sexta-feira, 21 de maio de 2010

Frase de fim-de-semana, por Jorge


"As pessoas preferem acreditar no que preferem que seja verdade"


Francis Bacon
(filósofo, 1561-1626)

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Apurar a verdade sobre o 11 de Setembro


Como vos dei conta aqui, existe um movimento de arquitectos e engenheiros nos EUA, mas que tem apoiantes noutros países, que visa descobrir a verdade sobre o 11 de Setembro.
Em Portugal, creio que só eu faço parte. Peço-vos que contactem pessoas destes dois sectores profissionais com vista a aderirem também. Como suporte ao esclarecimento e eventual adesão, vão ao site do movimento

segunda-feira, 17 de maio de 2010

PCP apresenta moção de censura ao governo


Jerónimo de Sousa anunciou hoje que o PCP vai apresentar uma moção de censura ao governo. Esta iniciativa, inédita em relação actual governo, que tem vindo a ser contestado amplamente na sociedade portuguesa, terá que ser discutida ainda esta semana na Assembleia da República.

O PCP marca a agenda política.

domingo, 16 de maio de 2010

A Luna e a Estrela




No espaço de um mês, perdemos duas amigas, que já eram membros da família, por direito adquirido ao longo de 19 anos.

A Luna e a Estrela vieram até nós bebés e agora estão sepultadas, lado a lado num quintal, algures no centro do país.

Podia aqui contar-vos mil estórias deste convívio continuado. Das meiguices às dentadas, das brincadeiras aos amuos, dos cuidados connosco e de nós com elas, enfim, o sentimento de perda ainda se prolonga, as feridas não estão fechadas, passou a haver um espaço vazio nas nossas vidas.

Os que de vocês têm animais como estes, compreenderão melhor a necessidade destas palavras.

sábado, 15 de maio de 2010

De uma semana para a outra

Cá dentro a semana foi dominada pelo Papa, pela sua necessidade de banhos de multidão para apagar da memória factos graves que ocorrem com muitos padres em vários pontos do mundo. Mas também para relançar uma nova evangelização e recuperar influências perdidas. Os representantes do povo eleitos na Assembleia da República não foram convidados ao contrário do que acontecera com João Paulo II ? As mensagens foram dispersas deram para muito e para nada.

Morreu Saldanha Sanches que ainda conheci como militante do PCP, combativo, impetuoso. O seu percurso político foi acidentado. Mas a sua presença na vida pública foi muito forte. Não só ele promoveu o combate à corrupção e à evasão fiscal mas foi um rosto combativo dessas causas.

O governo e o PSD aplicaram as orientações de Bruxelas, revelando que a soberania não está em causa até porque “eles” estão de acordo com o pacote de medidas. Medidas que, uma vez mais afectam especialmente os que menos têm e comprometem o crescimento económico e a nossa capacidade posterior de recuperarmos. Querem nivelar-nos por baixo mas os lucros das sociedades financeiras ficaram de fora. Com tal gente não vamos lá, não. Enquanto isso PS e PSD vão-nos querendo entreter com faits divers como se deviam ou não pedir desculpa e deitando alguns figurões a morderem-se uns aos outros para disfarçar a identidade. Alguns comentaristas nacionais começam a desejar ver aplicadas em Portugal, muito além do pacote do PS e PSD. As regras do despedimento individual e a justa causa parecem estar na mira de ambos.

Lá fora é um escândalo de impacto mundial que Baltazar Garzón tenha sido afastado da Audiência Nacional por ter assumido competências que não teria na investigação dos crimes do franquismo.


O povo grego opõe-se valentemente às medidas de austeridade draconianas e a Grécia é entregue pela EU ao FMI. Pela via da obtenção da condução da política dos países atingidos, a influência americana alarga-se na Europa.

Em países da Ásia Central e do leste europeu, os EUA manobram para dominar as fronteiras de agressão à Rússia e China.

