quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Que justificação para Hiroshima, para Nagasaki, para Dresden e outras cidades arrasadas em 1945

















Em 1945, a 6 e 8 de Agosto em Hiroshima e Nagasaki e todo o mês de Fevereiro em dezenas de cidades alemãs, ocorreram dos momentos mais horríveis da história da Humanidade, na sequência do holocausto nazi e dos crimes de guerra dos imperialistas japoneses, que abrangeu judeus, russos, polacos e tantos outros povos europeus e asiáticos, partriculamente na China.

Se os bombardeamentos puderam ser apresentados como forma de apressar o fim da guerra pelas aviações inglesa e norte-americana, o que é certo é que ocorreram quando as potências do Eixo já tinham perdido a guerra e os estudos realizados desde então não provam que o terror que espalharam tenham pressionado os respectivos estados-maiores a renderem-se mais cedo. Destes bombardeamentos resultaram cerca DE UM MILHÃO DE MORTOS!!!

O que levou a esta barbaridade final foram essencialmente duas razões:

- Chegar antes dos soviéticos e das forças nacionais de resistência dos países ocupados (onde os comunistas, não por acaso, tiveram, em geral, papel determinante) ao mais vasto território possível, como medida anticomunista e prevenção de novos governos de esquerda;

- Garantir espaços económicos em substituição dos que iam sendo arrasados pelos bombardeamentos dos EUA. O Plano Marshal na Europa e outros semelhantes a Oriente, a pulverização de bases norte-americanas nessas regiões, confirmariam os EUA como grande potência do mundo capitalista, com expansão npoutros continentes, elevando assim o papel de liderança que já adquirira na 1ª Guerra Mundial.

Yuri Tanaka, professor e investigador, do Instituto pela Paz de Hiroshima e coordenador do Japan Focus, que escreveu livros como “Os crimes de guerra japoneses na 2ª Guerra Mundial”, diria recentemente

“Na hora de avaliar cada novo caso de bombardeamento indiscriminado devemos recordar a história da justificação da matança em massa de civis e uma praxis que fizemos remontar à primeira guerra mundial. Mostrámos que no decurso da segunda guerra mundial, em diferentes momentos e por motivos estratégicos particulares, tanto britânicos como alemães, japoneses e norte­‑americanos recorreram a bombardeamentos estratégicos com grande quantidade de vítimas civis, pretendendo que isso desmoralizaria o inimigo e aceleraria a sua rendição. Não devemos enredar-nos em discussões do tipo de se o ataque contra Tóquio com bombas incendiárias foi estrategicamente justificado, e se os bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki foram ou não estrategicamente justificados. A questão fundamental é saber porque é que estas teorias que justificam matanças em massa persistiram por tanto tempo depois dos bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki. É importante perguntar porque é que se aplicou esta estratégia durante as guerras da Coreia e do Vietname e porque é que até certo ponto se continuam a aplicar variantes dela para justificar os “danos colaterais” e os “bombardeamentos de precisão” em guerras como as do Afeganistão, Kosovo e Iraque. Ao mesmo tempo haveria que procurar caminhos para fazer compreender o facto de que matar civis é um crime contra a humanidade, independentemente das justificações militares que se esgrimam; um crime que deveria ser castigado segundo os princípios de Nuremberga e Genebra. Por fim, é importante recordar que nunca se pôs fim a uma guerra tão só bombardeando indiscriminadamente e matando civis em massa. Na verdade, há abundantes evidências de que semelhantes estratégias tipicamente fortalecem a resistência.”

1 comentário:

migana disse...

Os que cometem estas chacinas arranjam sempre justificações não para calar as suas consciências, porque não as têm, mas para tentar justificar o que é completamente inadmissível, injustificavel e condenável.
Então porque continuam como se ainda vivessemos na Idade Média?