O apelo de V. Exa. para os seus governados de que devem recorrer mais à prevenção das doenças e não recorrer tanto aos serviços de saúde é um apelo patriótico!
Puz-me de pé e quase fiz continência, só lamentando não ter uma bandeira nacional à mão.
Presumo, Vossa Eminência, que terá já garantido os recursos para essa prevenção. Nós pela nossa parte estamos já a considerar comer só carninha do lombo sem gordura, peixe fresco, verduras frescas. E já tínhamos tomado outras medidas como comer pouco. Pensamos dar um ramo de flores a todos os que ainda não entraram em depressão, convencendo-os que os efeitos da falta trabalho e de comer para os filhos foi da sua responsabilidade por terem gasto muito no passado, mas que o desemprego é um mundo para novas oportunidades e há muitas misericórdias e outras instituições que ganharam nome com os nossos donativos prontas a dar de comer a todos, com olhares bondosos como o da D. Isabel Jonet.
Quanto à contenção ao recurso aos serviços de saúde, estamos a encarar outras medidas. Qualquer dor no braço esquerdo e no coração deve ser tratado em casa com massagens. As cataratas serão tratadas domesticamente com solução a 50% de lixívia e vinagre, aproveitando os conta-gotas que já deixarem de servir para as infecções nasais que passarão a ser tratadas com água oxigenada por funil. Os diabéticos ficarão em casa a cumprir dieta sem açucares e farinácios, dispensando o recurso a hospitais. Assim comássim acabarão por morrer. O cancro, que só alguns dizem ser curável, será tolerado rogando a intervenção do Espírito Santo. Alzheimer, Parkinson tornam as pessoas mais sérias e o seu gingar nas ruas distrai a tristeza dos outros. As fracturas expostas serão tratadas com cola-tudo e os serviços de endireitas. Deixaremos de desperdiçar os meios complementares de dignóstico (MCDTs), como RX, RMs, TACs, devendo V. Exa gastar algum dinheiro com a distribuição de kits para análises e a formação em massa de adivinhos, astrólogos, videntes, que certamente sairão mais em conta que os MCDTs. Certamente o aumento de óbitos compensará a redução dos nascimentos e atingiremos um ponto óptimo de sustentabilidade do país e do SNS revisitado, adaptando a redução das populações à redução da nossa produção, a que V. Exas se têm encarregue de alma e coração.
Desta feita V. Exa poupará o suficiente para continuar a meter no buraco do BPN, consultores do Estado e outras necessidades prioritárias.
Que seria de nós sem o vosso génio e confiança? Sóis providenciais! Por isso enviamos a V. Exas o protesto da nossa consideração.
A Bem da Nação!
LIVRAI-NOS DELES
Há 4 semanas
1 comentário:
Brinca brinca. Com a crise, o desemprego e tudo o que lhe vem associado cada vez existirão mais pessoas doentes que não irão aos serviços de saude nem ao médico nem à farmácia. Será uma poupança plena. Quando morrerem vão para a vala comum, pois não terão dinheiro para o funeral.
Deixa entrar o ano de 2013 e vais ver tudo isto na prática.
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