O gabinete do secretário-geral da ONU promove iniciativas para corrigir processos utilizados pelo Painel Internacional para as Alterações Governamentais (IPCC) mas as alterações que se esperam são de molde a que tudo fique na mesma. Para alimentar o alarmismo, que dá dinheiro, o IPCC vai continuar a debitar sobre matérias que não conhece, continuando a impingir à opinião pública previsões catastróficas de alterações climáticas. Que favoreçam também as intenções das grandes potências e afaste os países em vias de desenvolvimento do crescimento económico de que carecem.

Uma espécie de coral em risco de desaparecer


Não só pela acção directa do homem mas também pelas alterações que ocorrem na atmosfera e no sub-solo as espécies alteram-se ou acabam.

Quando do furacão El Niño em 82/83, uma espécie rara de coral a Tubastraea floreana existente em várias ilhas do arquipélago das Galápagos, quase desapareceu, estando agora restrita a duas das suas ilhotas, a Gardner e a Cousins, o que motivou programas para o seu repovoamento.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Poema de José Régio


Em memória de Aurélio Cunha Bengala
Surge Janeiro frio e pardacento,
Descem da serra os lobos ao povoado;
Assentam-se os fantoches em São Bento
E o Decreto da fome é publicado.

Edita-se a novela do Orçamento;
Cresce a miséria ao povo amordaçado;
Mas os biltres do novo parlamento
Usufruem seis contos de ordenado.

E enquanto à fome o povo se estiola,
Certo santo pupilo de Loyola,
Mistura de judeu e de vilão,
Também faz o pequeno “sacrifício”
De trinta contos – só! – por seu ofício
Receber, a bem dele... e da nação.

Frase de fim-de-semana, por Jorge


"Uma nação de carneiros engendra governos de lobos"


Edward R. Murrow
jornalista da rádio e TV americanas, 1908-1965

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Mikis Theodorakis e a crise grega



(...) Ouço falar de uma dívida de 360 biliões de dólares, enquanto ao mesmo tempo eu vejo dívidas dessa ordem nas grandes potências e em muitos outros países. Portanto, esta não pode ser a causa principal da infelicidade. O que me está a incomodar muito, é o exagero dos golpes internacionais de que nosso país é o alvo dessa coordenação quase perfeita contra um país de economia insignificante, que parece ser suspeita.


Assim, sou levado a concluir que alguns fizeram que nós nos sintamos culpados e nos provocaram o medo, para nos dirigirem para o FMI, que é um elermento-chave da política expansionista dos Estados Unidos e que as questões relativas à solidariedade europeia são pó que nos querem atirar para os olhos para esconder que é uma iniciativa exclusiva dos EUA , para nos lançar numa crise artificial, para que nosso povo tenha medo, seja domesticado, e perca conquistas valiosas e, finalmente, se ajoelhe, uma vez que seja aceite a dominação estrangeira. Mas por quê? Para que servem estes planos e quais os seus objectivos? (...)


(veja a declaração completa aqui)

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Joaquim Vital (1948-2010)

Conheci o Joaquim Vital no Liceu Gil Vicente em 1963. Filho de pais de esquerda, ligados ao PCP, Joaquim Vital já então se manifestava como um jovem culto e com vocação para a literatura, e com contactos com escritores.
Fazíamos parte de um grupo que integrava também Cáceres Monteiro, António Leitão, Almeida Martins, e que encontrava apoio em alguns professores, como Albano Arezes , para projectos ligados à literatura, e que estavam mais ou menos formalmente ligados ao PCP, tendo parte deles seguido outros caminhos políticos mais tarde.

Quando o Vital foi preso, a PIDE foi buscá-lo ao liceu mas o reitor de então, Brás Gomes, um homem do regime que tentou em vão que enquadrassemos certas actividades na Mocidade Portuguesa, disse-lhes que a prisão não poderia ser efectuada dentro da escola. Um numeroso grupo de alunos concentrou-se no átrio em apoio do Vital e a PIDE só o prendeu depois.V ital foi torturado e mais tarde iria para a Bélgica e depois para França.

