sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Foto de Spencer Tunick - fotografia-espetáculo, por Jorge

desassossegadora? frívola? oca?
                                                         

A escola que eles querem...


Frase de fim-de-semana, por Jorge

 "A ignorância da própria ignorância ainda é a pior"
São Jerónimo 
teólogo romano, 347-420 DC

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Arre, que é demais! Passos Coelho neoliberal, autista, sem projecto, só pensa em tornar cada vez pior a vida dos portugueses



As declarações de ontem de Passos Coelho foram uma ameaça contra os portugueses.
O 1º Ministro espanta-se com algumas metas não atingidas e não reflecte sobre isso que tem origem exclusiva na austeridade. Neoliberal voluntarista, fortemente autista e ameaçador, Passos Coelho revela que já não conta com o País. Reflecte a ausência de força anímica de um governo que fala para si próprio, num desdobrar de declarações onde uma linha comum já se não vislumbra, antes se antevendo pelas declarações avulsas e auto-elogios deste ou daquele que essa linha não existe.
E por isso não é por acaso que Passos Coelho não fala de futuro.
Promete propinas no ensino secundário (!!!), remetendo o ensino obrigatório para o pagamento das famílias, e liquidando-do como factor de democratização multilateral na sociedade. Novos cortes nas prestações sociais, na saúde são aquilo de que sabe falar, conformando-se com nível de desemprego e achando bem que aí tenha chegado. Sobre crescimento e investimento nem uma palavra e a recusa do alargamento dos prazos de pagamento e do valor das dívidas invocando que não quer mais empréstimos (quem quer?) porque, pura e simplesmente, se fechou ao alargamento do mercado interno e do aumento da produção... . Para ele o futuro é este vórtice imparável para o abismo.
Este governo já quase não conta e, por isso, os portugueses aspiram a uma alternativa. As esquerdas têm responsabilidades de tomar iniciativas mas o PS tem que romper com os compromissos que assinou com a troika.
O caminho vai ter que ser outro para haver uma possibilidade de convergência à esquerda em conformidade com o que os portugueses, dos mais diferentes sectores têm, manifestado nas ruas do país.
Seria o prolongar do desastre se o PS voltasse à crispação do "Só, só PS!" para se candidatar a uma rotatividade no poder para fazer a mesma política.
Este é que era o bom motivo para uma carta-aberta...

 

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Antonio Pinho Vargas: A justa fúria e a responsabilidade do sistema financeiro e a mentira que conseguiram difundir.

 
Enquanto a Srª Merkel visita Lisboa entretenho-me a coleccionar o que aconteceu com bancos europeus no crash de 2008. Agora que, no próprio relatório recente do FMI, se diz (e prova) que nos últimos anos tem havido uma transferência de dinheiro sistemática dos países periféricos para os bancos dos países centrais, percebe-se o que são os resgates. Os resgates são isso: “empresta-se” dinheiro e recebe-se, ano a ano, muito mais do que aquilo que se “emprestou” à custa dos impostos lançados sobre as populações dos países mais pobres.
Esta UE é uma anedota grosseira e os portugueses que lá trabalham, Durão Barroso e Vítor Constâncio, deviam ter vergonha de estarem a colaborar, alegres, na desgraça do seu país.

Setembro 2008:
1. A 28 de Setembro o banco europeu Fortis, um banco continental gigante, colapsa e é nacionalizado.
2. O governo britânico nacionaliza o banco Bradford and Bingley com o custo de 50 biliões de libras.
3. Na Irlanda o governo assegura todos os depósitos e todos os empréstimos de TODOS os bancos da ilha. Na altura consta que os bancos irlandeses têm um buraco negro suficientemente grande para consumir várias vezes o valor do orçamento do governo do país. A bancarrota em 2010 é a conclusão do estado ter garantido as dívidas dos bancos privados.
4. Em 29 de Setembro, a Bélgica, a França e o Luxemburgo metem 6.4 biliões de euros noutro banco, Dexia, para impedir a sua falência.

