domingo, 31 de outubro de 2010

Recomeçar

Tal como noutros países a crise financeira internacional levou a que o estado português injectasse liquidez nos bancos portugueses, incluindo a que desapareceu no buraco fundo do BPN. Quem pagou? Nós todos. Quem usufruiu? Os do costume.
Em Portugal as consequências foram mais graves. Por deliberada política dos grupos dominantes de há 34 anos a esta parte, particularmente depois da entrada para o Mercado Comum, a indústria, a agricultura e a pesca foram vítimas de uma premeditada morte lenta, até com incentivos "europeus" para o efeito. Os fundos europeus tiveram escasso efeito na adaptação da economia a uma situação de invasão do nosso mercado e de acrescidas dificuldades na concorrência em mercados externos.
Quem ignora isto nas análises conjunturais, na recuperação para a ribalta dos antigos e novos responsáveis de tais orientações, nas "inevitabilidades" actuais para as aprofundar, presta um péssimo serviço ao país. E ainda "nos" (excepção feita aos "eles") enxameia de moscas que nos querem obrigar a fazer uma vida mais modesta, com argumentos e até receituários práticos...

A fusão do capital monopolista e financeiro do século passado, continuou nas últimas décadas na financiarização da economia e os bancos estão entre os grandes responsáveis pela degenerescência do seu papel essencial que deveria ser o apoio à economia. Isso está cada vez mais longe dos seus horizontes. Optaram pelo ganho rápido e os empréstimos-garrote, só parcialmente transformado em liquidez, para habitação e consumo, que se tornou a grande parte da sua actividade.
Quando o sr. Ricardo Salgado ou o Sr. Fernando Ulrich hoje nos dão tantos palpites, apetece esfregar-lhes a cara com a propaganda dos "seus" bancos desse tipo de crédito, agressiva e enganosa, que faziam há cinco anos atrás e contribuíram para os edge funds que originaram a crise financeira em que cooperaram com a banca norte-americana. Os que pagaram estas opções aventureiras foram mais uma vez os mesmos.
E à sra. Merkl apetece fazer o mesmo quando na zona euro foi a principal promotora do crédito fácil para depois vir exigir que países como Portugal sejam mais castigados financeiramente e mais afectados na quase nula margem de soberania que ainda lhes resta por causa do deficite que poria o euro instável.
Governantes e banqueiros que cooperaram, neste vasto período .nestes esquemas já deviam ter ido andando há muito. Mas agora juntam-se para caucionar previamente acordos na Assembleia da República entre o PS e PSD que vão ter sérias consequências negativas para os portugueses e para a economia.

Mais uma vez a UE andou mal. No rescaldo da primeira fase da crise o BCE continuou a fornecer liquidez barata aos operadores dos mercados, a quem os países e empresas o vão buscar entre 2 e 7 vezes mais caros,sujeitando-se a juros definidos pelos próprios agiotas.
Para que os mercados financeiros acentuem o seu carácter antidemocrático, em vez de agências de notação validadas e participadas pelos próprios visados, as agências de rating existente, no fundamental norte-americanas, vão dando indicações de risco para empréstimos, que limitam o acesso ao crédito dos países mais debilitados.

Passos Coelho é mais novo de idade mas todas estas opções erradas e injustas são a espinha dorsal do seu desempenho. Para além daquela frase preocupante de "não haver direitos adquiridos"...Ele, Sócrates e Cavaco, bem como o Soares, Carreira, o Silva mais o Lopes, mais não sei quantos instalados e comentadores à la carte são o passado. São incapazes de se associarem a políticas de recuperação do país. Mas há um país que continuará depois deles.

É preciso cuidar da economia para que ela cumpra os interesses da generalidade dos portugueses, e como forma real de reduzir os déficites. Isso implica apostar no trabalho dos trabalhadores e de muitos outros profissionais, de valorizar as suas condições de vida e de participação efectiva na condução da economia e do país.
Portugal tem condições para vencer mas precisa de novas políticas, realmente de esquerda, e de outras pessoas a realizá-las, de forma honesta. Não precisa seguramente de mais do mesmo que nos tem levado à recessão, ao empobrecimento colectivo, ao recuo de direitos ganhos no decorrer da história, à corrupção das camadas dirigentes, com reflexos em valores de terceiros, e ao afastamento dos portugueses da política para dar lugar a mais espaço aos poderes transnacionais, europeus e mundiais, à margem e copntra a democracia, que  faz o seu percurso, enquanto ressoam os tambores da guerra.

sábado, 30 de outubro de 2010

La Musette

Nos inícios do século XIX o povo de Auvergne, em França, trouxe para Paris os seus instrumentos populares e a tradição da Musette, correndo restaurantes com bandas de acordeões. Os italianos chegaram depois, com instrumentos equivalentes por eles manufacturados. Os belgas juntaram-lhe depois a guitarra. Outros povos mais pobres aí che...garam com o acordeão para melhorarem um pouco o seu rendimento familiar, percorrendo bares e restaurantes.

