A Luna, minha cadela de quem aqui falo pela primeira vez, ao fim de três anos do blog, viu os donos de mala feita, excitou-se perfilando-se para a viagem, mas rapidamente percebeu que não teria boleia e presenteou-nos com o seu desprezo, retirando-se de rabo entre as pernas para a cama. “Ingratos!”, terá pensado…
Primeiro Acto
A CP lá averbou mais duas passagens em prejuízo da Renex. Sim, porque nestes dois despossuídos de carro, a inclinação vai sempre para o caminho-de-ferro. A opção pelo “conforto” permitiu-nos ter como espécie de contrapartida parcial pelo delta de preço uns cookies, sabiamente guardados para qualquer emergência, como o afundamento do país, um sumo que se deglutiu sem gosto e uns jornais iguais aos dos outros dias com prosa pouco inteligente e algo fastidiosa. A páginas tantas já dormia enquanto a Isabel mergulhava na babilónia colonial da economia açucareira a que a licenciatura de História, em fase terminal, a obligé.
Acordei na Funcheira onde na plataforma já não aparecem aquelas alentejanas lindas que na minha juventude nos vendiam pela janela umas bifanas quentinhas e umas jarrinhas feitas de barro com água fresca . Aquilo é que era! … e tão rápido que o medo de não ter tempo para a operação tornava angustiante a aquisição, para já não falar do meu pai que optava para rumar ao café da estação, desenturpecer as pernas e pôr a merenda nos conformes, deixando a família aflita.
Descido em Tunes para o transbordo, e já com o Alfa ao longe a rumar a Faro, dei por falta da minha esferográfica de estimação…Praguejei contra a qualidade dos jornalistas e as notícias requentadas que inviabilizaram os sublinhados do costume no papel, a pensar no próximo post. Ela também deve ter adormecido com a falta de uso e para lá ficou à espera de ser colhida como inesperada prenda de Natal por um magano qualquer.
Do Alfa para a automotora, segundo um companheiro de viagem, “passamos dum comboio para uma carroça”…De carroça até não me importava, voltando a pensar nas viagens com o meu avô moleiro por aquelas paragens. Eu só peço aos administradores da CP que, de vez em quando, limpem os vidros da “composição”, velha e digna, que liga Tunes a Lagos, servindo as celebérrimas praias de A. Pêra, Rocha, Lagos, para não ficar com aquele aspecto rançoso…Se andam a cortar no pessoal ou nos outsorcings podiam, eles próprios, organizarem, ao seu nível, um roulement para justificarem aos utentes os salários que ganham.
Segundo Acto
A “estação” de Silves é, de facto, um apeadeiro, com o edifício fechado e sem se lobrigar vivalma. Debaixo de chuva lá rumamos ao pequeno café ao longe, onde o pessoal adulto e crianças se atarefavam a fazer subir uma árvore de Natal made in China. Recolhemos mais um telefone de táxis, que respondeu ao contrário de outros, anotados quando da planificação da logística em terra e fomos salvos da contingência, depois de fazer marchar mais dois cafés. Se a Isabel Soares criasse uma navete puxada a machos ou mulas seria mais interessante (ó Isabel, se leres a prosa, pensa no assunto…).
Chegados ao hotel da Colina dos Mouros, mais um susto.
Um casal de brasileiros organizava uma recepção comercial para uns sessenta idosos, certamente a troco de uma viagem barata, com uma parafernália de instrumentos de cozinha para venda, em balada por uma ensurdecedora música pimba. Alguns olhares de terceira idade ainda em riste brejeiro deliciavam-se com as formas traseiras da brasileira que se bamboleava entre eles e elas, com um apurado sentido comercial. Fugimos para o quarto, de limpeza duvidosa e aquecimento ronceiro e intermitente, onde depositamos os haveres. Céleres, fugimos de novo e atravessamos o Arade onde, à falta de gente, pairavam gaivotas e garças . Os humanos distribuíam-se pelos cafés, gozando o quentinho.
