sexta-feira, 28 de novembro de 2008

A frase de fim-de-semana, por Jorge


"Aparentemente, uma democracia é um local onde são realizadas várias eleições com um grande custo, sem problemas e com candidatos permutáveis ."


Gore Vidal

E agora...


O dinheiro como dívida


Se clicar no site em baixo acederá à versão em castelhano de um video da autoria de Paul Grignon que aborda a criação do dinheiro, o dinheiro criado através de outro dinheiro, os créditos e o seu descontrole, numa linguagem acessível.



Queremos ser cegos, até que ponto?

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Cartoon de Monginho

in Avante!

O Plano Durão: do copo de três ao penalti...


O plano apresentado por Durão Barroso não é relevante. É um conjunto de indicações que os Estados-membros seguirão ou não. As reacções de vários dirigentes europeus já deram também a entender que às “duas velocidades” se sucederam agora medidas diferenciadas. Á la carte, do copo de três ao penalti, cada um toma as que quer. Sócrates disse que baixa de impostos não mas investimento público sim, não explicitando se é o que relança a economia ou se são os mastodontes que vão agravar a nossa hipoteca nas próximas dezenas de anos.

O plano não aponta para alterações significativas nas causas da crise que, não é apenas importada dos EUA, antes pelo contrário teve actores destacados entre governantes, instituições comunitárias e banqueiros desta União, perfeitamente identificados com os do outro lado do Atlântico. E como foram os mesmos a produzir o plano, não admira que assim seja. Nele não vislumbramos, pois, as terapias ou projectos de futuro para a economia europeia.
Deixemos esta abordagem para outro momento que não este.

Por outro lado, importa verificar como se casa tal plano com os orçamentos domésticos que cada Estado-membro tem estado a preparar. Defender a Alemanha com a produção automóvel mas afectar a sua produção em Portugal por via dos impostos seria incompreensível.

Se a flexibilização no cumprimento dos limites ao défice do Pacto de Estabilidade e Crescimento, surge agora, é para permitir o sorvedouro da banca e permitir algum relançamento económico que não permita que atinja níveis monstruosos. Mas já antes e agora, com redobrada razão, o paradigma do défice deveria ser substituído pelos do aumento de poder de compra e do alargamento do mercado interno.


Enfim, e não querendo subestimar aspectos do seu conteúdo, este plano parece corresponder mais à necessidade da agenda política de Durão Barroso, em vésperas de recandidatura, do que de a qualquer vontade de aproveitar o momento para partir noutras direcções. Como dissemos, a isso voltaremos em breve.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Sweet & Simple na Matemática, por Jorge


Sabe-se que o motor da invenção e da descoberta em matemática é a procura da "beleza" das coisas (simetrias, por exemplo). Porque será? Diz este artigo que, tanto o que sentimos como "belo", como o que julgamos "verdadeiro", correspondem a processos mentais mais simples ("fluentes") e por isso mais agradáveis.Faz lembrar a regra "hedonisto-epistemológica" chamada princípio "kiss" (keep it sweet and simple)...

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Toques autoritários

A Directora Regional da Educação do Norte tem já um razoável palmarés de atitudes ilustrativas de como anda de mal com os professores e com as suas funções. Ameaça, persegue, afasta, excede-se na linguagem,...
Agora quer instaurar processos disciplinares a quem não colaborar na avaliação contestada e ainda não alterada.

Margarida Moreira tem já um lugar cativo no museu dos cromos deste Governo...

O antepassado do olho, por Jorge


Será que o olho começou como uma espécie de célula-fotodíodo?O que "isso" não teve de evoluir, para que estímulos provocados por certas formas nos dêm o prazer que dão !... (costumamos chamar "arte" a essas formas...)

Charlot barbeiro ao som de Brahams

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Cartoon de Angeli


Registos entre 24 e 30 de Novembro


28/11/08, Leonor Pinhão, Correio da Manhã - O que interessa, hoje, cada vez mais, é saber por que razão é que o País teve de aturar e sofrer durante três décadas a ascensão social e a impunidade política dos bombistas e homens-de-mão para todos os desacatos que "ajudaram" as forças democráticas a repor a normalidade no Verão Quente de 1975. Ah, mas para isso era preciso um vice-rei do Sul…(a propósito da entrevista de Pires Veloso)

28/11/08, João Paulo Guerra, Diário Económico - Ainda está para chegar o estudo, pesquisa, inquérito, sondagem, prospecção, amostragem, barómetro, painel ou autópsia que não deixe Portugal e os portugueses de rastos na comparação com outros países europeus (…)É porque o país leva décadas de atraso de vida pelas políticas do “centrão”, do alterne entre o PS e PSD, com ou sem o apêndice do CDS. E é assim que Portugal anda nas bocas do mundo porque está na “cauda da Europa”.

28/11/08, Fernanda Câncio, Diário de Notícias - Mas descobrir que "nestes oito anos de funcionamento da Comissão (da Carteira Profissional dos Jornalistas)nunca um jornalista questionou o seu modo de funcionamento" é um bocado mais que irónico. É triste.


27/11/08, Jorge Cadima, Avante! - O New York Times, paladino dos «liberais» nos EUA dedicou um editorial (16.11.08) a dar conselhos ao novo Presidente Obama sobre questões militares. Com o título «Umas Forças Armadas para um novo e perigoso mundo» aconselha mais tropas terrestres, mais capacidade operacional «irregular» e mobilidade, maior capacidade de intervenção em qualquer ponto do globo. Confirmando que há coisas que não mudam, o NYT afirma: «este país tem que estar pronto para combater se for necessário». Na lista de potenciais inimigos, junto aos Talibãs e Al-Qaeda, figura «uma China em ascensão, uma Rússia assertiva». É esta a «mudança»?


27/11/08, Aurélio Santos, Avante! - Em muralha de hipocrisia governamental há uma fenda que se alarga dia a dia, em cada gesto desta coisa pública com maioria absoluta: a mesquinhez de postura, a ausência de estatura, a falta evidente de sentido de Estado.

Quatro anos de governos de Sócrates na economia, por Eugénio Rosa


Uma das mensagens que Sócrates e todo o governo têm procurado fazer passar, é que o País estava a recuperar, mas que a crise financeira internacional, de que ele não tem culpa, veio estragar tudo. Isso não é verdade pois o agravamento da situação é também anterior à crise.

Consulte este artigo de Eugénio Rosa em


Faleceu Rogério Moura


Quando criou a editora Livros Horizonte, em 1953, Rogério Mendes de Moura não tinha quaisquer contactos no mercado editorial, nem sequer livros para vender. Ainda assim, fez-se à estrada - ao volante de um Peugeot - e correu o país de lés a lés, dando-se a conhecer aos livreiros de que se tornaria, mais tarde, fornecedor.
"Agora não tenho nada para vender, mas hei-de ter um dia", costumava dizer. E teve mesmo. Durante mais de cinco décadas, Mendes de Moura manteve uma actividade regular, tendo publicado mais de dois mil títulos.

