norte-americana, são 40% da população prisional do país.
2. 22% das crianças americanas vive abaixo do limiar da pobreza.
Calcula-se que cerca de 16 milhões de crianças norte-americanas vivam sem “segurança alimentar”, ou seja, em famílias sem capacidade económica para satisfazer os requisitos nutricionais mínimos de uma dieta saudável. As estatísticas provam que estas crianças têm piores resultados escolares, aceitam os piores empregos, não vão para a universidade e têm uma maior probabilidade de, quando adultos, serem presos.
3. Entre 1890 e 2012, os EUA invadiram ou bombardearam 149 países.
O número de países nos quais os EUA intervieram militarmente é maior do que aqueles em que ainda não o fizeram. Números que pçecam por defeito apontam para mais de oito milhões de mortes causadas pelo país só no século XX. Por detrás desta lista, escondem-se centenas de outras operações secretas, golpes de Estado e financiamento de ditadores e grupos terroristas. Segundo Obama, a quem foi atribuído o Nobel da Paz, os EUA conduzem neste momento mais de 70 operações militares secretas em vários países do mundo. O mesmo presidente criou o maior orçamento militar norte-americano desde a Segunda Guerra Mundial, superando de longe os de George W. Bush.
4. Os EUA são o único país da OCDE que não oferece qualquer tipo de subsídio de maternidade.
Embora estes números variem de acordo com o Estado e dependam dos contratos redigidos por cada empresa, é prática corrente que as mulheres norte-americanas não tenham direito a nenhum dia pago antes ou depois de dar à luz. Em muitos casos, não existe sequer a possibilidade de tirar baixa sem vencimento. Quase todos os países do mundo oferecem entre 12 e 50 semanas pagas na licença de maternidade. Neste aspecto, os Estados Unidos fazem companhia à Papua Nova Guiné e à Suazilândia.
 
