quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Gripe A: perigos que encobrem outros perigos

Qual a razão pela qual a ameaça de uma nova gripe está a ficar omnipresente nos media mais ainda do que no caso da gripe das aves?
Que riscos existem para as pessoas com a nova gripe?
É mais perigosa que outras nos seus efeitos sobre o organismo? No número de mortos que pode provocar em pessoas com outras doenças?
É muito mais resistente ao tratamento que as outras gripes?

Os jornalistas e os dirigentes dos média sabem que não é por nada disso.
E se não sabem, a mínima curiosidade jornalística os levará a concluir tal pela consulta de relatórios e estatísticas oficiais, até da Organização Mundial da Saúde que tem contemporizado – para dizer apenas isto – com a campanha de medo que está a ser suscitada pelos interesses da indústria farmacêutica.
Não subestimando a situação nem as medidas preventivas que estão a ser tomadas para encarar a maior propagação no Inverno, em que já estarão disponíveis vacinas específicas, existem outras razões para todo este empolamento.

A gripe A H1N1, está a ser objectiva, e com alta probabilidade subjectivamente, um dos meios de afastar as preocupações mundiais de outras situações que estão a decorrer, de enorme gravidade, algumas sem paralelo na nossa história contemporânea, de abrandar a vigilância da opinião pública com elas, diluindo-as num mar de outros factos e de distrair as atenções.
A gripe A não é a única arma desse arsenal. Outras como o directo planetário durante dias da morte de Michael Jackson, dimensão informativa de acontecimentos com narcotraficantes, atentados sangrentos no Afganistão e Iraque, etc., estão a ser utilizadas como formas de distracção mas também de permitir evoluções que lhe podem ser directamente associadas.


Entre outras situações que têm sido referenciadas, como o crescente risco de guerra e de intervenções da NATO e dos EUA na América do Sul, Cáucaso, Ásia Central e Extremo Oriente, está a questão da militarização dos EUA, prevista para um período onde se prevê uma mais rápida expansão do vírus, que atinge medidas que, a pretexto da extensão e eficácia da vacinação, ensaiam esquemas de controlo da sociedade a serem utilizadas quando da inevitável expressão de descontentamentos resultantes da actual crise gerada no quadro do mundo capitalista. E isso inclui lei marcial, restrições de direitos, combate contra manifestações, campos de concentração e uma parafernália de outras medidas repressivas, como referiu há dias na Global Research Michel Chossudowsky.

Mesmo que essa militarização seja premonitória de utilizações mais graves – é sabido que agências de informação de forças armadas estão a desenvolvê-las em vários países do mundo – ninguém de bom coração será muito adverso a que, em nome da saúde dos concidadãos, a tropa cumpra essa função cívica, que esconda esses outros passos para finalmente se verem os militares não a matar fora do país inocentes mas a ajudar a salvar vidas no próprio país de origem.

A estes movimentos subterrâneos tem correspondido uma tese muito difundida de que não se está a dar a devida importância ao risco de protestos em massa. Conheço quem o diga num sentido positivo de que se devem alterar orientações da política económica para evitar o sofrimento dos concidadãos. Mas outros deixam claramente expresso o receio de que tais revoltas potenciem o efeito criador das massas e suas organizações em movimento para impor tais alterações de políticas, deixando a sugestão subliminar de montar novos esquemas de controlo e repressão social.

No caso da Saúde existe uma motivação acrescida para afastar atenções dos lucros monumentais que tais campanhas de medo viabilizam às multinacionais da indústria farmacêutica. A corrida, não prescrita por médicos, ao Tamiflu e outros antivirais não específicos para esta gripe, pelos riscos que comportam na perda de defesas do organismo humano, é aplaudida pelas multinacionais que, por vias complexas, fazem chegar as suas comissões às empresas de comunicação social. Pelo que se deve ser rigoroso na venda destes fármacos apenas por indicação de um médico que se responsabilizará pela opção atendendo às contra-indicações e efeitos secundários face às possibilidades de cura. Tais limitações até provocam a produção de fármacos, concorrentes destes, noutros países mas exactamente com as mesmas limitações e riscos. Os stocks monumentais que restaram do esvaziamento da bolha da gripe das aves estão a ser despachados. Houve mesmo uma fase em que se pressionavam medidas preventivas e em que se comparavam os países em função das doses de Tamiflu em armazém. Tornear as limitações e riscos dele e criar uma vacina específica já está em curso e, novamente, se discutiu se tal ou tal país se atrasou nas encomendas, que percentagem de doses já está encomendada, em relação ao número de habitantes, etc. E as ditas multinacionais esfregam as mãos.

Continuarei a tratar aqui destas questões – tratamento que já iniciei quando da gripe das aves – e convido os leitores a fazerem os comentários que entenderem.

2 comentários:

migana disse...

No meu emprego circulou uma informação, para todos os trabalhadores, sobre a dita gripe e as medidas preventivas a ter em conta, onde o lavar das mãos vem à cabeça.
Mas espanto meu, a informação aconcelhava o uso de um desinfectante cuja marca era a "patrocinadora" da referida informação.
Será que a agua e sabão e o alcool para casos específicos, não chegará?
Claro que chega, mas interessa vender...a saude é um bom negócio.

José Rodrigues disse...

Muito pertinente a necessidade de desmascarar o que a mim também me parece uma grande e perigosa trampolinice.Estranhamente, ou não, a OMS não parece estar a ficar muito bem na fotografia.Já vi no Resistir.info algum material mas o problema é estar em inglês!Vou acompanhar com atenção os teus trabalhos!

Abraço e Saúde!