Militante do PCP, Rogério de Moura envolveu-se sempre nas causas do povo português.
Na brochura que assinalou os 50 anos de actividade da Livros Horizonte, o seu irmão, Mário Moura, também editor (Pergaminho), escreveu: "Rogério Moura é um editor-artífice, talvez o único entre nós. Trabalha o livro como o ourives o ouro e o lapidador o diamante. Por outro lado, o tilintar ou não da caixa registadora não o comove." Rogério Mendes de Moura formou-se em Filosofia na Universidade Clássica de Lisboa. Em 2003, foi condecorado pelo então Presidente da República, Jorge Sampaio. Em 2006, a União dos Editores Portugueses atribuiu-lhe o Prémio Carreira - Fahrenheit 451.
Morreu ontem à noite, em Lisboa, vítima de cancro. Tinha 83 anos.
Os nossos sentimentos para a sua família.

Primeiro festival de cinema do Estoril chega ao fim, por anamar


O primeiro FESTIVAL de cinema do Estoril terminou! No ano anterior, o festival foi tímido… ano 0! Este ao sentiu-se o já grande clima de Festival que se adivinha em anos vindouros… Parabéns a Paulo Branco a quem Bertolucci apelidou de “ o piratinha mais
Charmoso do cinema europeu”….
“WILD FIELD” foi o filme russo vencedor, que não pude ver por mudança de horário.
O outro filme premiado foi “ INVOLUNTARY”. Interessante filme sueco com varias histórias passadas entre amigos vividas em situações limite.
Mas a grande surpresa de sábado foi a de Agnés Varda, que no alto dos seus joviais oitenta anos decidiu filmar a sua autobiografia de uma forma magistral: família, filmes, actores de preferência, a sua vida de amor com o grande realizador e actor Jacques Demy.
Regressa ás praias que fizeram parte da sua vida com humor e emoção, ao seu feminismo, ás suas viagens a Cuba, à China e aos EUA.
Agnés foi encorajada a partir para este legado através de algumas palavras do velho Montaigne “Dediquei (o meu livro) ao benefício particular dos meus familiares e amigos: a fim de que, ao perder-me (o que poderá acontecer-lhes em breve), possam aqui encontrar alguns esboços das minhas condições e humores, e através dessa reserva, de forma mais completa e vivida nutrir o conhecimento que tiveram de mim.” (prólogo dos Essais, 1595.
Obrigada Varda, que com a sua presença irreverente e jovial nos ajudou a melhor compreender toda a sua vida!
E para o ano há mais…

domingo, 23 de novembro de 2008

Lemos entre 17 e 23 de Novembro

16/11/08, Global Europe Antecipation Bulletin, “A crise sistémica global: ruptura do sistema monetário mundial até ao Vderão de 2009”, - Que aqueles que, apesar dos nossos conselhos destes dois últimos anos, têm investido nestes Fannie Mae e Freddie Mac, ou nas bolsas, ou em grandes bancos de negócios dos EUA ou no sector bancário em geral, insistam em querer acreditar, uma vez mais que tudo isso não pode acontecer porque "eles" o vão impedir..., o problema é: o "eles" estão agora em pânico e "eles" não sabem o que fazer numa situação para a qual nunca foram preparados. Como explicamos no GEAB 28, 2008 foi apenas o detonador da crise sistémica global. Agora vem fase IV, a das consequências!...

16/11/08, Eugénio Rosa, www.resistir.info - A política fiscal do governo materializada na Proposta de OE2009 determinará um agravamento da injustiça fiscal. E isto porque a percentagem das receitas fiscais que têm como origem os Impostos Indirectos, que são impostos mais injustos porque não têm em conta o rendimento de quem os paga, aumentará de 57,7% para 58,9%. Isto significa que em cada 100 euros de impostos pagos pelos portugueses em 2009, 58,9 euros terão como origem impostos indirectos (IVA, Imposto sobre Produtos Petrolíferos, Imposto de Tabaco, etc). É claro o desrespeito pelo nº1 do artº 103 da Constituição da República que diz textualmente o seguinte: "O sistema fiscal visa a satisfação das necessidades financeiras do Estado e outras entidades públicas e uma repartição justa dos rendimentos e da riqueza " (o sublinhado é nosso).

Agora é o Citigroup


A América sente nova angústia. Agora é o
Citigroup, o segundo banco do mundo em termos de capitais, que vacila e ameaça despedir 75000 funcionários, o correspondente a 20% dos seus efectivos...
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Registos de 17 a 23 de Novembro

21/11/08, Cavaco Silva, Público, - Há ainda fragilidades na eficiência com que os investimentos em inovação são convertidos em bens e serviços (...) Existem entraves buriocráticos, é certo, mas também há muitas barreiras que se situam ao nível dos investidores e da mentalidade e do espírito dos empresários.

20/11/08,Margarida Botelho, Avante! - Mais de 30 mil estudantes saíram à rua em todo o país contra o estatuto do aluno, o novo modelo de gestão das escolas e os exames nacionais.Nenhum profissional com critérios jornalísticos sérios tem dúvidas de que isto é notícia. Mas o dia nacional de luta passou mais que discretamente pelos principais órgãos de comunicação social. E onde passou, o tom geral foi o do folclore: sucederam-se as inevitáveis entrevistas a estudantes menos claros na explicação dos motivos da luta, os jornalistas deslumbrados pelas sms, as acusações de manipulação do costume. E nada que pudesse dar a ideia da verdadeira amplitude do protesto.

20/11/08, Ângelo Alves, Avante! - E o pouco de concreto que se pode retirar desta cimeira confirma essa ideia: regulação; supervisão; sistema de alerta de crises (admitindo portanto a sua continuidade); atirar para a irresponsabilidade de alguns as causas da crise (ocultando as responsabilidades estruturais do sistema); criação de almofadas de capital que amparem as crises vindouras; reafirmação do papel do FMI e do Banco Mundial; incentivos fiscais e apoios ao capital financeiro; não tocar nos sacrossantos off-shores, são algumas das ideias saídas de uma cimeira que, ao atirar para daqui a quatro meses uma segunda discussão, gritou bem alto: até lá é cada um por si.

19/11/08, João Paulo Guerra, Diário Económico - “nos próximos tempos é absolutamente certo que Barack Obama vai ouvir as propostas de outros portugueses de pensamento relevante e maleável com novas e inesperadas denúncias póstumas de Bush, agora que o indivíduo vai passar a ser apenas uma das piores fotografias da galeria de ex-presidentes da América do Norte. Como aliás sempre disseram alguns portugueses que agora dizem precisamente o contrário”.

18/11/08, J.M. Tavares, Diário de Notícias – “Há quatro anos, o administrador do Banco de Portugal Manuel Sebastião foi procurador do administrador do Banco Espírito Santo Manuel Pinho na compra de um prédio em Lisboa (…) Se José Sócrates encontrasse um dos seus ministros a tentar arrombar um cofre com um berbequim diria aos jornais que ele estava só a apertar um parafuso(…) É a escola Fátima Felgueiras, que mesmo condenada a três anos e meio de prisão dava pulinhos de alegria como se tivesse sido absolvida”.

18/11/08, Adriano Moreira, Diário de Notícias – “A confiança na teologia de mercado ou não foi abalada ou mais credivelmente viu a sua pregadora mensagem preservada, na convicção infundada de que todas as responsabilidades emigraram para a circunstância política”.