Outubro 2008
1. A 6 de Outubro o governo alemão coloca 50 biliões de euros para salvar um dos seus próprios bancos Hypo Real Estate. Na Islândia o governo declara que vai tomar conta dos seus três bancos, incapazes de continuar a negociar como privados. Isto afecta a Grã-Bretanha e a Holanda onde os bancos islandeses eram especialmente activos.
2. A 10 de outubro o governo britânico injecta 50 biliões de libras adicionais no sector financeiro e oferece 200 biliões de libras em empréstimos de curto prazo. Ao mesmo tempo a Reserva Federal dos EUA, o Banco de Inglaterra, o EBC e os bancos centrais do Canadá, Suécia e Suiça cortam as suas taxas de juro. No dia seguinte o FMI reúne em Paris e os líderes europeus garantem que a nenhuma instituição bancária irá ser permitido falir. Mas não oferecem garantias à UE. Cada estado membro terá de salvar os seus próprios bancos – uma decisão fatal da qual ainda hoje se sofrem as consequências.
3. No dia seguinte 13 de Outubro o governo britânico injecta mais 37 biliões de libras no RBS, no Lloyds TSB e no HBOS. Nos EUA o governo dá mais 20 milhões ao Citigroup.

Dezembro 2008
1.- A França cede um pacote de 26 biliões de euros ao seu sector bancário.
2.- O Governo inglês oferece empréstimos de 20 milhões de libras a pequenas firmas como ajuda. Angela Merkel segue na Alemanha com um pacote similar de 50 biliões de euros. A Irlanda nacionaliza o Anglo Irish Bank.

Em Abril de 2009
 
O G20 reúne-se em Londres, no meio de manifestações gigantescas e decide tornar disponíveis 1.1 triliões de dólares para o sistema financeiro global.
No meio de todo este processo o desemprego e as falências aumentam nos EUA e no mundo todo.

Face a estes dados disponíveis no livro 'The Global Minotaur' de Yanis Varoufakis – há muitos mais - será relativamente fácil concluir que quem gastava acima das suas possibilidades eram todos os bancos do ocidente, quem incentivava activamente o endividamento era o sistema financeiro em geral e que, na sequência desta crise estes conceitos foram sabiamente desviados dos verdadeiros responsáveis para começar a circular a teoria que lança sobre as populações o ónus dos endividamentos, posteriormente sobre os estados periféricos eles próprios a chamada “crise das dívidas soberanas” para deste modo se conseguir recapitalizar o sistema bancário em geral e em particular dos bancos dos países do Norte da Europa atingidos pela crise americana do subprime.

Por isso:
De cada vez que ouvir dizer que vivíamos acima das nossas possibilidades direi
: a culpa era vossa, do consumismo que vocês promoviam e das vigarices que arquitectaram até com dinheiro que nem sequer existia.
De cada vez que disserem que os povos do sul são preguiçosos eu responderei que preguiçosos, gananciosos e vigaristas eram os gestores dos bancos do capitalismo global que nem sequer conseguiram roubar com competência e, ao fazê-lo desastradamente, nos conduziram até aqui (eles sim!) e agora querem e conseguem, com os políticos que têm ao seu serviço, que sejamos nós – os comuns - a pagar-lhes aquilo que administraram em seu beneficio até à catástrofe.
De cada vez que disserem que “temos de cumprir o acordo” direi que essa é a grande mentira que a direita neoliberal predominante na Europa quer difundir para na realidade levar dinheiro com isso, enquanto não houver coragem e políticos para ir lá dizer que é necessário renegociar o acordo, que o acordo é desonesto face às verdadeiras razões da crise, que os juros são de agiotas e oportunistas e que aqueles que têm força para impor as suas regras do jogo – falseado desde início - não merecem qualquer respeito de ninguém. Ao capitalismo de casino devia-se responder com julgamento e prisão por uso indevido de dinheiro lá depositado de boa fé, fossem os estados dignos das funções que dizem assumir ou representar. Infelizmente já não são.