5. 125 norte-americanos morrem todos os dias por não poderem pagar qualquer tipo de plano de saúde.
Se não tiver seguro de saúde (como 50 milhões de norte-americanos não têm), então há boas razões para temer ainda mais a ambulância e os cuidados de saúde que o governo presta. As viagens de ambulância custam em média o equivalente a 490 euros e a estadia num hospital público mais de 200 euros por noite. Para a maioria das operações cirúrgicas (que chegam à casa das dezenas de milhar), é bom que possa pagar um seguro de saúde privado. Caso contrário, a América é a terra das oportunidades e, como o nome indica, terá a oportunidade de se endividar e também a oportunidade de ficar em casa, rezando para não morrer.
6. Os EUA foram fundados sobre o genocídio de 10 milhões de nativos.
Só entre 1940 e 1980, 40% das mulheres em reservas índias foram esterilizadas contra sua vontade pelo governo norte-americano.
Esqueçam a história do Dia de Acção de Graças com índios e colonos partilhando placidamente o mesmo peru em torno da mesma mesa. A História dos Estados Unidos começa no programa de erradicação dos índios. Tendo em conta as restrições actuais à imigração ilegal, ninguém diria que os fundadores deste país foram eles mesmos imigrantes ilegais, que vieram sem o consentimento dos que já viviam na América. Durante dois séculos, os índios foram perseguidos e assassinados, despojados de tudo e empurrados para minúsculas reservas de terras inférteis, para lixeiras nucleares e para solos contaminados. Em pleno século XX, os EUA iniciaram um plano de esterilização forçada de mulheres índias, pedindo-lhes para colocar uma cruz num formulário escrito em idioma que não compreendiam, ameaçando-as com o corte de subsídios caso não consentissem na esterilização ou, simplesmente, recusando-lhes acesso a maternidades e hospitais. Mas que ninguém se espante, os EUA foram o primeiro país do mundo a oficializar esterilizações forçadas como parte de um programa de eugenia, inicialmente contra pessoas portadoras de deficiência e, mais tarde, contra negros e índios.
7. Todos os imigrantes são obrigados a jurar não ser comunistas para poderem viver nos EUA.
Além de ter que jurar não ser um agente secreto nem um criminoso de guerra nazi, vão lhe perguntar se é, ou alguma vez foi membro do Partido Comunista, se tem simpatias anarquistas ou se defende intelectualmente alguma organização considerada terrorista. Se responder que sim a qualquer destas perguntas, ser-lhe-á automaticamente negado o direito de viver e trabalhar nos EUA por “prova de fraco carácter moral”.
8. O preço médio de uma licenciatura numa universidade pública é 80 mil dólares.
O ensino superior é uma autêntica mina de ouro para os banqueiros. Todos os estudantes têm dívidas astronómicas, que, acrescidas de juros, levarão, em média, 15 anos para pagar. Durante esse período, os alunos tornam-se servos dos bancos e das suas dívidas, sendo muitas vezes forçados a contrair novos empréstimos para pagar os antigos e assim sobreviver. O sistema de servidão completa-se com a liberdade dos bancos de vender e comprar as dívidas dos alunos a seu bel prazer, sem o consentimento ou sequer o conhecimento do devedor. Num dia, deve-se dinheiro a um banco com uma taxa de juros e, no dia seguinte, pode-se dever dinheiro a um banco diferente com nova e mais elevada taxa de juro. Entre 1999 e 2012, a dívida total dos estudantes norte-americanos cresceu ao ritmo dos 1,5 trilhões de dólares/ano, crescendo assustadoramente 500%...
9. Os EUA são o país do mundo com mais armas: por cada dez norte-americanos, há nove armas de fogo.
Não é de espantar que os EUA detenham o primeiro lugar na lista dos países com a maior colecção de armas. O que surpreende é a comparação com outras partes do mundo. No resto do mundo há uma arma para cada dez pessoas. Nos Estados Unidos, nove para cada dez. Nos EUA podemos encontrar 5% da população mundial e 30% de todas as armas, algo da ordem dos 275 milhões. Esta dado estatístico tende a aumentar, já que os norte-americanos compram mais de metade de todas as armas fabricadas no mundo.
10. Há mais norte-americanos que acreditam no Diabo do que os que acreditam em Darwin.
A maioria dos norte-americanos são cépticos. Pelo menos no que toca à teoria da evolução, já que apenas 40% dos norte-americanos acreditam nela. Já a existência de Satanás e do Inferno soa perfeitamente plausível para mais de 60% dos norte-americanos. Esta radicalidade religiosa explica as “conversas diárias” do ex-presidente Bush com Deus e mesmo os comentários do ex-pré-candidato republicano Rick Santorum, que acusou académicos norte-americanos de serem controlados pelo Diabo.

(Artigo originalmente publicado no portal galego Diário da Liberdade e adaptei-o da versão brasileira recentemente publicada no Opera Mundi http://operamundi.uol.com.br)

domingo, 15 de julho de 2012

As Avenidas Novas tinham linhas bem bonitas, por Jorge

Entardecer no Campo Pequeno

O processo de Bolonha e os Relvas em que vamos tropeçando


Situações como a de Relvas em matéria de cursos "fáceis" poderemos encontrar numa parte de dirigentes de vários partidos, mas não em todos.
Basta alguns jornalistas porem-se a caminho...
Esta situação desgraçada decorre dos interesses desta camada que tem ocupado o poder e carece de um título contrafeito, e apareceu embrulhada com papel colorido quando da decisão que fez entrar Bolonha nas nossas Universidades.
Da promoção de Bolonha faziam parte as uniformizações e equivalências, a mobilidade no espaço europeu e outras bandeiras que também aqui se revelaram como promessas não cumpridas.
Antes, em regime de permuta de favores, a obtenção de cursos fáceis, como aconteceu com Relvas e não só, já era praticada nalgumas universidades privadas. A transferência das concepções mercantilistas de Bolonha para o seio do Ensino, vai permiti-los progressivamente nas universidades públicas. E tanto mais quanto o sub-financiamento do Estado o faz cair numa máquina de "produtos educativos".
Tratemos da árvore mas também da floresta...

