segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

sábado, 29 de dezembro de 2012

Sr. Dr. Leal Costa, digníssimo Secretário de Estado da Saúde

O apelo de V. Exa. para os seus governados de que devem recorrer mais à prevenção das doenças e não recorrer tanto aos serviços de saúde é um apelo patriótico!
Puz-me de pé e quase fiz continência, só lamentando não ter uma bandeira nacional à mão.


Presumo, Vossa Eminência, que terá já garantido os recursos para  essa prevenção. Nós pela nossa parte estamos já a considerar comer só carninha do lombo sem gordura, peixe fresco, verduras frescas. E já tínhamos tomado outras medidas como comer pouco. Pensamos dar um ramo de flores a todos os que ainda não entraram em depressão, convencendo-os que os efeitos da  falta trabalho e de comer para os filhos foi da sua responsabilidade por terem gasto muito no passado, mas que o desemprego é um mundo para novas oportunidades e há muitas misericórdias e outras instituições que ganharam nome com os nossos donativos prontas a dar de comer a todos, com olhares bondosos como o da D. Isabel Jonet.

Quanto à contenção ao recurso aos serviços de saúde, estamos a encarar outras medidas. Qualquer dor no braço esquerdo e no coração deve ser tratado em casa com massagens. As cataratas serão tratadas domesticamente com solução a 50% de lixívia e vinagre, aproveitando os conta-gotas que já deixarem de servir para as infecções nasais que passarão a ser tratadas com água oxigenada por funil. Os diabéticos ficarão em casa a cumprir dieta sem açucares e farinácios, dispensando o recurso a hospitais. Assim comássim acabarão por morrer. O cancro, que só alguns dizem ser curável, será tolerado rogando a intervenção do Espírito Santo. Alzheimer, Parkinson tornam as pessoas mais sérias e o seu gingar nas ruas distrai a tristeza dos outros. As fracturas expostas serão tratadas com cola-tudo e os serviços de endireitas. Deixaremos de desperdiçar os meios complementares de dignóstico (MCDTs), como RX, RMs, TACs, devendo V. Exa gastar algum dinheiro com a distribuição de kits para análises e a formação em massa de adivinhos, astrólogos, videntes, que certamente sairão mais em conta que os MCDTs. Certamente o aumento de óbitos compensará a redução dos nascimentos e atingiremos um ponto óptimo de sustentabilidade do país e do SNS revisitado, adaptando a redução das populações à redução da nossa produção, a que V. Exas se têm encarregue de alma e coração.

Desta feita V. Exa poupará o suficiente para continuar a meter no buraco do BPN, consultores do Estado e outras necessidades prioritárias.
Que seria de nós sem o vosso génio e confiança? Sóis providenciais! Por isso enviamos a V. Exas o protesto da nossa consideração.
A Bem da Nação!

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Frase de fim-de-semana, por Jorge

"Um sonho sonhado a sós
não passa de um sonho;

o sonho que todos sonharmos
será real"

Yoko Ono
artista e activista japonesa
pela paz
1933

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Grandes fotógrafos, grandes fotografias, por Jorge

Harry Gruyaert - a exploração da luz e da cor.



"Plage de Fort Mahon"


segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

As minhas desculpas, mas não só...


Nicolau Santos do Expresso, jornalista que merece o nosso crédito, terá sido enganado por Artur Batista da Silva, que se lhe declarou como coordenador de um observatório da ONU que afinal não existe. Importa o jornalista procurar aprofundar como lhe deu credibilidade porque "a coerência do discurso" duma pessoa não basta para sentar um desconhecido em mesas de entrevistas e mesas-redondas.
Eu também foi um dos que propagou as entrevistas que o Expresso, a SIC, a RTP e Antena Um, fizeram com o personagem. E daí o pedido de desculpas aos meus leitores por essa propagação.
Durante o fim-de-semana procurei por tudo o que eram sites nacionais e da ONU, junto de amigos economistas, descobrir a pista do homem. E os resultados foram nulos. E não se tratava de o pôr em causa. Mas de descobrir o estudo/relatório do tal observatório a que se referia nas entrevistas e por outro ter acesso a outros trabalhos dele para me viabilizarem um desenvolvimento do tema aqui.
Dito isto importa dizer também que o que o personagem disse é verdade. Pela minha parte apenas ressalvo, por não ter elementos que o confirmem, o valor dos empréstimos contraídos pelo Estado português correspondentes às contrapartidas nacionais,para poderem ser executados programas com  apoio de Bruxelas, e para o qual o personagem reclamava uma redução maior das taxas de juro na dívida.
Alguns remoques de conhecidos e anónimos me chegaram por isso. São pessoas de direita convictas da justeza da política de desastre do governo de Passos Coelho.
A eles só posso recomendar que estejam mais atentos à credibilidade de alguns "analistas" e "comentadores"   que se esfarrapam em disparates para nos esmagar com a "justeza" das políticas neo-liberais

sábado, 22 de dezembro de 2012

Mário de Carvalho "Avé Portugal mendigo. Senhora da Linha em maré de pobres"


1.

A esmola. O próprio vocábulo hoje incomoda. Tem travos de aviltamento, atraso e rebaixo. No século XXI, há quem queira voltar à prática infamante da esmola! As saudades da Idade-Média tardam ao esconjuro. Mas o lastro da miséria não é aura que eleve aos céus. É chumbo que arrasta para as regiões inferiores, onde, segundo as mitologias, se arde.

Vem-me primeiro à ideia o orador Rufino de «Os Maias». É o meu espírito faceto. Mas eu não consigo ser sempre faceto. A memória não deixa. Acode-me o mal-estar de miúdo quando um padre me levou num grupo a distribuir embrulhos por tugúrios de Alfama. Para que os meninos do liceu soubessem como vivia a pobreza, explicou. Eu não precisava que me lembrassem como vivia a pobreza. Sabia e sabia bem. Tinha brincado com miúdos rotos e descalços que usavam carrinhos feitos de arame como agora em África. Tinha entrado em casas de chão batido em que não havia nem uma cadeira. Tinha visto os pedintes chegarem aos grupos, esfarrapados, longas barbas, bornal ao ombro, por entre os arremessos dos cães, e ficarem depois às sobras debaixo dum chaparro. Tinha espreitado a guarda a cavalo, de chapéu colonial, a patrulhar os campos e a assegurar-se de que tudo estava em ordem: «Assine aí, lavradora!». Tudo estava em ordem. A ordem da miséria e da degradação. A ordem natural das coisas. Pobres sempre haveria. Porque sim. À cautela, aquelas «Mauser» em bandoleira eram garantes.

