sábado, 24 de janeiro de 2009

Vila de Rei: se não conhecem, fazem favor...

A minha filha Inês fez hoje anos e rumámos a Vila de Rei, onde fomos vêr uma velha casa da família do namorado, abandonada, e que estão ambos a restaurar para fazerem fins-de-semana e mini-férias. Não conhecíamos o concelho e foi bom lá ter estado.
Criado em 1285 por foral de D. Dinis, o concelho foi terra de lenhadores e resineiros, talvez se tendo nele cantado aquela canção que aprendi na juventude que assim dizia:

Resineiro engraçado,
engraçado no falar
Ó i ó ai, eu quero ir à terra dele
Ó i ó ai, se ele me lá quiser levar

Hoje restam-lhe cerca de três mil habitantes, que mantém actividade na agricultura, silvicultura , fumeiros e enchidos. Muitos imigrantes construíam a sua casa onde vêm no Verão. É difícil fixar nova população. Trabalho, só no município e nalguma hotelaria e conhecem-se iniciativas municipais com esse objectivo mas sem resultados significativos.


Na sede do concelho almoçamos na Albergaria D. Dinis com uma bela entrada de enchidos, maranhos, picanha e costeletas de porco preto, especialidades locais que contemplam ainda uma sopa de peixe que não comemos, acompanhados por uma sangria agradável e doces triviais mas de qualidade. Ali pode almoçar por 1o-15 euros e pernoitar por uns 40, passe a publicidade.
Sossegados dos estômagos fomos até ao Picoto da Milriça onde um marco se eleva a assinalar que ali é o centro geodésico do país, com vistas fantásticas sobre a Serra da Lousã e mesmo a Serra da Estrela, mais distante. Um pequeno museu da Geodesia aí funciona.



Seguimos depois, atravessando a povoação de Milreu, para o Penedo Furado, nome dado pela passagem natural que existe no maciço rochoso. Em baixo uma das praias fluviais da zona, equipada com parque de merendas, balneários e bar, funcionando no verão, e um parque infantil. A partir dela seguimos a ribeira através de um caminho estreito talhado na rocha que nos conduz para quedas de água muito belas e convidativas. Nos vários picos à volta do Penedo foram dispostas estátuas de vários santos quiçá para nos afastar das tentações paradisíacas. À saída fomos ao miradouro onde se vê a junção das duas ribeiras, a da cascata maior e a da praia, que acabam por desaguar no Zêzere. Aí reza uma inscrição ainda não vandalizada:

Reza a lenda da bafureira
entre este penedo furado
e bicha pintada na ribeira
está lindo bezerro dourado
O acesso é fácil. Quem vem pela A1, segue até Torres Novas e mete pela A23 que nos conduz a Vila de Rei, depois pela EN2. Uma parte do dia chega para este percurso mas com o dia todo pode procurar outros locais onde a atração comum é a da água, como Castelo do Bode.

Mas naquela cascata vou dar uns mergulhos, lá mais para o Verão. Ai vou, vou...

1 comentário:

Anónimo disse...

Muito boa escolha para passear e comemorar um aniversário.
E quanto ao mergulho, eu ja o dei nesse mesmo local no verão passado e recomendo.