A apresentação do programa do PSD feita ontem por Manuela Ferreira Leite confirmou que não se constitui como alternativa.
E isto é tanto mais incómodo patra os apoiantes do PSD quanto é o PS que tem feito o que o PSD faria se estivesse neste período no seu lugar.
Daí o refugiar-se em soundbites na expectativa que os jornalistas pouco ousados emprenhem de ouvido para animar as refregas entre PS e PSD.
Já o programa do PCP apresenta, de facto, modelos e soluções diferentes. A não vinda para o debate dos temas e medidas que propõe tornaria mais pobre e defraudante para os eleitores a atenção que estarão dispostos a dar à campanha das legislativas.
Mas PS e PSD vão descobrir temas de debate entre eles e procurar impô-los ao debate mediático, refugiando-se em questões de estilo, fanfarronadas, mistificações.
Vejamos uma, entre muitas outras, que ontem animou os debates seguintes à declaração do PSD: a questão de quem quer e quem não quer mais Estado. Se não, para quê deputados, governos, pactos, e tanto dinheiro gasto em eleições para...irem para o Estado! E porque, para mal deste país, com uma longa história que teceu a matriz da nossa iniciativa privada de uma certa dimensão, esta não investe para o país, navega pela auto-sustentação dos seus administradores e "arrisca" na bolsa, e, sempre que possível, arrebatando apoios públicos. Mão forte nos trabalhadores e casamentos com multinacionais que nos levam o couro e o cabelo, lá isso sabem!...Ressalvando excepções que não fazem mais que confirmar a regra.
Se me derem licença, eu direi que esta não é a questão. A questão é o que querem ambos fazer com o Estado.
A Dra. Manuela não quer tantos boys do PS no aparelho do Estado, empresas publicas, institutos públicos e fundações e também, se puder privatizar alguma coisa, também lá vai porque gulosos não faltam e ainda lhe restam alguns ex-governantes não suficientemente amparados.
O Engº José é liberal por formação e, para já deu o contributo que tinha a dar, para já, para as privatizações, já tem muito mais rapaziada colocada. E sabe os capitalistas que tem, os banqueiros que traz à mesa, toda uma "nata" empresarial que precisa dele, não pelos seus lindos iolhos, mas porque ele é o Estado... Especialmente em tempo de crise...
Venham outros protagonistas que estes j´deram o que tinham a dar e não queremos mais do mesmo!
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