António Pinho Vargas

(sublinhados meus)

domingo, 25 de novembro de 2012

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Frase de fim-de-semana, por Jorge




"Em vez de tornar o mundo mais seguro,
a violação dos direitos humanos internacionais
pelos EUA instiga os nossos inimigos"

James Carter
39º presidente dos EUA
e prémio Nobel da paz 2002
no New York Times de 24/6 pp

Chamo-o, de "Poemas da Alma", de Pablo Neruda



Um a um, falarei com eles esta tarde.
Um a um, chegais vós na lembrança,
esta tarde, a esta praça.


Manuel Antonio López,
camarada.

Lisboa Calderon,
outros te atraiçoaram, nós continuamos tua jornada.

Alejandro Gutiérrez,
o estandarte que caiu contigo
sobre a terra inteira se levanta.

César Tapia,
teu coração está nestas bandeiras,
palpita hoje no vento desta praça.

Filomeno Chávez,
nunca apertei tua mão, mas eis a tua mão:
tua mão pura que a morte não mata.

Ramona Parra, jovem
estrela iluminada,
Ramona Parra, frágil heroina,
Ramona Parra, flor ensanguentada,
amiga nossa, coração valente,
moça exemplar, guerrilheira dourada:
juramos em teu nome continuar esta luta
para que floresça teu sangue derramado.

PABLO NERUDA

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Funções sociais do Estado: o que foi destruído e o que querem destruir (Eugénio Rosa)



"Provoca-se a recessão com a política seguida e depois utilizam-se os resultados nefastos obtidos
para justificar os cortes brutais nas despesas sociais do Estado, e assim procurar destruir as
funções sociais. Eis o círculo de destruição em que o país está mergulhado e eis também a
estratégia das forças do capital e da direita em Portugal. É necessário inverter esta situação. E
contrariamente ao que afirmam os seus defensores existem alternativas e é urgente começar a debatê-las de uma forma alargada para  encontrar uma alternativa para esta  política que está  a
destruir a economia e a sociedade portuguesa, e a levar o país à ruína."
na íntegra em 
http://www.odiario.info/b2-img/462012FuncoessociaisEstado_EugRosa.pdf 

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Comunistas de Israel condenam agressão a Gaza


Na noite de quinta-feira ocorreram protestos contra a operação israelita mortífera em Gaza  em Tel Aviv, Haifa e Jerusalém organizados pelo Haddash (Frente Democrática para a Paz e Igualdade -. Partido Comunista de Israel). Os alunos árabes e judeus, militantes do Haddas também participaram em manifestações nas Universidades de Haifa e Tel Aviv e na Universidade Hebraica de Jerusalém na tarde de quinta-feira ..... ".

FONTE http://www.marx21.it/comunisti-oggi/nel-mondo/7982-il-partito-comunista-di-israele-si-mobilita-contro-la-nuova-aggressione-scatenata-dal-governo-netanyahu.html


sábado, 17 de novembro de 2012

Frase de fim-de-semana, por Jorge


"O melhor ainda está para vir"
Barack Obama


presidente dos EUA,
principal aliado de Israel
e principal país
violador do direito internacional)

Os israelitas estão a defender-se?

A sucessiva perda de território da Palestina, entre 1946 e 2010


"Quando os israelitas nos territórios ocupados, afirmam agora que eles têm que se defender, eles estão a defender-se no sentido de que qualquer ocupante militar tem de se defender contra a população que eles estão a esmagar ... Você não se pode defender quando está a ocupar militarmente a terra de outros.
Isso não é defesa. Chame-se-lhe o que quiser, defesa é que não".

Noam Chomsky

Bombas de fósforo sobre a população de Gaza

Salvemos Gaza dos massacres israelitas

Por todo o mundo se levantam os protestos contra o bombardeamentos com mísseis da faixa de Gaza do  território da Palestina. Depois da eleição de Obama, Israel e a Turquia, para quem os EUA descentralizaram as agressões militares na região (Palestina, Síria, Irão, Líbano), entraram em acção.
Manifestação ontem em Seul
É de esperar o pior. Mobilizem-se pois as vontades para impedir o silêncio das agressões e das suas verdadeiras intenções.

