Do blog do Vitor Dias, com quem falei há dias sobre esta homenagem a Felicidade Alves, reproduzo o post que sobre ela fez ontem.Com ele fica, também aqui, o convite para outros amigos também lá estarem amanhã.
Foi em 14 de Dezembro de 1998, faz hoje precisamente 10 anos, que faleceu José da Felicidade Alves, um homem bom, digno e vertical que, ainda no exercício do seu ministério sacerdotal, ousou afrontar como exemplar coragem uma hierarquia da Igreja Católica portuguesa (*) profundamente comprometida com a ditadura fascista e, por essa via e pelas suas iniciativas posteriores (como os Cadernos GEDOC) , desempenhou um papel de relevo na dinamização e agregação dos católicos progressistas nos últimos cinco anos da ditadura.
Evocando esta efeméride, em boa hora o Centro de Reflexão Cristã e o Centro Nacional de Cultura decidiram promover no próximo dia 16 de Dezembro, das 18 às 20hs., no CNC (Galeria Fernando Pessoa – Largo do Picadeiro nº 10-1º), uma reunião de convívio e de reflexão, «evocativa dos testemunhos de vida e de acção, que marcaram as intervenções de Felicidade Alves na sociedade civil e eclesiástica» com intervenções previstas de Guilherme de Oliveira Martins, Frei Bento Domingues, Diana Andringa e Manuel Vilas Boas.
Associo-me de alma, razão e coração a esta homenagem a José da Felicidade Alves com quem tive a oportunidade e o prazer de conversar várias vezes antes do 25 de Abril e depois nos anos de 1974 e 1975 no MDP/CDE e - acrescento só para que não haja páginas brancas na história e percurso das pessoas - sinto um grande orgulho por, durante muitos anos e até à sua morte, ter sido membro do mesmo partido que eu, o PCP.
Nesta data, que não lhe pode deixar de lhe reavivar alguma dor e tristeza e uma imensa saudade, daqui envio um abraço de estima e amizade à Elizete, sua viúva.
(*) A magnifica e expressiva foto de José da Felicidade Alves que encima este «post» foi extraída da capa do livro Testemunho Aberto - o caso do Padre Felicidade, editado em 1999 pela Multinova e organizado por Abílio Tavares Cardoso e João Salvado Ribeiro e que constitui uma obra indispensável para quem quiser conhecer o historial que vai desde a expulsão e excomunhão de José da Felicidade Alves em 1968 até à sua reconciliação com a hierarquia da Igreja através da autorização do seu casamento canónico em 10.6.98.
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1 comentário:
Lembro-me, ainda adolescente, mas atirada para as coisas proibidas, de ouvir nas tertulias de café, falar de Felicidade Alves, das suas tomadas de posição e de ir até à Casa Rádio, livraria de referência para "as coisas" clandestinas, vendidas por baixo do balcão,e comprar o livro escrito por ele, cujo nome não lembro...È bom relembrar...
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