Só tive notícias dele muito depois através das edições La Différence, com a sua livraria em, Paris, onde teve um importante papel no lançamento em França de traduções de obras de escritores portugueses, no quadro de uma actividade de editor e livreiro muito digna e profícua.

Como foi referido hoje num órgão de comunicação social, sobre o mundo da edição, Vital escreveu: “Pode dizer-se, parafraseando Fernando Pessoa, que há três espécies de editores: os que publicam os livros de que gostam, os que gostam dos livros que publicam, os que não gostam de livros - e que não são editores. É a esta terceira categoria que pertencem os industriais e financeiros que decidiram, por razões de estratégia empresarial, atacar o mercado do papel impresso.”

Foi com tristeza que o vimos agora partir, de forma inesperada.

domingo, 9 de maio de 2010

Rejubilemos que campeonato já temos!

Vox populi


Ó sr. Papa, não quer visitar a minha rua? É que assim limpavam-me a fachada, tapavam os buracos e talvez toda ela ficasse mais florida...Está visto que V. Senhoria faz milagres e tudo a "custo zero"...

Nos 65 anos sobre o fim da 2ª guerra mundial












4. A pretensa "neutralidade de Salazar

Alguns historiadores, incluindo alguns que se reclamam da esquerda, têm de há anos a esta parte fazer-nos crer que a não participação ("neutralidade") de Portugal na 2ª guerra se ficou a dever a um rasgo de inteligência do ditador...

Salazar estava com Hitler, copiou para Portugal, mesmo antes da guerra, experiências alemãs que reflectem essa identidade, como a Legião Portuguesa, a Mocidade Portuguesa, etc.

Mas receava o que os ingleses, "tradicionais aliados", poderiam fazer com as colónias portuguesas, por já ter havido precedentes, em que as tinham tentado negociar...

A colaboração de Salazar com Hitler começou logo com a ascensão deste ao poder em 1933.

Portugal teve muitos espiões recrutados no aparelho de Estado para trabalharem para os nazis. Entregou a Franco refugiados republicanos, alguns dos quais foram imediatamente fusilados, e repetiu esta atitude para com refugiados alemães anti-fascistas, estruturas do Estado difundiam propaganda nazi, na imprensas portuguesa o apoio a Hitler e o achincalhamento dos dirigentes aliados eram as atitudes dominantes. Com particular gravidade da rádio. O Estado Português forneceu diferentes minérios em grandes quantidades para a indústria de guerra alemã, forneceu alimentos e malhas para fardas dos nazis que combatiam a URSS.

Quando a guerra deu a viragem, com a batalha de Estalinegrado e o êxito militar dos aliados e da resistência em Itália, Salazar acertou agulhas e cedeu às pressões para a cedência de bases nos Açores a norte-americanos e ingleses, obtendo em troca equipamento para modernizar a própria máquina de guerra portuguesa.

Mas em Portugal sempre existiu e desenvolveu-se um grande combate político e intelectual contra o nazismo e de apoio à URSS. Toda uma geração de quadros políticos da oposição e intelectuais, e muitos trabalhadores levou essa atitude até aos dias de hoje.

A esquisita estória da carrinha de Times Square


No passado dia 1, com um grande ribombar em tudo o que são media de expansão internacional, foi-nos servido um atentado terrorista falhado na Times Square de Nova Iorque.

Toda aquela encenação, as características do que foi encontrado na carrinha, a pronta detenção do suspeito, convenientemente paquistanês de origem, ainda por cima duma zona dominada pelos talibans, a sua pronta confissão de tudo, revelam muito simplismo, vontade de criar reacções de medo, intenção de acentuar as intervenções norte-americanas do exterior.