Isto vem, claro, a propósito da doutora Maria Isabel Jonet. E começou a ser escrito após uma senhora deputada ter entrado em guincharia num programa de televisão conduzido por uma daquelas figuras curvadas que nos vêm abrir uma porta rangente, de candelabro na mão, olho torvo e beiçola descaída, quando o nosso carro sem gasolina parou numa charneca desértica, entre nevoeiros, sem haver mais que uma mansão decrépita.

A deputada estridulou acusações contra «campanhas» e destemperou insultos. Mal defendida ficou a ré Isabel. Mal vista a parlamentar. Diminuídos todos. Suscitado este texto.



2.

Eu até nem desgosto especialmente da Doutora Jonet. E não se trata de nenhuma simpatia atávica pelos simples. Acho que é mais defeito meu: uma dificuldade em antipatizar, da natureza daquelas portas perras que, por mais que se tente, não fecham. Aliás, nomeio a pessoa apenas para que não interpretem a omissão como pejorativa.

A actividade caridosa dos ricos também não me causa, em si, especial contrariedade. Cuidar dos outros nunca fez mal a ninguém. Enquanto certa gente se entretém com a caridade não está a fazer coisas piores: intrigas, festarolas, ostentações, frioleiras, chazinhos. E, em certos casos, malfeitorias.

Vou passar de alto as últimas declarações da respeitável senhora. Dizem-me que se tem desdobrado em entrevistas. E mais insinuam: que não se trata de uma bem organizada manobra de influências, abusando de subalternidades nos jornais, mas de coisa pior: vontade pérfida, por parte da imprensa, de a surpreender, mais uma vez, em inconveniências. Eu nunca entraria nem num jogo, nem noutro. De maneira que recorro à minha memória, que é fraca, pedindo desde logo que me corrijam, se estiver equivocado:

 -- Aqui há tempos, a um propósito que tinha a ver com a entreajuda na família, afirmou convictamente que os filhos deviam ajudar «a cortar a relva»;

 - Noutra ocasião, referindo-se aos jovens dos seus relacionamentos disse, por palavras suas, que esses eram as «elites» que iriam estar à frente deste país.

 -- Na véspera das últimas eleições legislativas (em pleno período de reflexão) convidada pelo espertíssimo Doutor Rebelo de Sousa que a olhava com o amarotado deleite de quem acaba de fazer batota na «vermelhinha», a senhora debitou, item a item, dogma a dogma, todo (mas todo) o papagueio da cartilha que tem vindo a desgraçar este país.

A «relva» ainda passa. É a consequência de se viver num mundo fechado. Mas sendo uma pessoa tão viajada… Não interessa. Já conheci gente que andou pelos sítios mais desvairados e não viu nada. Pode ir-se e voltar-se da Conchinchina setenta vezes sem sair de intramuros.

O considerar que certo tipo de jovens está destinado a governar é uma concepção classista, capciosa, e até ofensiva para a esmagadora maioria da juventude. Mas temos de reconhecer que há falhas de educação que nos acompanham toda a vida. O saisons, o chateaux…

Já fazer propaganda em dias de defeso é muito mais grave. Mas creio que podemos atribuir as culpas a quem a convidou para aquele programa, naquela precisa noite, sabendo de antemão que a senhora não poderia deixar de dizer as inanidades que lhe estão na massa do sangue. Com tal habilidade e torsão de manobra não admira que o Professor Rebelo de Sousa acabe, tanta vez, por se rasteirar a si próprio.

Surpreende-me é que as pessoas que, outro dia, se indignaram com a questão dos bifes e das torneiras (parece ter havido, entretanto, outra pérola sobre a temperatura do dueto solidariedade/caridade) não deram nem pelo corte da relva, nem pela vocação oligárquica, nem pela violação encapotada da lei eleitoral. Não se tratou de uma mera impertinência de uma senhora num tropeço de infelicidade. Por trás há um pensamento. Uma ideologia. E há muita gente (se calhar muitos dos vociferantes) que tem consentido nessa ideologia que faz passar por «normal» uma concepção do mundo arcaizante.



3.

No país em que eu nasci, quem mandava eram os ricos que encarregavam das tarefas sujas uns professores de Coimbra e uns militares que por sua vez comandavam legiões de desgraçados. Durante gerações, houve pessoas, em número mínimo, que beneficiaram duma vida remansosa dentro dum circuito fechado e protegido. A sua insensibilidade social era completa. Nem se apercebiam de que em volta havia pobre gente maltratada, humilhada, presa, espancada. Se lhe chegassem rumores (através das criadas, por exemplo) considerariam que era natural. O imperfeito mundo funcionava assim mesmo, éramos «um país pobre», resignassem-se. E até encontravam uma especificidade nacional justificativa do nosso fascismo doméstico. Era desumano? Paciência. Havia oratórios, terços, missas, e em calhando cilícios e bodos aos pobres. A desumanidade redimia-se nos ritos.

De repente (surpresa para eles) caiu-lhes uma revolução em cima, transtornou-lhe os planos, estremeceu-lhes as carreiras, desmarcou-lhes as festas. O que se chama, na sabedoria popular «uma patada no formigueiro».

Nunca perdoaram esses momentos – fugazes - de perturbação das pequenas vidas. Não tardariam, eles e seus descendentes, a ser repostos nos lugares de antes (em circunstâncias e conluios que não importa agora rever) mas num quadro jurídico e institucional diverso: a democracia. Essa incomodidade áspera, própria de intelectuais irrealistas, operários transviados e outros lunáticos, mostrava-se demasiado imponente para se derrubar de golpe? Dissimulasse-se. Corroesse-se por dentro. Desviassem-se os recursos do Estado. Praticasse-se uma permanente cleptofilia. E, dentada a dentada, sangria a sangria, desgaste a desgaste, chegou o momento que julgaram oportuno para rasgarem as fantasias e voltarem aos plenos poderes de antes, a coberto dos seus criados. A vingança serve-se fria. Há um nome francês que se usa no caso: «revanche».

É deste movimento que a doutora Maria Isabel Jonet tem sido uma porta-voz, no seu estilo muito próprio. E só agora muita gente nota. Porque vinha tudo no embalo duma quotidiana propaganda que dia a dia, linha a linha, imagem a imagem, inculcava nos espíritos o acatamento dum mundo de diferenças e de desigualdades. O mundo em que a doutora Jonet – e outras pessoas do mesmo entendimento – se sentem realizadas.

