domingo, 31 de julho de 2011

Lembrando Mário Castrim - no dia em que faria 91 anos, por Alice Vieira




Do "LIVRO DOS SALMOS" SALMO 16 Multiplicaram os poderosos os seus deuses. Nem seus nomes direi porque em mim estás e não tem preço a herança que me coube. De alegria serão as minhas preces a ti que para sempre me colocate na terra dos homen...s. Dos outros nem o nome. ------------------------------​--------------- ------------------------------​----------------------- SALMO 37-- II Fui novo. Envelheci e guardei a memória da justiça. À beira do caminho o soberbo esperou para matar-me. Alastrou sua árvore frondosa. Porém segui. Quando por lá voltei já nada havia. ------------------------------​----- ------------------------------​ SALMO 82 Dos deuses é missão os oprimidos defender, bem assim os órfãos e os humildes. Arrancá-los às maõs dos predadores. Que não fazendo assim, os deuses morrem como morrem os homens. ----------------------------- ----------------------------- SALMO 90 Não valem mais mil anos que um só dia ou uma noite de insónia Passamos como um sonho da manhã erva que, mal nascida, já está seca Pela atribulação, pela miséria de que a nossa grandeza derivou nós aprendemos a contar os dias. A gratidão por isso te devemos ------------------------------​- ------------------------------​----- SALMO 97 Odiar, odiemos a perfídia. Saudemos as ilhas numerosas que brilham na lonjura enevoada. Maus tempos se aproximam para os deuses do nada. ---------------------------- ----------------------------- SALMO 101 Encontrar-me contigo não me basta mas sim que me conheças. Eis aqui a minha casa. Entra. Vê como se está nela e, nela, como somos. Aqui nenhum irmão se calunia nem a mentira manda. O homem falso não se sente aqui bem. Cada manhã fazemos da Nação o julgamento. Tu saberás depois, ao encontrar-me, de que metal meu coração é feito ------------------------------​------ ------------------------------​--------------- SALMO 105 Foi o tempo das águas convertidas em sangue. Tempo dos peixes mortos. Râs invadindo tudo.Tudo. Até os palácios dos reis. E vieram os insectos videiras destroçadas destroçadas as árvores Foi o tempo dos jovens que morreram morrendo a esperança da virilidade. Mas nós, com o teu manto sobre os ombros, atravessando as noites, escapámos. E herdámos a riqueza dos vencidos. ------------------------------​--- ------------------------------​-------------------------- SALMO 106-- II De novo desprezei as tuas terras e desacreditei tua palavra. Organizei a desobediência dentro de cada tenda. E tu juraste de mão eguida, que ias destruir-me dispersar meus parentes pelo mundo. Resisti. Conheci os meus parentes outros povos e usos. Adorei seus ídolos. Caí nas armadilhas dia a dia me fui prostituindo. Mandaste que de novo me oprimissem e com raiva feroz me castigassem. Voltas a perdoar-me, a libertar-me. Voltarei a ofender-te e tu mil vezes voltas a libertar-me, e eu a ofender-te. Assim vamos os dois. Aleluia! ---------------------------- ------------------------------​----- SALMO 112. Feliz será a geração dos justos pos haverá abundãncia em sua casa Feliz a luz clemente e generosa Feliz o homem que se compadece e do que é seu empresta a seus irmãos e distribui o pão da sua boca. Feliz o coração que não vacila. Pois não se sabe ainda outra maneira de ser eterno ---------------------------- ------------------------------​----------------- SALMO 127 Não foi em vão que levantei a casa Não foi em vão que defendi a cidade E que fiz serão alta noite e que me levantei de madrugada. Frutos de mim levo os meus filhos pela mão Por eles, sem receio ou sem vergonha enfrentarei aquele que chegar às portas da cidade. Os filhos são as setas que o guerreiro manda longe. Nada, pois, foi em vão. Aqui estamos às portas da cidade. ------------------------------​--------------------------- ------------------------------​------------------------------​--------- SALMO 143 A minha alma é como a terra árida e como os que já estão há muito tempo mortos Mas os dias de outrora mas estender meus braços para ti dizem-me que afinal é um caminho Estou a ponto de desfalecer mas irei. Mas irei. -------------------------- ------------------------------​----------- SALMO 146 Conheço as tuas obras sei do que és capaz sei que estás sempre ao lado do lado mais difícil de estarmos neste mundo. Mas sei principalmente que contigo não perco nunca a ideia de mim ------------------------------​------------ ------------------------------​----------- MÁRIO CASTRIM, "Do Livro dos Salmos", ed. Campo das Letras, 2007.