A idade de oiro da Musette foi a da Frente Popular até à ocupação alemã. Paris tinha então cerca de trezentos bares onde se dançavam valsas e mazurkas, polcas e o tango...A libertação deu-lhe nova força. Entre os seus intérpretes contam-se Émile Vacher, criador do género e primeiro manipulador dos botões de acordeão, ou o virtuoso Gus Viseeur, Tony Murena.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Frase de fim-de-semana, por Jorge

As coisas são o único sentido oculto das coisas"


Alberto Caeiro (O Guardador de Rebanhos, 1925)



Marcelino Camacho

Faleceu nesta madrugada Marcelino Camacho, o dirigente histórico das Comissiones Obreras, que foi forjada nas suas mãos e das de muitos outros activistas sindicais na clandestinidade, em Espanha.
Militante do PCE desde 1935, a sua vida foi um exemplo de coerência num combate pela liberdade, pelo socialismo e pelo ideal comunista.
Fresador, oriundo de uma família de ferroviários, participou na Guerra Civil como técnico de transmissões do exército republicano na frente de combate.
Foram anos e anos que passou em campos de concentração, cadeias, muitas vezes doente.
A pressão interna e internacional haveriam de levar à sua libertação em 1976, depois de múltiplas acções clandestinas e semi-clandestinos, com largo apoio na sua empresa.
Para Josefa, sua companheira e restantes familiares, e para os comunistas espanhóis os nossos sentimentos de combate.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Declaração de Paulo Varela Gomes

Conheci o Paulo antes do 25 de Abril como a sua família que foi de entrega generosa
à conquista da liberdade, ao objectivo de projectar a democracia conquistada, realizando um percurso para um socialismo que teríamos de construir , não com base em modelos alheios mas com a nossa experiência e com as nossas gentes.
O capital falou mais forte, Mário Soares e o PS, deram as mãos a Carlucci e, com a direita atrás, quiseram derrotar a utopia.
As mulheres e os homens bons sofreram muito mas não pararam de lutar e passaram a novas gerações a fibra, o carácter, a utopia.
Paulo é um desses homens bons.
Na sua Declaração aqui transcrita percebe-se a condição dos que tendo valor, recusam os caminhos pouco claros de honrarias e prebendas. Não estarei de acordo com uma ou outra coisa mas é uma pedrada no charco.
Licenciado em história pela Universidade Clássica de Lisboa (1978), mestre em história da arte pela Universidade Nova de Lisboa (1988), doutorado em história da arquitectura pela Universidade de Coimbra (1999). Docente do DARQ desde 1991, professor convidado do Dep. Autónomo de Arquitectura da Universidade do Minho desde 2001, docente convidado de outras universidades portuguesas e estrangeiras. A principal área de investigação e publicação tem sido a história da arquitectura e da cultura arquitectónica portuguesa dos séculos XVII e XVIII.


DECLARAÇÃO


As medidas que o Estado português se prepara para tomar não servem para nada. Passaremos anos a trabalhar para pagar a dívida, é só. Acresce que a dívida é o menor dos nossos problemas. Portugal, a Grécia, a Irlanda são apenas o elo mais fraco da cadeia, aquele que parte mais depressa. É a Europa inteira que vai entrar em crise.


O capitalismo global localiza parte da sua produção no antigo Terceiro Mundo e este exporta para Europa mercadorias e serviços, criados lá pelos capitalistas de lá ou pelos capitalistas de cá, que são muito mais baratos do que os europeus, porque a mão-de-obra longínqua não custa nada. À medida que países como a China refinarem os seus recursos produtivos, menos viável será este modelo e ainda menos competitiva a Europa. Os capitalistas e os seus lacaios de luxo (os governos) sabem isso muito bem. O seu objectivo principal não é salvar a Europa, mas os seus investimentos e o seu alvo principal são os trabalhadores europeus com os quais querem despender o mínimo possível para poderem ganhar mais na batalha global. É por isso que o “modelo social europeu” está ameaçado, não essencialmente por causa das pirâmides etárias e outras desculpas de mau pagador. Posto isto, tenho a seguinte declaração a fazer:


Sou professor há mais de 30 anos, 15 dos quais na universidade.
Sou dos melhores da minha profissão e um investigador de topo na minha área. Emigraria amanhã, se não fosse velho de mais, ou reformar-me-ia imediatamente, se o Estado não me tivesse já defraudado desse direito duas vezes, rompendo contratos que tinha comigo, bem como com todos os funcionários públicos.


Não tenho muito mais rendimentos para além do meu salário. Depois de contas rigorosamente feitas, percebi que vou ficar desprovido de 25% do meu rendimento mensal e vou provavelmente perder o único luxo que tenho, a casa que construí e onde pensei viver o resto da minha vida.


Nunca fiz férias se não na Europa próxima ou na Índia (quando trabalhava lá), e sempre por
pouco tempo. Há muito que não tenho outros luxos. Por exemplo: há muito que deixei de comprar livros.


