sábado, 5 de julho de 2008

Os comunistas e a libertação de Ingrid Betancourt

O Grupo Parlamentar do PCP apresentou na AR a proposta de moção que se segue e que foi inviabilizada pelo PS, PSD e CDS


Após seis anos de cativeiro na selva, é motivo de justa satisfação o regresso à liberdade de Ingrid Betancourt, ex-candidata presidencial colombiana

O resgate de Ingrid Betancourt coloca em evidência a gravidade da situação em que se encontram centenas de prisioneiros na posse da guerrilha e nas prisões do regime de Álvaro Uribe e a necessidade de encontrar uma solução humanitária.

Assinale-se que, sistematicamente, o Governo da Colômbia tem vindo a sabotar negociações, mediadas por responsáveis de diversos países, no sentido da troca de prisioneiros entre as partes do conflito.

Os complexos problemas em presença na Colômbia, exigem uma solução política e negociada de um conflito que se arrasta há mais de 40 anos, indissociável de um regime que promove o agravamento da exploração, da repressão e das perseguições, incluindo milhares de assassinatos e brutais torturas, fortemente condicionado pela ingerência política e militar da administração norte-americana.

A necessidade de uma solução negociada para o conflito na Colômbia, torna-se ainda mais urgente num quadro em que os EUA o procuram radicalizar e instrumentalizar, como justificação para o reforço da presença de forças militares e como forma de desestabilização da região e dos países que a integram, com risco de escalada militar e ameaça à paz.

Nestes termos, a Assembleia da República:

1. Congratula-se pelo regresso à liberdade de Ingrid Betancourt.

2. Exprime o seu desejo de que a liberdade de Ingrid Betancourt possa contribuir para um caminho de paz para a Colômbia.

3. Apela às partes envolvidas para que encetem negociações no sentido da libertação de todos os prisioneiros.

4. Valoriza todos os esforços orientados para alcançar uma solução política negociada.

5. Apela às partes para que se empenhem na busca de uma solução política negociada do conflito, que dura há mais de quatro décadas.

6. Manifesta-se pelo respeito da soberania do povo colombiano na definição dos destinos do seu país. Assembleia da República, 4 de Julho de 2008


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