A pilhagem da riqueza dos países pelos grandes bancos e corporações internacionais, o Banco Mundial e o FMI - 2ª (e última) parte, por Nicolau

As "ajudas" do FMI (os chamados resgates) para que os países possam honrar o pagamento das suas dívidas são, na prática, uma forma de endividar ainda mais os países que se encontram já muito endividados, pelas seguintes razões:


a)  As "ajudas" são, nada mais nada menos, que novos empréstimos com juros, que serão utilizados para pagar os empréstimos já existentes. Ou seja, os países endividados, além de manterem as dívidas anteriores impagáveis, acumulam, com estas "ajudas" mais dívidas!

b) As exigências do FMI de privatização da maior parte da riqueza pública, tornam os países endividados em países mais pobres!

c) As medidas impostas de austeridade sufocam a economia dos países endividados, o que implica a redução da produção de riqueza e consequentemente tornam esses países ainda mais pobres!

d) As exigências do FMI em reduzir os direitos dos trabalhadores, quer ao nível do código do trabalho, quer ao nível dos apoios sociais, mais o aumento do desemprego decorrente das medidas de austeridade, implicam o empobrecimento geral da maioria da população, o qual, por sua vez implica um menor consumo, logo, acaba por se produzir menos riqueza nos países "ajudados"!

A pilhagem dos recursos (materiais, financeiros e laborais) dos países não é feita, desta vez, através de uma guerra militar, mas sim é feita, subtilmente, através de uma guerra financeira, com o conluio de muitos governantes e "peritos" (políticos, economistas, e jornalistas) e com a colaboração inconsciente dos restantes governantes e de quase todos os restantes peritos, nos países saqueados.
Em suma, as "ajudas" do FMI "enterram" ainda mais os países endividados!
Documentários


Confissões de um "assassino económico":
http://aeiou.expresso.pt/assassino-economico-como-se-destroi-um-pais-video=f659998

http://www.youtube.com/watch?v=rcxRfs0ozF0 e http://www.youtube.com/watch?v=AyBS88nRhDM


(Há mais vídeos no YouTube sobre este tema)


Citação
Toda verdade atravessa 3 fases:

Na 1ª fase - É ridicularizada;
Na 2ª fase - É violentamente contrariada;
Na 3ª fase - É aceite como a própria prova.

Arthur Schopenhauer (1788-1860), filósofo alemão
Informação complementar

O plano de privatizações dos sectores estratégicos da Argentina:
http://www.youtube.com/watch?v=mHKWoE8qyu0&feature=email

Os banqueiros aceleram a marcha para o saqueio da Grécia e os sociais-democratas votam pelo suicídio nacional

The Essence Of Banking...
http://dailybail.com/home/the-essence-of-banking.html

Portugal não precisava de ajuda externa e agências de "rating" têm de ser travadas

Privatizações agravam défice externo e endividamento do país
http://resistir.info/e_rosa/privatizacoes_divida_02jul11.html

Privatização da água fracassa na América Latina e na Europa
http://luizromanelli.com.br/modules/news/article.php?storyid=328

Impedir a privatização da água
http://www.aguadetodos.com/index2.php?option=com_content&do_pdf=1&id=62

Big Banks Waging Warfare Against the People of the World
http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=25586

Demolição controlada da economia mundial?
http://octopedia.blogspot.com/2011/05/demolicao-controlada-da-economia.html

The Rampant Criminality of the Corporate and Political Elite - Murdoch and the rule of the oligarchy
http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=25615


Informação adicional

Textos de John Perkins
http://pt.wikipedia.org/wiki/John_Perkins
http://en.wikipedia.org/wiki/John_Perkins_(author)
http://en.wikipedia.org/wiki/A_Game_as_Old_as_Empire

Economic Meltdown -- A Call for Systemic Change
http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=16236

Vamos Fazer Dinheiro / Let's Make Money
http://www.youtube.com/watch?v=m146POWBDaA (1/8)

A estratégia dos grandes bancos e corporações internacionais, do Banco Mundial e do FMI de pilhagem da riqueza dos países - 1ª parte, por Nicolau

O Nicolau enviou-nos um comentário, a propósito de um nosso anterior post "cambalhotas previsíveis do governo neo liberal", que, pelo seu interesse, decidimos publicar como posts e não como comentários, à semelhança, aliás, do que acontece com outros amigos meus.

