A Síria vive tempos dramáticos para o seu povo. Os combates chegaram às principais cidades do país, primeiro Damasco e depois Aleppo, a capital económica da Síria. Pelas fronteiras com a Jordânia entram dezenas de milhares de mercenários (40 a 60 mil nos últimos dias, segundo algumas fontes) recrutados em países como a Líbia e o Afeganistão, muitos deles pertencentes a grupos terroristas.
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Prossegue e intensifica-se a entrada de armamento no país, nomeadamente armamento pesado como armas anti-tanque e foguetes lança-granadas fornecidos pela NATO, por via da Turquia e pelas monarquias ditatoriais do Conselho de Cooperação do Golfo. Os grupos armados e financiados a partir do exterior por uma coligação de terror liderada pelos EUA, França e Alemanha, operacionalizada pela Turquia e financiada pelo Qatar e Arábia Saudita, tentam tomar posições em postos fronteiriços para facilitar a entrada de mais armamento e homens. É cada vez mais difícil de esconder a presença de agentes estrangeiros britânicos e franceses no terreno e os agentes da CIA treinam e escolhem os homens que a partir de campos de treino na Turquia são infiltrados no país. O exército israelita reforça as suas posições e ação nos montes Golan e são desferidas ameaças contra o governo sírio. O exército turco concentra enormes meios na sua fronteira com a Síria. Os «rebeldes» exigem que o Conselho de Segurança da ONU dê luz verde para que as bombas comecem a cair sobre o povo que dizem defender. Rússia e China, numa notável resistência às pressões e defendendo-se daquilo que sabem ser um projeto que lhes toca na sua própria segurança e soberania, bloqueiam no campo diplomático a legitimação da guerra de agressão directa.
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O atentado terrorista da passada semana contra a sede da segurança nacional síria, que vitimou três altos responsáveis do governo sírio, incluindo o ministro da defesa, Daud Rajha, documenta bem até onde está disposto a ir o chamado exército livre sírio e as potências imperialistas envolvidas no projecto de submeter a Síria. A versão oficial dos acontecimentos aponta para um atentado suicida, mas circulam relatos que apontam para a possibilidade de um ataque aéreo de drones, os aviões não tripulados norte-americanos que estão a matar centenas de civis no Iémen e no Paquistão. A confirmar-se esta versão, estamos perante uma elucidativa prova do grau de envolvimento dos EUA, confirmado aliás por ações dos últimos dias como bloqueios do sinal de satélite do canal Al-Dounia sírio ou a ação de pirataria da conta de twitter deste mesmo canal pela CIA.
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dimensões imprevistas.
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Ângelo Alves é membro da Comissão Política do PCP
1 comentário:
Hoje de manhã num canal de informação carinhosamente dedicado ao sistema, em relação à ofensiva contra a Siria referia que milhares de estrangeiros "por afecto à causa" estão a engrossar o exercito (não me recordo agora o nome usado) na luta contra o governo Sirio.... deu-me vontade de rir, pois esqueceram-se de mencionar que o afecto à causa, vem depois do afecto aos dólares tão generosamente oferecidos pela CIA e amigos a estes mercenários.... o numero de mercenários que está a tentar o golpe de estado é tão grande e estão a dar tanto nas vistas que já tiveram que arranjar uma justificação para a sua existência...
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