18/11/08, Mário Soares, Diário de Notícias – “Uma cimeira sem resultados? (…) Reformas sim, claro, disseram em coro, mas não um novo Bretton Woods - que horror! -, quando é precisamente disso que se trata”.

18/11/08, Manuel Lemos, presidente da União das Misericórdias, Público - As famílias estão a tirar os idosos dos lares para os levarem para casa para tirar proveito da reforma que eles recebem (…) É mais uma receitra que entra no orçamento familiar e que paga contas”.

18/11/08, Sérgio Aníbal, Publico – “PIB cresce mas o rendimento nacional já está em queda. Uma parte cada vez maior do que é produzido na economia vai para os rendimentos dos estrangeiros que financiaram Portugal”

17/11/08, Maria de Lurdes Rodrigues, RCP, "Se o Governo suspendesse a avaliação seria uma vergonha";

17/11/08, André Freire, Publico, "O pecado original radica na ilusão de que é possível fazer reformas, nomeadamente na Educação, sem mobilizar os profissionais para as mudanças";

17/11/08, Rui Moreira, Publico, "Esta crise de confiança entre o Estado, o sistema financeiro e a eonomia real não só assassina o empreendedorismo, como fragiliza os contrafortes sdo sistema capitalista em que temos vivido, e deixará marcas, muito para além da actual recessão conjuntural"

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Efeito borboleta...

40 mil contra Uribe: a Minga chega a Bogotá


Frase de fim-de-semana, por Jorge


"Não há vento favorável para o marinheiro que não sabe para onde ir"

Séneca

Sentido de oportunidade...


A triste condição de uma imprensa acorrentada

Confesso que não sou masoquista por ler diariamente jornais. Convivo, como vós, com a subserviência que nega o jornalismo. Raros são hoje os jornais que não são propagandistas e litigantes por parte do governo com terceiros. Ou que não alinham nos fretes dos centros de propaganda internacional de 3ª classe que lhes são servidos empacotados e de chave na mão, ou seja, de fácil copypaste estimulado pelas evidentes cumplicidades dos accionistas com este ou aquele centro de interesses.
O Conselho de Redacção da Lusa, talvez mais imune às pressões hierárquicas que noutros casos sonde é mais fácil o rápido despedimento, denunciou fretes ao governo e a perda de credibilidade que isso pode trazer para o trabalho da agência...


Leio o Público e que me sai hoje?


Manchete "Ministra recua Professores não". Vai-se ao texto e não se vislumbra, a não ser de passagem, e com a folha distribuída pelo ME e reproduzida na página 3, que se trata de uma "simplificação" e não da "suspensão" do modelo de avaliação que levou o Conselho de Ministros a reunir-se solidariamente com a Ministra extraordinàriamente.

Aproveitaram a folha distribuída pelo ME (hoje qualquer lobbie tem tudo pronto de chave na mão para dar lastro à notícia) mas a declaração do PCP de ontem não é referida...


As duas páginas dedicadas à visita relâmpago de Medvedev a Portugal (p. 20/21) são um insulto a um visitante ilustre de um país que está a importar mais de Portugal numa altura em que precisamos de consolidar as alternativas ao efeito da recessão na queda das nossas exportações para os principais parceiros europeus. Ou será que Medvedev vem jantar com Cavaco e Sócrates para alimentar a cegada das alterações dos mandatos presidenciais e das supostas rivalidades Putin/Medvedev? E depois com aquela inteligente analista de serviço de nome Teresa de Sousa a "pôr a Rússia na ordem", em jeito de sabotagem comercial...Com aquela sentença machartyana requentada, digna de credibilidade de off-shore: "Há duas questões essenciais para uma nova relação de confiança com a Rússia: o alargamento da NATO à Geórgia e à Ucrânia(...) e a questão do escudo antimíssil norte-americano". Pois claro!


Fugimos desta e tropeçamos logo noutra na p. 23: "Bispos colocaram a Nicarágua sob a protecção da Mãe Santíssima"...Lá se vai o laicismo e se cai na adoração daquela que será das parcelas da Igreja Católica mais reaccionária de todo o mundo!...Depois lá no meio diz-se que a Frente Sandinista ganhou as eleições (os leitores do Público sabiam?) mas com resultados contestados pelos conservadores derrotados que andam, santificados pelos bispos, na rua à porrada (os leitores do Público sabem o que aconteceu neste período eleitoral e acto eleitoral, as pressões e ingerências deste tipo da Igreja e dos EUA?).


Sob a maldição dos bispos fujo de novo e na p. 43 começo por ler as declarações das associações de produtores de leite a falarem em derrota no acordo de ontem relativo ao leite, integrado na mini-reforma da PAC. Os olhos descansam sobem um pouco e lá está a manchete "Sector leiteiro recebe 100 milhões para apoiar competitividade"...Ora toma, afinal o Jaime Silva é herói por estar a preparar tão bem a nossa produção para que esta possa enfrentar a liberalização total na UE em 2015...Nessa altura um outro Ministro da Agricultura estará a comentar negativamente o desempenho deste mas o jornal fez o serviço na altura própria para, depois, talvez fazer outro se necessário mais adiante...

As saudades futuras dos humoristas...

O problema é que as belas frases não fazem intenções e práticas e as caricaturais atrapalhações escondem intenções e práticas infelizmente bem mais escorreitas...

As complexidades do colégio eleitoral nos EUA, por F. Sousa Marques

Caros amigos,

1. Imagine-se que o Presidente da República de Portugal só era sabido 16 dias depois das eleições. Seríamos uma República das Bananas, pelo menos...

2. Falemos agora desta República...
Finalmente, sabe-se a composição do Colégio Eleitoral que elegerá o próximo Presidente dos EUA: 365-173.
Foi reconhecida a vitória a McCain no Estado de Missouri, tendo em conta que os votos que faltava contar são em número inferior à diferença de votos entre os dois principais candidatos. Quanto aos outros candidatos, continua a nada saber-se.
Outro assunto de que se não fala é do processo eleitoral no Estado do Nebraska, que elegeu 4 delegados de McCain e um de Obama. Ainda não sei a razão que leva este Estado a ser diferente de todos os outros. Certamente porque, um dia, assim decidiram. Mas, o que gostaria de saber (e ainda o virei a saber) é a razão porque é assim.
Feitas as contas, Obama terá 365 votos no Colégio Eleitoral e McCain terá 173. Isto é, Obama, que teve 53% dos votos a nível nacional, terá 68% dos votos no Colégio Eleitoral. McCain, que teve 46% dos votos, terá 32% na votação do Colégio Eleitoral. Argumentará muita gente "Isso que interessa... de qualquer forma Obama ganhou..." e é verdade. Pela simples razão que ganhou com margem suficiente para não haver dúvidas.
Mas recordemos 2000. Gore teve mais 500 mil votos do que Bush a nível nacional. E Bush ganhou, porque teve mais votos no Colégio Eleitoral...

3. Fica a questão. Será possível que, um dia, a eleição do Presidente dos EUA.
seja directa e decidida pelos cidadãos que, de facto, votam?
Será possível haver uma reforma do sistema eleitoral?