Pintura de Rogério Ribeiro




Sobre as privatizações


«(...) Na justificação do esbulho do património público, abundam na propaganda das privatizações mentiras sistemáticas e mistificações persistentes. Os governos nunca abdicaram da tentativa, de as justificar, substituindo a teoria económica e política por propaganda. Uns contidos, como os governos PSD de Cavaco Silva, outros exuberantes, como os governos do PS/António Guterres, de que apresento algumas “pérolas”, publicitárias pagas pelo XIII Governo! Uma boa síntese de mentiras e mistificações.
Ao longo dos anos de política de direita, a mentira dos prejuízos do Sector Público foi repetidamente propalada. Mesmo, depois de um Livro Branco, mandado elaborar por um Ministro das Finanças, demonstrar uma evidência: as nacionalizações foram financeiramente vantajosas para o Estado Português!
Depois foi o capitalismo popular! O Livro Branco desfez a mentira: 99% dos accionistas detinham uma percentagem insignificante do capital social das empresas privatizadas.
Outra tese, hoje caída em desuso, pelo comportamento da GALP, EDP, BRISA, etc, foi a da “Privatização igual a fim de monopólios e mais concorrência”.
De facto substituíram-se monopólios públicos dirigidos e regulados pelo Estado, pela vontade majestática de monopólios privados!
Como é extraordinária a propaganda das vantagens para trabalhadores e consumidores. Uns, foram despedidos aos milhares. Os outros passaram a ter ou continuaram a ter preços e tarifas e comissões, na energia, nas comunicações e transportes, nos serviços financeiros, etc, elevadíssimos comparados com os seus “concidadãos europeus” com poderes de compra, salários e pensões, várias vezes superiores!!! Os exemplos são em demasia!
Outro objectivo afirmado e propaganda feita, foi a da redução da dívida pública. Se inicialmente tal aconteceu, tendo as privatizações permitido a dita convergência nominal a caminho da moeda única, rapidamente, como os gráficos tão flagrantemente exibem, a dívida pública transformou-se num buraco sem fim nem fundo, onde desapareceram milhões e milhões de euros sem nunca a saciarem!
(...)
As privatizações anunciadas no PEC, vão agravar todos os problemas decorrentes das anteriores privatizações. Um criminoso programa de privatizações atingindo sectores estratégicos e monopólios naturais, eliminando qualquer resquício da presença do Estado em empresas estratégicas e estruturantes da economia e do território.
As inevitáveis consequências, tendo em conta 20 anos de privatizações são fáceis de prever.
No campo de forças económico, o avolumar e consolidar da potência económica/social e política de um número restrito de grupos (económico-financeiros), acentuará uma estrutura monopolista/oligopolista, em sectores de serviços e bens essenciais. Reforçará uma hierarquia de relações de domínio e desfavoráveis a grandes, médias e pequenas empresas privadas, ao próprio Estado. Em matérias de mercados, no acesso a fundos públicos e comunitárias, na definição das normas e regras económicas pelo poder político, nos preços e tarifas daqueles bens e serviços.
Não haverá, como a experiência suficientemente tem demonstrado, entidades reguladoras, que respondam a este problema.
No plano das contas públicas o Estado vai continuar a perder as receitas dos dividendos que deixa de receber (trata-se no fundamental de empresas bastante lucrativas), e também perde receitas fiscais (as mesmas empresas, privatizadas passaram a pagar menos!), agravando o défice orçamental. Só entre 2004 e 2009 o Estado recebeu de dividendos mais de 1 400 milhões de euros de dividendos. É uma parcela significativa desta fonte de receitas públicas que o Governo PS agora pretende vender aos grandes grupos económicos. Agrava-se a Balança de Pagamentos pela crescente saída de rendimentos por exportação de dividendos correspondentes à forte presença do capital estrangeiro no capital social das empresas privatizadas! Mais de 50% do capital accionista da PT, EDP, BCP, BES, BPI e BRISA está hoje na mão de capital estrangeiro. O Governo PS acha pouco!
Em 2008 os rendimentos pagos ao exterior atingiram 20 mil milhões de euros.
Vinte anos depois, 36 mil milhões de euros de privatizações depois, o rácio Dívida Pública/PIB quase duplicou
! E vai continuar a agravar-se, como o próprio Governo reconhece no PEC. (...)»