Uma grande greve geral e acção nacional de protesto

A greve geral de dia 14 foi uma grande jornada de luta num percurso que levará ao fim deste governo e desta política. A sua preparação e os efeitos da sua realização bem como as manifestações realizadas em várias cidades e concelhos no mesmo dia abalaram o governo, e foram realizadas também em muitos outros países europeus.
Esta jornada que poderia ter influenciado também o curso do debate político foi porém, nesse efeito, boicotada pela acção conjunta de editores de órgãos de comunicação social e de um grupo de provocadores, a quem algumas almas piedosas (ou coniventes?) vieram em socorro, que provocaram cenas de violência com a PSP. Que tive oportunidade de analisar no próprio local.
A técnica não é nova (cá como lá fora), e os provocadores, maioritariamente activistas de extrema direita, são conhecidos.

Cavaco e Passos Coelho, ao mesmo tempo que hipocritamente salientavam o direito à greve previsto na Constituição, teceram elogios aos que tinham tido a "coragem" de não fazer greve (como se não soubessem que, em muitos casos, foi o efeito do medo das represálias de algum patronato que lhes coarctava  a liberdade de se juntarem na luta aos seus camaradas), produziram declarações que subliminarmente pretendem associar os protestos à violência, ressalvando-se aqui, em sentido contrário,  a declaração na hora do Ministro da Administração Interna.

A jornada de luta de dia 14 fica na memória de todos, que sentiram entusiasmo ou medo conforme o lado da barricada em que se colocam. E continuará na manifestação de dia 27, às 10.30 h, também em S. Bento,  então contra o Orçamento de agressão aos portugueses que esta maioria pretende aprovar nesse dia.
A situação em agravamento nalguns grandes países europeus comprova a gravidade da continuação da austeridade e não dão qualquer credibilidade aos amanhãs que cantam nas luzes inexistentes ao fundo dos túneis.

A continuação da luta é o caminho. As propostas da CGTP e as do PCP, entre outras, indicam um caminho que cada  vez é mais aceite por muitos portugueses.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Ó Vítor, explica lá isso do BCE...




QUE É O BCE?


- O BCE é o banco central dos Estados da UE que pertencem à zona euro, como é o caso de Portugal.

E DONDE VEIO O DINHEIRO DO BCE?


- O dinheiro do BCE, ou seja o capital social, é dinheiro de nós todos, cidadãos da UE, na proporção da riqueza de cada país. Assim, à Alemanha correspondeu 20% do total. Os 17 países da UE que aderiram ao euro entraram no conjunto com 70% do capital social e os restantes 10 dos 27 Estados da UE contribuíram com 30%.

E É MUITO, ESSE DINHEIRO?


- O capital social era 5,8 mil milhões de euros, mas no fim do ano passado foi decidido fazer o 1º aumento de capital desde que há cerca de 12 anos o BCE foi criado, em três fases. No fim de 2010, no fim de 2011 e no fim de 2012 até elevar a 10,6 mil milhões o capital do banco.

ENTÃO, SE O BCE É O BANCO DESTES ESTADOS PODE EMPRESTAR DINHEIRO A PORTUGAL, OU NÃO? COMO QUALQUER BANCO PODE EMPRESTAR DINHEIRO A UM OU OUTRO DOS SEUS ACCIONISTAS ?


- Não, não pode.

PORQUÊ?!


- Porquê? Porque... porque, bem... são as regras.

ENTÃO, A QUEM PODE O BCE EMPRESTAR DINHEIRO?


- A outros bancos, a bancos alemães, bancos franceses ou portugueses.

AH PERCEBO, ENTÃO PORTUGAL, OU A ALEMANHA, QUANDO PRECISA DE DINHEIRO EMPRESTADO NÃO VAI AO BCE, VAI AOS OUTROS BANCOS QUE POR SUA VEZ VÃO AO BCE.


- Pois.

MAS PARA QUÊ COMPLICAR? NÃO ERA MELHOR PORTUGAL OU A GRÉCIA OU A ALEMANHA IREM DIRECTAMENTE AO BCE?


- Bom... sim... quer dizer... em certo sentido... mas assim os banqueiros não ganhavam nada nesse negócio!

AGORA NÃO PERCEBI!!...