Deste modo, declaro:


1) o Estado deixou de poder contar comigo para trabalhar para além dos mínimos indispensáveis. Estou doravante em greve de zelo e em greve a todos os trabalhos extraordinários;

2) estou disponível para ajudar a construir e para integrar as redes e programas de auxílio mútuo que possam surgir no meu concelho;


3) enquanto parte de movimentos organizados colectivamente, estou pronto para deixar de pagar as dívidas à banca, fazer não um, mas vários dias de greve (desde que acompanhados pela ocupação das instalações de trabalho), ajudar a bloquear estradas, pontes, linhas de caminho-de-ferro, refinarias, cercar os edifícios representativos do Estado e as residências pessoais dos governantes, e resistir pacificamente (mas resistir) à violência do Estado.


Gostaria de ver dezenas de milhares de compatriotas meus a fazer declarações semelhantes

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Baile mandado

PS, PSD e PR alternam-se nesta telenovela grotesca de umas supostas negociações para meter ou tirar mais uns pós do que há muito está acordado entre eles.

E transforma-se na grande "notícia", dias a fio até ao enjoo.
Para o PR era ideal que o tal "acordo", que tanto apoiou, fosse anunciado hoje, para amanhã, no anúncio da c...candidatura, ser mimado por tal proeza.

Bem pouco contam, porém estes actores secundários, a quem o "ponto" dos poderes fácticos a toda a hora dá dicas. Ele é a banca, eles são os organismos internacionais, ele é o Barroso que receia perder o emprego, eles são os comentaristas encartados pelo "regime".

Sobre o que decorre do mau orçamento que todos estão cozinhando só algumas notícias e comentários se lhe referem.
Dia 6 e dia 24 lá estaremos a fazer sentir a indignação dos que não entram neste "baile mandado".

sábado, 23 de outubro de 2010

Criada agência noticiosa latino-americana

Nove agências  latino-americanas de notícias decidiram, esta semana, reunir-se numa associação para construir um espaço colectivo de intercâmbio de conteúdos, experiências e formação profissional, de modo a facilitar a inserção de uma visão regional própria na agenda informativa global.

Segundo comunicado das instituições que a formaram, a União Latino-Americana de Agências de Notícias integrará conteúdos jornalísticos, com coordenação de coberturas e intercâmbios profissionais.
Integram a nova associação as agências públicas da Bolívia (ABI), Guatemala (AGN), do Equador (Andes), da Venezuela (AVN), do Brasil (EBC), Paraguai (IPP), México (Notimex), de Cuba (Prensa Latina) e da Argentina (Telam).

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Encontrada na Colômbia, a maior vala comum da América Latina,corre o risco de ser eliminada pelas autoridades

Segundo o jornal Pravda, do passado dia 17, foi recentemente descoberta, na Colômbia, a maior vala comum da história contemporânea do continente latino-americano, horrenda descoberta que foi quase totalmente oculta pelos meios de comunicação na Colômbia e no mundo. A vala comum contém os restos de pelo menos 2.000 pessoas e está em La Macarena, departamento de Meta. Desde 2005, o Exército, espalhado pela zona, enterrou ali milhares de pessoas, sepultadas sem nome. Transcrevemos o que o Pravda refere.

A população da região, alertada pelas infiltrações putrefatas dos cadáveres na água potável, e afectada pelos desaparecimentos, já havia denunciado a existência da vala em várias ocasiões ao longo de 2009. Em vão, pois a não se realizaram as investigações. Foi graças à perseverança dos familiares de desaparecidos e à visita de uma delegação de sindicalistas e parlamentares britânicos, que investigava a situação dos direitos humanos na Colômbia, em Dezembro de 2009, que se conseguiu trazer à luz este horrendo crime perpetrado pelos agentes militares de um Estado que lhes garantia impunidade.

Trata-se da maior vala comum do continente. Dois mil corpos numa vala comum é um assunto grave para o Estado colombiano, mas sua comuncação social e a mundial, cúmplices do genocídio, se encarregaram de mantê-lo quase totalmente em silêncio, quando para encontrar uma atrocidade parecida é preciso remontar às valas nazistas. Este silêncio midiático está sem dúvida vinculado aos imensos recursos naturais da Colômbia e aos mega-negócios que ali se realizam à custa dos massacres.

A Comissão Asturiana de Direitos Humanos, que visitou a Colômbia em Janeiro de 2010 (menos de um mês depois da descoberta da vala), perguntou às autoridades sobre o caso. As respostas foram preocupantes: na investigação, na procuradoria, no Ministério do Interior, na ONU, todos se tentam esquivar do assunto. E  tratam de “operar” a vala para lhe retirar importância, mas a delegação britânica constatou-a, e as próprias autoridades reconheceram a existência de pelo menos 2.000 cadáveres. Em Dezembro, “o Presidente da Câmara, aliado do governo,  também o denunciou, mas depois, as pressões oficiais tendem a fazer “diminuir suas apreciações sobre o número de corpos”.

