
Na presente semana o governo andou a apanhar bolas pretas.
A tentativa de criar mecanismos de interferência na linha editorial da TVI através da compra pela PT de 30% do capital da TVI, detido pela PRISA, com a garantia dessa ingerência, saiu gorada. Obviamente que o governo conhecia os contactos entre a PT e a TVI, que tinham o aval de Zapatero para a PRISA se poder livrar dessas acções e o governo teria simpatia pela operação garantidos que fossem esses mecanismos.


Há coisas que ficam por esclarecer mas isto é o essencial da operação política que justificava o negócio.
A Fundação das Comunicações Móveis é o instrumento do governo para que algumas operações por ele desejadas se furtem a regras a que a administração pública está obrigada, nomeadamnente o concurso público e o visto do Tribunal de Contas. Daí ser uma fundação não privada mas do Estado e de direito privado a fazê-lo.

Alguns dos objectivos recentes realizados pela Fundação são conhecidos e ilustram razões dessa fuga. A nossa compreensão não estica ao ponto de que a fundação do andar de baixo do ministro, que operava com financiamento público, embora com capital simbólico das operadoras, fosse outra coisa que não esta que aqui descrevemos.
A terceira via Lisboa-Porto, para ceder às pressões das grandes construtoras, é outro dos
grandes investimentos mais que questionáveis pelos efeitos que terá na economia. É certo que ela gera trabalho, muito dele desregulado pela subcontratação sucessiva e permite tirar pessoas temporàriamente da pobreza. Mas isso pode ser feito, alternativamente, noutro tipo de investimentos dentro do próprio sector, como é o caso da opção pelo caminho de ferro.


E, por falar em construtoras, a empresa que Sócrates e Manuel Pinho, trouxeram para pôr a laborar as minas de Aljustrel, salvando centenas de postos de trabalho, não arranca. Empresa
participada pela construtora de Jorge Coelho, não resolve esta questão mas quer mais auto-estradas...Mais uma vez os amigos deixam o governo mal na fotografia.

E, para ficar por aqui, os produtores de leite estão em fúria contra a permissividade com as grandes superfícies que optam pela venda de leite de refugo espanhol a preços inferiores aos
nacionais. As vantagens desta integração europeia são música celestioal. As consequências não acauteladas da abertura do mercado, geram estas aberrações. Grupos sociais e actividades significativas para garantir trabalho e vida própria de comunidades são cilindradas por quem tem dimensão para ocupar um mercado multinacional onde pode amortizar grandes investimentos ter acesso a melhores condições de crédito e baixar preços de venda ao público que é irremediàvelmente atraído para opções onde o critério de qualidade deixa de estar ausente devido às dificuldades económicas que impõem apenas o critério do preço mais baixo. Quando estiver liquidada a produção própria do país esses mesmos grandes grupos imporão subidas de preços.

Quem semeia ventos negros, colhe tempestades negras.
1 comentário:
´São so esquemas e bolas fora...e nós a pagarmos tudo isto!!!
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