Da intervenção de Agostinho Lopes na AR, na interpelação ao governo sobre privatizações

sábado, 8 de maio de 2010

Sacountala, de Rodin

Nos 65 anos sobre o fim da 2ª guerra mundial

No próximo post, amanhã, “A pretensa neutralidade de Salazar”, completarei a série de quatro que, recordando o objectivo inicialmente expresso, não se destinavam a ser uma mini-história da 2ª guerra, mas tão só a relembrar “factos que as tentativas de revisão da História não poderão apagar das nossas consciências e nas das gerações futuras”.


3. Algumas notas sobre o curso final da guerra

Quando o curso da guerra se inverteu com a derrota da Alemanha na URSS, onde se destacaram batalhas decisivas como as de Moscovo, Estalinegrado e a batalha de tanques de Kursk, Churchill e Roosevelt acabaram por vencer as suas hesitações quanto ao desembarque aliado a Ocidente para, com esta segunda frente, secundada pela progressão de forças na Sicília e Itália, encurralarem os nazis.

Até então os nazis tinham concentradas 92% das suas forças terrestres na frente germano-soviética. Mas, mesmo depois da abertura da segunda frente, mantiveram-se na primeira 74 % dessas forças.


A entrada do Exército Vermelho em Berlim originaria o suicídio de Hitler. Uma semana depois da conquista de Berlim, os alemães assinaram na noite de 8 para 9 de Maio a acta da capitulação incondicional. Esta data passou a ser consagrada como o fim da guerra na Europa. Um mês depois, Churchill, Estaline e Truman, realizaram a Conferência de Potsdam para serem devolvidos à URSS e Polónia territórios perdidos, para o completo desarmamento da Alemanha e para criarem um Tribunal Militar Internacional para julgar pelo genocídio os principais dirigentes alemães sobreviventes.


A libertação dos países europeus foi, em geral, fruto de uma acção, mais ou menos concertada, dos exércitos aliados e das forças da resistência interna. As resistências na Europa escreveram páginas de coragem, de sacrifício e grande combatividade, facilitando a tarefa aos exércitos aliados. A Jugoslávia assegurou, sozinha a libertação, sem intervenção de outros exércitos, sob o comando de Tito.



Mas a guerra continuaria até 2 de Setembro quando o Japão se rendeu a bordo de um navio norte-americano no porto de Tóquio.

Desde o bombardeamento de Pearl Harbour, em 1941, e já antes, em 1937, também pelos japoneses, a guerra no Sudeste Asiático e Pacífico, desenvolveu-se uma guerra muito violenta. É melhor conhecida a intervenção norte-americana e dos seus aliados até à conquista de Okinawa em Março de 1945. Menos conhecida foi a resistência e contra-ataque chinês ou a intervenção soviética, a partir de Agosto, que libertou a Manchúria, o norte da Coreia, o sul de Sajalin e as Ilhas Curilhas.

Os norte-americanos desencadearam destruições brutais na Alemanha, quando os nazis já estavam derrotados. Cidades como Dresden foram arrasadas. Mais grave viria a ser o lançamento das duas bombas atómicas em Hiroshima e Nagasaki, que provocaram cerca de 500 mil mortos, quando já não existiam razões militares para tal crueldade. Foi para garantir trabalho para os consórcios da construção civil que há muito desenhavam cenários de reconstrução de que beneficiariam? Foi para garantir a contenção da URSS, esboçando já a futura política de guerra fria? Seria pelas duas razões? O diabo que escolha…