Quando por todo o lado se apregoa – com grande favor jornalístico – a ideia de que o Engº Zulmiro não deve pagar o mesmo nos transportes que um reformado pobre, quando se dispõem contrapartidas distintas, conforme os escalões, nos cuidados de saúde, quando se estabelecem diferenças de tratamento ao sabor dos rendimentos declarados não é a justiça que estão a praticar. Muito ao contrário. É a normalização e a institucionalização das desigualdades. É um desenho do mundo em que a pobreza (a dos outros) se aceita como fatalidade. A restauração do despenhado mundo dos pobres, como eu o conheci.

Os ricos já têm o poder económico neste país. Asseguraram, através dos seus valetes, o poder político; ainda querem mais: exercer o poder pessoal, sobre as vidas de cada um, usando, ou sendo transmissários, do instrumento da esmola. É a imposição da desigualdade como ordem natural das coisas, como uma grelha implacável cravada na sociedade portuguesa. A esmola, neste quadro, faz lembrar o cajado do guardador de rebanhos. Pobres para serem mandados, distribuídos, orquestrados, mordidos, concentrados, castigados, benzidos.

E isso é bem diferente de praticar a caridade, nas falhas e interstícios do chamado Estado social. Não há aqui expressão de amor ao próximo. Não se trata dos casos (meritórios) em que se descarregam consciências, sem que uma mão saiba o que faz a outra. É, ao contrário, uma fórmula institucional de violência. Esse mal, sistémico e obsidiante, não se deixa compensar com os maquinismos do bem-fazer de uma indústria caridosa. Por um lado fabricam-se pobres, através dum sistema social iníquo. Por outro lado, esmolam-se os pobres que se criaram. É repulsivo? É, sim, e estão em campo as mesmas famílias (descendentes ou afins) praticantes dos bodos dos tempos do fascismo.



4.

Falemos agora de decência. É um conceito que não tem que ver com o sapatinho de vela no verão, o esgoleiramento da camisinha branca ao fim-de-semana, os gestos miúdos do chazinho ou a mãozinha no volante do Porshe, nem com os objectos «de marca» que irmanam paradoxalmente os extremos do espectro social. Vadios de cima e vadios de baixo (Eça confrontava-os no Chiado) entusiasmam-se pelos mesmos efeitos. Apuradas as razões, hão-de encontrar-se num subterrâneo fio de ligação, mais ou menos disfarçado: frivolidade iletrada. Aos de cima, chamou a doutora Isabel Jonet «elite», por manifesto equívoco. Como se no país não existissem cientistas, arquitectos, engenheiros, artistas, professores, médicos, advogados, e tudo tivesse que rasar-se pela bitola de alguns economistas, banqueiros, «gestores» e ociosos.

Um dos preceitos estruturantes que escora o nosso ordenamento jurídico e funda a confiança nos comportamentos eticamente regulados vem do direito romano e das ancestrais práticas de boa-fé e exprime-se no brocardo: «pacta sunt servanda», ou seja, os compromissos são para se cumprirem. E sobre isto não há expedientes de contabilistas, não há casuísticas habilidosas, não há reservas mentais, não há passes de futebolista atendíveis. Há uma obrigação? Cumpra-se.

Mas a plutocracia que tem mandado nos destinos dos portugueses transportou para o Estado os seus pequenos hábitos de manobrismo, de expedientes, habilidades, truques, quando não de falcatrua, que retiraram à entidade a sua natureza de «pessoa de Bem». Ser «de bem» é uma noção que está fora do alcance de quem apenas acha meritórios o lucro e as negociatas. Coisa abstracta e «intelectual», própria de «otários» para utilizar a linguagem das cadeias que acaba por não ser muito diferente, numa perspectiva de extremos tangenciais

É assim que vemos governantes a colocarem o Estado Português na situação de violar os compromissos tomados para com os seus trabalhadores e aposentados. A ignorar prazos contratuais. A incumprir as promessas juradas perante o seu eleitorado. A fazer negaças às própria constituição. De modo tão flagrante e provocatório que lhes fez perder a legitimidade formal que detinham à partida.

Ora quem se coloca fora da lei está a pedir um tratamento fora da lei. Mas eles não estão apenas a pedir pedradas. Estão a pedir o confisco dos seus relvados, dos seus automóveis, das suas casas, das suas piscinas, dos seus valores mobiliários, dos seus quadros, dos seus cavalos, das suas jóias e luxos e a supressão de todas as mordomias. Não que isso seja economicamente relevante. Mas significa a reposição de um mínimo de decoro.

Ser-lhes-á então tarde para perceber que numa situação de ruptura a própria polícia mudará de campo. Certos jornalistas descobrirão escrúpulos éticos insuspeitados. Economistas e contabilistas virão dizer que foram mal interpretados e nunca proferiram aquelas coisas. Irromperão múltiplos vira-casacas e desertores da tirania de mercado, dispostos a pisar a livralhada de Milton Friedman e a cuspir no retrato emoldurado da Senhora Thatcher.

E lá terão as pessoas de bom senso de arriscar a reputação e a pele para evitar que se maltratem umas dúzias de plutocratas amedrontados e seus serviçais de fatinho, rojados pelo chão, de folha de cálculo à mostra.

Observatório da ONU arrasa governo português, a sua política, o memorando assinado com troika e Bruxelas



O Expresso publica hoje uma entrevista com Artur Batista Silva, coordenador deste observatório da ONU, para a qual chamo a atenção dos meus leitores.


Os resultados vão ser "catastróficos" se não mudar radicalmente a atual política. O aviso parte do economista Artur Batista da Silva, com base no relatório do Observatório Económico e Social das Nações Unidas.

Este observatório entregou um relatório ao governo de Pedro Passos Coelho a alertar para o que irá vai acontecer em Portugal, caso não haja uma mudança de rumo.

Prevê que com este Orçamento, as condições de vida vão agravar-se de tal forma, que em 2014 os portugueses vão ficar na mesma situação dos gregos.


O alerta, diz o economista Artur Batista Silva, já foi entregue ao governo português.

Os indicadores antecipam um cenário em que as condições económicas e sociais dos portugueses em 2014 serão iguais às dos gregos em 2013.