4. Um de vós perguntou-me se sabia como e quando se reunia o Colégio Eleitoral. Como não sabia tive de ir estudar o assunto e já encontrei a resposta para a sua questão.
O Colégio Eleitoral reúne sempre na primeira segunda-feira depois da segunda quarta-feira de Dezembro.A reunião é feita nas capitais de cada Estado! Isto é, o Colégio Eleitoral nunca se reúne como um todo. Há 51 reuniões distintas! As dos 50 Estados mais a da capital, Washington DC.Nestas reuniões os eleitores votam (por voto secreto) no Presidente e no Vice-Presidente.Findas as votações e as contagens de votos, as respectivas actas são enviadas para o Presidente do Senado (que é por inerência de funções o Vice-Presidente em funções, neste caso Dick Cheney) por correio registado.À medida que as actas (Certificates of Votes) vão chegando são classificadas por ordem alfabética e guardadas em duas caixas especiais. Numa, ficarão os resultados de Alabama até Missouri, incluindo Washingtom DC. Noutra, ficarão os resultados dos restantes Estados, de Montana a Wyoming.Todos estes documentos servirão para a contagem dos votos e a declaração do vencedor, o que ocorre sempre, numa sessão especial do Congresso a realizar no sexto dia do mês seguinte ao da votação no Colégio, isto é, em Janeiro.Se se registar um empate na contagem de votos entre os candidatos a Presidente, será a House of Representatives que desempatará. Isto aconteceu duas vezes nas eleições americanas (em 1801 e em 1825).

Espero que se tenham divertido.
Um abraço,

PS: O Presidente toma posse no dia 20 de Janeiro (numa cerimónia chamada United States Presidential Inauguration, ou mais simplesmente Inauguration Day). Só a partir dessa data é que é o novo Presidente dos EUA. Fala-se que estarão presentes (nas ruas de Washington DC) 4 milhões de pessoas... Mais um record a juntar a outros em que estas eleições foram pródigas...

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Fair play...

A manipulação pela direita, pelos governos e pelo patronato de alguns conceitos económicos


Dos dados mais recentes revelados pelo Banco de Portugal, alguns são significativos da gravidade presente e futura do País.
As revisões em baixa das anteriores previsões de diferentes organismos vão afectar o emprego mas também a produtividade esperada que regressará aos valores de há vinte anos: 0,1%...
Para quem já estava na cauda dos países comunitários também nesta matéria isso é grave.

Ainda há poucos anos este conceito e o da competitividade eram esgrimidos por governos e patronato, desligados dos seus significados reais, sempre que a resistência à recuperação do poder de compra por via dos aumentos salariais insinuava que os trabalhadores trabalhavam pouco e com fraca “produtividade”, que a mão-de-obra era muito cara para ser competitiva, etc. Estas ideias têm sido usadas pela política de direita e pelo grande patronato como argumentos para alterar a legislação laboral e direitos sociais, como o subsídio de doença e de desemprego.

Os sindicatos combateram estas concepções e, mesmo com a ajuda de alguns académicos e jornalistas, este tipo de insinuações cederam algum lugar a outro tipo de abordagens que recentram a responsabilidade pelas flutuações desses indicadores, embora a batalha de ideias nestas matérias terá sempre de continuar.

A baixa qualificação da mão-de-obra, a falta de preparação dos gestores para saberem gerir, os impactos na vida dos trabalhadores da necessidade de recorrerem a outras remunerações, as dificuldades de emprego nos agregados familiares, as consequências da qualidade da saúde, educação, justiça segurança social e transportes públicos na qualidade de vida e bem-estar dos trabalhadores, a não introdução de novas técnicas e modelos de gestão e da inovação tecnológica nas linhas produtivas, são alguns dos factores que contribuem para essas flutuações. Aos quais se somam os efeitos desastrosos das políticas de direita na eliminação de importantes sectores produtivos e pelo não incentivo continuado a outros perfis produtivos nos que permaneceram.
A baixa «produtividade» média da economia portuguesa resulta, em grande parte, de um perfil de especialização onde imperam actividades de mão-de-obra intensiva, de reduzida composição orgânica do capital, e reduzido valor acrescentado.
Por outro lado, importa ter em linha de conta a subvalorização ou o desprezo a que têm sido votados matérias-primas e recursos produtivos endógenos em geral, como fontes de energia, solos, subsolo e oceano, passíveis de contribuir como importantes factores da produção nacional.

No que respeita à competitividade da nossa economia não se pode reduzir ao factor preço do produto e à produtividade os seus valores reduzidos. Tem que se ter em linha de conta a necessidade de políticas de defesa do mercado interno como fazem outros Estados, os efeitos que a adopção da moeda única teve na perda de competitividade de 2% ao ano devida à taxa de câmbio efectiva, a impossibilidade de continuar a recorrer à política cambial para reduzir os efeitos de desvalorizações de outras moedas e as suas consequências na nossa economia e também importa não esquecer o reduzido apoio às micro, pequenas e médias empresas, as inúmeras carências e custos elevados que estas sofrem, quando comparadas com as de outros países da UE, os serviços financeiros, a energia, as telecomunicações, os transportes e a logística.

A mistificação ideológica em torno dos conceitos de produtividade e de competitividade que, aliás, frequentemente são confundidos entre si de forma não inocente, procura estabelecer uma sequência lógica salário (trabalhador) – produtividade – competitividade, como se houvesse uma simples relação causa/efeito numa esfera tão complexa como a da produção económica.
Considerar o salário como um mero custo microeconómico e não como uma importante componente do rendimento nacional, cujo maior ou menor crescimento influencia de forma maior ou mais reduzida a despesa, o investimento, a procura interna e em consequência o crescimento económico, esquece outros factores que afectam estes indicadores.
Há quem persista em esquecer que a degradação das condições de trabalho, a falta de investimento nos instrumentos de produção e a precarização dos vínculos de trabalho são a principal condicionante da força de trabalho para a produtividade. Os gestores têm importantes responsabilidades: a sua própria baixa qualificação média, a reduzida incorporação de investigação científica e desenvolvimento tecnológico na produção e da pouca atenção às formas de gestão e organização das cadeias de produção e unidades empresariais, a novos modelos e experiências.
É sintomático que quando a propósito disto tudo alguns continuam a questionar os “elevados salários dos trabalhadores, não tratem também das remunerações, prémios, regalias diversas, regimes de reforma dos CEO (Chief Executive Officer) de grandes empresas nacionais e multinacionais, muitas vezes dezenas e mesmo centenas de vezes superior ao salário médio dos trabalhadores, nem se estes se baseiam em quaisquer critérios de produtividade, ou seja, se produzem dezenas ou centenas de vezes mais que um trabalhador. Ou se vão ser despedidos como os trabalhadores das empresas que eles mais a crise financeira provocaram.

Teremos que, no decurso da crise actual que é internacional mas com elementos como estes da responsabilidade da política de direita realizada no nosso país, não permitir que tais concepções ultrapassadas voltem à luz do dia. E que patrões, gestores e membros do governo sejam avaliados na medida em que estão a contribuir ou não para elevar quer a produtividade quer a competitividade.

Pensando já no Natal...