- Sim, os bancos precisam de ganhar alguma coisinha. O BCE de Maio a Dezembro de 2010 emprestou cerca de 72 mil milhões de euros a países do euro, a chamada dívida soberana, através de um conjunto de bancos, a 1%, e esse conjunto de bancos emprestaram ao Estado português e a outros Estados a 6 ou 7%.

MAS ISSO ASSIM É UM "NEGÓCIO DA CHINA"! SÓ PARA IREM A BRUXELAS BUSCAR O DINHEIRO!


- Não têm sequer de se deslocar a Bruxelas. A sede do BCE é na Alemanha, em Frankfurt. Neste exemplo, ganharam com o empréstimo a Portugal uns 3 ou 4 mil milhões de euros.

ISSO É UM VERDADEIRO ROUBO... COM ESSE DINHEIRO ESCUSAVA-SE ATÉ DE CORTAR NAS PENSÕES, NO SUBSÍDIO DE DESEMPREGO OU DE NOS TIRAREM PARTE DO 13º MÊS.


As pessoas têm de perceber que os bancos têm de ganhar bem, senão como é que podiam pagar os dividendos aos accionistas e aqueles ordenados aos administradores que são gente muito especializada.

MAS QUEM É QUE MANDA NO BCE E PERMITE UM ESCÂNDALO DESTES?


- Mandam os governos dos países da zona euro. A Alemanha em primeiro lugar que é o país mais rico, a França, Portugal e os outros países.

ENTÃO, OS GOVERNOS DÃO O NOSSO DINHEIRO AO BCE PARA ELES EMPRESTAREM AOS BANCOS A 1%, PARA DEPOIS ESTES EMPRESTAREM A 5 E A 7% AOS GOVERNOS QUE SÃO DONOS DO BCE?


- Bom, não é bem assim. Como a Alemanha é rica e pode pagar bem as dívidas, os bancos levam só uns 3%. A nós ou à Grécia ou à Irlanda que estamos de corda na garganta e a quem é mais arriscado emprestar, é que levam juros a 6, a 7% ou mais.

ENTÃO NÓS SOMOS OS DONOS DO DINHEIRO E NÃO PODEMOS PEDIR AO NOSSO PRÓPRIO BANCO!...


- Nós, qual nós?! O país, Portugal ou a Alemanha, não é só composto por gente vulgar como nós. Não se queira comparar um borra-botas qualquer que ganha 400 ou 600 euros por mês ou um calaceiro que anda para aí desempregado, com um grande accionista que recebe 5 ou 10 milhões de dividendos por ano, ou com um administrador duma grande empresa ou de um banco que ganha, com os prémios a que tem direito, uns 50, 100, ou 200 mil euros por mês. Não se pode comparar.

MAS, E OS NOSSOS GOVERNOS ACEITAM UMA COISA DESSAS?


- Os nossos Governos... Por um lado, são, na maior parte, amigos dos banqueiros ou estão à espera dos seus favores, de um empregozito razoável quando lhes faltarem os votos.

MAS ENTÃO ELES NÃO ESTÃO LÁ ELEITOS POR NÓS?


- Em certo sentido, sim, é claro, mas depois... quem tem a massa é quem manda. É o que se vê nesta actual crise mundial, a maior de há um século, para cá. Essa coisa a que chamam sistema financeiro transformou o mundo da finança num casino mundial, como os casinos nunca tinham visto nem suspeitavam, e levou os EUA e a Europa à beira da ruína. É claro, essas pessoas importantes levaram o dinheiro para casa e deixaram a gente como nós, que tinha metido o dinheiro nos bancos e nos fundos, a ver navios. Os governos, então, nos EUA e na Europa, para evitar a ruína dos bancos tiveram de repor o dinheiro.

E ONDE O FORAM BUSCAR?


- Onde havia de ser!? Aos impostos, aos ordenados, às pensões. De onde havia de vir o dinheiro do Estado?...

MAS METERAM OS RESPONSÁVEIS NA CADEIA?