A crise na zona euro e a luta dos trabalhadores


(...)Recrudescem os ataques dos especuladores financeiros às economias mais vulneráveis e dependentes da zona Euro.
O capital financeiro que recebeu dos Estados milhões de milhões de euros é o mesmo que agora especula sobre a fragilidade das contas públicas criada por essas transferências e pela dependência económica das economias periféricas.
Dependência causada por uma política monetária e cambial conduzida pelo BCE, com a sua falsa independência, ao serviço do grande capital e das grandes potências europeias. Agravada pela liberalização dos mercados e pela livre concorrência no comércio internacional.
Perante isto, os governos e a UE acabam de deixar bem claro qual o significado da "solidariedade europeia": estender o tapete à continuação do saque do capital financeiro e transferir para os trabalhadores e os povos os custos do roubo - se preciso for, com medidas de autêntico terrorismo social. Mas os trabalhadores e os povos não capitularão perante o rumo que lhe anunciam como inevitável - e que não é! A sua luta aí está a demonstrá-lo.
Na Grécia, em Portugal e em tantos outros países. Daqui os saudamos pela coragem e determinação. Precisamos de coesão económica e social. De crescimento e desenvolvimento, com correcção de injustiças. E por isto se exige, entre outras medidas, o fim definitivo do (mal chamado) Pacto de Estabilidade e Crescimento. (...)

Consulte aqui a versão integral da intervenção do euro-deputado João Ferreira no Parlamento Europeu.

PCP solidário com o povo grego recusa empréstimo à Grécia



(...) Ao longo da crise em curso foi gritante a falta de solidariedade da União Europeia e em especial das suas principais potências. Deixou-se agravar o ataque dos especuladores em relação à Grécia, e também em relação ao Portugal e outros países, quando a situação podia e devia ser travada com uma posição mais forte perante essas operações. Está hoje aliás evidente que as notações e as supostas inseguranças dos mercados, nada mais são do que a pressão para aumentar o juro das dívidas e assim as margens de lucro do capital especulativo.

Nesta crise ficou claro como funciona a União Económica e Monetária. Um bom exemplo é a acção do BCE, guardião da ortodoxia monetarista. O BCE pode emprestar e empresta dinheiro a instituições bancárias, independentemente até da sua solidez, à taxa de 1%. Mas está proibido de emprestar dinheiro aos Estados em dificuldades, por imposição e interesse da Alemanha.

E mesmo perante a situação de crise, a evidenciar que é preciso fomentar a economia dos países menos desenvolvidos, mantêm-se absurdamente os critérios monetaristas dos 3% de défice, mesmo que isso implique uma ainda maior destruição das economias, do emprego, do desenvolvimento.

Consulte aqui a versão integral desta intervenção de Bernardino Soares, ontem na AR

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Frase de fim-de-semana, por Jorge


"O universo é a mais primorosa obra-prima alguma vez construída por ninguém"


G. K. Chesterton (escritor inglês, 1874–1936)

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Nos 65 anos sobre o fim da 2ª guerra mundial



2. As origens da guerra




As repartições de territórios decorrentes dos resultados da 1ª Guerra Mundial deixou grandes potências insatisfeitas com a forma como tinham sido feitas. Foi o caso da Alemanha, da Itália e do Japão.

Estes países conduziram acções de preparação de uma guerra mais vasta. O Japão invadiu a Manchúria em 1931. A Itália absorveu a Etiópia em 1935. A Alemanha e a Itália, com Hitler e Mussolini no poder respectivamente, apoiaram a invasão de Espanha por Franco e participaram na guerra contra a República em 1936. Ainda nesse ano a Alemanha ocupou a zona militarizada do Reno. Ainda nesse ano Alemanha e Japão assinaram o pacto anti-Komintern (anti-comunista) virado contra a URSS e a influência comunista e nacional-libertadora crescente. O Japão deu novo passo na invasão da China em 1937. A Alemanha ocupou a Áustria em 1938.

Perante isto, as potências ocidentais mantiveram-se "neutrais". De facto caladas mas cúmplices das potências agressoras. Nuns casos debandaram, em quase todos os casos permitiram, que os agressores se preparassem para as agressões, equipando-se nos seus países, enquanto negavam na Sociedade das Nações ou em contactos bilaterais que o mesmo se passasse com os futuros agredidos, como a URSS ou a Etiópia.

