O veterano Jim Brown, ex-militar americano com dez anos de experiência militar, revelou na semana que passou a dois jornalistas italianos, que os Estados Unidos lançaram uma bomba atómica contra a cidade iraquiana de Basra, em 27 de Fevereiro de 1991, durante a operalção Tempestade no Deserto, conduzida contra o Iraque.
A denúncia foi difundida pelo canal Railnews24, da RAI, estação pública italiana, pelos jornalistas Maurizio Torrealta e Alessandro Rampietti.
Jim Brown conta que a bomba nuclear lançada, com cerca de cinco quilotoneladas, é chamada pelos militares americanos de ''bomba nuclear de potência variável''. A notícia foi também citada pelo jornal espanhol El País na primeira página da edição da passada quinta-feira, dia 9.
Se se confirmar a denúncia, esta bomba seria a terceira lançada por um governo contra outro país em situação de guerra, após os lançamentos de Agosto de 1945, contra Hiroxima e Nagasaki.
''Basicamente trata-se de uma bomba de penetração de alta eficiência. Uma vez lançada, penetra dentro do objectivo, neste caso dentro da terra, onde explode. É utilizada também para que se evite o acesso a certas áreas, já que a região inteira emite radiações, o que é uma mensagem muito eficaz se se deseja que alguém se mantenha longe desse lugar. Chama-se Bunker Booster''.
Os jornalistas entrevistaram também um médico iraquiano que trabalhou em Basra em seguida à Guerra do Golfo. Jawal al Ali contou que os índices de pessoas que apresentaram cancro, após a guerra, aumentaram de forma surpreendente. Al Ali exibiu também fotografias de casos raros de cancro em crianças da região.
Os jornalistas procuraram também o Departamento de Estado americano, que negou, por meio de uma comunicação escrita, que tivesse utilizado armas não convencionais durante o conflito. Segundo o comunicado, apenas uma bomba, a BLU-82, excederia os 2 mil quilos de massa de capacidade explosiva. Mas os jornalistas afirmam que ela não teria condição de produzir um tremor sísmico como o verificado na região de Basra no dia do suposto lançamento da arma nuclear.
Segue-se parte da entrevista.
Apresente-se, por favor.
Chamo-me Jim Brown. Sou veterano do exército americano com dez anos de experiência.
Quando esteve no Iraque?
Fui enviado para Arábia Saudita para apoiar as tropas que deveriam intervir no Iraque. Entrei em serviço em 25 de Setembro e deixei a Arábia Saudita em 16 de Fevereiro de 1991.
O que ocorreu ali que ainda não é conhecido?
Os militares americanos, junto com seus aliados, lançaram uma bomba nuclear de cerca de cinco quilotoneladas de potência na zona de Basrá, no Iraque.
Onde a lançaram?
Entre a cidade de Basra e a fronteira com o Irão.
Quem a lançou?
O serviço foi feito por militares americanos. É uma bomba nuclear de cinco quilotoneladas que tem o nome de ''bomba nuclear de potência variável''.
Que tipo de arma era?
Basicamente trata-se de uma bomba de penetração de alta eficiência. Uma vez lançada, penetra dentro do objectivo, neste caso dentro da terra, onde explode. É utilizada também para que se evite o acesso a certas áreas, já que a região inteira emite radiações, o que é uma mensagem muito eficaz se se deseja que alguém se mantenha longe desse lugar. Chama-se Bunker Booster.
Uma bomba nuclear de cinco quilotoneladas é uma bomba relativamente pequena, menor que a de Hiroxima, que era de 16 quilotoneladas e a de Nagasaki, que era de 22. Entretanto, os efeitos da radioactividade são igualmente terríveis.
Não tem medo de falar disso?
É preciso entender o que é o medo. Há um ponto em que deve dizer: Basta! E quando você supera essa linha, não é por estar muito certo de si. Você faz ou não faz. Quando estava ao serviço levantei a mão direita e fiz um juramento, afirmando ''Isso é o que defenderei''.
Por que a utilizaram?
