segunda-feira, 28 de julho de 2008

Onde andam os liberais?

Nunca como hoje se vão desfazendo os mitos da capacidade da economia liberal dar melhores respostas que o Estado aos problemas do País.
É evidente a importância da economia privada. Mas de há muito que alguma economia de privada só tem o nome.

A diminuição do papel do Estado foi encarado com a justificação de libertar a iniciativa e a excelência da iniciativa privada. Porém, nunca os partidos seus defensores deixaram de concorrer a eleições patra tomarem conta do Estado, para o engordarem com compadrios e clientelas, como maneira de remunerar o seu pessoal político, de pôr a estrutura do Estado a facilitar a vida aos privados, de ter estes contratados pelo Estado, a viabilizar uma tentacular diversidade saprófita em relação ao Estado de grandes grupos, de fazer circular dirigentes, etc, etc.

A dinâmica empresarial que o afastamento de vários sectores em relação ao Estado introduziu não gerou capacidade significativa de valor acrescentado e competitividade e esta conseguiu-se à custa da desvalorização do trabalho quer em salários quer em direitos dos trabalhadores. Mas obteve, em contrapartida os lugares de administração de tal maneira remunerados que fazem espanto noutros países. As entidades reguladoras e fiscalizadoras que se mexeram, foram deixando na malha passar os tubarões. Só implosões de algumas situações as tornaram aparentemente mais interventivas.
Cravinho recoloca a questão da corrupção que se alarga à medida que os vários liberais dum vasto espectro político se vão mantendo no poder (estado, empresas, entidades diversas,etc.).

Lá por fora as economias mais liberais, faróis ideológicos de referência para a nossa geração de liberaizinhos, lá vão nacionalizando, pondo o Estado (uma vez mais) a assumir os buracos e deixando as vantagens para o privados em áreas como as petrolíferas. Compram os créditos à habitação , assumem apoios às famílias, devolvem impostos - enfim põem o Estado a pagar os devaneios porque...o Estado é sempre a última porta. E se as contas pessoais de tais liberais não pudessem fugir às responsabilidades??


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