No silêncio de cinza do meu Ser
Agita-se uma sombra de cipreste,
Sombra roubada ao livro que ando a ler,
A esse livro de mágoas que me deste.
Estranho livro aquele que escreveste,
Artista da saudade e do sofrer!
Estranho livro aquele em que puseste
Tudo o que sinto, sem poder dizer!
Leio o, e folhei o, assim, toda a minha alma!
O livro que me deste é meu....
Poeta igual a mim, ai quem me dera
Dizer o que tu dizes!...Quem soubera
Velar a minha Dor desse teu manto!...
De um livro de Sonetos com um estudo crítico de José Régio em que diz a propósito de Florbela: “a sua poesia é dos nossos mais flagrantes exemplos de poesia viva...nasce , vibra e se alimenta do seu muito real caso humano, do seu porventura demasiado caso humano...”
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