"Rachel, Rachel" no Estoril Film, por anamar


E durante alguns destes dias o meu percurso de eleição foi mesmo o de minha casa até ao Casino Estoril… entenda-se continuação do ESTORIL FILM, com a atenção para os homenageados.
PAUL NEWMAN, o inconfundível galã, foi também um dos grandes autores do cinema
Norte-americano. O seu trabalho como realizador ainda é considerado uma faceta obscura e mitológica.
È inegável o amor por sua mulher que dirige magistralmente!
Hoje foi a vez de “Rachel, Rachel”, datado de1968..

Rachel Cameron, uma professora solteira de 35 anos, sente que tem vivido uma experiência sem sentido. Mora numa pequena cidade de Nova Inglaterra com a mãe, uma viúva alegre patética, num apartamento situado por cima da agencia funerária que em tempos foi do pai. Atormentada por recordações da infância e do pai agente funerário, Rachel passa cada um dos seus dias frustrantes a tomar conta da mãe e a trabalhar com as crianças da escola. Mas em breve Rachel se apercebe que só através da exposição à vida poderá experimentá-la. E parte para a grande cidade sonhando… com um amor, com filhos. Quem sabe…

“talvez um homem viúvo, com filhos, que também me dê filhos, ou não…
Quem sabe se os meus filhos serão sempre efémeros??? Como talvez os filhos de toda a gente….”

Agora resta comprar o DVD, e eu, com alguma pena, só regresso no sábado para assistir á exibição dos 2 filmes vencedores..
Se puderem apareçam! Pode ser que o Sol continue a brilhar…

Banco gestor das grandes fortunas pede aval do Estado para 750 milhões...


Foram os primeiros a pedir as garantias do Estado mas querem que a CGD vá à frente para servir de referencial para os outros que se acotovelam...

E uma boa parte do aval destinar-se-á a um empréstimo que está a negociar com o Citigroup

João Rendeiro, sem custo, lá disse na SIC-Notícias que o seu banco era apenas um gestor de fortunas e de activos e que não beneficiava da vantagem que outros têm de, estando com o retalho comercial, não receberem depósitos normais nem concederem crédito.

Pois é, pelos vistos no afã de gerarem resultados no dinheiro que lhes entregam para investirem no mercado bolsista de alto risco, as coisas não correram bem e agora estendem a mão ao contribuinte português...para que as fortunas geridas se vão alargando à custa da cada vez mais carregada dívida pública.

Cartoon de Monginho

in Avante !

Milhares de indígenas colombianos chegam hoje a Bogotá


Depois de uma longa marcha de mais de 500 km começada há 10 dias, muitos milhares de indígenas de diferentes comunidades chegam hoje à capital para exigir os seus direitos.

Como planeado, chegarão a Bogotá pelo sul e vão concentrar-se nas instalações da Universidade Nacional, onde ficarãonos dias que pretendem permanecer na capital. Os organizadores da "Minga", como é designada esta mobilização popular e indígena, esperam que participem cerca de 40 mil de quse todos os cerca de cem grupos aborígenes da Colômbia. Amanhã juntam-se na Praça Bolívar, e no sábado realizam uma reunião com representantes de organizações internacionais.

O principal objetivo é apresentar as suas reivindicações ao governo e ao Congresso da República, sobre a cedência de terrenos, o respeito pelos direitos humanos e garantias relativas a uma melhoria das condições de vida destas comunidades.

A Minga teve início no dia 11 de Outubro com um enorme movimento nacional em protesto contra o assassinato de vários líderes indígenas.

Dados da Organização Nacional Indígena da Colômbia indicam que, até agora, este ano, foram mortas cerca de 70 membros de diferentes aldeias, principalmente nas mãos das forças de segurança. Feliciano Valência, um dos líderes, disse que o objectivo é o de exigir o cumprimento, por parte do governo, de acordos assinados com a população indígena e que não foram cumpridos. Pedem também justiça para os crimes contra os aborígines e os dirigentes sindicais. Nos últimos dias, o movimento sindical denunciou o assassinato de mais de quatrocentos dirigentes sindicais no decurso do governo de Álvaro Uribe, apoiado pela administração norte-americana.

A família nuclear mais antiga até hoje encontrada


O "ScienceDaily" da passada 3ª feira revelou que os primeiros indícios de uma família nuclear, que remonta à Idade da Pedra, foram descoberto por uma equipe internacional de pesquisa, que incluiu especialistas da Universidade de Bristol. Em 2005 foram descobertos na Alemanha os restos de quatro enterros em sepulturas com cerca de 4600 anos que incluíam grupos de adultos e crianças enterradas e voltadas uns para os outros - uma prática pouco vulgar na cultura neolítica. Na foto vê-se um desses grupo.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

A surpresa Khenin

Na semana passada, o deputado comunista Dov Khenin, candidato a presidente da Câmara de Tel-Aviv, criou uma surpresa ao obter 32% dos votos. Para a maioria dos israelitas, Dov Khenin era um estranho. Era conhecido como advogado, com idade de cerca de 50, e pelas suas posições iconoclastas. Dov Khenin tem protestado contra a opressão do povo palestiniano e pelo seu direito de inalienável de organizar um Estado independente. Também defendeu os refuseniks, os soldados que se recusam a prestar serviço nos territórios ocupados, o que lhe valeu uma condenação a prisão.
Membro do Partido Comunista de Israel, um dos poucas organizações que não pratica a segregação entre judeus e árabes, Dov Khenin foi eleito em 2006 para o Knesset. Tem-se distinguido por ter conseguido fazer passar várias iniciativas legislativas nos domínios do ambiente e do bem-estar.

Nas eleições municipais em Tel Aviv, Dov Khenin liderou a lista "Uma cidade para todos" que incluía militantes de esquerda, sindicalistas, ambientalistas, dirigentes de associações de moradores, e até mesmo adeptos de clubes de futebol. A lista fez campanha, nomeadamente pelo direito à plena cidadania dos árabes e para a defesa das condições sociais e ambientais. Começando com sondagens de 2% dos votos, a lista subiu nas sondagens, semana após semana, lançando a preocupação nos dirigentes políticos de outros partidos.

A campanha municipal transformou-se, assim, num debate nacional. Acusado por sectores de "esquerda" e da direita religiosa de ser um traidor à Pátria - ou seja, por se opor a uma certa concepção do sionismo - Dov Khenin sofreu duros ataques. Mas também tem recebido amplo apoio, como o de estrelas da televisão, cinema e do Espectáculo, que se empenharam no apoio à candidatura, nomeadamente através de um spot televisivo. No final, a lista ganhou um terço da votação. Ron Hulda, o prefeito cessante, foi reeleito à tangente com 50,6% dos votos.

Este sucesso é um importante acontecimento político em Israel. Ele mostra que existe uma franja de eleitores que se opôs à política de ocupação dos territórios palestinianos praticado por todos os governos e coligações desde a independência. Com prováveis reflexos nas eleições legislativas de 10 de Fevereiro próximo.

De facto há importantes questões a enfrentar. A primeira é a de levantar o bloqueio que Gaza sofre.

As condições sanitárias continuam a deteriorar-se na faixa costeira, como foi verificado por treze deputados no local há duas semanas. "As palavras falham-me para descrever esta prisão aberta", escreveu no seu blog Josef Zisyadis, que esteve nessa viagem. " Nos meus sonhos vejo desfilar os rostos desta catástrofe humana" Para este conselheiro nacional, o bloqueio israelita não deve esquecer o que é realizado pelas autoridades egípcias,também ele criminoso. Para se reabastecerem, as pessoas são obrigadas a escavar para o Egito túneis perigoso, instáveis, que ameaçam colapso a qualquer momento, e por vezes são gaseadas por militares egípciios...