O relatório propõe um conjunto de termos para a da dívida






sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Passos Coelho voltou a mentir na AR

O Primeiro-Ministro apresentou-se no debate de hoje na AR, com um discurso que, mais uma vez, nada tinha a ver com o país real. De  novo o discurso de estar no bom caminho, a lançar sementes para o futuro.
Quando Heloísa Apolónia, dos Verdes, o confrontou com as declarações ali proferidas de que 2013 seria o ano em que se iria preparar o relançamento em 2014 e que há um ano tinha dito que 2012 seria a preparação do relançamento em 2013, Passos Coelho reagiu irado dizendo que nunca tinhas dito isso...
Mas o telejornal da RTP-1 de hoje mostrou a tal declaração que afinal ele tinha feito em Janeiro deste ano, ali, na própria AR...
Protestou contra a deputada como se estivesse a defender a honra ofendida. Afinal não tinha honra e só a mentira, no momento o defendeu...
Mas como pode Passos Coelho atrever-se a fazer tais previsões? O Governo não sabe que, para 2013, fez aprovar um Orçamento de Estado cheio de medidas que impedem o relançamento e reduzem ainda mais o mercado interno, que vão reduzir as receitas de impostos cobrados pela inactividade a que vai reduzir as MPMEs e outras empresas, com a degradação da Segurança Social que não receberá descontos do trabalho mas vai ter que pagar mais subsídios?
O governo não tem a noção do Estado em que está o euro, os outros países europeus, com dificuldades internas crescentes, para poder contar daí com qualquer coisa?

Protesto contra fabricantes de armas nos EUA

O vice-Presidente da National Rifle Association (NRA), viu interrompida, hoje, uma sua conferência de imprensa por uma jovem  cujo cartaz acusava a NRA pela responsabilidade do assassinato colectivo de crianças estudantes, professores e outro pessoal da  escola.
Nesta conferência de imprensa o CEO desta Associação, que é o lobbie dos direitos do armamento, defendia a existência de guardas armados em todas as escolas (!!!).

Frase de fim-de-semana, por Jorge

"O mundo acaba é pra quem morre!"

João Guimarães Rosa (Corpo de Baile, 195

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Nebulosa diferente



Uma imagem divulgada hoje pela NASA mostra a nebulosa NGC 5189 fotografada pelo


 telescópio Hubble. Esta nebulosa planetária está a 3 mil anos luz da terra e vista pelo


 telescópio tem uma forma invulgar de "S", o que tem intrigado os cientistas.




segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Lopes Graça nasceu há 106 anos

Se fosse vivo, o maestro Fernando Lopes-Graça faria hoje 106 anos.
Não repetiremos, neste momento, palavras sobre o imenso significado que teve a obra de Graça para a música e para os os cantares das populações e dos trabalhadores portugueses.
Só o evocamos, lembrando que a sua obra está viva e pode ser fruída por todos.

sábado, 15 de dezembro de 2012

Vasco Pulido Valente: um homem com problemas

Na sua crónica de hoje no Publico, VPV zurze a esquerda como não fazendo "a menor idéia do que está a falar...rematando "isto não admira numa facção que nunca se distinguiu pelo estudo, pela honestidade ou pela inteligência".
Não conheço o que VPV estudou, mas o que escreve não revela honestidade nem prima pela inteligência e pelo respeito pelos outros.
VPV deve ter muitos problemas...

EUA: violência num país violento

O massacre numa escola primária no estado de Connecticut é um horror perante o qual se não pode ficar indiferente.
Estão em curso investigações minuciosas que ainda não permitiram o resgate das crianças pelos familiares, condolências e pesares, o levantamento de muitos porquês.
A repetição destes casos nos EUA e também nalguns países europeus, aqui com menor frequência, mas todos muito democráticos e defensores dos direitos humanos, não se verificam na Líbia, na Palestina, no Irão, na Síria, na Somália, em Cuba, na China, no leste europeu, na Venezuela e em muitos outros países que nos foram apresentados como ameaças tenebrosas. Países onde também existem loucos, autistas, pessoas imprevisíveis...
Nos EUA a aquisição de armas em muitos estados é livre, incluindo armas de guerra. Mas esta é uma faceta de uma realidade mais vasta. Os EUA cultivam a violência. Os medos incutidos, os jogos de guerra de computador, as séries televisivas de super-heróis, a formação militar e policial, os interesses das indústrias militares, a ignorância muito vasta sobre outros países e civilizações e o direito que muitos norte-americanos acreditam ter de, para defender os seus interesses, invadir outros países, massacrar os seus semelhantes são outros aspectos de uma sociedade que cultiva a violência. Está isto nos genes dos cidadãos norte-americanos? Não! É a política de sucessivas administrações, do Pentágono, da NATO que dirigem.

Mais do que nos perdermos na procura de respostas diferentes, atentemos a estas realidades, que não
podem ser menosprezadas ou etiquetadas como "teorias da conspiração"...

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

"Nos bastidores dos telejornais - RTP1, SIC e TVI", de Adelino Gomes

É um livro de conteúdo inédito em Portugal.
Trata-se de relatar ao leitor ,que nunca a isso teve acesso, como se editam os telejornais. E de como, em cima da hora, com critérios jornalísticos e editoriais definidos (o autor reconhece diferentes apreciações sobre a possibilidade de autonomia do jornalista, sobre a possibilidade de uma atitude moral e deontológica), a decisão editorial é tomada em função da guerra das audiências entre os telejornais (da noite) da RTP-1, SIC e TVI. É uma decisão rectificada no decurso da própria emissão, em função do que é apresentado pelos concorrentes. Diria o autor "todas diferentes, todas iguais".
A investigação que, como dizia José Alberto Carvalho na sessão de apresentação do livro, confere a este também o carácter de uma reportagem (que poderia dar um bom filme, digo eu), prolongou-se por quatro anos (2007-2010). Adelino Gomes disse aos responsáveis de cada canal aquilo a que queria assistir, ver e conversar, e isso teve resposta positiva de todos.
Para além do trabalho de campo, o autor reflecte na introdução sobre modelo de propaganda e limites da autonomia jornalística, sobre o trabalho de investigação realizado e sobre o futuro do jornalismo com a internet e as redes sociais.
Aconselho vivamente a sua leitura. A edição é da Tinta da China (www.tinta da china.pt) e o preço do editor é de 15,90 euros.
Ainda vai a tempo de adquirir uma interessante prenda de Natal para si e para os seus amigos

Frase de fim-de-semana, por Jorge


"A ignorância permite-nos 
uma larga gama de possibilidades"

George Elliot
escritora inglesa da era vitoriana
1819-1880

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

O lugar dos bandidos é na cadeia!

