Hoje a atitude parece ter sido geral, numa compreensível reacção à posporrência da notadora americana de rating.
Importa em primeiro lugar ficar claro que estas empresas não correm em roda livre. São financiadas pelos grandes bancos norte-americanos, se bem que tenham capital pouco significativo de outros bancos como os "nossos". Cumprem os desígnios da administração norte-americana (ou esta a deles). Os EUA são o país que maior dívida tem. Isso e o domínio do dólar como moeda de referência, permite-lhe "defender-se" e interferir nas finanças e em todos os aspectos da vida noutras regiões e e países. Mas estas agências, é claro que não prejudicam os EUA nas condições de obtenção de crédito externo. E isso traduz-se em que os gigantescos orçamentos norte-americanos para guerras de agressões, para a manutenção de uma formidável rede de bases militares em todo o mundo, para uma rede de espionagem e de "compra" de grupos terroristas sem paralelo, são pagos...por nós. E também pela França a que Sarkozy impõe à França uma vergonhosa vassalagem para com o Pentágono. Sarkozy ataca a Líbia, a Síria, o Irão estão na mira dos EUA....e os outros que paguem!
É preciso reconhecer que muitos dos que hoje parecem ter reagido unanimemente contra a Moody´s e o "cerco dos EUA" sempre aceitarem essa situação. Agências de notação europeia? Dito assim não chega. Se não for acompanhada pelo assumir pela UE das dívidas de todos os países da UE, se o domínio dos bancos norte-americanos for substituído pelos grandes bancos do directório europeu, se os países europeus com mais dificuldades não se unirem para assumirem em conjunto posições. E se os trabalhadores e os povos continuarem a ser saqueados.
Hoje na Antena Um dizia Bagão Félix que estávamos a pagar muito caro os empréstimos mas que se os não contraíssemos, mesmo nessas condições, seria a bancarrota. "Quem empresta quer saber se recupera o empréstimo..." disse. Claro! Claro que os empréstimos são necessários...
Mas muitos do que emprestam pensam essencialmente em como ganhar muito mais dinheiro, especulativamente, à custa das desgraças dos outros. Tanto mais quanto menos defesas estes tiverem.
E está pouco interessado em que a economia do país cresça, crescimento que é a única garantia para fazer faces aos empréstimos e juros, desde que a dívida seja reestruturada (prazos dilatados, as taxas de juro reduzidas).
Se todos os que mostraram a sua condenação hoje, quisessem, de facto, mudar os condicionalismos que nos são impostos, sem tergiversar nem ficar pela retórica, dir-se-ia "Olha, parece que lhes passou qualquer coisa na cabeça...".
Mas este não é um conto de fadas.
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