domingo, 18 de janeiro de 2009

Marte e Terra com formas de vida semelhantes? (versão corrigida)


A eventual existência de vida em Marte paira há dezenas de anos no nosso imaginário. Sobre isso a ficção fez o seu curso e a ciência também. Não queremos ir além do que é o nosso conhecimento mas importa partilhar o que nos chega de outros, não sobre a existência de vida – não provada – mas sobre como, existindo, poderia aí ter surgido…
Há cerca de dez anos um evolucionista, Keneth Nealson, expressava à Newsweek (1), a convicção de que 7 milhões de toneladas da Terra cobriam partes de Marte devido à actividade vulcânica intensa do nosso planeta num passado remoto que a teria feito chegar a este planeta, na forma de poeiras com micróbios terrestres. Há também cientistas criacionistas (2) que admitem, com base na Bíblia, esta explosão de material a partir do Génesis. E que hoje se poderia dizer ter associado vestígios de vida.
Assim, poderíamos admitir que vida em Marte ou se teria desenvolvido lá ou por contágio de materiais expelidos da Terra.
A vida não se cria, apesar da idéia hoje vulgarizada por ignorância e contágio resultante da má interpretação das possibilidades actuais de manipulação genética.
O que os cientistas hoje podem fazer em laboratório não é criar vida a partir de matéria não viva mas agir como engenheiros genéticos. Se um dia o vierem a fazer isso resultará de um desígnio inteligente e não validará idéias da sua criação ou a partir do acaso ou de uma qualquer evolução e ainda menos de um engenheiro genético original… Mesmo nos casos que envolvam vida sintética (artificial), os cientistas não criam nem produzem, de facto, vida a partir de matéria inerte. Criam, sim, um ADN artificial, com instruções genéticas e um código, que implantam numa célula viva já existente, criando a partir daí uma nova forma de vida.
O laboratório da nave norte-americana Phoenix revelou a existência em solo marciano de sódio, magnésio e potássio. Mesmo os vestígios de água nos polos ou em sub-solo em Marte não são por si suficientes para tirar essa conclusão. A água é, porém, uma condição, em bora não suficiente, para a existência de vida. Em 2003, porém, a descoberta de metano (3) na atmosfera de Marte deu uma informação que permite admitir que possam existir microrganismos em sub-solo, resultantes da reacção da água com a rocha quente ou como produto de decomposições (4). E não há indícios de que esses microrganismos tivessem ali chegado em meteoritos, não se tendo verificado a existência de outros gases, como o dióxido de enxofre, se o metano tivesse tido origem em actividade vulcânica.
Os organismos vivos libertam metano, digerindo nutrientes. A oxidação do ferro, como processo estritamente geológico também pode contribuir para isso. A existência de metano indica que Marte está activo mas não sabemos ainda se a sua origem é geológica ou biológica (5).

(1) Newsweek de 12 de Setembro de 1998, pg. 12.
(2) Por exemplo o Dr. Walt Brown do MIT
(3) A molécula de metano é composta por um átomo de carbono e quatro de hidrogénio e este gás é o principal componente do gás natural.
(4) Segundo Lisa Pratt, cientista da Universidade de Indiana.
(5) Segundo Michael Meyer, cientista-chefe do programa de Marte da NASA.

Sem comentários: