segunda-feira, 2 de março de 2009

Quem com ferro mata...



A morte que Nino Vieira encontrou ontem, numa casa para onde se tinha deslocado depois do assassinato do Chefe do Estado Maior das Forças Armadas da Guiné Bissau, Tagme na Waie, ainda não estará esclarecida. Mas importa reter o caminho de conflitos neste país depois da sua chegada ao poder durante mais de vinte anos.
A sua ruptura com o PAIGC, o seu clã que funcionava à margem da legitimidade democrática, com eventual envolvimento no narcotráfico e o uso do poder para servir uma elite enquanto o país passa fome e se mantem um dos mais pobres do mundo, foram acompanhados por uma hostilidade permanente para com o seu antigo partido e para com as forças armadas. Ninguém ignora às ordens de quem em poucos anos foram assassinados três chefes do estado maior destas.
Parece assim evidente que Nino caiu pelos seus próprios métodos.
É positivo, dentro da grande instabilidade que a sociedade guineense continua a viver, que a junta militar ontem constituída se tenha posto à disposição do governo legítimo para contribuir para a solução dos graves problemas do país e declarado respeitar as instituições democráticas.

1 comentário:

samuel disse...

O que é inquietante é que alguns já adoptaram a morte como uma espécie de linguagem...