A estratégia dos grandes bancos e corporações internacionais, do Banco Mundial e do FMI de pilhagem da riqueza dos países é concretizada, principalmente, através da criação de dívidas soberanas (dívidas dos estados) impagáveis, as quais acabam por obrigar os estados a realizar dinheiro, para o pagamento das suas dívidas, através da privatização (venda aos "investidores do mercado") de todo o património público dos países que possa gerar lucros (ver nota 1). Por exemplo:

a) Os transportes aéreos (TAP - Transportes Aéreos Portugueses e ANA - Aeroportos de Portugal);

b) Os transportes ferroviários (CP - Comboios de Portugal e em estudo a REFER - Rede Ferroviária Nacional);

c) Os transportes rodoviários (Carris e STCP);

d) Os metropolitanos (Metro de Lisboa);

e) A electricidade (EDP - Electricidade de Portugal e REN - Redes Energéticas Nacionais);

f) A água (Águas de Portugal);

g) O gás e outros combustíveis (GALP);

h) As comunicações e telecomunicações (Portugal Telecom e CTT - Correios de Portugal);

i) A comunicação social (RTP - Rádio e Televisão de Portugal (Televisão Pública, Antena 1, 2 e 3) e LUSA - Agência de Notícias de Portugal);

j) Campos petrolíferos (não há no caso português, ou melhor, os campos existentes ainda não foram considerados economicamente viáveis para serem explorados);

k) Minérios (já foram concessionadas ao "capital estrangeiro", anteriormente, todas as minas rentáveis portuguesas)

As cerejas em cima deste grande bolo são as seguintes:

a) As privatizações são feitas a preços inferiores ao valor real das empresas devido ao facto destas vendas
serem forçadas. Além disso, para ajudar a baixar ainda mais o preço de venda das empresas, as agências de notação financeira Moody's, Standard & Poor's, e Fitch (controladas pelos grandes bancos e corporações internacionais) têm piorado sucessivamente a notação destas empresas. Este negócio de privatização é obviamente prejudicial para o interesse público;

b) O aumento exigido do preço ao consumidor dos serviços a privatizar (electricidade, gás, água, transportes, etc.) serve para garantir que as empresas a privatizar possam vir a dar lucros;

c) A diminuição generalizada dos salários em resultado do aumento brutal do desemprego e das medidas administrativas de contenção das actualizações salariais face à inflação, garante maiores lucros em resultado da diminuição dos custos de produção;

d) O controlo total da comunicação social dos países nas mãos dos privados (grandes corporações internacionais) facilitará futuras pilhagens sem que os cidadãos se apercebam da situação;

e) O controlo total das comunicações dos países (em especial a Internet) nas mãos dos privados (grandes corporações internacionais) juntamente com controlo total da comunicação social permitirá às grandes corporações internacionais o controlo total da informação a que os cidadãos terão acesso. A título de exemplo, veja-se o caso de França, onde Sarkosy conseguiu a aprovação de uma lei que permite às empresas fornecedoras de acesso à Internet a capacidade de cortar o acesso à Internet a qualquer cidadão ou entidade colectiva com base em denúncias de "downloads ilegais", sem ser necessária uma ordem judicial para o efeito (ver nota 2).


Nota 1 - Convém chamar a atenção para o facto de que, desde há vários anos, as empresas privadas "portuguesas", que operam nestas áreas, terem vindo a ser compradas pelo chamado "investimento" estrangeiro (grandes bancos e corporações internacionais), graças à globalização e, em particular, à livre circulação de capitais imposta a todos os países.

Nota 2 - A lei de Sarkosy é justificada oficialmente pela necessidade de defender os direitos de autor e impedir as cópias piratas via Internet. Porém, em termos práticos, quando o utilizador da Internet transfere um ficheiro digital (contendo uma música, uma fotografia, um livro, uma apresentação de PowerPoint , um vídeo do YouTube, etc. ) por qualquer via (downloads, messenger, e-mail, aplicações específicas, etc.), a maior parte das vezes, não sabe nem pode saber se o conteúdo está protegido por direitos de autor, ou se o pagamento do download cobre os direitos de autor. Quem disponibiliza na Internet ficheiros digitais para venda ou para partilha é que sabe se os seus conteúdos estão sujeitos ou não a direitos de autores. Portanto, não é o consumidor final dos ficheiros digitais que é responsável pela pirataria. Assim, torna-se claro, que o objectivo final e encoberto da lei de Sarkosy é o de permitir o corte discricionário do acesso à Internet aos cidadãos ou entidades colectivas "perigosos" para o sistema.

sábado, 30 de julho de 2011

Oração filosofotográfica, segundo Jorge

dedicada a tod@s @s correligionári@s deste culto:

"O analfabeto do futuro será não
o que é incapaz de escrever, 
mas o que é incapaz de fotografar"

Walter Benjamin
(filósofo marxista alemão, 1892-1940)



e que o Grande Obturador esteja connosco!
clickamen!
J.