Primeiro Acto
A CP lá averbou mais duas passagens em prejuízo da Renex. Sim, porque nestes dois despossuídos de carro, a inclinação vai sempre para o caminho-de-ferro. A opção pelo “conforto” permitiu-nos ter como espécie de contrapartida parcial pelo delta de preço uns cookies, sabiamente guardados para qualquer emergência, como o afundamento do país, um sumo que se deglutiu sem gosto e uns jornais iguais aos dos outros dias com prosa pouco inteligente e algo fastidiosa. A páginas tantas já dormia enquanto a Isabel mergulhava na babilónia colonial da economia açucareira a que a licenciatura de História, em fase terminal, a obligé.
Acordei na Funcheira onde na plataforma já não aparecem aquelas alentejanas lindas que na minha juventude nos vendiam pela janela umas bifanas quentinhas e umas jarrinhas feitas de barro com água fresca . Aquilo é que era! … e tão rápido que o medo de não ter tempo para a operação tornava angustiante a aquisição, para já não falar do meu pai que optava para rumar ao café da estação, desenturpecer as pernas e pôr a merenda nos conformes, deixando a família aflita.
Descido em Tunes para o transbordo, e já com o Alfa ao longe a rumar a Faro, dei por falta da minha esferográfica de estimação…Praguejei contra a qualidade dos jornalistas e as notícias requentadas que inviabilizaram os sublinhados do costume no papel, a pensar no próximo post. Ela também deve ter adormecido com a falta de uso e para lá ficou à espera de ser colhida como inesperada prenda de Natal por um magano qualquer.
Do Alfa para a automotora, segundo um companheiro de viagem, “passamos dum comboio para uma carroça”…De carroça até não me importava, voltando a pensar nas viagens com o meu avô moleiro por aquelas paragens. Eu só peço aos administradores da CP que, de vez em quando, limpem os vidros da “composição”, velha e digna, que liga Tunes a Lagos, servindo as celebérrimas praias de A. Pêra, Rocha, Lagos, para não ficar com aquele aspecto rançoso…Se andam a cortar no pessoal ou nos outsorcings podiam, eles próprios, organizarem, ao seu nível, um roulement para justificarem aos utentes os salários que ganham.
Segundo Acto
A “estação” de Silves é, de facto, um apeadeiro, com o edifício fechado e sem se lobrigar vivalma. Debaixo de chuva lá rumamos ao pequeno café ao longe, onde o pessoal adulto e crianças se atarefavam a fazer subir uma árvore de Natal made in China. Recolhemos mais um telefone de táxis, que respondeu ao contrário de outros, anotados quando da planificação da logística em terra e fomos salvos da contingência, depois de fazer marchar mais dois cafés. Se a Isabel Soares criasse uma navete puxada a machos ou mulas seria mais interessante (ó Isabel, se leres a prosa, pensa no assunto…).
Chegados ao hotel da Colina dos Mouros, mais um susto.
Um casal de brasileiros organizava uma recepção comercial para uns sessenta idosos, certamente a troco de uma viagem barata, com uma parafernália de instrumentos de cozinha para venda, em balada por uma ensurdecedora música pimba. Alguns olhares de terceira idade ainda em riste brejeiro deliciavam-se com as formas traseiras da brasileira que se bamboleava entre eles e elas, com um apurado sentido comercial. Fugimos para o quarto, de limpeza duvidosa e aquecimento ronceiro e intermitente, onde depositamos os haveres. Céleres, fugimos de novo e atravessamos o Arade onde, à falta de gente, pairavam gaivotas e garças . Os humanos distribuíam-se pelos cafés, gozando o quentinho.
Escalamos então a encosta do Castelo até chegar ao Café Silves, onde autora e editor ofereceram a uma dezena de amigos o almoço. Beijos e abraços a uma Susana atarefada de anfitriã e atacamos o boufet. O meu irmão Luís, que vive em Lagos, mas é professor na Escola Secundária de Silves, chegou meia-hora depois, na mesma automotora que nos levara mas já fazendo o sentido contrário. O Café é simpático bem como a dona, seguramente sexagenária, mas bela, mantendo um charme agradável aos sentidos…
Terceiro Acto
Reposta a normalidade alimentar, lá fomos debaixo de chuva para a Biblioteca Municipal onde seria a apresentação no salão do bar. O local é bonito e acolhedor e a muito boa temperatura na biblioteca permitiu-nos secar as calças.
