Os aviões quase não descolaram nem aterraram, os navios mantiveram-se ancorados nos portos, o metro, os autocarros e eléctricos funcionaram a conta-gotas, as rádios, as televisões e os jornais não deram notícias, os hospitais asseguraram só os serviços mínimos, os professores, banqueiros e funcionários públicos não foram trabalhar.
Era este ontem o cenário na Grécia, país que ficou paralisado por uma greve de 24 horas, convocada pelas duas maiores centrais sindicais do país.
"Esta greve é a resposta da Grécia à cimeira do G-20 em Londres", disse Stathis Anestis, porta-voz da Confederação Geral dos Trabalhadores Gregos, ontem citado pelo jornal New York Times. "Aqueles que criaram a crise estão agora a tentar remediá-la e as soluções que estão a apresentar a governos como o nosso não são dignas de confiança”, acrescentou o sindicalista, referindo-se ao Executivo de centro-direita liderado pelo primeiro-ministro Costas Caramanlis.
Os protestos de ontem foram desencadeados pela decisão governamental de congelar os salários da função pública para quem ganha mais de 1700 euros por mês e de fixar um imposto único para quem tem salários mais altos.
Outra das razões por detrás das manifestações, que reuniram milhares de pessoas nas principais cidades gregas, como Atenas e Salónica, são os despedimentos feitos nos últimos tempos pelo sector privado. A confederação prevê que o número de trabalhadores despedidos chegue aos 150 mil até ao final deste ano, 16% da força laboral do país. Só em Março, houve 4019 despedimentos na Grécia, na sua maior parte no sector têxtil. (citado do DN de hoje, fotos do Rizospastis)
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Há 4 semanas
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