Na véspera do 25 de Abril o exercício, por parte de quem os viveu, de comparar os períodos anterior e posterior ao acto revolucionário, acontece quase de forma involuntária.
Para alguns isso é saudosismo, são coisas passadas. Esquecem que cada ser humano não o é fruto apenas do presente. Cada um assume a sua história, tendo-a ou não vivido. Cada um de nós é memória. E a memória é tanto mais vida quanto o futuro não é claro, muitos lutam pela sobrevivência e não se sentem a construir um futuro.
E mesmo quando esses alguns pensam que o podem tirar da memória, o acto de censura, evidente ou só mais tarde entendido, só dá mais força ao interesse em recuperar da memória.
Outros, ou os mesmos, sentem um temor nos dias de hoje. Não um temor pela fome, pelo desemprego, pela desagregação de relações familiares e sociais que elas provocam, mas tão só o temor das convulsões sociais que poderão provocar.
Outros, ou os mesmos, temem que essas convulsões sejam descontroladas, isto é, que eles não possam controlar. Porém os portugueses souberam reagir às privações, à sucessão de falsas promessas, dando sempre novas forças aos movimentos sociais e políticos que os representam especialmente nessas circunstâncias. Sem perda de espontaneidade mas dando ouvidos aos que interpretam as reivindicações imediatas e contribuam para que as lutas tenham sentidos, aos que decidiram assumir tais responsabilidades rejeitando as mordomias que lhes acenaram para mudarem de campo.
O período revolucionário permitiu a beleza e a alegria, soltou a poesia e a palavra. Mas teve, frequentemente, quer no plano militar quer no civil, organizações preparadas para que esse amor à liberdade não sofresse com os resultados de correlações de forças, frequentemente viciadas por contingências internas e externas.
Não interpretamos todos esse período da mesma maneira mas é sintomático que para uns o desejo de soltar a alegria e a combatividade permaneça e que para outros a comemoração popular seja um incómodo, um estorvo, um déja-vu a exigir outras formas de evocação como o acumular a poeira nas gavetas e nas orações de sapiência se para lá a deixássemos remeter.
Meus amigos, olhem para os portugueses e caminhem com eles. Não receiem a revolta.
Diz a História que é por aí que as coisas melhoram quando quem governa já não consegue ver.
E em que melhor Avenida expressar a Alegria e a Luta do que nessa que tem o nome da Liberdade.
Para alguns isso é saudosismo, são coisas passadas. Esquecem que cada ser humano não o é fruto apenas do presente. Cada um assume a sua história, tendo-a ou não vivido. Cada um de nós é memória. E a memória é tanto mais vida quanto o futuro não é claro, muitos lutam pela sobrevivência e não se sentem a construir um futuro.
E mesmo quando esses alguns pensam que o podem tirar da memória, o acto de censura, evidente ou só mais tarde entendido, só dá mais força ao interesse em recuperar da memória.
Outros, ou os mesmos, sentem um temor nos dias de hoje. Não um temor pela fome, pelo desemprego, pela desagregação de relações familiares e sociais que elas provocam, mas tão só o temor das convulsões sociais que poderão provocar.
Outros, ou os mesmos, temem que essas convulsões sejam descontroladas, isto é, que eles não possam controlar. Porém os portugueses souberam reagir às privações, à sucessão de falsas promessas, dando sempre novas forças aos movimentos sociais e políticos que os representam especialmente nessas circunstâncias. Sem perda de espontaneidade mas dando ouvidos aos que interpretam as reivindicações imediatas e contribuam para que as lutas tenham sentidos, aos que decidiram assumir tais responsabilidades rejeitando as mordomias que lhes acenaram para mudarem de campo.
O período revolucionário permitiu a beleza e a alegria, soltou a poesia e a palavra. Mas teve, frequentemente, quer no plano militar quer no civil, organizações preparadas para que esse amor à liberdade não sofresse com os resultados de correlações de forças, frequentemente viciadas por contingências internas e externas.
Não interpretamos todos esse período da mesma maneira mas é sintomático que para uns o desejo de soltar a alegria e a combatividade permaneça e que para outros a comemoração popular seja um incómodo, um estorvo, um déja-vu a exigir outras formas de evocação como o acumular a poeira nas gavetas e nas orações de sapiência se para lá a deixássemos remeter.
Meus amigos, olhem para os portugueses e caminhem com eles. Não receiem a revolta.
Diz a História que é por aí que as coisas melhoram quando quem governa já não consegue ver.
E em que melhor Avenida expressar a Alegria e a Luta do que nessa que tem o nome da Liberdade.
1 comentário:
Alguem disse um dia "prova-se que se anda andando". No dia 25 de Abril provemos que ainda sabemos andar e para onde queremos ir!
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