A Susana avançou e fez a história da publicação no seu jeito volátil e despretensioso. Seguiu-se o Carlos Pinto Coelho que nos falou da mulher jornalista, da mulher das causas políticas, da feminista inteligente e dos seus amores. Respondendo à eterna pergunta “porque escreves?”, e citando conversa com Mário de Carvalho que lhe fez o paralelismo das mãos gravadas nas paredes no paleolítico, que poderiam ter justificação idêntica, citou " para se saber que estivemos aqui…”. Um jovem de barba andaluz e de preto, de seu nome Paulo, brindou-nos com quatro virtuosas peças em acordeão, começando por uma maravilhosa melodia yiddish. Esqueci-me de vos dizer: a Susana, que é alemã e portuguesa, nasceu de um casal judeu que para aqui fugiu dos nazis em 1933. O Paulo, assim se chamava o moço, já tinha sido profissional do instrumento e agora era responsável da biblioteca. Espero bem, para a felicidade de muitos, que o Paulo continue com o acordeão!...O editor José-Luís Ferreira disse de sua justiça, substituindo a Isabel da Nóbrega, retida em casa por via da intempérie. O meu irmão que, em momentos tais, fica agitado, saiu para a biblioteca, foi à net, imprimiu qualquer coisa que era afinal o "Balanço Provisório" do Fanha, de que fez belíssima leitura.
Acabada a sessão, meu irmão e a Piedade cantaram modas alentejanas um para o outro de tal maneira que pensei que aquilo ia acabar em namoro. Mas não.
Como o livro é em alemão, língua avessa à minha intuição latina para o linguarejar, adquiri um exemplar que vou mandar para a Stephanie e o Gunther, mais exactamente para a Geranienweg, onde moram em Brandenburgo.
Regressados ao Café Inglês atacamos o jantar. O Luís já tinha combinado com os músicos dar uns trinados no fim mas não deu porque no grupo alguém se indispôs e saímos mais cedo que o previsto. Demandamos o hotel onde os nossos guaranis, para o nosso equilíbrio, já tinham despachado as vendas, a música e recolhido o bambolear comercial da sua agente. O comando do televisor também não funcionava o que facilitou, sem mais delongas, o justo repouso dos corpos.
Quarto Acto
Ver o Luís a comer o pequeno-almoço é um espectáculo! A entrar nos sessenta não lhe falta o apetite na sua refeição “mais importante”.
Atestado e satisfeito, levou-nos a ver a escola. Os seus olhos brilharam porque à casota, do meio do pátio, do seu projecto foto-voltaico de produção de energia, já só faltavam as telhas e a câmara já tinha tapado com areia e betuminoso os roços abertos para as ligações ao edifício principal.
Quinto e último Acto
Regressados ao “apeadeiro”, de trouxa feita, e ainda alguns pingos, a CP juntou à falta de limpeza outra surpresa: mudara os horários e marimbara-se na informação aos utentes. Mais umas pragas. O Luís foi o primeiro a regressar a Lagos e nós, sem muita pressa ao domingo, fomos ocupando o tempo, confiantes que este traz sempre novidades.
A senhora idosa ao nosso lado, mau-grado a delicada figura, ia devorando uma bela sandes de fiambre, não se esquecendo de antes ter a gentileza de perguntar “São servidos?”. Eu, qualquer dia digo que sim e crio um problema…Foi trocando impressões com a Isabel sobre o tempo, e depois sentou-se ao nosso lado. Abriu o saco e eu cheguei a imaginar algum doce. Mas não. “Tenho aqui um livro. Os senhores são crentes?” mas a Isabel cortou cerce “Não, só acreditamos nos homens, mas obrigados pela atenção!”. Encolheu-se: “Eu respeito os pensamentos de cada um…”. Não lhe restava de facto outra coisa mas esfriou e passou a olhar-nos, a nós, incréus perdidos para a verdade, do alto da sua pose missionária…
Seguiu-se o cão branco. A Isabel, talvez com saudades da Luna, lá lhe desfez em bocados umas empadas a que juntou os cookies do dia anterior. A tal permitiu a falta de notícias sobre maiores colapsos, superiores aos que nosso Primeiro lá vai provocando. A missionária também lhe deu bocadinhos de pão (fiambre não…). Todos festejámos o cão. Perguntando-nos se ele estaria perdido, a senhora disse-nos ser "ali daqueles", apontando para o outro lado da linha.
