segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Cherne numa salada de opiniões e sinais...

Do Publico de hoje tiramos:


O grande argumento a favor de uma confirmação rápida de Barroso tem a ver com a necessidade de evitar uma perda de influência da UE durante a primeira metade de 2009, em contraste com a forte liderança exercida pela presidência francesa ao longo deste semestre. Nessa altura, a Comissão, o Parlamento Europeu (PE) e o alto-representante para a Política Externa estarão em fim de mandato, com uma capacidade de acção inevitavelmente reduzida. Ao mesmo tempo, a UE será presidida pela República Checa, cuja falta de experiência, imprevisibilidade e eurocepticismo começam verdadeiramente a assustar as outras capitais.Assegurar continuidade. A ideia de confirmar Barroso já em Dezembro destinar-se-ia precisamente a garantir que pelo menos uma instituição estaria a funcionar em pleno graças à perspectiva de continuidade, podendo, ao mesmo tempo, "enquadrar a presidência checa e falar em nome da UE de uma forma um pouco mais credível", segundo um diplomata europeu. Legalmente, o presidente da Comissão só pode ser escolhido pelos líderes dos Vinte e Sete - e confirmado pelo PE - depois das eleições europeias de Junho de 2009 e em função dos seus resultados. Mesmo assim, nada impede Sarkozy de expressar oralmente o apoio político dos Vinte e Sete à continuidade de Barroso, embora salvaguardando que a decisão formal só será tomada pela cimeira prevista logo a seguir às eleições. Este cenário corre sempre o risco de ser rejeitado pelo PE por representar uma inversão do processo.

(Isabel Arriaga e Cunha, correspondente em Bruxelas)

"Não há soluções perfeitas", reconhece um influente think tank europeu, considerando no entanto que a confirmação rápida de Barroso seria a "menos má". Sem isso, refere, "a sua conduta na primeira metade de 2009 corre o risco de ser interpretada à luz da sua ambição pessoal". Ao mesmo tempo, se a decisão for adiada para Junho, "a sua nomeação corre o risco de ocorrer num contexto pós-eleitoral muito negativo e antieuropeu", o que será "terrível" para a instituição e o seu presidente. Podendo mesmo custar-lhe o lugar, se os responsáveis europeus chegarem à conclusão de que será necessária uma renovação. Apesar de a possibilidade de uma decisão em Dezembro não estar confirmada, e poder mesmo nunca se concretizar, vários sinais parecem apontar nesse sentido.

(Antonio Missiroli, director do European Policy Centre)

Falta de liderança, timidez, incompetência: a gestão da crise económica e financeira por parte da Comissão Europeia de Durão Barroso está a ser cada vez mais contestada.A crítica mais dura foi feita por Joschka Fischer, ex-ministro alemão dos Negócios Estrangeiros, que, num artigo de opinião publicado a 10 de Novembro no francês Le Figaro, qualifica Barroso de "incompetente". Neste texto, Fischer considera que, perante a recessão económica que se anuncia, a UE vai ter de adoptar rapidamente meios para reagir no plano político no quadro de uma nova "coordenação macro-económica e orçamental", como tem sido defendido pelo Presidente francês, Nicolas Sarkozy. "Esta proposta é tanto mais sensata quanto a Comissão Europeia deu provas da sua inaptidão quase total. O presidente incompetente da CE viu o seu mandato renovado por cinco anos em agradecimento da sua inocuidade", acusa.

(Joschka Fischer, ex-MNE da Alemanha)


Apesar de mais moderado, Jean-Pierre Jouyet, secretário de Estado francês dos Assuntos Europeus, escreveu no início do mês no seu blogue que as iniciativas de resposta à recessão assumidas por Bruxelas "são muito tímidas". "A Comissão, fortemente incitada pelo Presidente da República [Sarkozy], presidente do Conselho Europeu, tentou definir uma estratégia comum em resposta à crise económica" mas as suas propostas são "muito tímidas".

(Jean-Pierre Jouillet, Secretário de Estado francês para os Assuntos Europeus)

Portugal não se revê nas críticas de dirigentes europeus ao presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, e mantém o apoio à sua recondução no cargo.

(Luís Amado, chefe da diplomacia portuguesa, hoje)



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