A Delegação Asturiana denunciou a ostensiva vontade de alterar a cena do crime: “ninguém está a proteger o lugar. Ninguém está a impedir que se possam alterar as provas.Um trator pode entrar e voltar a misturar os cadáveres anónimos, a tirá-los e levá-los para outro lugar”. “Solicitamos às instituições responsáveis do Governo e do Estado colombiano que implementem as medidas cautelares necessárias para assegurar as informações já registradas nos documentos oficiais, que tomem as medidas cautelares necessárias com a finalidade de assegurar o perímetro para prevenir a modificação da cena, a exumação ilegal dos cadáveres e a destruição do material probatório que ali se encontra (…) É fundamental a criação de um Centro de Identificação Forense em La Macarena com a finalidade de conseguir a individualização e plena identificação dos cadáveres ali sepultados”.

A Delegação Asturiana transmitiu às autoridades outra denúncia. As autoridades invocaram desconhecimento, e alegaram incapacidade operativa.“Há tantas valas comuns no nosso país que…”. Trata-se do município de Argelia em Cauca: “Um ‘matadouro’ de gente, onde as famílias não puderam ir buscar os corpos de seus desaparecidos, pois os paramilitares não as deixaram entrar novamente em suas comunidades: deslocando os sobreviventes”. As vítimas sobreviventes relataram: que“havia pessoas amarradas sobre as quais eram lançados cachorros esfomeados para que os assassinassem pouco a pouco”.

Na Colômbia, a Estratégia Paramilitar do Estado colombiano, combinada com a ação de policias e militares, foi o instrumento de expansão de latifúndios. O Estado colombiano desapareceu com mais de 50.000 pessoas através de seus aparelhos assumidos (policiais, militares) e do seu aparelho escondido da  Estratégia Paramilitar. O Estado colombiano é o instrumento da oligarquia e das multinacionais para a sua guerra classista contra a população: é o garante do saque, a Estratégia Paramilitar se inscreve nessa lógica econômica.


A ocultação de uma vala comum das dimensões da da vala de La Macarena  inscreve-se no contexto de que os negócios de multinacionais e oligarquias se baseiam nesse horror, e em que esta vala foi produto de assassinatos diretamente perpetrados pelo Exército nacional da Colômbia, o que prova ainda mais o carácter genocida do Estado colombiano no seu conjunto (para além do seu anterior presidente Uribe, cujos negócios e vínculos com o narcotráfico e os paramilitares estão mais do que comprovados).

A cumplicidade da grande imprensa é criminosa, tanto a nível nacional como internacional. Os povos devem romper o silêncio com que se pretende ocultar o genocídio. Urge solidariedade internacional: a Colômbia é, sem dúvida, um dos lugares do planeta no qual o horror do capitalismo se plasma da forma mais evidente, em seu paroxismo mais absoluto.

E é a Colômbia, mesmo com os actuais dirigentes, que é a grande base militar dos EUA, e seu maior aliado.

Quadras do Cancioneiro do Ribatejo, de Alves Redol

De Samora Correia
Se me vires de pau e manta,
não cuides que sou pastor:
sou da vida de Samora,
das Lezírias guardador.

O meu amor disse à mãe
que me havia de deixar.
Agora deixo-o eu;
tome lá, váa-se gabar

De Benavente

Não m'importo ser soldado,
contanto que o batalhão
traga sempre na bandeira
bordado o teu coração

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

A União Europeia vai tirando Coelhos da Cartola


A UE foi acusada de não ter feito nada para impedir a propagação da crise de origem norte-americana na zona euro.
Foi acusada  de estar a passar dinheiro à banca dos mercados financeiros (que não são uma entidade abstracta) a juros baixos que depois são inflaccionados quando ela o empresta aos Estados e iniciativa privada.
Foi acusada de aceitar impávida a actuação de agências de rating que ainda menos que a UE carecem de qualquer legitimidade democrática para interferirem nas condições de vida de cada país.

Que faz então a UE?
Manda Barroso intervir fartas vezes no tabu do PS e PSD sobre o Orçamento numa ingerência inusitada e vergonhosa
Aguarda uma proposta da Comissão para  criar novos recursos orçamentais próprios para acabar com, as contribuições nacionais. Comissão essa que delicodocemente vai dizendo que esses novos recursos não poderão penalizar fiscalmente ainda mais os cidadãos. E que recursos poderão ser?
Taxas sobre as transacções de direitos de emissão de gases  que contribuam para o efeito de estufa.
De um imposto sobre os transportes aéreos ou sobre a energia.
De um IVA ou de um IRC europeu.
Não agravam a carga fiscal em termos de percentagem, mas vão ser os consumidores que, ao fim e ao cabo, acabarão por pagar. Como despudoradamente vão dizendo alguns gestores nacionais dos aumentos de IRC previstos para o Orçamento.
Em matéria de especulação dos mercados financeiros, os ministros dos 27 limitaram-se a um titubeante acordo quanto a detalhes de um um futuro novo quadro de regulação e supervisão dos edge funds (fundos "alternativos" de forte carácter especulativo. Nada mais.
Com tal gente e tais políticas só nos vão continuar a cair em cima piores dias. E ainda teremos que suportar os rallies de Barroso para não perder o emprego.

