sábado, 3 de janeiro de 2009

A fuga de Peniche

Passam hoje 49 anos sobre a histórica fuga de Peniche de vários dirigentes comunistas.
Na imagem acimaMargarida Tengarrinha desenhou o trajecto dos fugitivos.
Um dos seus protagonistas, Joaquim Gomes, contava há uns anos:
"A famosa fuga de Peniche foi uma das mais espectaculares da história do fascismo português, por se tratar de uma das prisões de mais alta segurança do Estado Novo.
No dia 3 de Janeiro de 1960 evadem-se do forte de Peniche: Álvaro Cunhal, Joaquim Gomes, Carlos Costa, Jaime Serra, Francisco Miguel, José Carlos, Guilherme Carvalho, Pedro Soares, Rogério de Carvalho e Francisco Martins Rodrigues.
No fim da tarde pára na vila de Peniche, em frente ao forte, um carro com o porta-bagagens aberto. Era o sinal de que do exterior estava tudo a postos. Quem deu o sinal foi o actor, já falecido, Rogério Paulo.
Dado e recebido o sinal, no interior do forte dá-se início à acção planeada. O carcereiro foi neutralizado com uma anestesia e com a ajuda de uma sentinela - José Alves - integrado na organização da fuga, os fugitivos passaram, sem serem notados, a parte mais exposta do percurso. Estando no piso superior, descem para o piso de baixo por uma árvore. Daí correm para a muralha exterior para descerem, um a um, através de uma corda feita de lençóis para o fosso exterior do forte. Tiveram ainda que saltar um muro para chegar à vila, onde estavam à espera os automóveis que os haviam de transportar para as casas clandestinas onde deveriam passar a noite. Álvaro Cunhal passou a noite na casa de Pires Jorge, em São João de Estoril, onde ficaria a viver durante algum tempo.
Esta fuga só foi possível graças a um planeamento muito rigoroso e uma grande coordenação entre o exterior e o interior da prisão.Do interior a comissão de fuga era composta por Álvaro Cunhal, Jaime Serra e Joaquim Gomes. Do exterior, organizaram a fuga Pires Jorge e Dias Lourenço, com a ajuda de Otávio Pato, Rui Perdigão e Rogério Paulo."
Numa das visitas ao forte, já depois do 25 de Abril, Joaquim Gomes prestou o seguinte depoimento:


José Vitoriano, saudoso camarada, fez também dela um relato que o Militante publicou e que pode encontrar em
http://omilitante.pcp.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=23&Itemid=32

2 comentários:

samuel disse...

Ainda agora comentei no "Cravo de Abril" o grande filme que esta história daria. Claro que teria de ser devidamente enquadrado e deve ser esse "enquadramento" que assusta e afasta os nossos cineastas...

Abraço

Anónimo disse...

Um filme seria a homenagem perfeita aos homens e mulheres que lutaram contra o regime fascista e arriscando tudo ajudaram a construir 0 25 de Abril.