Com o sucesso político do Dov Khenin e dos seus, uma pequena luz de esperança, surgiu no final do túnel. Mas a paz ainda está longe.

Rita na Corrida da Mulher


"Pranzo di Ferragosto" no Estoril Film, por anamar

Ontem no ESTORIL FILM viveram-se momentos de aplauso, hilaridade e a simpatia do realizador italiano GIANNI DI GREGORIO, com a apresentação do seu filme PRANZO DI FERRAGOSTO (Feliz 15 de Agosto).
O filme é autobiográfico, feito a partir da relação intensa que Gianni teve com a sua mãe, feito com um mínimo de recursos, utilizando a sua própria casa, as suas velhas e idosas amigas, a mãe não, porque já tinha morrido…
Na qualidade de filho único de uma viúva, teve de viver muitos anos sozinho com a mãe, uma mulher de personalidade esmagadora. Embora exausto, conheceu e adorou a
riqueza, a energia e o poder do mundo dos idosos. Testemunhou a sua solidão e vulnerabilidade num mundo que se move a grande velocidade.
No Verão de 2000, o gerente do seu condomínio, sabendo que Gianni tinha as rendas
atrasadas, perguntou-lhe se podia deixar a mãe com ele durante as férias em meados de Agosto. Recusou a fim de defender a sua dignidade, mas desde então não parou de se interrogar sobre o que teria acontecido se tivesse aceite.
Resultado. Este belo filme em que Gianni realizador, autor e artista principal, passa uns dias rodeado de quatro idosas cheias de energia e de quem tem que tomar conta culminando numa grande festa, o 15 de Agosto ou ferragosto.
Tudo o que era permitido a este folgazão de meia-idade era o tempo de beber o seu copo
,de vinho branco, elemento sempre presente no filme…
E depois de tudo o que posso desejar’?
Um bom prémio e o prazer de partilhar este filme com os amigos para o próximo ano nas salas portuguesas.
Hoje lá estarei para RACHEL, RACHEL no âmbito da homenagem a Paul Newman.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Dia 29 de Novembro no Pavilhão Atlântico 45 anos de carreira de Carlos do Carmo


Gravou a sua primeira canção, "Loucura", há 45 anos, e desde então não tem parado de cantar. O fado é o género que abraçou desde cedo, ainda que nem da forma mais canónica e consensual, mas hoje já poucos colocam em causa a sua contribuição para a música portuguesa das últimas décadas. "Fado Maestro", o CD que é agora editado, reforça o impacto da sua obra através de uma compilação de 17 canções seleccionadas pelo próprio. Para continuar a celebração, Carlos do Carmo dará um concerto no Pavilhão Atlântico, em Lisboa, a 29 de Novembro. Mariza, Camané, Carminho, Gil do Carmo e ou a cantora basca Maria Berasarte serão alguns dos cúmplices neste revisitar da sua carreira. O espectáculo será também integrado no 125º aniversário da Voz do Operário, pelo que as receitas do mesmo irão reverter a favor da instituição.

Paulo Guilherme (Guga), 14/03/1986 - 01/11/2008

No final, a vida não se mede em quantidade, mas em qualidade.

Na semana passada, morreu um rapaz de 22 anos, na força da vida, como se costuma dizer. A sua morte prematura, repentina e sem causa aparente deixou toda a gente em choque, dos mais próximos, aos que nem sequer o conheciam.

Uma vida que acaba tão cedo deixa-nos sempre a sensação do muito que ficou por fazer, de uma vida incompleta. Mas não foi esse o testemunho que foi dado na despedida. Pelo contrário, o que todos disseram foi que este rapaz viveu a vida com uma intensidade invulgar, levou a sério tudo o que lhe interessava e, sobretudo, não perdeu tempo.

Por isso, foi realmente feliz, garantiu quem o conheceu, amou e foi amado. Por isso a sua vida foi completa, porque se gastou no que realmente interessa e, muito importante, não desperdiçou o tempo que lhe foi dado.

Numa altura em que vivemos entretidos a desperdiçar tempo e talentos o testemunho da vida deste rapaz de 22 anos é precioso.

Para quem tem fé ou para quem não a tem, não é difícil perceber que esta foi uma vida cheia, que não se pode perder.

Ninguém consegue imaginar a dor da sua família, mas, num certo sentido, é invejável ter dado origem a uma vida assim. No final, a vida não se mede em quantidade, mas em qualidade.

Raquel Abecasis (lido aos microfones da R. Renascença em 10/11/08)

Vá ao XXV Festival do Teatro do Seixal


O Festival de Teatro do Seixal comemora 25 anos de existência. A edição deste ano começou em 14 de Novembro e termina a 13 de Dezembro, com um programa que leva o teatro a mais de uma dezena de espaços públicos do concelho. A abertura está a cargo de As Obras Completas de Shakespeare em 97 minutos, da Companhia Teatral do Chiado. O programa inclui 17 peças, seis das quais a cargo dos grupos de teatro do Seixal: Animateatro, Grupo de Teatro A Partida, Grupo Cénico Ivone Silva, Grupo Almagesto, Projecto Ficções e Grupo O Grito.

Ó Vitorino, anda daí...

Sai uma comissão de sábios...


Dois momentos de boa publicidade...

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Estoril , Festival de Cinema, por anamar

Ontem houve um momento de festa no Estoril Film quando Bernardo Bertolucci apareceu para falar do seu 1900. Foi aplaudido em pé durante bastante tempo, aplausos muito sentidos para um homem que aparentava muito mais idade do que a na realidade tem ,
mas de sentido de humor requintado. Dizia ele “que quando o subconsciente se solta, afecta sempre as partes do corpo que nos são mais necessárias, situaçâo em que se viu envolvido varias vezes ao logo de filmagens”… desta vez ,parece, terão sido as suas pernas a ser atraiçodas!
Para finalizar, deixou nos a ver o documentário feito durante as filmagens de 1900.Espantoso!
Novecento foi o centro da homenagem em que o realizador explora de forma memorável os domínios da politica com as relações pessoais, familiares e sociais, a luta de classes paralelamente ao crescimento do individuo.
E, como Bertolucci dizia,” ainda hoje, parece surreal que um dos grandes estúdios americanos financie e estreie um filme comunista em pleno auge da Guerra Fria!”
Hoje , lá estarei para La Luna …

"O mundo numa chávena de café", de Susana Ruth Vasques

A recolha de crónicas Die Welt in einer Tasse Kaffee (O mundo numa chávena de café), da jornalista luso-alemã Susana Ruth Vasques, foi lançada na Feira do Livro de Francforte a 15 de Outubro.
Em Portugal será lançado em Silves, dia 13 de Dezembro às 15 h, na B iblioteca Municipal.