A queda de Obama


Há meses que se espera a derrota do Partido Democrático nas eleições intercalares de 2 de Novembro.
A maioria dos norte-americanos percepcionam que as suas condições económicas estão a degradar-se. Segundo sondagem da AP um quarto dos que votaram em Obama votarão agora no partido republicano e 63e% dos que esperavam mudanças com Obama já não acredita que elas se realizarão.
A campanha que Obama está a fazer está a tentar essencialmente evitar que os eleitores democratas não vão ás urnas.
Quando da sua eleição como Presidente, as esperanças de um largo espectro social e político soltaram-se. Seria então desproporcionado, talvez, aqueles que conheciam Obama terem deitado baldes de gelo sobre essas esperanças.
Qualquer um de nós foi lendo nos jornais os graves compromissos e mal feitorias em que Obama se foi atolando.
Infelizmente para os norte-americanos e para o mundo, dia após dia, as decepções foram-se somando e tornaram-se irreversíveis. Obama vai ter o fim dos seus antecessores e perdeu credibilidade o capital de crítica que tinha em relação a eles. Se alguém hoje lhe dá crédito é para paradigmas bem contrários aos da vitória de 2008. Estou a pensar em Mário Soares, que continua a gostar de o citar, mas não só.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

França nesta 3ª f: Três milhões e meio de pessoas na rua

As manifestações de hoje em França estão a ter uma adesão semelhante à de uma semana.
Realizadas nas vésperas da decisão parlamentar sobre a passagem da idade da reforma de 60 para 62 anos, as manifestações em Paris (duas confluindo) e em dezenas de cidades francesas estão a revelar grande pujança. Sarkozy não quer ceder mas a França está contra ele.
     em Lille

Mais uma vez provocadores (infiltrados pelo poder) fizeram ontem destruições. E as televisões foram generosas em passar imagens delas, associando-as a  bandeiras da cgt.

domingo, 17 de outubro de 2010

O que eles dizem, Baptista Bastos

Na mesma ocasião em que Pedro Passos Coelho se reunia com vistoso grupo de economistas, uma das televisões quis saber o que pensam os portugueses da actual situação.

Uns murmuraram a sua atroz ignorância, outros a sua melancólica indiferença. Até que uma mulher de idade avançada, com a desconfiança pregada nos olhos e a sabedoria procedente de todas as agruras, respondeu: "Não acredito em nada nem em ninguém. Eles estão lá para se encher."
É o sentimento geral. A impotência associada à resignação; seja: o pior que pode acontecer a uma sociedade, abjurante das virtudes do civismo. Não é só o rotativismo de poder, disputado entre, apenas, dois partidos, que causa esta indolência moral. É a péssima qualidade intelectual dos políticos. É a clara evidência de que dividem o "bolo" entre eles, substituindo-se nas administrações, nos bancos, nas grandes empresas, aumentando os vencimentos a seu bel-prazer, auferindo-se bónus e mordomias escandalosos. Vem nos jornais. Nada do que digo ou escrevo é resultado de qualquer rancor: factos são factos.
Pedro Passos Coelho ouviu, daqueles santos sábios, o que queria ouvir. E eles também não queriam ou não sabiam dizer outra coisa. Isto anda tudo ligado, e as relações políticas, entre aparentes adversários, são grandes rábulas, alimentadas pelo embuste e pela mentira. Penso, no entanto, que o presidente do PSD devia escutar vozes dissonantes, opiniões divergentes que permitissem uma análise mais clara e acertada. Claro que não é só Passos Coelho que ouve o que deseja ouvir. Todos os outros dirigentes, Sócrates incluído, e na primeira linha, seguem a música de idêntica mazurca.
Os sábios que se reuniram com Sócrates são muitos daqueles que pertenceram a governos execráveis, culpados de tudo o que de pior nos tem acontecido. Quase todos eles detêm reformas de luxo, duas e três, e atrevem-se a debitar, para as televisões, patrióticas lições salvíficas. Uma vergonha! Um deles, com deficiências de fala e escuma aos cantos da boca, trabalhou seis meses no banco do Estado e recebe uma reforma vitalícia de três mil e seiscentos contos (moeda antiga) pelo denodado esforço desenvolvido. Cito-o com frequência por entender que o cavalheiro é o retrato típico de uma situação abominável.
Quem pode acreditar em gente deste jaez e estilo? Em gente desavergonhada que tem, escancaradas, as televisões, para dizer sempre o mesmo, ou seja: coisa alguma de importante.
Afinal, de que falaram os quase vinte sábios? Com a soberba que os caracteriza, indicaram os mesmos remédios para a superação da crise: cortes nas despesas da saúde, da educação, e da previdência; rebaixamento de salários na função pública; acaso a supressão do décimo terceiro mês; redução nas pensões, aumentos nos medicamentos. É o pacote consuetudinário sugerido por quem, de facto, não dispõe de outras ideias e soluções que não sejam as do breviário neoliberal. A OCDE, considerava "muito credível", veio rezar semelhante litania. E ai de quem a desmonte! É logo considerado comunista ou afim. Um pouco de decência não faria mal.
Observe-se os rostos desta gente. Atente-se no que dizem, prometem, formula. Não conseguem mobilizar ninguém, nem concentrar emoções ou sentimentos, exactamente porque os não possuem. No começo da revolução de Abril, o Governo lançou um alerta e um apelo: Um Dia de Trabalho para a Nação. O País aceitou o pedido e a invocação. E foi um belo momento de unidade nacional, uma acção colectiva de patriotismo e de esperança absolutamente inesquecível. E só a má-fé ou a má consciência podem distorcer o que foi um extraordinário acontecimento político e social.
As frases daquela mulher, na televisão, ressoam como uma tragédia: "Não acredito em nada nem em ninguém. Eles estão lá para se encher." E a verdade é que o enriquecimento surpreendentemente rápido de muitos deles; a pesporrência arrogante da esmagadora maioria desses senhoritos é mais do que desacreditante: é sórdido.
Os jornais e as revistas, de vez em quando, publicam os nomes, os rendimentos, as casas luxuosas, os iates, os carros topo de gama dos que nos exigem sacrifícios, suor, renúncia, abnegação. Exigem mas não praticam. E, se o fazem, as beliscaduras nas suas fortunas são tão delicadas, tão suaves que eles nem dão por isso. Quando se tira a um reformado o mais escasso dos cêntimos as dificuldades que daí advêm são de tal monta, e as consequências imediatas são terríveis.
Os sábios que foram dizer a Passos Coelho o que este, comovidamente, queria ouvir, não estão ao lado de quem sofre e está na mó de baixo. A indiferença nunca ocultada, a ganância jamais dissimulada, o luxo em tempo algum encoberto (bem pelo contrário) constituem eloquentes testemunhos da casta a que pertencem. Portugal continua a ser, como escreveu João de Barros, "país padrasto e pátria madrasta" - para muitos, bem entendido, e "ridente torrão de malandros" [ Filinto Elísio, "Sátiras"] para os que se ajustam.