“Aqueles” eram os ciganos, acordando do seu acampamento, com as crianças bem enroupadas, a receber pão dum grande saco de papel mais chouriços para o mata-bicho. Um jovem "daqueles" antes da recfeição foi pedalar numa pasteleira e os decibéis fortes de uma qualquer gipsy music alegraram-nos a alma.
Do nosso grupo fazia parte um jovem militar que completara quinze dias de férias e a quem a armadilha da CP lhe provocou um temor de não chegar antes da meia-noite aos Comandos da Amadora. Dei com uma inscrição a marcador preto num lancil da plataforma onde a letra de uma jovem perguntava: "Sabes o que é o mundo? É uma coisa muito bela como os teus olhos e os teus beijos". Li-a em voz alta para todos…"Sim senhor", comentou o magala, "não há só grafitis feios" e mostrou-me do telemóvel as fotos das composições da nossa automotora grafitadas com grande gosto e qualidade. O que confirmámos quando ela chegou…
De Silves a Tunes e de Tunes a Sete-Rios se preencheram as três horas seguintes. Da ponte olhei o Cristo no santuário e juro que me disse “António, foi bom mas acabou, a Susana que consiga a edição em Português", e, recordando-me a abordagem missionária de horas atrás, deixou sair "desculpa qualquer coisinha…”.
Terceiro Acto
Reposta a normalidade alimentar, lá fomos debaixo de chuva para a Biblioteca Municipal onde seria a apresentação no salão do bar. O local é bonito e acolhedor e a muito boa temperatura na biblioteca permitiu-nos secar as calças.
A Susana avançou e fez a história da publicação no seu jeito volátil e despretensioso. Seguiu-se o Carlos Pinto Coelho que nos falou da mulher jornalista, da mulher das causas políticas, da feminista inteligente e dos seus amores. Respondendo à eterna pergunta “porque escreves?”, e citando conversa com Mário de Carvalho que lhe fez o paralelismo das mãos gravadas nas paredes no paleolítico, que poderiam ter justificação idêntica, citou " para se saber que estivemos aqui…”. Um jovem de barba andaluz e de preto, de seu nome Paulo, brindou-nos com quatro virtuosas peças em acordeão, começando por uma maravilhosa melodia yiddish. Esqueci-me de vos dizer: a Susana, que é alemã e portuguesa, nasceu de um casal judeu que para aqui fugiu dos nazis em 1933. O Paulo, assim se chamava o moço, já tinha sido profissional do instrumento e agora era responsável da biblioteca. Espero bem, para a felicidade de muitos, que o Paulo continue com o acordeão!...O editor José-Luís Ferreira disse de sua justiça, substituindo a Isabel da Nóbrega, retida em casa por via da intempérie. O meu irmão que, em momentos tais, fica agitado, saiu para a biblioteca, foi à net, imprimiu qualquer coisa que era afinal o "Balanço Provisório" do Fanha, de que fez belíssima leitura.
Acabada a sessão, meu irmão e a Piedade cantaram modas alentejanas um para o outro de tal maneira que pensei que aquilo ia acabar em namoro. Mas não.
Como o livro é em alemão, língua avessa à minha intuição latina para o linguarejar, adquiri um exemplar que vou mandar para a Stephanie e o Gunther, mais exactamente para a Geranienweg, onde moram em Brandenburgo.