O Público e a TVI divulgaram hoje dois casos exemplares de como o dinheiro público é subtraído aos portugueses para favorecer interesses ilegais.
E depois digam-nos que não há dinheiro...
Um caso foi o divulgado pela TVI. O grupo de colégios privados GPS com um presidente e quadros responsáveis que saltaram das cadeiras do poder onde favoreceram esses interesses antes de saírem para hoje serem encontrados na empresa que gere esses empresas. Quase todos, incluindo um actual deputado, ligados ao PS. Os colégios foram construídos nas imediações de escolas públicas de onde o Ministério não aceitou um certo número de turmas para as entregar a esses "privados" e assim justificar contratos de associação destes com o Estado, o que é o mesmo que dizer que esses "privados" passaram a funcionar com o nosso dinheiro. Trabalhando para os rankings com a recusa de alunos menos classificados, obrigando os professores a "corrigir" a sua notas para atingir esse objectivo, recusando para esse efeito também alunos com necessidades educativas especiais. Colégios onde os professores eram tratados de forma ilegal, estendendo os seus horários de trabalho e impondo-lhes tarefas não lectivas, onde os professores são despedidos por dá cá aquela palha. Colégios que recebiam as verbas em contratos de associação, só as aplicavam na remuneração de professores e não de material técnico indispensável e exigível, mas onde dsirectores apresentavam (num caso mais de dez!!!) viaturas de gama alta,onde as inspecções eram conhecidas de antemão que se iam realizar , etc, etc, etc.
O outro, divulgado pelo Público foi o da ONG CPPC fundada por Passos Coelho  para obter financiamentos para projectos de cooperação que interessavam à Tecnoforma e a que esta estava proíbida de aceder. Nesta ONG terão participado Angelo Correia e Marques Mendes, mesmo declarando não saberem o que a CPPC fazia, Vasco Rato e Frausto da Silva, todos do PSD, e um PS, Fernando Sousa, director do Acção Socialista. Projectos de cooperação não teve e os 137 mil euros recebidos do FSE destinaram-se ao combate à pobreza cá...., estando o CPPC sediado nas instalações amplas que  Tecnoforma tem em Almada. Do que fez sabe-seque a Tecnoforma remunerou e cedeu carros a dirigentes do CPPC. À custa da CPPC Passos Coelho fez deslocações aéreas mas n in guém parece descobrir os processos da CPPC nem o Instituto de Gestão do FSE tem dados de como foram aplicados os 137 mil contos.
A Tecnoforma é uma empresa já conhecida por, com novo dono e Miguel Relvas como Secretário de EStado ter aumentado bastante o seu volume de negócios, incluindo pela realização das candidaturas de muitas instituições ao programa Foral, da responsabilidadev de Relvas que também tutelava o FSE...

"Dias tão cinzentos que nem o sol se safa...",por Jorge


segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Carlos Carvalhas sobre o Euro há 15 anos

 «A moeda única é um projecto ao serviço de um directório de grandes
potências e de consolidação do poder das grandes transnacionais, na
guerra com as economias americanas e asiáticas, por uma nova divisão
internacional do trabalho e pela partilha dos mercados mundiais.
A moeda única é um projecto político que conduzirá a choques e a
pressões a favor da construção de uma Europa federal, ao congelamento
de salários, à liquidação de direitos, ao desmantelamento da segurança
social e à desresponsabilização crescente das funções sociais do
Estado.»

Carlos Carvalhas, Secretário-geral do PCP — «Interpelação do PCP sobre
a Moeda Única», 1997

Não foi a primeira e não será a última vez que o PCP prevê, com um 
discurso sustentado, evoluções que a realidade vem na comprovar
plenamente

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Frase de fim-de-semana, por Jorge


"Ser estúpido é para sempre, 
ser ignorante tem remédio"

Junto a duas obras suas













Stanley Donwood
escritor e artista inglês
ligado ao grupo rock Radiohead


quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

União Europeia quer também privatizar a Segurança Social!


Quem disse que é bom ter um português como presidente da Comissão Europeia, que neste caso importante se manteve em silêncio como cúmplice desta sinistra intenção ? Se hoje em França não fosse Hollande o presidente, continuaríamos na total ignorância por falta de divulgação na imprensa desta tramoia, que continuaria escondida numa gaveta dos governos ultra-liberais da Europa ao serviço dos Bilderberg's Group. Esta directiva existe desde Dezembro de 2011, já depois de o governo de Passos Coelho estar em funções. Alguém ouviu ou leu algo a seu respeito na imprensa portuguesa ? Pois...
A proposta de Directiva da União Europeia relativa aos contratos públicos, em apreciação no Parlamento Europeu, é um novo exemplo do processo em curso de destruição do chamado “modelo social europeu” e de regressão social e democrática do espaço europeu. Convertendo a União Europeia num espaço económico e político inteirament
e comandado pelos mercados financeiros e por um ultraliberalismo suicidário. É também uma boa ilustração de como o diabo está nos detalhes.

A intenção de liberalizar e privatizar a segurança social pública é remetida para um anexo (o Anexo XVI) dessa proposta de directiva, mencionado singelamente como dizendo respeito aos serviços “referidos no artigo 74º”, sendo aí listados os serviços públicos que passariam a ser sujeitos às regras da concorrência e dos mercados:

- Serviços de saúde e serviços sociais
- Serviços administrativos nas áreas da educação, da saúde e da cultura
- Serviços relacionados com a segurança social obrigatória
- Serviços relacionados com as prestações sociais

Entre estes, avulta a intenção expressa de privatizar a segurança social pública, a par dos serviços de saúde e outros serviços sociais assegurados pelo Estado. Um alvo apetecido do capital financeiro em Portugal e no espaço europeu, que há muito sonha com a possibilidade de deitar a mão aos fundos da segurança social e às contribuições dos trabalhadores, sujeitando-os inteiramente às regras da economia de casino.

E como o fazem? À socapa, para ver se escapa à atenção e vigilância públicas. Um mero anexo, que remete para um mero artigo, nesta proposta de directiva em discussão.

Só que o artigo em causa (o 74º) diz que “os contratos para serviços sociais e outros serviços específicos enumerados no anexo XVI são adjudicados em conformidade com o presente capítulo”. Neste, relativo aos regimes específicos de contratação pública para serviços sociais, estabelece (artigo 75º) a regra do concurso para a celebração de um contrato público relativo à prestação destes serviços. E logo de seguida, enumerando os princípios de adjudicação destes contratos (artigo 76º), é estabelecida a regra de que os Estados-membros “devem instituir procedimentos adequados para a adjudicação dos contratos abrangidos pelo presente capítulo, assegurando o pleno respeito dos princípios da transparência e da igualdade de tratamento dos operadores económicos…”

Uma perfeição. De um golpe, escondido num anexo e numa directiva que daqui a uns tempos chegaria a Portugal, ficaria escancarada a porta para a privatização da segurança social pública e para a tornar inteiramente refém dos mercados financeiros. Que são gente de toda a confiança e acima de qualquer suspeita. Como esta crise tem comprovado. Ou não andamos nós há muito a apertar o cinto (e a caminho de ficar sem cintura) para merecermos o respeito e a confiança dos mercados financeiros, nas doutas palavras de Coelho & Gaspar, acolitados pelos representantes no Governo português dos interesses da Goldman Sachs, António Borges e Carlos Moedas? E, como também nos têm explicado, o que é bom para a Goldman Sachs e os mercados financeiros, é bom para Portugal e os portugueses.

