segunda-feira, 13 de abril de 2009

Enfianço da cabeça na areia ou intempestivo defensismo?


A Ministra da Educação, que acompanhou José Sócrates a visitas em escolas sem alunos para sentar a comitiva e gravar para as televisões a antecipação (seguramente não determinada pelo calendário eleitoral...) de obras prometidas para algumas escolas que há anos as reivindicavam, não se limitou ao show-off.
Confrontada com várias notícias (não rumores...) de entidades responsáveis sobre casos de fome em escolas, reagiu prontamente classificando as notícias de alarmistas. A ministra não sabe nem conhece mas podia, ao menos, fazer o compasso de espera para se informar. E como foi nomeada ministra se não conhece esta realidade que tem tantos anos?
Sim, é verdade. Muitas crianças que comem nas escolas não têm outra refeição quente (ou fria) durante o dia. Porque os pais não têm recursos ou, tendo-os, têm uma inversão de prioridades de consumos. Quando durante anos acompanhei esta realidade em Lisboa, conheci pais que davam consolas e outro equipamento electrónico aos filhos mas que lhes não davam comida. Mas o que era frequente era a falta de recursos dos pais, desempregados ou com empregos precários, que impedia uma alimentação mìnimamente adequada. As crianças chegavam com fome à escola por não terem tomado o pequeno-almoço.

Que a Ministra não conheça isto, não admira. Os seus antecessores também não. Quando as autarquias, que enfrentavam a questão, reivindicavam mais apoios, sacudiam a água do capote...

Mas também é verdade que a Ministra, além de não saber, já sósabe envinagrar-se quando nem tudo se revela o paraíso em que ela vive...

1 comentário:

samuel disse...

Ela ainda saberá em que país vive?

Abraço.