Os atacantes da Líbia procurakm dinheiro e outros recursos, como o petróleo

O analista Victor Kotsev, colaborador da Global Research deixa-nos hoje alguns dados para entendimento do que se está a passar na Líbia.
Para ele, o dinheiro e os recursos (entre os quais o petróleo) estão rapidamente a revelar-se como os objectivos da guerra conduzida pela NATO. Não foi casual o investimento rebelde na ofensiva sobre Brega.
A direcção dos rebeldes líbios têm como preocupações centrais serem reconhecido pelos outros países como governo legítimo para terem acesso às dezenas de milhares de milhões de dólares líbios que foram congelados pela banca dos países agressores, e obterem a curto prazo alguns milhares de milhões de dólares, para fornecimentos militares, salários, alimentação e equipamentos de saúde.
Algumas fontes, referidas pelo analista especulam sobre a possibilidade dos rebeldes também poderem contratar um exército mercenário para combater os líbios, dada a sua debilidade humana para o efeito. Outras, como a al-Jazeera, descrevem os rebeldes como não sendo tão democráticos e desejosos da paz como se diz.

As Nações Unidas já os tinham criticado, bem como ao regime de Kadhafi, de crimes de guerra.
O brutal assassinato de Younes, que poderá ser o rastilho para uma guerra entre tribos, é revelador destas práticas. Que a continuarem retirarão qualquer réstea de "legalidade" à intervenção da NATO ao abrigo da resolução 1973 da ONU. Resolução que ainda hoje foi usada para justificar a destruição de torres de televisão sírias para que o povo líbio e o resto do mundo fiquem despojadas de uma das versões sobre este conflito (dizia na TV o general o general americano seraficamente que esta acção foi para se evitar que o regime continuasse a fazer apelo às morte de inocentes...).
Kotsev lembra que o outono se aproxima e que as tempestades de areia irão diminuir a efectividade dos ataques aéreos como o de hoje. Em Agosto é o Ramadão e dificilmente se poderá pensar em progressões militares de qualquer das partes. Aí os rebeldes serão abandonados pelos seus aliados que procurarão dividir o país e os seus recursos em partes.

Fenomenologia do feno, por Jorge

Um "pugresso" fenomenal!
J


Clássico (Barão de S.Jorge)
 
Moderno (Cercal)
Pós moderno (Almograve)

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Na Líbia e no Kosovo, a NATO e os EUA estão com os terroristas da Al-Qaeda, na guerra que dizem ser "contra o terrorismo"

O assassinato do general Younes, criando divisões dentro dos rebeldes, acaba por reforçar o controle da NATO e dos EUA sobre a facção islamita, que é apoiada abertamente pela CIA e pelo MI6 inglês.

Também no Kosovo, o Exército de Libertação do Kosovo (KLA) era constituído por brigadas islâmicas filiadas na Al-Qaeda, ligadas ao narcotráfico e a outras formas de crime organizado. O KLA era apoiado pela CIA, pelo CI6 inglês e pelo BND alemão. A partir de 1997 o KLA conduziu assassinatos nas forças civis de oposição no Kosovo, incluindo os membros da Liga Democrática do Kosovo, liderada por Ibrahim Rugova.

Em 1999 foi usada como tropa de choque na guerra contra a Jugoslávia. E alguns países, a começar pelos EUA, reconheceram a independência do Kosovo, na base do KLA. "Estado-máfia" como a partir de então ficou conhecido, albergando a níveis superiores as actividades criminosas.

Os EUA e a NATO dizem que combatem o terrorismo mas na realidade estão a apoiá-lo e a financiá-lo. Conduzem uma guerra santa contra o "terrorismo islâmico" mas apoiam forças jihadistas filiadas na Al-Qaeda que fazem parte da oposição a Kadhafi e que estão representadas no CNT.

A beleza do pêndulo, por Jorge

Aviso aos dados a certos desvios:

não há "magia" nenhuma
é só a física do pêndulo: o período varia com a raíz do comprimento do fio
simples, e portanto belo!
J.

Frase de fim-de-semana, por Jorge

"Não há nada mais forte que uma ideia cuja hora chegou"


Victor Hugo (escritor e poeta francês, 1802-1885)

Quem matou o general rebelde em Benghazi?

