domingo, 28 de junho de 2009

Na Festa do Porco do Adicense

O páteo a meio da Calçadinha da Figuieira é acolhedor. Uma loja de artesanato. Um rés-do-chão de apoio ao serviço. Uma grelha larga cujo fumo não incomoda. A inevitável janela com roupa interior a secar. Nas mesas grupos de amigos do Adicense, fadistas convidados, alguns autarcas. Uns cento e tal convivas sentados que despacham boas sardinhas com salada mista, umas febras com batata frita, chouriços assados e umas entermeadas, tudo regado com vinho e sangria. Rematando com arroz doce e muitos fados.
Quem não teve lugar sentado, sentou-se nas escadarias da calçadinha, que ligam o recinto à Rua Norberto Araújo, onde está a sede do clube, também de apoio ao evento, e um balcão para que os apeados degustem os comes e os bebes.
Subindo a rua, e as suas escadinhas a pique, com a muralha à esquerda, chegamos às Portas do Sol.



Este ano o Adicense excedeu-se e os convivas tiveram direito a um chapéu de palha vermelho e a cadeiras novas de napa, vermelha também...



Cada fadista convidado canta dois excepto o apresentador que nos serve quatro. Nas fotos acima lá estão eles: o apresentador, com a voz bem trabalhada, o António, decano praticante desde os 6 anos, a Alice Nunes, com garra, o Benjamin de Sousa uma força da natureza misto pegador de touros e rouxinol,o Jaime Alves, requintado e grande animador da colectividade ,com muito sentimento, o Mário Augusto, de voz bem timbrada, a Benvinda Ornelas, empertigada, vinda do Porto Santo, o Eurico, aprumadinho, e o impagável Luís Vicente. Lugar de destaque para o Manuel Gomes e o Fernando Gomes, respectivamente à guitarra e à viola, bem à atura dos acontecimentos.

O pessoal do Adicense trabalha que se desunha. Um abraço do meu grupo para o presidente, o Virgílio, sempre com ar de jovem, o ZéZé e a sua bigodaça, a Ana, a nossa bonita "assistente de bordo" e ao Manel, de perfil respeitável do . Mas estariam lá mais uns dez a trabalhar.




Porquê chamar à festa "do porco", neste que é um arraial como outros de Alfama? Disse-me o Virgílio que desde que a fazem há uns 3o anos, compravam um porco que era ali assado no espeto. Mas este ano, com os porcos para o efeito a mais de setecentos euros, viste-lo...

Só os pingos nos tiraram de lá porque a festa do porco continuou. Ali a 50 metros estava o arraial de S. Miguel. Já tenho saudades de ontem à noite, desses amigos com quem trabalhei e convivi de perto, há quase 10 anos quando, sediado teambém a poucos metros deles, fui vereador da reabilitação urbana dos bairros históricos.

Alfama é linda!...Pois é.

1 comentário:

neves disse...

Ainda existem tradições que valem a pena!!!