A morte de Hermano Saraiva, de um grande comunicador, já depois de muito debilitado e afastado da televisão, é a perda de um homem que povoou as audiências de estórias sobre a História. Que fez das suas "aulas" uma ficção permanente, com incorrecções, que defendia e enaltecia a cultura o património cultural. Assumindo-se como populista, aliava a uma atitude teatral a vontade de ensinar, levando ao cidadão comum a nossa História e a gesta do povo, não apenas das elites ou dos heróis.
Desde muito jovem embuído da mística fascista foi um operacional do regime que sofreu os embates da resistência desde 69 à Revolução, embates que o fizeram alterar alguns padrões de pensamento mas mantendo, até ao fim dos seus dias, a sacralização de Salazar, o incómodo em falar do carácter torcionário do regime ou a tese de que Portugal era inviável sem as colónias.
Pese, embora, tais factos, ele deixou uma memória positiva dos seus "serões" com os telespectadores.
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