O Publico de hoje e a imprensa internacional dão conta do assassinato em Benghazi por "desconhecidos" que, entretanto estarão presos, de Abdel Fatah Younes, que teria sido o nº 2 de Kadhafi e se passara para os rebeldes.

A notícia do Público, na sequência da derrota política que os EUA sofreram com o ataque da NATO à Líbia, e perante o recuo do envolvimento militar da França e da Itália só parece indiciar uma coisa: o CNT liquidou o militar que se preparava para prender devido à suspeição de ter participado em conversações de paz com o regime líbio que, segundo a imprensa internacional , era realizada com o apoio dos EUA.


A não ser que novos elementos apareçam, qualquer outra hipótese me parece pouco plausível. Nem faria sentido que o atentado tivesse a autoria de Kadhafi que agora estaria a negociar enquanto, desde antes da agressão da NATO, várias vezes tinham proposto conversações que foram linearmente rejeitadas pelo CNT.

CNT que não tem qualquer representatividade. As tribos que no início do conflito foram identificadas como apoiando os rebeldes de Benghazi, hoje apoiam Kadhafi ou estão neutras. A manifestação de cerca de um milhão e setecentas mil pessoas em Tripoli, no passado dia 1 já tinha sido, aliás, um golpe profundo na intenção e fazer cair o regime pela agressão.
 
É neste quadro que, também hoje, o governo decide reconhecer este CNT de farsa como o único e legítimo representante da Líbia, que será seguido por lhe atribuir os depósitos líbios em bancos europeus...UMA VERGONHA!!!!!!!!! 

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Cambalhotas previsíveis do governo neo-liberal

A indigitação pelo governo de 4 novos administradores para a Caixa Geral de Depósitos é mais um exemplo da falta de vergonha da não correspondência entre promessas eleitorais e resoluções do governo, tanto mais grave quanto o critério de recrutamento ficou a dever-se a "competências" vagas já que nenhum dos indigitados tem experiência de trabalho na banca comercial, antes podendo vir a aumentar a promiscuidade dos escritórios de advogados de onde saíram, onde clientes de peso tinham relações com a banca comercial.

Já com a famosa sobretaxa o mesmo acontecera e aqui até se justificou a fuga dos rendimentos dos accionistas de empresas a essa disposição fiscal (claro, sempre com o argumento de não afugentar potenciais investidores...como se esses lucros estivessem a transformar-se no investimento de que o país carece nesta fase difícil em que esses mesmos senhores nos meteram com a cumplicidade nas políticas financeiras em que se envolveram com apoio do Estado...).

Quando na campanha falavam em combate ao desemprego, seria contraditório com o anúncio da redução drástica das indemnizações a receber por trabalhadores despedidos, talvez a pensar que os despedidos ficariam mais ágeis para "agarrarem as janelas de oportunidade que as crises trazem", com os belos empregos alternativos e sucessos nas micro e pequenas empresas a que iriam aceder...

Dia após dia o convencionado "estado de graça" vai-se esboroando.
O povo português conhece o período difícil mas reconhece que são sempre os mesmos a pagarem as crises. Não os que as provocaram que continuam a dominar os centros de decisões com os apoios do Estado a que quiseram aceder apesar de terem dito que o Estado tinha uma presença "sofocante" sobre a sociedade "civil".
 

terça-feira, 26 de julho de 2011

O que disse Obama sobre a chacina na Noruega e o que disse o primeiro-ministro da Noruega

Ainda poucas horas tinham passado sobre a perpretação dos crimes, já Obama, com base em informações do seus serviços secretos, declarava no decurso de uma visita do primeiro-ministro neo-zelandês à Casa Branca, que a origem do atentado vinha de organizações islâmicas, que era necessária uma cooperação global contra o terrorismo, e que ele era mais uma razão para a justeza das guerras que os EUA conduzem no Afeganistão e Iraque.
Depois disso, o primeiro-ministro da Noruega, Jens Stoltenberg, dirigindo-se ao seu povo referia:

"Hoje a Noruega sofreu dois ataques chocantes, sangrentos e  cobardes. Ainda não sabemos quem nos atacou. Ainda muita coisa incerta"(...)
"Temos uma mensagem para as pessoas que nos atacaram e para os que estão por detrás delas:
Não nos destruirão.
Não destruirão a nossa democracia nem a aspiração a um mundo melhor. Somos uma pequena nação, mas uma nação orgulhosa de si." (...)
Nunca devemos deixar de afirmar os nossos valores. Temos que mostrar que a nossa sociedade aberta pode passar também por este teste. E que a resposta à violência até é mais democracia, até mais humanidade, sem cairmos na ingenuidade".