sábado, 16 de outubro de 2010

Frase de fim-de-semana, por Jorge

"O importante não é o que fazem de nós,
mas o que nós próprios fazemos
do que fizeram de nós"


Jean-Paul Sartre
(Saint Genet, comédien et martyr, 1952)

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Arte pública, de Alexander Calder (norte-americano, 1898-1976)

          CCB, Lisboa
Montreal, Canada


Supremo manda a Cimpor reintegrar dirigente da CGTP-IN

A dirigente da CGTP-IN Fátima Messias apresentou-se na Cimpor para trabalhar, no dia 4 de Outubro, depois do Supremo Tribunal de Justiça ter confirmado que o seu despedimento não teve justa causa. Fátima Messias, membro da Comissão Executiva da CGTP-IN e dirigente da Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro, tinha sido despedida pela Cimpor em 2005.  como um acto retaliatório pela actividade sindical desenvolvida pela dirigente e como medida destinada a enfraquecer a organização dos trabalhadores daquela empresa por via da intimidação.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

As lições do Equador

O golpe falhado há dias no Equador desapareceu das notícias mas é um elo mais nas cadeias das preocupações dos que receiam uma escalada intervencionista na América  Latina depois do caso das Honduras.
Agora o movimento popular fez conjurar o golpe coisa que nas Honduras não foi possível apesar da grande dinamização. Em ambos os casos os militares golpistas raptaram os presidentes eleitos pelo povo.~e se não tivesse havido também unânime condenação internacional, não se sabe o que poderia ter aconteciodo a ambos. Em ambos os casos os EUA ensaiaram uma atitude cúmplice. No caso das Honduras essa posição evoluiu para uma aparente condenação do golpe mas de facto para arrastar a situação ilegal e consagrar o golpe. Agora começaram, por dizer que se tratava de um "protesto policial"...como se ocupar aeroportos e estações de TV, raptar o presidente pudessem configurar tal coisa.
Um dos erros do governo de Correa foi ter deixado a formação da polícia e da tropa na mão de "especialistas norte-americanos" (leia-se serviços secreto). Curiosamente foi a polícia anti-droga que esteve nas primeiras linhas do golpe. Compreende-se que Chavez e outros presidentes não tenham aceite tal "colaboração" da DEA (o organismo americano de "combate" à droga com uma bem recheada lista de intervenções duvidosas), mesmo correndo com o anátema dos EUA que, por isso, são países que não apoiam a luta internacional contra a droga.
Mas  não foi só esse. Correa foi eleito à esquerda, com forte apoio popular e expectativas. Depois virou à direita e pôs em prática uma política neo-liberal, começando a comprometer o apoio popular.
Há lições a colher.
 

