terça-feira, 7 de abril de 2009

Abu Jamal, o preso político condenado à morte nos EUA

A imprensa de hoje dá conta de que o Supremo Tribunal de Justiça dos EUA rejeitou ontem o pedido do jornalista negro Mumia Abu Jamal para um novo julgamento pelo assassínio de um polícia branco de Filadélfia, em 1981.
O Supremo Tribunal considerou inválidas as alegações de que o Ministério Público tenha excluído de forma deliberada negros do júri do julgamento que condenou Abu Jamal à morte.

Mumia Abu Jamal está no corredor da morte há 27 anos. Este foi o seu terceiro recurso a chegar ao Supremo e a ser rejeitado.

Mumia Abu-Jamal é o pseudónimo adoptado por Wesley Cook, ex-militante do Partido dos Panteras Negras que se tornou jornalista na Filadélfia e ficou popular com o seu programa de rádio "A voz dos sem-voz".

Mumia Abu-Jamal foi condenado a morte por, supostamente, matar um policia que estava a espancar o seu irmão, no início dos anos 80, em Filadélfia.

Em 2008. o Tribunal de Recurso de Filadélfia anulou essa sentença, convertendo-a em prisão perpétua, além de conceder um novo julgamento a Mumia, situação que foi agora revertida por esta deliberação.
Ao longo de 20 anos de uma incessante batalha judicial, com muitos apelos a um julgamento justo por parte de personalidades e milhares de manifestantes, e apesar da constatação de inúmeras irregularidades em seu processo, a data de sua execução foi várias vezes marcada e depois suspensa.

Por mais que as autoridades tentem tratá-lo como um criminoso comum, Jamal é, de facto, o único prisioneiro político dos Estados Unidos condenado à morte.

1 comentário:

Tiago R. disse...

Talvez o único condenado à morte, mas não é certamente o único prisioneiro político nos EUA.

Assim de repente lembro-me de cinco cubanos...