Com conceito, compilação e revisão de Michael Maschmann, o livro, de 191 páginas, foi traduzido de português para alemão por Rainer Dittmann e teve arranjo gráfico de Christoph Zehm. A foto de capa é de Rainer Boscheinen.
Com introdução pelo editor Michael Wachsmann, Die Welt in einer Tasse Kaffee inclui um posfácio por Ramiro S. Osório. Referências da capa: citação da escritora Isabel da Nóbrega, Quadratim, in A Capital, 1984, e um trecho da crónica A Primavera em Lisboa.
A edição é do Atelier Colorwaves, de Michael Wachsmann, autor do desenho da capa.
Susana Ruth Vasques, nota biográfica

Susana Ruth Vasques nasceu em 2 de Agosto de 1937 em Lisboa, na família de refugiados judeus Wachsmann. Aos 3 anos começou a aprender balé, aparecendo em tutu branco como bailarina a solo aos 7 anos no Teatro Nacional de Lisboa. O Diário de Notícias escreveu na altura que “a pequena Susi Wachsmann é uma promessa do futuro (...)“.
Na escola secundária, queria ser actriz e bailarina e seu pai dispôs-se a mandá-la para Hollywood ou para o National Theater Ballet de Londres. Desempenhou os papéis de Rainha Ester e de noiva num musical, inventando ao mesmo tempo histórias para balé.
Aos 16 anos foi trabalhar em Israel num kibbutz. Interessava-a a vida comunitária, poder trocar coisas em vez de dinheiro e contribuir com a força laboral. A causa comunitária tem sido para si importante, desde sempre.
A partir dos 18 anos, após o seu casamento com o escritor Augusto Abelaira, trabalhou como tradutora, em English Made Funny e Dizionario degli Autore. Foi com seu marido co-tradutora para português de “O Tambor” de Günter Grass e de “Dr. Jivago” de Boris Pasternak, e traduziu a “Utopia” de Thomas More.
Tomou conta de crianças no Jardim Infantil Alemão de Lisboa e esteve em palco durante um mês no Teatro da Comédia, na peça de Almada Negreiros “Procura-se Mulher”. Estudou línguas, história e filosofia (já aos 65, participou num seminário universitário de Teresa Rita Lopes sobre Fernando Pessoa).
Escreveu o primeiro romance com 10 anos (uma história de amor entre um príncipe e uma rapariga do povo...) e diversos diários com prosa e poesia. Infelizmente, rasgou-os todos.
De 1962 a 1970, trabalhou como secretária e gerente na livraria francesa A Bibliófila. Em 1968, foi convidada pela jornalista Isabel da Nóbrega e pelo director do Jornal do Fundão, António Paulouro, para escrever crónicas.
Em 1970, foi convidada para fazer jornalismo, literalmente numa mesa de café da Cervejaria Portugal, pelo director do Diário Popular, o liberal Jacinto Baptista, e pela chefe de redacção de O Século Ilustrado, Maria Antónia Palla.
Trabalhou até 1977 na revista feminina de O Século – Modas e Bordados, a Mulher - Modas e Bordados pós 25 de Abril de 1974, com reportagens e entrevistas, cobrindo temas de planeamento familiar e apoio psicológico. Antes do 25 de Abril, vários dos seus artigos e entrevistas sobre planeamento familiar foram censurados pela polícia política PIDE.
Em 1980, trabalhou para a Comissão da Condição Feminina e para a Comissão para a Igualdade da Mulher. Ao mesmo tempo, escrevia livros e textos sobre planeamento familiar e respondia ao correio de leitores como voluntária no Jornal do Fundão.
A partir de 1983 trabalhou na Agência Noticiosa Portuguesa ANOP. Fez reportagem e foi convidada pelos governos da Bulgária e da Checoslováquia para falar sobre as condições de mulheres e crianças. Aposentada em 2002, dedicou-se à escrita de crónicas, para o Jornal do Fundão e, em linha, no Ciberquiosque e no Bloguinho.
Foi membro do World Tribunal of Iraq, que, à semelhança do Tribunal Russel, se destinava a lutar contra a ocupação norte-americana e a julgar (simbolicamente) potenciais crimes de guerra.
Durante 2005 visitou frequentemente a pátria dos seus pais, onde a empresa Holzbach e o Atelier Colorwaves lhe arranjaram uma sala de trabalho, em Idar-Oberstein.
Casou-se duas vezes: seu primeiro marido e pai de sua filha Sílvia foi o escritor Augusto Abelaira. O segundo marido, Ramiro S. Osório, arquitecto e artista plástico, é essencialmente escritor de vanguarda. Tem dois netos.

“... o leitor sabe agora como ela escreve, a força com a qual cria uma atmosfera, que escreve em meio-tom, ele conhece o ritmo com que ela inspecciona entre linhas as pessoas que aparecem nos seus textos...”

Isabel da Nóbrega,Escritora

Zé Povinho, caricatura de Rafael Bordallo Pinheiro




Cherne numa salada de opiniões e sinais...

Do Publico de hoje tiramos:


O grande argumento a favor de uma confirmação rápida de Barroso tem a ver com a necessidade de evitar uma perda de influência da UE durante a primeira metade de 2009, em contraste com a forte liderança exercida pela presidência francesa ao longo deste semestre. Nessa altura, a Comissão, o Parlamento Europeu (PE) e o alto-representante para a Política Externa estarão em fim de mandato, com uma capacidade de acção inevitavelmente reduzida. Ao mesmo tempo, a UE será presidida pela República Checa, cuja falta de experiência, imprevisibilidade e eurocepticismo começam verdadeiramente a assustar as outras capitais.Assegurar continuidade. A ideia de confirmar Barroso já em Dezembro destinar-se-ia precisamente a garantir que pelo menos uma instituição estaria a funcionar em pleno graças à perspectiva de continuidade, podendo, ao mesmo tempo, "enquadrar a presidência checa e falar em nome da UE de uma forma um pouco mais credível", segundo um diplomata europeu. Legalmente, o presidente da Comissão só pode ser escolhido pelos líderes dos Vinte e Sete - e confirmado pelo PE - depois das eleições europeias de Junho de 2009 e em função dos seus resultados. Mesmo assim, nada impede Sarkozy de expressar oralmente o apoio político dos Vinte e Sete à continuidade de Barroso, embora salvaguardando que a decisão formal só será tomada pela cimeira prevista logo a seguir às eleições. Este cenário corre sempre o risco de ser rejeitado pelo PE por representar uma inversão do processo.

(Isabel Arriaga e Cunha, correspondente em Bruxelas)

"Não há soluções perfeitas", reconhece um influente think tank europeu, considerando no entanto que a confirmação rápida de Barroso seria a "menos má". Sem isso, refere, "a sua conduta na primeira metade de 2009 corre o risco de ser interpretada à luz da sua ambição pessoal". Ao mesmo tempo, se a decisão for adiada para Junho, "a sua nomeação corre o risco de ocorrer num contexto pós-eleitoral muito negativo e antieuropeu", o que será "terrível" para a instituição e o seu presidente. Podendo mesmo custar-lhe o lugar, se os responsáveis europeus chegarem à conclusão de que será necessária uma renovação. Apesar de a possibilidade de uma decisão em Dezembro não estar confirmada, e poder mesmo nunca se concretizar, vários sinais parecem apontar nesse sentido.

