domingo, 29 de maio de 2011

A nossa Associação dos Estudantes do Técnico assinalou ontem os seus 100 anos

Com um a sessão em que participaram cerca de 130 antigos dirigentes, colaboradores e trabalhadores da AEIST, do período que vai dos anos 50 ao 25 de Abril, assinalou-se no IST essa data.
Saliento aqui alguns traços das intervenções.
De António Serra, director do IST e de Ramoa Ribeiro, reitor da Universidade Técnica de Lisboa (UTL), veio o reconhecimento de que a acção dos presentes e outros que não puderem estar deu um contributo importante para a conquista da liberdade , incluindo pela formação política dos alunos que vinham da Academia Militar e que parte deles tiveram papel importante na Revolução do 25 de Abril.
Mas António Serra também criticou políticas governamentais e que o IST irá ser posto à prova apesar de ser a escola que mais contribui com receitas próprias para as receitas totais da escola (cerca de 60%) e anunciou que o IST iria fazer uma evocação de todos os seus estudantes vítimas da repressão durante a ditadura bem como dos professores que foram expulsos e impedidos de ensinar no IST por motivos políticos.
Do ainda presidente da Associação Ivan Nunes - já houve eleição e o futuro presidente, também presente, ainda irá tomar posse - para salientar as diferenças entre a AEIST de então e de hoje mas que continuará a ser representante dos estudantes, com sérios problemas e que se irão agravar nos próximos meses e a exigir uma atitude reivindicativa face à direcção da escola e do novo governo.
De Fernando Valdez, representante da comissão organizadora dos encontros anuais de antigos dirigentes, colaboradores e trabalhadores da AEIST do período já referido, para fazer um historial da sua acção desde 2002.
De Lurdes Nery, antiga trabalhadora, que salientou a solidariedade existente entre os trabalhadores da AEIST e os seus dirigentes.
O professor Bernard Herold, o mais antigo dirigente da AEIST que se conhece, deu conta do seu papel como delegado de curso e presidente da Junta dos Delegados e das iniciativas que tomou para no plano legislativo ser considerada a existência em todas as escolas de associações dos estudantes, não tuteladas pela Mocidade Portuguesa, a que o governo de Salazar viria a responder nos anos 50 com o célelebre decreto 40900 que provocou a revolta entre os estudantes.
Foi uma sessão emotiva, nada formal, que terminou com o almoço habitual nas instalações da AEIST (cantina hoje gerida pelos serviços da UTL).

Agradeço a foto cedida pelo Jorge Vasconcelos.

Os "nossos banqueiros"...

Respeitáveis não são, apesar de, pela função, terem adquirido um estatuto de intocáveis.

Os grandes responsáveis pelas afirmações dos políticos de direita que “vivemos muito acima das nossas possibilidades” que resultaram, não de uma consciente atitude de muitos consumidores, mas das descabeladas campanhas de há uns anos atrás para atrair à aquisição de crédito para os mais variados fins.
Os que são os principais benefeciários dos créditos do FMI, BCE e UE.
Os que cortam o crédito às PMEs porque lhes não dói o tecido produtivo nem a recessão.
Os que operam com o nosso dinheiro em negócios que são pouco colectados.
Os que jogam com os spreads de forma cartelizada,como cartelizadamente se pronunciam em mometos políticos importantes.
Além, do mais, estes donos de um poder fáctico que não foi sufragado pelos portugueses, que reduz ainda mais a margem própria de decisão dos cidadãos, são, como já foi referido, de uma espantosa incoerência para sacudirem a água do capote. Foi o caso das suas posições sobre o recurso ao FMI
Fernando Ulrich (BPI):
29 Outubro - "Entrada do FMI em Portugal representa perda de credibilidade"
26 Janeiro - "Portugal não precisa do FMI"
31 Março - "Por que é que Portugal não recorreu há mais tempo ao FMI?"

Carlos Santos Ferreira (BCP):
12 Janeiro - "Portugal deve evitar o FMI"
2 Fevereiro - "Portugal deve fazer tudo para evitar recorrer ao FMI"
4 Abril - "Ajuda externa é urgente e deve pedir-se já"

Ricardo Salgado (BES):
25 Janeiro - "Não recomendo o FMI para Portugal"
29 Março - "Portugal pode evitar o FMI"
5 de Abril - "É urgente pedir apoio...já!

