Intervencionismo contra os países que, na América Latina, decidiram romper com o paradigma de países musculados por exércitos de formação ianqui, aptos a intervir quando a democracia, no ponto em que estiver, impedir a posse e exploração das matérias primas por empresas multinacionais que alienam a capacidade doméstica de redistribuição de terras, de aumentos de produção, de competitividade e de competitividade internacional.
Intervencionismo protector da sobre-exploração, das oligarquias, e das imensas desigualdades sociais que enformaram um modelo de que os povos, manifestamente, se querem libertar.
Obama propôs que a vítima e o criminoso fizessem as "pazes", que ele abençoaria, sem restituição do produto do assalto mas com a desculpabilização do bandido, excepção feita aos golpistas que fervessem na linguagem não contra as vítimas mas contra ele próprio. Ficaria Obama em decúbito careca se um dos golpistas que ilibara continuasse nas funções de ministro dos negócios estrangeiros a chamar-lhe "negrito ignorante".
É sabido que em todos os países da América Latina, em graus diferentes é certo, existem sectores militares, potentados económicos, embaixadas dos EUA e lideranças católicas que já tentaram outros golpes , que foram derrotados pela determinação popular e a firmeza dos dirigentes. Mas foram derrotas provisórias.
Ninguém se terá mostrado muito defraudado com a tímida reacção de Obama contra o golpe. Mais do que noutros pontos do mundo, gerações e gerações conheceram aqui os comportamentos do vizinho do norte e as suas responsabilidades no atraso, nas desigualdades, nos breves períodos de alguma democracia e em genocídios. Naturalmente que a sua eleição criou positivas expectativas. Mas comportamentos como este estão a esfumá-las.
E não venham com aquelas estórias das carochinhas de o golpe ter sido só dos sectores "mais conservadores" do Pentágono, da CIA, de embaixadores que foram longe de mais, de uma cotovelada de Hillary a Obama ou ainda que Obama...não tinha sido informado.
Obama parece estar a optar por entregar o ouro aos bandidos e estimular a criminalidade...Como dizia ontem Fidel, este é um perigoso precedente. Os povos e as instituições estão atentos. E Obama ainda tem tempo para emendar a mão. Se não, solta os gorilas e tem também o destino traçado.
2 comentários:
E para reclamar democracia, ninguém melhor que Fidel, claro.
Sem dúvida que Fidel é uma das
pessoas contemporâneas que mais autoridade moral tem para alertar para as consequências da contemporização do império recauchutado na sua imagem com uma nova liderança.
Espero que não seja daqueles que, apesar da evidência dos factos, tenha necessidade de não prevêr as consequências só porque alguém, de quem pelos vistos não gosta (a tal não é obrigado!, as previu antes de si.
Esteja atento!
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