Face à perigosidade crescente da Alemanha, a URSS desdobrou-se em propostas de assistência mútuas, incluindo de defesa mútua mas as suas propostas não tiveram resposta. A Polónia e a Roménia recusara,m que a URSS pudesse utilizar os seus territórios para todos se defenderem dos nazis.

Até aqui "o mundo ocidental" vivia na ilusão de que o objectivo de Hitler era invadir a Rússia e ganhar todo o leste europeu, ficando por aí. Outros pensaram que a Alemanha faria isso mas, depois de cansada da guerra poderia ser mais fácil batê-la.

A URSS via-se na iminência de, sem acordos com outros países, ter que defrontar uma agressão em duas frentes. A ocidente com a Alemanha e a oriente com o Japão (aqui dirigiram-se contra o exército mongol e o exército vermelho).

Depois de anteriores acordos, em Março de 1938, a Alemanha, a Itália, a França e a Inglaterra, excluindo da reunião a URSS e a Checoslováquia, assinam o vergonhoso tratado de Munique que cede os Sudetas da Checoslováquia, e que Hitler aproveitou para, de imediato, invadir e ocupar a Boémia e a Morávia.

Face à não resposta de acordos com outros países, a URSS aceitou assinar um pacto de não-agressão em Agosto de 1939, que interessava aos nazis porque queriam reunir recursos de países europeus, que conquistariam, para poderem suportar os custos da futura agressão à URSS, alem de poderem comprar matérias-primas aos soviéticos como já tinham feito nos EUA e noutros mercados europeus. A URSS, enquanto potência isolada, queria ganhar tempo para criar rapidamente todos os meios de defesa para resistirem à futura invasão alemã.

Esse foi um trabalho gigantesco de dois anos em que toda a sociedade soviética se envolveu com múltiplos exemplos de patriotismo.

A Polónia foi invadida pela Alemanha, o que provocou a declaração de guerra por parte da França e Inglaterra. A URSS ocupou partes anteriores do seu território perdidas com o Tratado de Brest-Litovsky: Ucrânia Ocidental e Bielorrússia.

Apesar da declaração de guerra, e dando continuidade ao colaboracionismo dos primeiros-ministros inglês (Chamberlain) e francês (Daladier), os primeiros dois meses de guerra foram um desastre para a Europa. Alterações políticas em ambos os países, um sentimento muito forte nos EUA e o papel da Resistência Francesa foram decisivas para uma mudança de atitude das potências ocidentais.

Mais um dia de greve geral na Grécia




Centenas de milhares de pessoas participaram ontem numa greve geral que foi acompanhada por manifestações em 68 cidades gregas.

Organizada pela PAME (Frente Militante de Todos os Trabalhadores), e com papel destacado do KKE(Partido Comunista Grego), mais esta jornada voltou a recusar o plano do governo de Papandreo que atinge seriamente as condições de vida dos trabalhadores e dos freformados.

Um grupo de provocadores (sempre presentes em todo o mundo em grandes acções de massas para, com actos de violência, atemorizar e desmobilizar os protestos) do grupo de ultra direita, Xrisi Avgi, teve papel destacado na provocação. Neutralizados pelos comunistas, parte deles acabaria por incendiar um armazém, o que provocou a morte por asfixia a três jovens.
Claro que as cadeias internacionais de TV agências noticiosas omitiram a autoria do crime e os esforços da organização para neutralizar os provocadores. O que percorreu o mundo foi a identificação dos protestos com a violência para denegrir a razão dos manifestantes.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Nos 65 anos sobre o fim da 2ª guerra mundial


A propósito desta efeméride, relembrarei aqui neste dias factos que as tentativas de revisão da História não poderão apagar das nossas consciências e nas das gerações futuras

1. Quantas foram as vítimas por nacionalidades
Total de mortos 50 milhões
Militares 21,8 milhões
Civis 28,2 milhões
Assim distribuídos pelos países mais vitimados, em valores aproximados e estando em cada um incluídos os judeus de diferentes nacionalidades que tiveram cerca de 6 milhões de mortos