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Frase de fim-de-semana, por Jorge

"A maioria não tem o direito de impor a sua estupidez à minoria"


Georges Wolinski (autor de BD francês, 1934-)

Agora, CDU!

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Não se sabe o que eles verdadeiramente querem?

O dia das eleições aproxima-se mas os lideres dos partidos da troika que se entendeu com a outra troika fugiram ao tratamento da questão do compromisso, ao esclarecimento dos portugueses das consequências para todos nós desse compromisso.
Em branco ficou também o entender como cada um iria enfrentar tais ou, pelo menos algumas, dessas consequências.
A questão central foi posta fora de cena, a não ser num arremedo baralhado sobre o taxa social única, em que uns quiseram agradar aos patrões e outros foram buscar as subidas de impostos que todos os três têm em mente guardadas a sete chaves, que soltarão mais à frente  quando estiverem instalados no governo.
O que assinaram com a troika é tremendamente grave. O agravamento da situação dos portugueses será drástico.

Ainda vamos a tempo de melhorar as condições de luta nesse quadro, se o preconceito anticomunista ou o falsear das utilidades dos votos derem lugar a uma opção pela CDU.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

NATO ao Tribunal Penal Internacional

Para os que deram corpo a esta instituição supranacional destinada a ser arma de agressão dos EUA e seus mais próximos aliados importaria fazerem uma reflexão.
No total, mais de 200 civis já morreram em resultado dos bombardeamentos da Aliança Atlântica. Em cerca de dez dias foram, mais de vinte. O número de feridos conta-se às centenas, informou o governo da Líbia, que, paradoxalmente, soube que o Tribunal Penal Internacional está a avaliar pedidos de captura relativos a Muahmar Kahdafi, a um dos filhos do presidente e ao chefe da secreta por crimes contra civis.

Nesta guerra, mais uma vez não declarada, para a conquista do petróleo líbio por algumas potências europeias e os EUA vale tudo. Matar civis, bombardear Kadhafi, em nome da "protecção de civis", reconhecer um governo rebelde,  apoiado por eles. Ontem ouvi Ana Gomes, ex-MRPP, actual eurodeputada do PS, a justificar na Antena Um, da forma mais cínica e descabelada a agressão. A miséria a que desceram os argumentos pretensamente políticos!...

terça-feira, 24 de maio de 2011

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Frase de fim-de-semana, por Jorge

"Nunca se mente tanto como a seguir a uma caçada,
durante a guerra ou antes de umas eleições"


Otto von Bismarck
(1º chanceler do Império Alemão, 1815-1898)

sábado, 14 de maio de 2011

Criselefantino


Criselefantino (do grego χρυσός chrysos, "ouro", y ελεφάντινος elephantinos, "marfim") é a designação dada a um tipo de imagens de culto que teve grande prestígio na Grécia antiga.

Este termo «criselefantino»  usa-se também para designar um tipo de escultura en miniatura comum na Art Nouveau dos finais do séc. XIX. Neste caso refere-se a estatuetas com a pele representada en marfim, e as roupas e outros detalhes feitos com outros materiais como o ouro, bronze, mármore, prata ou ónix.

Frase de fim-de-semana, por Jorge

"- E a vida seo Chico?
- É isto que se sabe: é consôlo, é desgôsto,
é desgôsto, é consôlo - é da casca, é do miôlo..."

João Guimarães Rosa
(Corpo de Baile, 1ª ed. 1956)

Sondagens...

As sondagens vão formatando as opções de voto de quem entendeu desta vez não contribuir para mais do mesmo. São um instrumento técnico com base mais ou menos científica. Por isso têm valor. Mas a sua repetição dentro dum mesmo modelo de variações contribui para que muitos pensem que votar diferente não contribui para alterar as perspectivas eleitorais que de há muito foram enunciadas pelos partidos deste "regime" e pelos grandes grupos económicos através dos seus midia e comentadores.
Assim as sondagens adquirem o carácter de combate do "regime" que interrompeu o 25 de Abril.
É certo que isso não retira responsabilidades a quem devia clarificar e consensualizar nas massas a possibilidade de uma alternativa de ruptura com o tal "regime" que se desacreditou com políticas e comportamentos. Mas esta sucessão de sondagens que vai atrair as atenções para a não significante questão de saber se é PS ou PSD que vai ter mais votos, vai ter um papel relevante no condicionamento das opiniões...
Fica a rua e muito, muito esclarecimento que não encontrará eco significativo na comunicação social, para combater a praga do "situacionismo"...