Regressados ao Café Inglês atacamos o jantar. O Luís já tinha combinado com os músicos dar uns trinados no fim mas não deu porque no grupo alguém se indispôs e saímos mais cedo que o previsto. Demandamos o hotel onde os nossos guaranis, para o nosso equilíbrio, já tinham despachado as vendas, a música e recolhido o bambolear comercial da sua agente. O comando do televisor também não funcionava o que facilitou, sem mais delongas, o justo repouso dos corpos.
Quarto Acto
Ver o Luís a comer o pequeno-almoço é um espectáculo! A entrar nos sessenta não lhe falta o apetite na sua refeição “mais importante”.
Atestado e satisfeito, levou-nos a ver a escola. Os seus olhos brilharam porque à casota, do meio do pátio, do seu projecto foto-voltaico de produção de energia, já só faltavam as telhas e a câmara já tinha tapado com areia e betuminoso os roços abertos para as ligações ao edifício principal.
Quinto e último Acto
Regressados ao “apeadeiro”, de trouxa feita, e ainda alguns pingos, a CP juntou à falta de limpeza outra surpresa: mudara os horários e marimbara-se na informação aos utentes. Mais umas pragas. O Luís foi o primeiro a regressar a Lagos e nós, sem muita pressa ao domingo, fomos ocupando o tempo, confiantes que este traz sempre novidades.
A senhora idosa ao nosso lado, mau-grado a delicada figura, ia devorando uma bela sandes de fiambre, não se esquecendo de antes ter a gentileza de perguntar “São servidos?”. Eu, qualquer dia digo que sim e crio um problema…Foi trocando impressões com a Isabel sobre o tempo, e depois sentou-se ao nosso lado. Abriu o saco e eu cheguei a imaginar algum doce. Mas não. “Tenho aqui um livro. Os senhores são crentes?” mas a Isabel cortou cerce “Não, só acreditamos nos homens, mas obrigados pela atenção!”. Encolheu-se: “Eu respeito os pensamentos de cada um…”. Não lhe restava de facto outra coisa mas esfriou e passou a olhar-nos, a nós, incréus perdidos para a verdade, do alto da sua pose missionária…
Seguiu-se o cão branco. A Isabel, talvez com saudades da Luna, lá lhe desfez em bocados umas empadas a que juntou os cookies do dia anterior. A tal permitiu a falta de notícias sobre maiores colapsos, superiores aos que nosso Primeiro lá vai provocando. A missionária também lhe deu bocadinhos de pão (fiambre não…). Todos festejámos o cão. Perguntando-nos se ele estaria perdido, a senhora disse-nos ser "ali daqueles", apontando para o outro lado da linha.
“Aqueles” eram os ciganos, acordando do seu acampamento, com as crianças bem enroupadas, a receber pão dum grande saco de papel mais chouriços para o mata-bicho. Um jovem "daqueles" antes da recfeição foi pedalar numa pasteleira e os decibéis fortes de uma qualquer gipsy music alegraram-nos a alma.
Do nosso grupo fazia parte um jovem militar que completara quinze dias de férias e a quem a armadilha da CP lhe provocou um temor de não chegar antes da meia-noite aos Comandos da Amadora. Dei com uma inscrição a marcador preto num lancil da plataforma onde a letra de uma jovem perguntava: "Sabes o que é o mundo? É uma coisa muito bela como os teus olhos e os teus beijos". Li-a em voz alta para todos…"Sim senhor", comentou o magala, "não há só grafitis feios" e mostrou-me do telemóvel as fotos das composições da nossa automotora grafitadas com grande gosto e qualidade. O que confirmámos quando ela chegou…
De Silves a Tunes e de Tunes a Sete-Rios se preencheram as três horas seguintes. Da ponte olhei o Cristo no santuário e juro que me disse “António, foi bom mas acabou, a Susana que consiga a edição em Português", e, recordando-me a abordagem missionária de horas atrás, deixou sair "desculpa qualquer coisinha…”.
2 comentários:
Grande aventura em cinco actos, António...! só o Sol e a CP vos atraiçoou...Só quem a usa, sabe desses delitos ferroviários!
Abracinho
Que saudades que eu tenho da Luna... e dos donos da Luna ... e da Isabel que é das melhores pessoas que conheço...
abraço
JC
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