URSS 20 milhões
China 10 milhões
Alemanha 6,5 milhões
Polónia 5 milhões
Japão 2,35 milhões
Jugoslávia 1,7 milhões
França 600 mil
Itália 500 mil
Roménia 500 mil
Grécia 450 mil
Hungria 430 mil
Áustria 374 mil
Inglaterra 350 mil
Checoslováquia 340 mil
EUA 300 mil

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Com a guerra os EUA criaram um desastre ambiental no Afeganistão

Um ex-capitão da Força Aérea dos EUA, Matthew Nasuti, começou a publicar no kabul press um relatório em que responsabiliza o seu país de estar a criar um desastre ambiental no Afeganistão. Afirma-o com o conhecimento de causa resultante de ter feito consultoria sobre o tratamento a realizar às maiores bases e depósitos que estão contaminados.

E acusa os EUA de planear a saída dos seus militares, sem fazer esse tratamento e deixando zonas do território a braços com um grande imbróglio ambiental.

Para ir acompanhando esse relatório que tem mais duas partes além do que foi publicado no passado dia 25, clique no site da kabulpress.org

domingo, 2 de maio de 2010

Ainda sobre os grandes investimentos...


"Não temos dinheiro? Então parem-se ou adiem-se os grandes investimentos...".

Quem põe assim a questão está a ser mero transmissor de idéias de outros e não pensou no que disse e devia ter uma atitude mais crítica e fundamentada que se não ficasse pela "coisa" em concreto e quanto ela, isoladamente dos seus efeitos favoráveis, iria custar.

Um grande investimento da ordem de centenas ou milhares de milhões de euros tem que ser muito bem justificado. Um conjunto de estudos prévios (objectivos e não a "chapa 5" vendida por muitos consultores) têm que, face ao valor provável do projecto, justificar a sua necessidade, não apenas para um momento mas para um período longo de tempo, provar que pode criar emprego, não apenas temporário, mas de longo prazo em empresas que concorrem com peças, equipamentos, construção, etc., na fase de construção da infraestrutura e, depois, na fase de manutenção, de prestação de serviços continuados necessários ao funcionamento dela que não façam parte do seu objecto, se isso se revelar vantajoso em termos de gestão.

Assim o investimento pode justificar-se em termos de emprego e aumento da actividade económica em empresas adjacentes ou que encontrarão uma capacidade aquisitiva acrescida por parte da população da região onde a infraestrutura está localizada ou que serve. Estes efeitos tem que ser tidos em conta quando se avaliam custos e ganhos do projecto., em termos estratégicos e não apenas da rentabilidade de per si do projecto.

Têm que ser integrados nos estudos estratégicos e económico-financeiros que fundamentem a realização dos respectivos concursos públicos, em estudos sobre os acréscimos de população que poderão atrair o novo emprego e novas actividades associadas.

Os recursos para pagar os compromissos adquiridos resultarão, assim, não apenas da produção de bens transaccionáveis para reequilibrar as contas com o estrangeiro e gerar recursos, como defende Cavaco Silva. Resultarão também da criação de emprego e empresas, com carácter duradouro, que o projecto irá influenciar.
Naturalmente que têm que existir avaliações credíveis para tomar as decisões e não se pode, em caso negativo, vir invocar a necessidade de "honrar compromissos", como avançou José Sócrates. E que compromissos? Sendo políticos, argumentando polìticamente pela impossibilidade de os cumprir num quadro financeiro muito diferente do quie existia à data dos concursos. Ou se forem contratuais, em caso de adjudicações já feitas, as assinaturas dos contratos podem ser adiadas. Quer o Estado quer os grupo adjudicatários defrontam hoje novas dificuldades de se financiarem para lhes dar continuidade.

sábado, 1 de maio de 2010

1º de Maio: é tempo de mudar

É tempo de mudar com a luta dos trabalhadores
que exigem o fim do desemprego, da precariedade, da redução dos salários, das desigualdades e da pobreza!