segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Missão impossível


Todos conhecemos que o nosso Primeiro é valente e não vira costas, gosta de desafios e é determinado. Do Talk of a One Man Show ontem registado para os canais de televisão entenderam alguns fazer sobressair que o relevante não era o uma vez mais tom anémico mas as piscadelas de olho à esquerda. Admitamos que, no meio de tal arrazoado, não tenha sido mosca nem tique, mas que tenha piscado para quebrar a anemia.

Importa, porém, recordar que até para os melhores há missões impossíveis. Estejam os grupos económicos, os poderes fácticos, os lobbies e off-shores descansados. Daqui não se correrá tal risco. Aliás, os mercados não reagiram como não reagiram às declarações de Jardim nem às setas dos Contemporâneos.

O homem glosou algumas evidentes consequências do sistema de que tem sido tão ardente defensor para, copiando Lino, proclamar o Jamais! Importa, porém, que conste em todos os meios que zelam pelos bons costumes que o homem nunca aprendeu a fazer outra coisa e que de efabulações tem o perfil recheado.

Que a maioriria absoluta do PS lhe tenha permitido uma governabilidade estimulante e uma estabilidade apreciável só os cegos não vêem. É mesmo preciso ser muito bera para não ter detectado os sinais promissores do que se passou com os trabalhadores e o Código do trabalho, com os professores e a qualidade do ensino, com os agricultores, os tribunais e as polícias, com as entidades reguladoras, com o encerramento de empresas. É inadmissível que se diga que este governo, saído de um mundo de promesas e esperanças, não esteja a deixar saudades a ninguém ou que foi o principal factor de instabilidade neste recanto de bons costumes.

O tempo é de eleições à vista e há que afagar o piso roído pela traça da política para garantir, com espessura reduzida do sobrante, que novos passos são possíveis até à derrocada.

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