(Antonio Missiroli, director do European Policy Centre)

Falta de liderança, timidez, incompetência: a gestão da crise económica e financeira por parte da Comissão Europeia de Durão Barroso está a ser cada vez mais contestada.A crítica mais dura foi feita por Joschka Fischer, ex-ministro alemão dos Negócios Estrangeiros, que, num artigo de opinião publicado a 10 de Novembro no francês Le Figaro, qualifica Barroso de "incompetente". Neste texto, Fischer considera que, perante a recessão económica que se anuncia, a UE vai ter de adoptar rapidamente meios para reagir no plano político no quadro de uma nova "coordenação macro-económica e orçamental", como tem sido defendido pelo Presidente francês, Nicolas Sarkozy. "Esta proposta é tanto mais sensata quanto a Comissão Europeia deu provas da sua inaptidão quase total. O presidente incompetente da CE viu o seu mandato renovado por cinco anos em agradecimento da sua inocuidade", acusa.

(Joschka Fischer, ex-MNE da Alemanha)


Apesar de mais moderado, Jean-Pierre Jouyet, secretário de Estado francês dos Assuntos Europeus, escreveu no início do mês no seu blogue que as iniciativas de resposta à recessão assumidas por Bruxelas "são muito tímidas". "A Comissão, fortemente incitada pelo Presidente da República [Sarkozy], presidente do Conselho Europeu, tentou definir uma estratégia comum em resposta à crise económica" mas as suas propostas são "muito tímidas".

(Jean-Pierre Jouillet, Secretário de Estado francês para os Assuntos Europeus)

Portugal não se revê nas críticas de dirigentes europeus ao presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, e mantém o apoio à sua recondução no cargo.

(Luís Amado, chefe da diplomacia portuguesa, hoje)



Apoiar os mineiros e Aljustrel
















Uma delegação de trabalhadores da Pirites Alentejanas (PA) deslocou-se hoje ao Ministério da Economia, em Lisboa, para "tentar obter respostas concretas" sobre a situação da mina de Aljustrel e reivindicar a suspensão imediata das rescisões de contratos.A delegação, composta por membros da direcção do STIM e da Comissão de Trabalhadores da PA, vai "tentar obter respostas concretas sobre a situação da mina de Aljustrel", assim como "exigir que sejam anuladas as rescisões de contrato assinadas sob pressão e readmitidos os trabalhadores que foram pressionados a sair da empresa".Segundo Luís Sequeira, do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM), terça-feira, 18, os trabalhadores vão reunir em plenário, agendado para as 15h30, em Aljustrel, para "fazer um ponto da situação" e "decidir formas de luta, se as respostas do Ministério da Economia não forem satisfatórias".A deslocação ao ministério da Economia acontece depois de cerca de 200 pessoas, entre trabalhadores da PA, familiares e população de Aljustrel, se terem concentrado, este domingo, 16, à noite, numa vigília à porta da lavaria da mina.

Na passada 6ª feira o primeiro-ministro afirmou “ Estou muito esperançado [nestas negociações]", , garantindo que o Governo está "a trabalhar para que haja trabalho em Aljustrel".José Sócrates disse que a os trabalhadores da empresa deverão ser informados, desde esse dia, destas evoluções e que nas próximas duas semanas iriam decorrer negociações entre as duas empresas.Há cerca de um mês a empresa que trabalha nas minas, A Lundin Mining Corporation, que detém a Somincor (da mina de Neves-Corvo) e a Pirites Alentejanas (Minas de Aljustrel), tinha comunicado ao governo as "suas preocupações em relação ao preço do zinco". E na passada quinta-feira a suspendeu a extracção e produção de zinco nos dois complexos mineiros, localizados no distrito de Beja.A empresa justificou a decisão com a redução da procura de zinco nos mercados e disse que a suspensão vai manter-se até que "haja uma recuperação dos preços", com a baixa cotação do zinco no mercado e com a crise económica.
Em Abril passado, depois da posição adquirida pela Lundin na Somincor e nas Pirites, José Sócrates foi ao local onde falou que a solução encontrada ia resolver o problemas da paralização da actividade nos 15 anos anteriores.



Como desde 6ª f Sócrates nada disse aos trabalhadores, estes decidiram hoje rumar a Lisboa para se encontrarem com o governo. Por sua vez, o presidente da Câmara Municipal de Aljustrel, José Godinho, face à interrupção da actividade produtiva, e perante as gravíssimas consequências laborais, sociais e económicas de tal decisão, solicitou com carácter de urgência uma reunião com o ministro da Economia para esclarecimento da situação e salvaguarda dos interesses dos trabalhadores, da população e do concelho.
Sobre estas minas clique em

http://www.mun-aljustrel.pt/btdireita/mina.asp

"Fado", o novo disco de Katia Guerreiro


Poemas de Fernando TavaresRodrigues e de outros autores como António Gedeão, Vinicius de Morais e Florbela Espanca, musicados por Rui Veloso, é o que nos propõe este quarto album de Katia GueRreiro numa edição da Sony Music.

Vamos lá ouvi-lo...

José Barata-Moura, sobre Marx


No último dia do Colóquio Internacional Karl Marx, que terminou ontem na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, José Barata-Moura elogiou a iniciativa que reuniu 150 investigadores nacionais e estrangeiros ao longo de três dias, notando que ela permitiu ler, debater e analisar o pensamento de Marx, "que continua a não ser bem conhecido ou a ser apenas conhecido por clichés que o deitam abaixo ou que o louvam". "Espero que a prática do estudo se enraíze e se desenvolva", disse ao PÚBLICO o ex-reitor da Universidade de Lisboa, no final da sua comunicação sobre "materialismo e dialéctica".Na concorrida "lição" de Barata-Moura, professor da Faculdade de Letras, o orador lembrou uma frase de Marx, confidenciada a um amigo em 1843, na qual o filósofo alemão explicava que não era a sua intenção "antecipar dogmaticamente o mundo". "Queremos encontrar, a partir da crítica do mundo velho, o mundo novo", citou. Ao longo de 30 minutos, Barata-Moura "esmagou" a assistência com uma intervenção que sustentou o contraste entre Marx e o idealismo hegeliano. "Os campeões da ideologia, contra os quais Marx e Engels investem, não se convertem em objecto de reparo por serem os produtores de representações da consciência social. São atacados por considerarem o mundo dominado por ideias e por encararem as ideias como princípios determinantes, susceptíveis de revelar o mistério do mundo." Marx rejeita esta "autonomização das ideias em relação à materialidade do viver", uma vez que, explicou, "a consciência é o ser consciente" e "o ser dos homens é o seu processo de vida real".A elevada afluência de público nos três dias do colóquio acabou por exceder as expectativas dos organizadores, notou o historiador Fernando Rosas, membro da comissão organizadora. Esta adesão reflectiu, afinal, aquilo que se pode encontrar na imprensa mundial, onde a análise das teorias marxistas está na ordem do dia. Mesmo em publicações insuspeitas como o jornal The Financial Times e as revistas Standpoint e The Spectator - foi nesta última, aliás, que o arcebispo de Canterbury, Rowan Williams, escreveu, em Setembro último, um artigo de opinião no qual defendeu que Marx tinha razão, ainda que "parcial", sobre o capitalismo. Numa altura em que os livreiros alemães afirmam ter vendido mais obras de Marx nos últimos dois meses do que nos últimos dois anos.

(extraído da notícia de hoje do Publico)