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Trombones que brilham, por Jorge

Não é preciso muito para fazer grande música.
Basta saber tocar e saber inventar.
Como estes dois, esta tarde no Instituto Alemão.


Frase de fim-de-semana, por Jorge

"Tudo seria perfeito se o homem pudesse
fazer as coisas duas vezes"

Johann Wolfgang von Goethe
(escritor alemão, 1749-1832)

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Urgem medidas concretas para a reabilitação urbana em Lisboa

1. Realizou-se anteontem, no âmbito da respectiva consulta pública, a apresentação e algum debate sobre a proposta nº 211/2011, que a CML aprovou no passado dia 27 de Abril.
Esta proposta recolheu o parecer favorável, com pequenas propostas de alteração, do IHRU (Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana I.P.) e, depois da consulta pública seguirá para a Assembleia Municipal.
Ela define toda a cidade consolidada como Área de Reabilitação Urbana (ARU), para a sua conformidade com o Decreto-Lei 307/2009, de 23 de Outubro, da autoria do anterior governo, que aprovou o Novo Regime Jurídico da Reabilitação Urbana,. A proposta era também integrada pelo documento que a fundamenta – a Estratégia de Reabilitação Urbana para 2011/2024, sendo que este limiar de 2024 pretende, segundo o vice-presidente da CML, Arq. Manuel Salgado, coincidir com o assinalar dos 50 anos do 25 de Abril.

2. Também segundo Manuel Salgado, esta estratégia está contemplada no memorando acordado com a troika e terá que ser cumprida ao nível das deliberações correspondentes do novo governo, apesar de não se saber ainda o destino do IHRU, que canalizava os apoios financeiros à reabilitação que, complementados com outros da autarquia, viabilizaram durante muitos anos centenas de processos de reabilitação na cidade.
A continuidade destes apoios está nas mão do novo governo e não se conhecem as suas intenções nesta matéria. A própria CML, em nome das "complexidades, morosidades e opacidades" dos processos dos processos RECRIA, RECRIPH, etc., parece privilegiar agora programas de apoio à reabilitação de edifícios em propriedade horizontal e em obras convencionadas com os proprietários que, intimados, não fazem obra, para evitar o bloqueio a que chegaram as obras coercivas. A indefinição regulamentar do "interesse municipal" que irá fundamentar as prioridades de incentivos municipais já poderia estar mais clarificada.
Parece evidente nesta estratégia a vontade de aliviar fiscalmente os proprietários na venda de imóveis para quem os possam reabilitar e uma série de incentivos em termos de redução da morosidade e de taxas, mas também uma forte pressão para que o retorno do investimento seja feita à custa de novas elevações das rendas pagas pelos inquilinos.

3. A banca até agora ainda se não pronunciou como vai participar neste esforço, apesar da CML falar em viabilizar modalidades "bonificadas" de empréstimos. Sem criação de instrumentos de financiamento nem de linhas particulares de crédito, é escusado falar do esforço a realizar.

4. Não nos parece, por outro lado, que a acutilância com que a Associação de Proprietários Lisbonenses se opôs a esta proposta (e ao novo Regime Jurídico de Reabilitação Urbana), chamando-a de "ilegal" e com "efeitos gravíssimos para os proprietários"seja o entendimento comum dos proprietários.
É uma atitude de fundamentalismo extremo, que pretende retirar quaisquer preocupações sociais aos "negócios" da habitação, que convida ao imobilismo perante as grandes exigências que se colocam à reabilitação urbana em Lisboa (ver nota final).

6. Apesar das intenções positivas expressas na referida Estratégia, todo o processo está muito pendurado pelas indefinições atrás referidas e também pela não conclusão da aprovação desta proposta que, como dissemos, transitará de seguida para a Assembleia Municipal onde o PS não dispõe de maioria.

Nota final - Os valores impressionantes que a CML avançou, na forma de estimativa e inventários recentes, sujeitos a correcção com os valores do Censo de 2011 a que tem vindo a ter acesso, são
55.000 edifícios existentes na cidade, dos quais
13% em ruína e mau estado, 8% devolutos, sendo 13% com estrutura calculada a sismos
e 290.000 alojamentos em que as percentagens equivalentes são
15%, 4%  e 17%

Do total de 137630 fogos arrendados, 72% têm rendas inferiores a 100 euros e 28% com rendas iguais ou superiores a este valor.

