A contestação popular em Marrocos, nos dias seguintes ao referendo de 1 de Julho, saiu à rua defendendo reformas maiores do que as aprovadas, nomeadamente quanto à separação entre os poderes legislativo e executivo e quanto à descricionaridade dos poderes políticos e religiosos que o rei mantem.
A democracia em Marrocos é pouco particiupada e as autoridades têm nisso grandes responsabilidades. A população com direito a voto ronda os 23 milhões de pessoas. Mas no referendo participaram apenas cerca de 9 milhões. O desinteresse nas campanhas de recenseamento por parte das autoridades deixa de fora dos cadernos eleitorais cerca de 10 milhões de pessoas, pelo que a afluência registada não chegou aos 40% dos eleitores com direito a voto.
"Estamos aqui para dizer não ao referendo e à constituição", disse Oussama Khlifi, um dos fundadores do Movimento 20 de Fevereiro, que reivindica mudanças democráticas no país. "Queremos uma monarquia constitucional, com um rei que tenha autoridade mas que não governe, e queremos um verdadeiro combate à corrupção."
Esta limitação compromete, desde logo, a legitimidade dos resultados da consulta.
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