A melhor explicação que pude chegar até o momento é que se tratou de mandar a Saddam Hussein a mensagem de que estavamos determinados a terminar a guerra e acabar com o conflito.
Como se pode comprovar este testemunho?
Comprovamos que no Banco de Dados On-line do Centro Sismológico Internacional, na área próxima da cidade de Basra no Iraque, foi registado um fenómeno sísmico de potência equivalente a cinco quilotoneladas, que corresponde a uma magnitude de 4,2 aproximadamente na escala Richter.
Vimos que a única actividade sísmica detectada durante os 43 dias da operação Tempestade no Deserto foi um fenómeno de magnitude 4,2 na escala Richter e que isso foi detectado precisamente na área assinalada por Jim Brown, entre a cidade de Basra e a fronteira com o Irão.
A actividade está catalogada com o número 342793 e aconteceu em 27 de Fevereiro de 1991, exactamente no último dia do conflito, às 13h39, hora local. Nove centros sísmicos detectaram o abalo: 2 no Irão, 4 no Nepal, um no Canadá, um na Suécia e um na Noruega. Estes dois últimos mediram inclusive a intensidade da explosão, equivalente a aproximadamente 4,2. Em relação à sua profundidade, foi classificada como superficial, que vai de 0 a 33 km.
Pode-se recolher mais informações por meio de análises das ondas sísmicas registadas nas estações de vários países, mas, face ao trabalho colossal que certamente resultaria dessa investigação, pedimos aos organismos internacionais que efectuem controles anti-nucleares, e aos centros sísmicos nacionais citados, que nos ajudem a recolher dados seguros que permitam estabelecer se se tratou de uma explosão ou de um terramoto.
Quem é Jim Brown
Nascido em 1965, entra no exército aos 22 anos e forma-se em engenharia mecânica na Décima Divisão de Fort Drum. Participa na operação Tempestade no Deserto, na Arábia Saudita desde 25 de Setembro de 1990 a 16 de Fevereiro de 1991. Regressou por razões familiares e começou a sentir alguns problemas estranhos.
Como outros veteranos, começou uma longa batalha para que sua doença seja reconhecida. Segundo ele, a sua doença teve início após tomar uma vacina contra o antraz, que lhe deram quando estava na Arábia Saudita.
Em 1997 foi oficialmente repreeendido por algumas discussões e desgraduado de Engenheiro de Nível 4 a Engenheiro de Nível 3. Ao reduzir a sua graduação, impediram-no também de desempenhar a tarefa para a qual havia sido designado. Finalmente exoneram-no do cargo, mas ''com honra''.
A sua actividade na organização dos veteranos do exército americanos tornou-o conhecido pelos principais meios de comunicação dos EUA, quando escreveu um artigo publicado em 2003 no The New York Times. Foi convocado então pelo Comité de Assessores da presidência dos Estados Unidos sobre doenças de Veteranos da Guerra do Golfo. Ao regressar da operação Tempestade no Deserto fundou a Organização de Veteranos Gulf Watch Intelligent Networking System.
Jim Brown falou pela primeira vez do uso de uma pequena bomba nuclear sob pseudónimo, no site do jornalista canadiano Thomas William. Esta é a primeira entrevista de Jim Brown, na televisão, sobre este assunto.
Tivemos conhecimento do testemunho de Jim Brown graças a William Thomas, um jornalista canadense que trabalhou muito com veteranos do exército dos EUA.
2 comentários:
ACREDITO PLENAMENTE NA VERACIDADE DA ENTREVISTA,CONSIDERANDO O GOVERNO DOS ESTADOS UNIDOS DA AMERICA OU QUALQUER OUTROS POUCO CREDIVEIS QUANDO QUEREM ALCANÇAR UM OBJETIVO. NÃO OLHAM A MEIOS PARA ATINJIR OS SEUS DESIGNIOS.
CARLOS
PORTO
Lembro-me dessa notícia, dada de fugida na rtp2, bem gostava de ter acesso a esses arquivos... se é q não os apagaram já, tal é o medo que este país tem dos americanos...
Hugo Char
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