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Médicos e professores em luta






A extraordinária greve dos médicos e as importantes manifestações de
médicos e professores revelaram a determinação em se oporem a
projectos do governo contra estes dois sectores, que certamente
influenciarão o curso dos acontecimentos. 
Foram também um estímulo à luta dos restantes trabalhadores que,
por vezes a têm que conduzir em situações muito difíceis.

Entrevistas...

Rui Moura Ramos, Presidente do Tribunal Constitucional, deu uma entrevista a Maria Flor Pedroso, que foi hoje transmitida na RDP e RTP.
No que respeita ao pensamento expresso ao longo da entrevista, confirma-se estarmos perante um conservador, para não ir mais longe na linguagem.
Restou como aspecto positivo o sublinhar, que não terá sido por acaso esteve omisso no acórdão,  que o princípio da equidade deve não só levar à redução dos rendimentos do trabalho, lembrando que existem outros titulares de riqueza que não foram atingidos: o capital.
Rui Moura Ramos que está de saída, como Passos Coelho "lembrou", reagindo a parte das declarações que  o atingiram pessoalmente,  não aceitou a crítica de não terem sido considerados inconstitucionais os cortes dos rendimentos do trabalho, nem que o TC já devia ter feito aplicar a "inconstitucionalidade por desrespeito do princípio da equidade" no corrente ano, para apenas reconhecer que o acórdão tinha sido mal fundamentado...

O Ocidente quer silenciar a informação síria


No decorrer de uma reunião do Conselho dos Direitos Humanos da ONU em Genebra, foi apresentado um relatório sobre a investigação dos crimes na Síria, em particular  sobre o massacre de Houla onde morreram mais de cem civis. Uma vez que não foi possível identificar os responsáveis, o relatório refere que tanto poderia ter sido a oposição como o governo poderiam ter sido responsáveis. Manifestando o seu desacordo com tal conclusão, o representante permanente da Síria na ONU, Faisal el Hamwi, abandonou a reunião.
O ministro da informação sírio acusou, entretanto os grupos terroristas  instigados pela Liga Árabe, de terem realizado um ataque contra um canal de TV governamental, que fez, pelo menos sete mortos.
O observador internacional Nagham Salman refere-se a este atentado como uma amostra das intenções do Ocidente de calar os meios leais ao regime sírio e fez uma análise das circunstâncias em que esse facto ocorreu.
http://www.youtube.com/watch?v=IJNiST2dsNo&feature=player_embedded

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Murais de Rivera no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque




Em Dezembro de 1931, O Museu de Arte Moderna (MoMa)montou uma grande exposição dos trabalhos do artista mexicano Diego Rivera. Foi a segunda retrospectiva do Museu, e foi de grande aceitação popular, batendo todos os recordes de público nas cinco semanas em que esteve aberta ao público.
Rivera já era na altura uma celebridade internacional. Foi a figura mais destacada do muralismo mexicano, uma iniciativa que desenvolveu muito a relação entre o público e arte que surgiu na década de 1920, na esteira da Revolução Mexicana. 
Mas os seus murais, por definição, fixos num único local, eram impossíveis de transportar para a exposição. Para resolver este problema, o Museu trouxe Rivera para Nova York, seis semanas antes da exposição abrir, e deu-lhe um estúdio improvisado numa galeria vazia. Lá, Rivera produziu cinco murais "portáteis", frescos autónomos assinalando acontecimentos da história mexicana, que foram o elemento de destaque especial da exposição. Após a abertura, para garantir a publicidade, Rivera fez mais três murais, com temas contemporâneos de Nova York através de imagens monumentais da cidade durante a Grande Depressão. A história desta exposição extraordinária ilustrou bem papel fundamental de Rivera no desenvolver de debates sobre o valor social e político da arte pública durante um período de crise económica.
Poderá ver essa exposição explorando o sítio
http://www.moma.org/interactives/exhibitions/2011/rivera/
O site da exposição é excelente. Cada mural tem um comentário áudio associado e pode ser ampliado para a observação de pormenores.
Desses murais seleccionamos este, acompanhado da respectiva informação.