Este golpe surge, como não podia deixar de ser, sob o alto patrocínio desse supremo exemplo de carreirismo e cobardia política chamado Durão Barroso que, além de se ter pisgado do governo português com a casa a arder, tem no seu glorioso currículo o papel de mordomo das Lajes na guerra do Iraque e, agora em Bruxelas a fazer de notário dos poderosos, faz jus ao seu nome sendo durão ultraliberal com os fracos e sempre servente dos mais fortes. Como é bom ter um português em Bruxelas!

Claro que isto anda tudo ligado. Esta proposta de directiva tem relação com os golpes sucessivos infligidos à segurança social pública em Portugal, com a operação para já frustrada em torno da TSU, com os insistentes cortes de direitos sociais, com os recorrentes argumentos do plafonamento e da entrega de uma parte das pensões ao sistema financeiro. Afinal, a lógica ultraliberal de que o melhor dos mundos será quando, da água à saúde, da educação à segurança social, tudo e toda a nossa vida estiver controlada pela lógica dos mercados e do lucro. Ou seja, pela lei do mais forte. Que é também coveira da democracia. E o Estado contemporâneo abdicar, como tarefa central, da sua função redistributiva e de redução da desigualdade social e regressar à vocação residualmente assistencialista do Estado liberal do século XIX.

Como refere o deputado socialista belga no PE, Marc Tarabella, “privatizar a segurança social é destruir os mecanismos de solidariedade colectiva nos nossos países. É também deixar campo livre às lógicas de capitalização em vez da solidariedade entre gerações, entre cidadãos sãos e cidadãos doentes…”, lembrando os antecedentes da sinistra proposta designada com o nome do seu autor por directiva Bolkestein (Bilderberg's member), e exigindo a eliminação da segurança social desta proposta de directiva.

É preciso defender a Segurança Social (e a Saúde e a Educação públicas) como uma prerrogativa do Estado e um sector não sujeito às regras dos Tratados relativas ao mercado interno e da concorrência. Para não termos um dia destes os nossos governantes e os seus comentadores de serviço, com a falsa candura de quem nos toma por parvos, a explicarem que vão entregar a segurança social pública aos bancos e companhias de seguros porque se limitam a cumprir uma decisão incontornável da União Europeia, como já estão a fazer na saúde e na educação. Decisão pela qual, evidentemente, diriam não ser responsáveis. Como é próprio dos caniches dos credores. E acrescentando sempre, dogma da sua fé neoliberal, que nada melhor do que a concorrência e a privatização para baixar os custos e proteger os “consumidores”, aquilo em que querem converter os cidadãos. Como se vê nos combustíveis, nas comunicações ou na electricidade. Tudo boa gente.

É preciso levantar a voz e a resistência social e política à escala europeia contra este projecto, antes que seja tarde demais. Em defesa da Segurança Social pública e do Estado Social. Garante de democracia e de menos desigualdade social.
TVP

Papiniano Carlos

Tive o prazer de conhecer o Papiniano Carlos no Porto durante quatro anos. Revelava uma grande sensibilidade artística e é triste vê-lo partir agora.

Poeta, contista e autor de numerosos livros para a infância, Papiniano Carlos morreu, quarta-feira, em Pedrouços, na Maia, onde residia há longos anos, de causas naturais. Contava 94 anos.
Nascido em Maputo, Moçambique, mas fixado no Porto desde muito jovem, foi um dos lídimos representantes da designada geração de 50, de que faziam parte Egito Gonçalves, Luís Veiga Leitão, António Rebordão Navarro ou Daniel Filipe. Publicou com abundância nos anos 50 e 60, período em que escreveu títulos marcantes como "Poema da fraternidade", "Estrada nova"ou "As florestas e os ventos". Fervoroso combatente antifascista, foi preso três vezes pela PIDE, colaborou nas revistas "Seara Nova" e "Vértice" e integrou os corpos dirigentes do Círculo de Cultura Teatral do Teatro Experimental do Porto. Como membro do Conselho Português para a Paz e Cooperação, fez várias viagens ao estrangeiro, no decurso das quais conheceu Pablo Neruda, então embaixador em Paris, de quem se tornou amigo.A paixão pela literatura africana foi uma constante na sua vida. Esse papel de divulgação foi reconhecido por José Craveirinha, que considerava Papiniano Carlos uma das suas principais referências.

 
"A menina gotinha de água" é a sua obra mais conhecida
 Publicada em 1962, seria sucessivamente reeditada, com um amplo acolhimento junto do público infantil. A produção literária de Papiniano Carlos iniciou-se, porém, em 1942, com uma coletânea de poemas intitulada "Esboço". Quatro anos depois, escreveu "Terra com sede", volume de contos publicado pela Editorial Inova fortemente influenciado pela corrente neorrealista. 

PSD e CDS desmantelam autarquias, contra o bem-estar das populações e os fundamentos da democracia

A chamada reorganização das freguesias, com extinção de cerca de um quarto das freguesias do país, feita sem consulta às populações e à revelia da opinião dos autarcas, é um processo muito grave a que as populações naturalmente reagirão. Segue-se dose idêntica para os concelhos e a criação de entidades intermunicipais como estrutura de cúpula de vários concelhos para gerir transferências de competências da administração central.
Por todo o lado que se ouçam opiniões sobre a matéria, é evidente que o povo a rejeita. Só alguns técnicos que vivem dela - e,certamente, por isso - esperam alguma recompensa. Não se percebe onde estão as freguesias "que não têm, dimensão...Para quê?". Vai provocar o despedimento de cerca de 2 mil trabalhadores...Danos colaterais dirá o Relvas do alto da sua posporrência. A poupança com a remuneração de autarcas é ridícula para a atrapalhação que a "reorganização" vai provocar. O maior afastamento de autarcas e fregueses irá reduzir a capacidade de resposta a problemas de pessoas com dificuldades em se deslocarem. Um apoiante mais militante dizia hoje no canal aberto da Antena Um, em que foi o único a defender a "reorganização", que esta ia acabar com as prendas em que se gasta dinheiro e com as obras para favorecer amigos...Mas esses factos são gerais? A quem se estava ele a referir? Interveio para essas situações serem corrigidas?
O que está por detrás disto é muito sério: o governo quer reduzir a proximidade dos eleitos com quem os elegeu, quer alienar esse vínculo tão importante para a representatividade da democracia autárquica, quer diluir a democracia na base da sociedade. Concelhos agregados e comunidades intermunicipais poderão ser, neste quadro, um acentuar dessa tendência. Aprovar esta lei é um crime!