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

As muitas caras da CIA

Os EUA dispõem há cerca de vinte e cinco anos, de um organismo - a Fundação Americana para o Desenvolvimento (FAD ou NED, em inglês) - que, tendo como objectivo expresso  "promover a democracia em todo o mundo".... De facto a sua criação foi a forma de Reagan dar a volta nos anos 80 à denúncia sistemática feita pela imprensa de infiltrações da CIA numa vasta série de organizações para a conjura política com meios de outros países com vista a alterações políticas favoráveis aos desígnios dos EUA. Aproveitando o impacto positivo em termos humanitários de muitas organizações não governamentais (ONGs, vários partidos verdes, associações de defesa dos direitos do homem, etc.), a acção privilegiada de intervenção da CIA passou a realizar-se por muitas delas. Com a vantagem adicional de, não sendo as ONGs organismos do Estado, as intervenções ficariam, em princípio, livres do ónus de ingerência estado a estado por se tratarem de organizações da chamada "sociedade civil".
O jornalista Thierry Meyssan, foi um dos que recentemente confirmou alguns factos ao longo dos anos referidos por vários outros autores.
Hoje muitas ONGs constituem um novo tipo de exército com que a inteligência norte-americana passou a poder contar.
Imbuídos de concepções puritanas desde a historicamente recente criação do seu país, muitos americanos assumem como seu dever "exportar a democracia", com concepções e restringindo-se a vertentes com que a administração americana. concorde (não pode incluir direitos dos povos ou dos trabalhadores mas desta pessoa ou daquele grupo, não abriga o fim dos armamentos, a defesa da paz e a não ingerência na vida de outros países, etc.).
A sobrevalorização por muitos norte-americanos fazem do seu "modo de vida" (apenas gozado por uma parte da população), faz escapar-lhe a natureza predadora do imperialismo, das suas forças armadas, dos seus métodos de interrogatório, de como o Estado se entrelaça com o narcotráfico e com o tráfico de armamentos. A imagem que têm do militar norte-americano é a de um anjo irrepreensível e incomodam-se com obras e arte que revelam o contrário. Os objectivos de intervenção ´são entendidos como virtuosos porque os livram do "império do mal".
Na mentalidade de muitos norte americanos e em muitos textos legislativos, a começar pela Constituição, não está clara a "soberania do povo", adquirida por outras civilizações milenares com uma longa história.
O acesso ao poder, a partir do voto individual, está na prática blindado por um complexo emaranhado de instituições e regras. Só o caso da democracia nos EUA daria para muitos congressos, seminários, obras de investigação.

É evidente que não generalizo. Visitei os EUA. Diariamente acedo a outras coisas bem diferentes desta. É um país de uma cultura fervilhante que nos contagiou. Existe um pensamento democrático em muita gente e uma produção marxista, em vários ramos, assinalável. Aí não encontramos as concepções messiânicas de combate ao "império do mal".

Porque a prosa já vai longa não deixaria de referir que as dotações financeiras para a FAD são aprovadas pelo Congresso, independentemente das que são aprovadas para a CIA e são canalizadas para outras quatro ONGs (uma virada para os sindicatos e geridas pela AFL-CIO, outra dirigida para as empresas e gerida pela Câmara do Comércio dos EUA, e outras duas dirigidas directamente para os partidos democrático e republicano, nomeadamente para as relações internacionais de ambos...

sábado, 9 de outubro de 2010

Ameaças? Que ameaças?

Na passada semana, o Departamento de Estado dos EUA declarou urbi et orbi que a Europa estava ameaçada de ataques terroristas de grande escala.
Não parece haver coincidência de pontos de vista com alguns países europeus. A Alemanha, um dos potenciais alvos apontados, declarou não se registar actividade anormal de suspeitos.
Esta fuga para a frente coincide com outra registada ao nível de uma reunião há dias realizada por representantes das agências de segurança norte-americana com homólogos europeus em que estes foram confrontados com a exigência de acesso aos seus computadores, a transferências bancárias e a listagens de passageiros de aviões. Algumas reservas estão a ser colocadas a estas investidas mas  Angela Merkl chegou a não pôr reservas ao projecto, no que foi contrariada por deliberação parlamentar, no seu país, em sentido contrário.
Também no Paquistão se colocam reservas a estas previsões alarmistas, associando-lhes um pendor essencialmente político sem informação nova credível. Desde o 11 de Setembro estão tropas americanas em várias bases afegãs. Se no início da colocação da tropa foi partilhada informação com o Paquistão, base de apoio decisiva para os EUA na região, agora o Tio Sam, não lhe passa cavaco. O que é tanto mais delicado quanto os novos bombardeamentos no Afeganistão feitos com aviões não tripulados e helicópteros atingem dimensões dantescas e estão a ser vistos como verdadeiros assassinatos. Esta inflexão, determinada por Obama, pode ter a ver com as eleições para o Congresso dos EUA, em meados do próximo mês, onde se espera uma vitória republicana...

Em Lisboa, no dia dos tais avisos, as várias televisões não recolheram comentários do Governo nem de responsáveis de segurança, mas do Prof. José Manuel Morais Anes, que preside ao Observatório para a Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo (OSCT). Entidade esta que não é do Estado, identifica-se como "organização da sociedade civil", anda a procurar ser reconhecida como instituição de utilidade pública  para estabelecer protocolos com Universidade para, é claro, proceder ao leccionar de terrorismos e outros casos insólitos para além de umas conferências sponsorizadas por algumas ONGs e instituições internacionais que dispõem de sacos azuis para estes e outros efeitos. Para isso contribuirá a formação seu presidente de que se destaca a antropologia das religiões, novos movimentos religiosos, ameaças do islamismo radical em África,exoterismos, maçonarias (já foi do Grande Oriente e estará na Loja Regular...).
Nos corpos gerentes deste Observatório (quem lhes dá os elementos para observar?) estão e estiveram personagens e militares da área do PS, PSD e CDS. Ah!... e quem a criou em 2005 foi Rui .
Pereira, actual Ministro da Administração Interna.
E esta, hem?