- Na cadeia? Que disparate! Então, se eles é que fizeram a coisa, engenharias financeiras sofisticadíssimas, só eles é que sabem aplicar o remédio, só eles é que podem arrumar a casa. É claro que alguns mais comprometidos, como Raymond McDaniel, que era o presidente da Moody's, uma dessas agências de rating que classificaram a credibilidade de Portugal para pagar a dívida como lixo e atiraram com o país ao tapete, foram... passados à reforma. Como McDaniel é uma pessoa importante, levou uma indemnização de 10 milhões de dólares a que tinha direito.

E ENTÃO COMO É? COMEMOS E CALAMOS?


 Isso já não é comigo, eu só estou a explicar...

Frase de fim-de-semana,por Jorge


"É melhor um cordeiro com pele de lobo do que 

um lobo com pele de cordeiro.
Obama parece um homem decente

 e é precisamente esse o problema."

Julian Assange
fundador da Wikileaks e perseguido pelo governo 

de Obama pela revelação de informação 
comprometedora da política externa dos EUA

"Sombra", de George Krause, 1964


quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Passos, porque trazes Merkl? Nós não abdicamos da nossa soberania...

Vamos receber Angela Merkl com serenidade mas de maneira que ela ouça bem que quem manda em Portugal são os portugueses.
Se devemos muito dinheiro hoje, à política do PS, PSD e CDS ao longo destes anos tal se deve. Não esquecemos que as "preocupações" dos dias de hoje foram antecedidas de políticas de liquidação da nossa infraestrutura produtiva. E que a Alemanha foi parte muito interessada nisso para poder alargar os seus mercados. Se hoje outros nos emprestam dinheiro para nos "resgatarem", quem o faz não perde com isso. Bem pelo contrário...Merkl não pode, por isso, ver  países como o nosso como despesistas não cumpridores  e terá que aceitar que as condições dos empréstimos (prazos e juro) terão que ser alterados para nos permitir investir no relançamento da economia.
Mas o governo está surdo e dominado por uma conduta de destruição. O OE 2013 não está, de longe, à altura de criarmos o nosso próprio "músculo"...
E ainda o não tem aprovado já está a falar em cortar em 2014 mais 4 mil milhões de euros, quando o que acordou com a troika foi um corte de mil milhões, embrulhando isso com a refundação, reestruturação ou revisitação do Estado social e pondo os seus gabinetes de comunicação a dar dicas a órgãos de comunicação social sobre casos concretos de excelência na privatização dessas funções sociais.
Fazendo tudo isto contra a Constituição e negando ser necessário alterá-la para realizar tais actos de selvajaria social por decisões aprovadas por esta maioria...
É intolerável que este governo se mantenha em funções. Ele terá que ser demitido

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Mata e deixa morrer, por Naomi Wolf


Numa estranha mas adequada coincidência, o Presidente Barack Obama e o seu adversário republicano, Mitt Romney, realizaram o seu debate final – que se centrou na política externa – exactamente no mesmo dia em que o novo filme de James Bond, Skyfall, teve a sua estreia mundial em Londres. Apesar de 007, que comemora este ano o seu 50.º aniversário, ser uma marca mundial de origem britânica, a sua influência sobre o espírito político norte-americano – e esta influência sobre Bond – é óbvia.
Na verdade, a mais recente produção é uma parceria anglo-americana e o herói violento de acção de operações especiais que Bond tem corporizado, reflecte os pressupostos dos EUA sobre a política externa e o Estado de Direito. O debate presidencial apenas reforçou o enredo dominante em tempo real: assassinar pessoas (inclusive cidadãos norte-americanos) unicamente por ordem do presidente, outrora considerado um crime de guerra, transformou-se numa série de aplausos.
(...)
Durante 50 anos, James Bond e a sua “licença para matar” apoiaram a justiça imponente além dos limites da lei. Mas ele é imaginário, bem como as suas vítimas. A violação da lei nacional e internacional por parte dos EUA – e os corpos de inocentes ceifados por drones ou espiões – são muito reais.
Ver na íntegra aqui

domingo, 4 de novembro de 2012

Frase de fim-de-semana, por Jorge

"Nem sequer uma vez se vive"


Karl Kraus
escritor satírico austríaco
1874-1936