Oscar Niemeyer vive


Duas frases do homem que nos deixa mas ficou a viver nas suas obras maravilhosas.

  "A arquitectura é meu jeito de expressar meus ideais: ser simples, criar um mundo igualitário para todos, olhar as pessoas com optimismo"

"Não é o ângulo recto que me atrai, nem a linha recta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai são as curvas (livres e sensuais como também dizia) de que é feito todo o universo, o universo curvo de Einstein"



Ladrões




Fizemos aqui referência há dias às graves irregularidades detectadas numa reportagem da TVI nos colégios do grupo GPS. Pelo interesse que esta reportagem suscitou, transcrevemos aqui saudações aos participantes e exigências ao governo por parte da FENPROF, e apresentamos a referida reportagem no post abaixo

"A FENPROF saúda todos os professores, pais e encarregados de educação que tiveram a coragem de dar a cara para denunciar a situação .que se vive em muitos colégios privados.
A FENPROF saúda também todos os professores das escolas públicas e dos colégios privados que dão o seu melhor, com os seus alunos, para construirem um futuro melhor para Portugal.
A FENPROF exige do MEC, da IGE, da ACT e do Ministério Público uma investigação rigorosa e consequente sobre o que se passa nos colégios privados, em particular os do grupo GPS, atendendo a todas as denúncias que foram enviadas por professores, pais e pela FENPROF.
A Federação reitera a exigência, ao MEC e IGE, de realização das reuniões há muito solicitadase nunca marcadas. Caso não se realizem, a FENPROF acusa o MEC e a IGE de cumplicidade moral com as situações que se arrastam em muitos colégios privados do país, que alimentam vícios privados com dinheiros públicos."
A FENPROF saúda todos os professores, pais e encarregados de educação que tiveram a coragem de dar a cara para denunciar a situação que se vive em muitos colégios privados.
A FENPROF saúda também todos os professores das escolas públicas e dos colégios privados que dão o seu melhor, com os seus alunos, para construirem um futuro melhor para Portugal.
A FENPROF exige do MEC, da IGE, da ACT e do Ministério Público uma investigação rigorosa e consequente sobre o que se passa nos colégios privados, em particular os do grupo GPS, atendendo a todas as denúncias que foram enviadas por professores, pais e pela FENPROF.
A Federação reitera a exigência, ao MEC e IGE, de realização das reuniões há muito solicitadase nunca marcadas. Caso não se realizem, a FENPROF acusa o MEC e a IGE de cumplicidade moral com as situaçõesque se arrastam em muitos colégios privados do país, que alimentam vícios privados com dinheiros públicos.

O grupo GPS - TVI 3 de Dezembro

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Joaquim Benite

Adeus Joaquim Benite. O teatro e todos nós ficaram mais pobres. Mas a tua obra deverá ser continuada.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012


Faria de Oliveira ganha mais na CGD do que Christine Lagarde no FMI

Em média os trabalhadores portugueses ganham menos de 50% em relação aos dos restantes 27 países da EU.
Isto ajuda a explicar a grave crise económica, financeira e social que Portugal está a viver.
Para que conste, e para que os futuros "Farias de Oliveira" e outros possam ser respeitados, repasso o presente e-mail esperando com o mesmo contribuir para a moralização da política em Portugal.
Retirado do site da CGD, referente a 2009 (ainda não divulgaram os valores de 2010):
  • Presidente - remuneração base:                371.000,00
  •  Prémio de gestão:                                   155.184,00
  •  Gastos de utilização de telefone:                  1.652,47
  •  Renda de viatura:                                     26.555,23
  •  Combustível:                                              2.803,02
  •  Subsídio de refeições:                                 2.714,10
  •  Subsídio de deslocação diário:                        104,00
  •  Despesas de representação: não quantificado (cartão de crédito onde "apenas" são consideradas despesas decorrentes da actividade devidamente documentadas com facturas e comprovativos de movimento)

    Christine Lagarde recebe do FMI mais 10% do que Dominique Strauss-Kahn, mas mesmo assim menos do que o presidente da Caixa Geral de Depósitos, entre outros gestores portugueses, pelo que a senhora ainda está mal paga pelo padrão de Portugal

E é preciso que se saiba que os portugueses comuns (os que têm trabalho) ganham cerca de metade (55%) do que se ganha na zona euro, mas os nossos gestores recebem, em média:

·        mais 32% do que os americanos;
·        mais 22,5% do que os franceses;
·        mais 55 % do que os finlandeses;
·       mais 56,5% do que os suecos"

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

O lugar dos bandidos é na cadeia

O Público e a TVI divulgaram hoje dois casos exemplares de como o dinheiro público é subtraído aos portugueses para favorecer interesses ilegais.
E depois digam-nos que não há dinheiro...
Um caso foi o divulgado pela TVI. O grupo de colégios privados GPS com um presidente e quadros responsáveis que saltaram das cadeiras do poder onde favoreceram esses interesses antes de saírem para hoje serem encontrados na empresa que gere esses empresas. Quase todos, incluindo um actual deputado, ligados ao PS. Os colégios foram construídos nas imediações de escolas públicas de onde o Ministério não aceitou um certo número de turmas para as entregar a esses "privados" e assim justificar contratos de associação destes com o Estado, o que é o mesmo que dizer que esses "privados" passaram a funcionar com o nosso dinheiro. Trabalhando para os rankings com a recusa de alunos menos classificados, obrigando os professores a "corrigir" a sua notas para atingir esse objectivo, recusando para esse efeito também alunos com necessidades educativas especiais. Colégios onde os professores eram tratados de forma ilegal, estendendo os seus horários de trabalho e impondo-lhes tarefas não lectivas, onde os professores são despedidos por dá cá aquela palha. Colégios que recebiam as verbas em contratos de associação, só as aplicavam na remuneração de professores e não de material técnico indispensável e exigível, mas onde dsirectores apresentavam (num caso mais de dez!!!) viaturas de gama alta,onde as inspecções eram conhecidas de antemão que se iam realizar , etc, etc, etc.
O outro, divulgado pelo Público foi o da ONG CPPC fundada por Passos Coelho  para obter financiamentos para projectos de cooperação que interessavam à Tecnoforma e a que esta estava proíbida de aceder. Nesta ONG terão participado Angelo Correia e Marques Mendes, mesmo declarando não saberem o que a CPPC fazia, Vasco Rato e Frausto da Silva, todos do PSD, e um PS, Fernando Sousa, director do Acção Socialista. Projectos de cooperação não teve e os 137 mil euros recebidos do FSE destinaram-se ao combate à pobreza cá...., estando o CPPC sediado nas instalações amplas que  Tecnoforma tem em Almada. Do que fez sabe-seque a Tecnoforma remunerou e cedeu carros a dirigentes do CPPC. À custa da CPPC Passos Coelho fez deslocações aéreas mas ninguém parece descobrir os processos da CPPC nem o Instituto de Gestão do FSE tem dados de como foram aplicados os 137 mil contos...
A Tecnoforma é uma empresa já conhecida por, com novo dono e Miguel Relvas como Secretário de Estado, ter aumentado bastante o seu volume de negócios, incluindo pela elaboração das candidaturas de muitas instituições ao programa Foral, da responsabilidade de Relvas que também tutelava o FSE...