O investimento municipal em reabilitação previsto a curto e médio prazo (2024) são 190 milhões de euros e estima que o investimento privado necessário à conservação e reabilitação seja da ordem dos 8 mil milhões de euros.

terça-feira, 19 de julho de 2011

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Frase de fim-de-semana, por Jorge

"Quem acredita que o crescimento pode continuar

para sempre num mundo que é finito,
ou é doido ou economista"

Kenneth Boulding
economista, filósofo
e pacifista americano, 1910-1993)

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Fim das "golden shares": Estado 0-Outros accionistas 800 milhões de euros

Na sua crónica de hoje, Octávio Teixeira insurgiu-se contra a acão que considera "criminosa" da abdicação pelo Estado de "golden shares", de borla, não recuperando sequer o abaixamento de preço que as acções destas empresas tinham tido quando da sua privatização.
Para além do aspecto estratégico que, por exemplo, no caso da PT, a "gs" teve ao impedir as aquisições tentadas pela SONAE e pela Telefónica, o governo português fez o que nenhum outro estado europeu fez de alienar as suas, e chegou a ultrapassar as "orientações" do Tribunal Europeu ao libertar-se delas "à borla"!...

terça-feira, 12 de julho de 2011

Marrocos: prossegue a autocracia real e a não separação de poderes

A contestação popular em Marrocos, nos dias seguintes ao referendo de 1 de Julho, saiu à rua defendendo reformas maiores do que as aprovadas, nomeadamente quanto à separação entre os poderes legislativo e executivo e quanto à descricionaridade dos poderes políticos e religiosos que o rei mantem.
A democracia em Marrocos é pouco particiupada e as autoridades têm nisso grandes responsabilidades. A população com direito a voto ronda os 23 milhões de pessoas. Mas no referendo participaram apenas cerca de 9 milhões. O desinteresse nas campanhas de recenseamento por parte das autoridades deixa de fora dos cadernos eleitorais cerca de 10 milhões de pessoas, pelo que a afluência registada não chegou aos 40% dos eleitores com direito a voto.
"Estamos aqui para dizer não ao referendo e à constituição", disse Oussama Khlifi, um dos fundadores do Movimento 20 de Fevereiro, que reivindica mudanças democráticas no país. "Queremos uma monarquia constitucional, com um rei que tenha autoridade mas que não governe, e queremos um verdadeiro combate à corrupção."
Esta limitação compromete, desde logo, a legitimidade dos resultados da consulta.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Frase de fim-de-semana, por Jorge

"... e escuta os sons deste dia
como sendo os acordes da eternidade."

Karl Kraus
(escritor, panfletário e poeta austríaco, 1874-1936)

quarta-feira, 6 de julho de 2011

A lixarada da Moody´s

Hoje a atitude parece ter sido geral, numa compreensível reacção à posporrência da notadora americana de rating.
Importa em primeiro lugar ficar claro que estas empresas não correm em roda livre. São financiadas pelos grandes bancos norte-americanos, se bem que tenham capital pouco significativo de outros bancos como os "nossos". Cumprem os desígnios da administração norte-americana (ou esta a deles).
Os EUA são o país que maior dívida tem. Isso e o domínio do dólar como moeda de referência, permite-lhe "defender-se" e interferir nas finanças e em todos os aspectos da vida noutras regiões e e países. Mas estas agências, é claro que não prejudicam os EUA nas condições de obtenção de crédito externo. E isso traduz-se em que os gigantescos orçamentos norte-americanos para guerras de agressões, para a manutenção de uma formidável rede de bases militares em todo o mundo, para uma rede de espionagem e de "compra" de grupos terroristas sem paralelo, são pagos...por nós. E também pela França a que Sarkozy impõe à França uma vergonhosa vassalagem para com o Pentágono. Sarkozy ataca a Líbia, a Síria, o Irão estão na mira dos EUA....e os outros que paguem!

É preciso reconhecer que muitos dos que hoje parecem ter reagido unanimemente contra a Moody´s e o "cerco dos EUA"  sempre aceitarem essa situação. Agências de notação europeia? Dito assim não chega. Se não for acompanhada pelo assumir pela UE das dívidas de todos os países da UE, se o domínio dos bancos norte-americanos for substituído pelos grandes bancos do directório europeu, se os países europeus com mais dificuldades não se unirem para assumirem em conjunto posições. E se os trabalhadores e os povos continuarem a ser saqueados.
Hoje na Antena Um dizia Bagão Félix que estávamos a pagar muito caro os empréstimos mas que se os não contraíssemos, mesmo nessas condições, seria a bancarrota. "Quem empresta quer saber se recupera o empréstimo..." disse. Claro! Claro que os empréstimos são necessários...
Mas muitos do que emprestam pensam essencialmente em como ganhar muito mais dinheiro, especulativamente, à custa das desgraças dos outros. Tanto mais quanto menos defesas estes tiverem.
E está pouco interessado em que a economia do país cresça, crescimento que é a única garantia para fazer faces aos empréstimos e juros, desde que a dívida seja reestruturada (prazos dilatados,  as taxas de juro reduzidas).
Se todos os que mostraram a sua condenação hoje, quisessem, de facto, mudar os condicionalismos que nos são impostos, sem tergiversar nem ficar pela retórica, dir-se-ia "Olha, parece que lhes passou qualquer coisa na cabeça...".