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Frase de fim-de semana, por Jorge

"... ter sempre as almas alerta a cismarem na trombeta
do Dia do Juízo, o último, que há-de ser talvez o
primeiro e único em Portugal quanto a juízo."


Camilo Castelo Branco (Maria da Fonte, 1884)

segunda-feira, 2 de maio de 2011

NATO assassina familiares de Kadhafi e Obama anuncia ter matado Bin Laden











1. A morte, em bombardeamento da NATO, de um filho e netos de Kadhafi, não foi um erro mas um acto premeditado. Kadhafi e a sua família passaram a ser, abertamente, pessoas a liquidar pela NATO.
Importaria que o governo português, membro da NATO, se pronunciasse sobre isso e se apoiou esta acção, se ela se integra na concepção adoptada por si de defesa dos direitos humanos. Como se verificou, a aprovação anterior pelo Conselho de Segurança de uma resolução que permitia a intervenção por razões humanitárias de poupar vidas a cidadãos civis apanhados pela guerra civil, tornou-se "elástica"  no seu âmito efectivo.
Agora só falta a invasão propriamente dita, depois de ter ficado claro que os revoltosos de Bengazi se arriscavam a perder a guerra civil, apesar de diversos apoios que lhes chegavam do exterior.
Mas ainda há um espaço para a pressão internacional da opinião pública para que a guerra civil termine e se estabeleçam negociações de paz, que os dirigentes do grupo que assumiu a representatividade da revolta e os seus mais activos apoiantes internacionais (EUA, Inglaterra e França) têm recusado.
De facto, para estes, a invasão já começou de facto.
Primeiro com a criação, em nome do Conselho Nacional de Transição, de composição imposta pelas potências ocidentais, do Banco Central da Líbia, de facto organizado pelo HSBC, para canalizar os "descongelados" fundos de investimento líbio no estrangeiro, para os pôr ao serviço dos EUA, Inglaterra e França e os retirar das instituições financeiras africanas, criadas pela União Africana, criadas com apoio líbio, que afundará esses países, impedindo assim a promissora independência financeira de África.
Em segundo lugar pela criação de uma Companhia de Petróleo da Líbia, em nome do tal Conselho, para subtrair o petróleo líbio a um sistema de licenças gerido de acordo com os interesses líbios, para criar um outro afunilado para os interesses dos EUA, Inglaterra e França ou de alguns que têm declarado o seu apoio a esta intervenção militar e de pirataria aos fundos e petróleo.

Intervenções humanitárias? Defesa dos Direitos Humanos? Mais Democracia?
Ainda há quem acredite nisso?

2. A anunciada morte de Bin Laden, numa troca de tiros no Paquistão, levanta outro tipo de questões.
Primeiro, porquê agora? Porque Obama quer criar um fervor nacional que o ajude na recandidatura e o leve a obter apoio popular a novas frentes de guerra, nomeadamente em África. O seu desaparecimento físico já poderia ter ocorrido noutras alturas. Bin Laden era um homem ligado aos serviços de informação norte-americanos. A mitologia em torno dele serviu para encobrir a verdadeira autoria do 11 de Setembro de 2011 em Nova Iorque, surgido no momento em que os EUA preparavam o seu avanço para o Médio Oriente e para África e precisavam de "legitimar" isso como medidas para combater o terrorismo.
Segundo, porque foi o corpo de Bin Laden atirado ao mar? Quase certamente para desaparecer a evidência do corpo da "informação", deixando campo largo para fotomontagens que poderiam ser feitas há nove anos ou daqui a outros tantos.
Termino deixando uma referência a um artigo de Michel Chossudovsky, hoje publicado no Global Research.