sexta-feira, 21 de agosto de 2009

CDU: o que é que ela tem de diferente para nos merecer confiança?

Esta será sempre a pergunta mais importante numas eleições quando já todos passaram por experiências de belas palavras que o vento levou e por promessas não cumpridas que por aí ficaram.
A resposta da CDU a esta pergunta não é nem quer ser de retórica nem povoada de experimentalismos doentios, a que alguns se acham habilitados quando são eleitos.
Há factos, palpáveis, conhecidos, que, relembrados, uma vez mais agora, dão aos lisboetas boas pistas e podem retirá-los da prisão das falsas dicotomias Costa/Santana, da chantagem dos medos fabricados a favor de uma bipolarização inexistente na cidade e nos seus habitantes a troco de boas garantias de uma outra gestão municipal.

A
primeira é que o PCP, pela sua história, pelas lutas que aqui travou, pelos movimentos que desenvolveu em prol da democracia e dos direitos dos trabalhadores, conhece bem as pessoas, os grupos sociais, as instituições. E que nas suas fileiras se bateram pela cidade artistas, técnicos e outros profissionais que configuraram no traço e na pintura, na arquitectura dos bairros, na literatura, nas estruturas municipais de planeamento e noutras, operativas , uma Lisboa renovada sem perder referências, irmanados com os movimentos sociais que a ela aspiravam.
A segunda tem a ver com os anos, tantos como os da democracia portuguesa, a assumir responsabilidades nos órgãos autárquicos, nas comissões locais, nas associações e colectividades e na capacidade para assumir o governo da cidade a todos os níveis, sempre lhes dê o povo força e apoio para isso.
A terceira é a quantidade e qualidade da obra realizada nos mais diferentes domínios, para tornar a vida melhor, com particular atenção para os que vivem em piores condições, em estreita ligação com as populações directamente interessadas, outros organismos do Estado, agentes económicos, políticos e sociais.
A quarta é a forma como faz oposição, apresentando propostas e guiando-se pelos interesses da cidade no debate público e no seu sentido de voto em cada caso concreto, e estando permanentemente a fazer valer as leis que regulam uma actividade tão diversa e complexa, a denunciar e combater todas as malfeitorias e faltas de verticalidade.
A quinta é o objectivo central dessa política: melhorar a vida de quem aqui vive e trabalha que muitas vezes não coincide com o objectivo de quem investe e engendra opções municipais em seu favor, por vezes de forma irregular, ilegal e criminosa.
A sexta tem que ver com a forma como as mulheres e homens eleitos nas listas da CDU pelo povo de Lisboa exercem o seu mandato. Começando por estarem prioritariamente interessados na justeza das políticas antes da distribuição das responsabilidades, não invertendo as priopridades. Continuando a exercê-los em estreita ligação com os interessados. Continuando ainda a obter a maior convergência de opções políticas, religiosas, de operadores económicos diversos, naquilo que é feito e que não rompe com os seus princípios programáticos. Para terminar no não aproveitamento dessas funções, resultantes de eleições, para tirar benefícios pessoais relativamente à situação que os eleitos tinham anteriormente.
A sétima é que na CDU não verão grandes exercícios de “grandes ideias para a cidade”, nem o andar a correr atrás de muitas ideias imaginativas para fazer show-off, nem enfim, o encarar o município como estrutura omnipresente, omnipotente ou omnisciente. As cidades são feitas pela iniciativa privada maioritariamente. O município cria as melhores condições infraestruturais para a vida de todos os dias, para a instalação de actividades geradoras de riqueza e de emprego, regulamenta e faz a respectiva gestão da intervenção dos particulares, desejavelmente sem burocracias despropositadas nem descriminações, mas em nome do interesse da cidade que estará claramente definido nas leis, nos programas eleitorais e nas preocupações dos munícipes.
A oitava, e intimamente relacionada com a anterior, é que os candidatos estão prioritariamente motivados para as questões do dia-a-dia. Desde logo reequilibrar as contas do município com outra gestão do necessidades da população, manutenção do espaço publico, eliminação dos buracos nos pavimentos e vias, limpeza, equipamentos em bom estado para apoio à população, jardins de infância e escolas do 1º ciclos melhorados nas instalações, material e apoios aos pais, criação de emprego e sua defesa, políticas sociais de proximidade que não alienem responsabilidades do poder central, urbanismo democrático no seu conteúdo e elaboração e resistindo às fortes pressões especuladoras, reabilitação do parque urbano pelo município e particulares com mais eficientes apoios do Estado, atenção particular aos bairros municipais e sua gestão, prioridade aos peões com maior ordenamenro do tráfego e do parqueamento não especulativo, prática ambiental sustentável, melhoria das respostas dos serviços com intervenções e melhor atendimento dos municípes, , efectiva colaboração com o movimento associativo da cidade, apoio aos jovens e suas iniciativas, prática desportiva e cultural generalizada, investimento nos trabalhadores do município e reestruturação das empresas municipais e participadas.
A nona, a CDU compreende e toma posição em intervenções estruturais, interligadas entre si, com implicações em toda a Área Metropolitana de Lisboa e do Vale do Tejo e no país como são o arco ribeirinho sul, a situação do Arsenal do Alfeite, as utilizações futuras dos terrenos da Margueira e da Quimigal, as infra-estruturas do Poceirão, o terminal cerealífero da Trafaria, o novo aeroporto, as novas ligações pesadas do TGV e terceira travessia, as intervenções na frente ribeirinha, no terminal de contentores de Alcântara, na rede ferroviária de Lisboa e da questão do nó de Alcântara, entre outras, de grande relevo na vida económica e política contemporânea com implicações nas características, nas identidades, nas realidades urbanísticas, económicas, sociais, e culturais.
E a décima que a CDU irá continuar a bater-se por uma revisão do actual PDM, já condicionada com a aprovação de planos parcelares para algumas zonas, e contra uma dinâmica que não procura a riqueza proveniente do trabalho ou do investimento, da inserção adequada na malha urbana de clusters produtivos mas tão só a exploração da propriedade do solo, a renda resultante da especulação e da construção.
Como justamente salientou ontem Ruben de Carvalho no decurso da apresentação do programa eleitoral da CDU para Lisboa, trabalho colectivo sério e atento a diferentes experiências e situações, cuja leitura atenta aconselhamos vivamente.

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