Mas este não é um conto de fadas.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

A NATO também será julgada

 A propósito do julgamento de Mladic, recordo aqui que tive a oportunidade de em Belgrado, há anos atrás, verificar in loco a barbaridade dos bombardeamentos da NATO contra a capital jugoslava. Num deles o edifício dos correspondentes estrangeiros de vários média estava reduzido a escombros com a  morte de jornalistas de vários países. Para que só a CNN e a ABC pudessem passar imagens ao mundo. Cinco metros em frente estava um grande jardim de infância...
Um mês depois, no salão nobre dos Paços dolConcelho de Lisboa a Orquestra Metropolitana realizou para uma sala cheia um "Concerto por Belgrado"

Aos crimes cometidos por grupos ultra-nacionalistas bósnios e sérvios, cujos dirigentes eram pessoas de direita ligadas ao poder económico, ou no caso de alguns bósnios, traficantes de droga  na sequência da intervenção da NATO nos Balcâs, deveriam juntar-se os crimes da NATO. Se se querem julgar crimes, esta terceira entidade terá que ser ré. Durante dezenas de anos depois da 2ª guerra mundial viveram muçulmanos e sérvios lado a lado, apesar de um passado de conquistas mútuas, com destaque para a última, de origem otomana, em que os sérvios foram remetidos a camponeses no campo enquanto as grandes famílias bósnias ocuparam as cidades e dominaram o comércio na Bósnia-Herzegovina. Mesmo com esse stato-quo a vida foi-se fazendo e sarando algumas das feridas. Não todas.
Após a morte de Tito, os EUA redobraram uma diversificada intervenção no sentido de acabar com a unidade interna na Federação e dividirem para reinarem, com os objectivos de controlarem petróleo e, em benefício próprio, o mercado de estupefacientes.-


Negar a Mladic o direito de ter advogados indicados por si próprio e impondo-lhe um defensor oficioso, é o prolongamento de uma atitude ilegal que começou no esfrangalhar sangrento da antiga Jugoslávia e continua neste Tribunal Penal Internacional que de tribunal tem pouco e de internacional só se lhe conhece ser uma correia de transmissão da estratégia dos dirigentes dos EUA.

A NATO não escapa ao banco dos réus.

Nem nenhum espertinho saloio pode ver nestas palavras apoio à acção de Mladic. Atingir a verdade histórica é bem mais digno e importante para o futuro do que a papagueação de slogans que servem cenários pré-definidos no Pentágono. Estar de bem com Deus e o Diabo,  contrabandear para a História mentiras e visões unilaterais para angariar "credibilidades" suspeitas, aqui não encontrarão tal coisa.

sábado, 2 de julho de 2011

Assim, lá se vai a graça...

Do novo governo se diz estar em estado de graça...Mas foram muitos os que não acharam graça à grande notícia que nos trouxe na discussão do programa do governo.
O imposto constituído pela redução para metade do diferencial entre os valores de salários e pensões em relação ao salário mínimo, é muito. Para a grande parte dos que o vãso sofrer.
Não podemos ignorar que, para a maioria dos portugueses que recebem tais subsídios, há muito que o destino para que foram concebidos se perdeu já. Hoje é uma forma de equilibrar receitas com despesas, estas, sim, que se não podem deixar de fazer.
O governo neste debate mostrou postura diferente, pela positiva, em relação à equipa de Sócrates. As respostas, sem posporrência nem laivos de sectarismo, vieram com naturalidade às perguntas dos deputados. Já ouvi falar num novo estilo. Mesmo que se confirme no futuro, o essencial para os portugueses são as decisões políticas do governo, a aplicação que vai fazer do memorando com a troika. E essa é muito má.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

"A vida não se alcança no tempo de uma vida"
(tradução livre)
Enrique Vila-Matas (escritor espanhol, n. 1948)
in Suicidios ejemplares