sábado, 1 de dezembro de 2012

Jerónimo de Sousa na abertura do Congresso


Qual a proposta do PCP?

Jerónimo de Sousa resumiu na intervenção de abertura do XIX Congresso:
Uma política patriótica e de esquerda que coloca como tarefa prioritária o combate à profunda crise económica e social que atravessa o País e que pressupõe dar uma resposta imediata em seis direcções essenciais:

1. Rejeição do Pacto de Agressão, contrapondo a renegociação d
a dívida de acordo com os interesses nacionais, desamarrando o país da submissão e colonização a que está sujeito.

2. Recentrar todo o esforço da política económica e financeira e do investimento do país na promoção e desenvolvimento da produção e riqueza nacionais com criação de emprego, a valorização do trabalho e dos trabalhadores e dos seus direitos e a garantia de uma justa distribuição da riqueza criada.

3. Alteração radical da política fiscal, rompendo com o escandaloso favorecimento do grande capital económico e financeiro.

4. Administração e serviços públicos ao serviço do país capazes de garantir o direito à saúde, à educação, à protecção social dos portugueses.

5. A recuperação pelo Estado do comando democrático da economia, pondo fim às privatizações e garantindo a efectiva subordinação do poder económico ao poder político.

6. Assegurar a libertação do país das imposições supranacionais de política económica, social e financeira, contrárias ao interesse do desenvolvimento do país.

Seis direcções essenciais que poderíamos sintetizar em três grandes ideias:

I. Resgastar o país da teia da submissão e dependência;

II. Recuperar para o país o que é do país, os seus recursos, os seus sectores e empresas estratégicas, o seu direito ao crescimento económico e ao desenvolvimento;

III. Devolver aos trabalhadores e ao povo os seus salários, rendimentos e direitos sociais, indispensáveis a uma vida digna.

Invocado por Odete Santos no Congresso


um governo "patriótico e de esquerda deve preparar o país para a saída da zona euro"


O deputado do PCP Agostinho Lopes defendeu hoje que um governo "patriótico e de esquerda deve preparar o país para a saída da zona euro", advertindo que "é uma ilusão" pensar que o federalismo é solução.
"Há duas ilusões a evitar, a que é possível uma política alternativa com a manutenção do euro e mais federalismo como querem o PS e o Bloco de Esquerda e a ideia de que tudo se resolve com uma saída pura e simples do euro, qualquer que seja a forma como se sai e as condições de saída", advertiu Agostinho Lopes.
Para Agostinho Lopes, um governo "patriótico e de esquerda" deve, no entanto, preparar o país para "a reconfiguração da zona euro, nomeadamente a saída da união económica e monetária, por decisão própria ou crise na União Europeia, salvaguardando os interesses de Portugal".

"O PCP tinha razão" 


Numa intervenção muito aplaudida no XIX Congresso do PCP, que decorre em Almada, Agostinho Lopes começou por dizer que "a cassete do PCP falava verdade" quando advertiu para as causas da crise.
"O PCP tinha e tem razão quando se opôs ao processo de integração capitalista europeu, quando de forma insistente e persistente se opôs a políticas nacionais e comunitárias de liquidação das pescas e agricultura", afirmou.
Agostinho Lopes defendeu o combate "ao esquecimento e ao silêncio" para que "os coveiros do país não sejam agora travestidos de salvadores".
"A crise teve algumas virtudes, fez o Presidente da República Cavaco Silva condenar o primeiro-ministro Cavaco Silva responsável pelos estigmas que nos afastaram do mar e até da indústria", ironizou, provocando os assobios e as vaias dos congressistas.
A alternativa, defendeu, passa em primeiro lugar pela renegociação da dívida, sublinhando que o PCP foi o primeiro partido a propô-lo em abril de 2011.

Carvalhas: a banca deve pagar os juros da troika



Segundo o Expresso foi a intervenção mais aplaudida esta manhã no Congresso do PCP, que decorre até amanhã em Almada.
O ex-secretário-geral dos comunista referia-se aos 7,5 mil milhões de euros (da tranche inicial de 12 mil milhões) do empréstimo da troika que estão reservados para o sistema financeiro. Daquele montante, até ao momento, apenas foram entregues 4,5 mil milhões, ao BCP e ao BPI.
Numa intervenção várias vezes interrompida pelos delegados, Carvalhas usou amiúde a ironia. À pergunta se a banca, já endividada, teria capacidade para "aguentar" o pagamento daqueles juros, o ex-dirigente comunista lançou o problema e a solução: "Respondia como o outro: ai aguenta, aguenta".
Carvalhas apontou desde o início o dedo aos mercados, essa "entidade mítica que decide pelos povos e pelas nações, apesar de nunca ter sido eleita ou sufragada". Apesar de os mercados serem apresentados como uma "entidade abstracta", o antigo líder comunista deu-lhe os nomes: "bancos, companhias de seguros e fundos especulativos".

PCP em Congresso


O decurso do Congresso do PCP revela para os que o não sabiam, um partido de cresce, que se rejuvenesce, que está em todas as lutas, que tem um projecto claro, das necessidades de os dias de hoje até à realização no horizonte dos seus ideais e aspirações, que correspondem aos sonhos de mulheres e homens deste país, em cujo governo participará por vontade dos portugueses, convergindo com todos quantos rejeitem a agressão que constitui o pacto assinado pela troika, o federalismo, e o garrote de se manter na zona euro.