domingo, 1 de fevereiro de 2009

O Freeport e as grandes manobras

O unanimismo do tratamento dos grandes media sobre o caso Freeport deixa que pensar.
Não é que não incluam diferentes atitudes do tipo de salientar a gravidade da questão ou de dizer que tudo isto é mais ou menos uma cabala.
Não. O que parece estar a acontecer é quererem todos transformar no alfa e ómega da crise que o país atravessa um caso de corrupção em que mais ou menos alegadamente esteja o Primeiro-Ministro, ou a recomendável família, ou ainda o cão e o gato...Isto é, todos estão a contribuir para a operação de vitimização de Sócrates.
E, concomitantemente, a retirar do debate público as causas de política que estão na origem da crise que, há umas semanas já estava remetida para efeito colateral das coboiadas financeiras da administração Bush em detrimento das malfeitorias permanentes e continuadas da política de direita do PS, os planos de salvação da banca tóxica e o desatar de encerramentos de empresas e de interrupções de laboração com o aumento de despedimentos e desemprego e a perspectiva de fome a atingir mais lares portugueses.

Deixemos as instâncias judiciais funcionar, não ignorando que há fumos mas não inflamando o discurso por razões pouco claras, contendo os donativos para peditórios que passam ao largo de grandes manobras.
O fenómeno da corrupção é uma condição desta política. Necessária para ela se realizar. Mas não suficiente para poder ser combatida isoladamente - com êxitos pontuais contra a malandrice dos nossos maiores que se podem arrastar por muitos e bons anos em tribunal e depois regressarem como vedetas de talk-shows e de consultadorias diversas em empresas públicas - e fechando os olhos à progenitora firmemente ancorada em interesses de grupos económicos que põem os ovos em vários cestos para, estragando-se alguns, não deixarem de ter omoletes.

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