A criação, como apêndice da UE, de uma União para o Mediterrâneo (UPM), pretende originar um processo de integração, para já limitado, mas com vocação para sofrer evoluções semelhantes ao que a própria UE tem ensaiado. Numa altura em que, com todas as dificuldades inerentes à coexistência com um sistema pós-colonial, a diversos títulos predador da economia, da autodeterminação, da ética, da honestidade individual e que vai promovendo a musculação e definhamento das próprias democracias, os países de África ensaiam um crescimento e solidez instiutucional que lhes permite apresentar na cena internacional uma força útil à multiplicação de polos regionais prestigiados de deliberação, regulação e negociação de comércio, desenvolvimento e de outras vertentes políticas.
A UPM visa claramente secundarizar instituições africanas onde estes países falam a uma só voz, como o que tem sucedido com a União Africana (UA), a Organização do Sahara e países saharianos (CENSAD) e outras instituições africanas. Visa colocar a África a reboque de interesses económicos e estratégicos da UE e da NATO (expansão de mercados, contenção da emigração ilegal, política militarista contra o Leste e Médio Oriente, ascendente na organização de braço dado com Solana de dirigentes egípcios e israelitas,etc.).
Os casos da ingerência interna no Zimbabwe e no Sudão, onde claras violações aos direitos humanos exigem atitudes críticas e de solidariedades à escala universal, não conferem nem aos EUA nem à UE o direito de ingerência tão brutal.
Quando a generalidade dos países africanos se opôs a tais ingerências pós-coloniais, não faltaram os analistas "ocidentais" que de forma mais boçal e superior vieram perurar sobre os países de África que não têm emenda, que não aprenderam, ingratos, não assimilados, bla, bla, bla...
Eszte estilo esclarece as intenções humanitárias de Browns, tribunais internacionais e coisas aparentadas.
Quem vai aos EUA prender Bush e os generais que perpretaram chacinas hediondas nos berços mais antigos da nossa Humanidade comum? Quem invoca contra a política ocidental os casos de corrupção de dirigentes e empresários das "nossas" democracias?
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