Em A insurreição (1931), uma mulher com um bebé ao colo e um trabalhador defendem-se de um ataque de um soldado em uniforme. Atrás deles, uma multidão revoltada confronta-se com mais soldados, que deitam os manifestantes ao chão. A localização não é clara, embora o tom da pele das figuras indicie que a cena ocorre no México ou noutro país latino-americano. O início dos anos 1930, foi uma era de agitação laboral generalizada, e as imagens da violenta repressão de greves tiveram eco junto dos EUA e de países latino-americanos. A repressão aqui pintada é um símbolo potente da universal luta de classes .

terça-feira, 10 de julho de 2012

Médicos pelo mais baixo preço ou o novo tráfico de escravos


As empresas que contratam trabalho temporário para o Estado são os traficantes de escravos dos dias de hoje. Até se poderão desculpar que a entidade adjudicante faz à pressa os programas de procedimentos dos concursos públicos. Mas vão a jogo.
O caso dos médicos é paradigmático.
O Ministério da Saúde lançou um concurso público 2012/102 "para a celebração de contratos de aprovisionamento para a área da saúde com vista à prestação de serviços médicos às instituições do Serviço Nacional de Saúde".
E explicitou no nº 1 do Artº 5º do programa de procedimento como critério de adjudicação "o do mais baixo preço unitário por hora"!...Neste Artº. 5º não se encontram outros critérios de adjudicação relativa a processo de formação dos profissionais, à sua experiência, etc, etc.
Encontram-se, sim, outros critérios de adjudicação: será efectuada por "lotes", fornecendo cada lote 5 prestadores de serviço, ordenados pelo preço mais baixo e de forma crescente, sendo que no caso de igualdade de preços entre propostas dar-se-á prioridade à que entrou primeiro.
Sim, pelo preço mais baixo e ainda dando para estas empresas ganharem o seu...
O que se diz em relação aos médicos é comum a outros grupos profissionais recrutados por tais traficantes a mando de gente sem quaisquer preocupações sociais..
Têm que se opor barreiras sérias ao esclavagismo nas relações laborais!...

"Marcha negra" desfila esta noite em Madrid





Mineiros de Teruel e Andorra juntam-se esta tarde aos das Astúrias e Leão para entrarem em Madrid e desfilarem com os capacetes iluminados.
Os mineiros manifestam-se-se contra os cortes anunciados no investimento para o sector, insistem para que o carvão seja rentável e que o preço do minério seja actualizado para não depender do sistema de ajudas.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Não há almoços grátis...

Se Relvas concluiu o curso-relâmpago na Universidade Lusófona em 2007



Se esta cedeu gratuitamente uma sede de campanha em 2010 a Passos Coelho para as directas no seu partido...


... e como não há almoços grátis...
..., que recebeu a Lusófona como contrapartida?

domingo, 8 de julho de 2012

Sobre a Moeda Única, o que diz Carvalhas em 1997

«A moeda única é um projecto ao serviço de um directório de grandes potências e de consolidação do poder das grandes transnacionais, na guerra com as transnacionais e as economias americanas e asiáticas, por uma nova divisão internacional do trabalho e pela partilha dos mercados mundiais.
A moeda única é um projecto político que conduzirá a choques e a pressões a favor da construção de uma Europa federal, ao congelamento de salários, à liquidação de direitos, ao desmantelamento da segurança social e à desresponsabilização crescente das funções sociais do Estado.»

Carlos Carvalhas, em 1997, então Secretário-geral do PCP a  propósito da Interpelação do PCP sobre a Moeda Única.

A despedida do amor, de Klimt


Pintura de Graça Morais (sem título)


Hollande quer a guerra contra a Síria

Hollande, a víbora da Casa Branca e os "bem vestidinhos"
François Hollande considerou anteontem que era necessária uma intervenção «política e humanitária» para tornar possível o fim do regime de Assad...
E fê-lo diante de um areópapo onde estavam representados, tão bem vestidinhos como aparecem nas entrevistas gravadas nos EUA e na França, a oposição síria, leia-se os grupos armados que desencadeiam atentados terroristas contra pessoas e bens, sem apoio popular expresso. E, claro a mentora Hillary Clinton.
Para quem achou que a viragem eleitoral em França era esperançosa, estamos conversados...