Sobre a revisão constitucional

Com a entrega na AR de uma proposta de revisão constitucional ficou aberto o processo de revisão.
Os deputados de todas as bancadas para participarem necessitam de apresentar também propostas.
Apesar da actual legislatura ter poderes de revisão constitucional se o quiserem os grupos parlamentares, o processo nesta conjuntura tem sido, em geral criticado, por razões de oportunidade política.
Porém há ainda outras razões, substanciais, para o recear devido à dinâmica que tem associada da afirmação de nova direcção do PSD de querer disputar ao PS a liderança nas mal feitorias, também por essa via.
O PS tem assim a responsabilidade de deixar ou não passar as desfigurações de direita que convergem, aliás, com aspectos da sua política no governo.

Qualquer observador minimamente objectivo, reconhecerá que o essencial de anteriores revisões constitucionais, envolvidas num grande dramatismo verbal, não correspondeu a necessidades do país e não contribuiu para resolver nenhum problema concreto dos portugueses.

A proposta que o PCP apresentou começa por,em nome da estabilidade constitucional, passar as revisões para 10 e não 5 anos decorridos sobre a anterior.
A proposta contribui, no essencial, para o reforço dos poderes da Assembleia da República face ao Governo e Parlamento Europeu. A isto voltaremos adiante.

Concertos de Arcada Fire e de Shakira em causa devido à reunião da NATO?

Ambos os concertos, previstos para o Pavilhão em, respectivamente,em 21 e 18 do mês de Novembro, correm risco de não se realizarem.
O secretário-geral da Segurança Interna, Mário Mendes, entendeu que ambos os espectáculos põem em causa a segurança da Assembleia da NATO e estão em contacto com os organizadores para que alterem datas. Os organizadores dizem que é possível conciliar as duas coisas e que há precedentes disso, caso contrário terão que pagar indemnizações milionárias.
E esta, hem?

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Frase de fim-de-semana, por Jorge

"O modo de fazer boa propaganda é
não aparentar
de modo algum estar a fazê-la"


Richard Crossman
(político britânico, 1907-1974)

domingo, 3 de outubro de 2010

Mais uma grande provocação?



Os EUA e o Reino Unido estão a espalhar por todo o mundo a ameaça de que a Al-Qaeda iria provocar uma acção terrorista de larga de escala no espaço europeu, nomeadamente na Inglaterra, França  e Alemanha.
Quem conhece as estórias do terrorismo, feito à medida dos interesses estratégicos norte-americanos e da NATO, não deixa isto de soar a forte provocação que suscite intervenções contra as liberdades públicas, num momento em que os povos do mundo se batem contra as medidas da crise internacional, provocada a partir dos EUA e contra a repulsa pela realização da cimeira da NATO em Lisboa no quadro desses interesses estratégicos.
É hora de atenção, de denúncia e de reforçar ainda mais a repúdio popular contra tais projectos.

sábado, 2 de outubro de 2010

Frase de fim-de-semana, por Jorge

"Tu indes também voltas"
falar algarvio

Para evitar o abismo...


A lista de malfeitorias apresentadas por Sócrates, quanto à redução da despesa são no essencial cortes nos salários e prestações sociais e, quanto ao aumento da receita novos impostos e redução de deduções.
É um círculo infernal, cuja lógica é repetir-se porque não se actua sobre a economia, a produção, o investimento produtivo e o emprego.
A credibilidade que aparece associada a estas medidas seria para ostentar sobre os mercados financeiros internacionais que nos vão chantageando e não face aos que trabalham que deveriam ser o ponto de partida e de chegada da actividade económica.
O medo e a chantagem actuam sobre os que calam mas não consentem reclamando um acto de coragem colectiva.
Venha, pois, a maré alta!

Com a população na rua, o golpe de Estado terá falhado no Equador

Apesar  da declaração do estado de excepção, a população tem vindo para rua apoiar o presidente Rafael Correa.
A tentativa de golpe de estado parece já estar derrotada e não se limitou a uma insubordinação/protesto da Polícia Nacional. Envolveu sectores da Força Aérea a ocupar aeroportos e o impedimento de os deputados se dirigirem ao Partlamento. A Venezuela e a Bolívia associaram a tentativa ao esforço golpista  dos EUA para reverterem a situação política ilegalmente em países com governos de esquerda vapazes de gerar outras políticas de desenvolvimento.
Alçgumas personalidades e organismos de "esquerda" criticam o governo por "ter uma atitude autoritária " cntra sectores populares que terá iludidopolícias e pessoas em benefício da direita."