segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Notas sobre as eleições de ontem no Japão

A vitória esmagadora do Partido Democrático do Japão, de Yukio Hatoyama, nas eleições de ontem reflectem uma forte vontade de mudança em relação às políticas conservadoras que foram realizadas durante meio século pelo Partido Liberal que vê a sua representação na Câmara dos Representantes cair para cerca de 1/3 dos deputados.
Ao fim do dia de ontem, os adeptos do Partido Democrático gritavam Banzai!, para sublinhar a possibilidade de uma viragem política.

As sondagens à boca das urnas revelaram que os derrotados, anteriores aliados, tiveram

Partido Liberal Democrático 119
Partido Novo Komeito 21

Na oposição os lugares obtidos foram

Partido Democrático 308
Partido Social-Democrata 7
Novo Partido do Povo 3
Partido Comunista 9

O PSD e o NPP estão aliados ao Partido Democrático. As negociações já a decorrer entre os três destinam-se a garantir a maioria de dois terços que permita ao PDJ introduzir importantes alterações legislativas.

Atendendo à intensificação das políticas marcadamente liberais que conduziram a muito maiores desigualdades sociais, desemprego e pobreza, este era um resultado já esperado.
O PLD, promoveu uma prosperidade renovada depois da humilhação da derrota e da ocupação militar americana, mas levou também o Japão a ser um dos mais firmes aliados dos EUA na guerra-fria.
Nos anos noventa o chamado milagre económico, que colocou de novo o Japão na linha das grandes potências, afundou-se na deflação. O LPD sobreviveu usando os fundos públicos e uma mais poupança privada para investir em obras públicas, que lhe permitiu manter algum apoio entre os sectores sociais que delas mais directamente beneficiaram. Mas esses investimentos não tiveram retorno e o Japão ficou perigosamente dependente das suas exportações. O desemprego está em 5,7% e a deflação fez cair os preços 2,2% em relação ao ano anterior.

As classes dominantes dão corpo a um modelo económico que, ao nível das relações laborais, e seguido o raciocínio de Eneida Ota Shiroma “procura compatibilizar alta qualificação
com aumento do controle sobre a mão-de-obra na medida em que atrela a qualificação à avaliação do funcionário em todas as instâncias das políticas de gestão - recrutamento, formação, promoção, salários, beneficios.
Desta forma, resolve a aparente contradição entre aumentar
a qualificação da força de trabalho e assegurar o controle sobre
eleporque, apesar de uma menor divisão do trabalho e redução dos níveis hierárquicos, o modelo japonês não aproxima, não une os trabalhadores, mas cria uma maior segmentação da força de trabalho entre efetivos e temporários, homens e mulheres, empregados de grandes e pequenas empresas, etc.
A administração japonesa encontra, então, na fusão das actividades de concepção e execução, a oportunidade de optimizar a produção de valores de uso e da mais-valia, incorporando o reconhecimento tácito dos operários para elevar a produtividade. Nesta
perspectiva, não podemos concordar com a tese de que a adopção destas formas alternativas ao taylorismo, como é o caso do modelo japonês, indique o fim do capitalismo como previa Braverman, representando pelo contrário, uma sofisticação dos meios utilizados para atingir os seus objectivos” (1)
Até 1989, as duas mais importantes centrais sindicais eram, a maior, a Domei, afecta ao PSD e abrangendo as grandes empresas, com alguma actividade sindical, e a outra, a Sohyo, afecta à esquerda, respeitava a pequenas e médias empresas onde existe uma repressão anti-sindical severa. Hoje estão fundidas numa só confederação, a Rengo.
Os sindicatos são de empresa, proliferam e aderem individualmente à confederação e há muito não têm uma intervenção de conotações mais políticas, se bem que se identifiquem com posições sociais-democratas e de esquerda.
O PLD falhou na melhoria das condições de vida da população. E ao mesmo tempo que as pensões se degradavam, o pessoal político transitava dos lugares de governo para os lugares de administração de empresas que anteriormente tutelavam. Com belíssimas remunerações (como cá...).
Sem experiência de governo e com a administração pública durante mais de meio século nas mãos de “mandarins” do PLD, os vencedores das eleições de ontem irão fazer, provavelmente, um compromisso com eles para não terem a governação boicotada.
Caso o resultado das sondagens à boca das urnas se confirme, o PDJ, que já conquistou a maioria na Câmara Baixa graças à aliança com dois partidos já referiodos da oposição, exercerá um controle absoluto sobre o Parlamento, e fica com as mãos livres para realizar as suas intenções onde avultam medidas sociais significativas e uma maior independência em relação aos EUA para se virar mais para a sua projecção regional no quadro da cooperação entre muitos países da Ásia que configura um dos pólos de crescimento a que o Japão aspira face à gravidade da recessão - a maior desde a segunda guerra mundial.
A entrada desses dois partidos aliados para o governo (um social democrata e outro de direita) tornará imprevisível a coesão do governo a sair das negociações que o PDJ já iniciou, sendo que o PDJ já alberga em si diversidades políticas. Apesar da derrota eleitoral do PLD, e face à gravidade da situação com o que o novo governo se vai defrontar e atendendo, ainda, a que não parecem existir nem no seu seio nem na sociedade, em termos significativos, forças para uma mudança real de política, o sistema político japonês arrisca a ser dominado pelo bipartidarismo do PDJ e do PDL.

(1) “O modelo japonês e o debate sobre a qualificação e controlo da força de trabalho”, Tóquio, 1992.

domingo, 30 de agosto de 2009

Pintura de Johannes Vermeer




Frase de fim-de-semana, por Jorge


A liberdade de imprensa só existe para os que têm uma


Henry Louis Mencken (escritor, 1880-1956)

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Mudança de cores do blog


Decidi, atendendo a opiniões que me fizeram chegar, alterar as cores do fundo, das letras e dos títulos, na expectativa uma melhoria de leitura.

Medvedev prometeu hoje apoio aos líderes muçulmanos do norte do Cáucaso


O presidente russo numa reunião o hoje realizada em Sotchi assumiu o compromisso de apoiar os líderes muçulmanos do Norte do Cáucaso, numa reunião com muftis e presidentes dessas repúblicas.
Ao afirmar que só com o apoio deles se podem resolver os problemas da região, Medvedev deixou a disponibilidade para reconhecer erros antigos e corrigir antigas respostas e defendeu a criação de imediato de um canal de televisão que ensinasse as bases do Islão.
Defendeu ainda a necessidade de aí criar uma política para a juventude e de impedir que sejam absorvidos por gangs criminosos.
A iniciativa de Medvedev segue-se a uma forte campanha terrorista e de desestabilização, com diversas componentes e que visam atingir a Rússia e a estabilidade e cooperação entre as repúblicas da região.

Mais do mesmo, Dra. Manuela? Olhe que já chega...


A apresentação do programa do PSD feita ontem por Manuela Ferreira Leite confirmou que não se constitui como alternativa.
E isto é tanto mais incómodo patra os apoiantes do PSD quanto é o PS que tem feito o que o PSD faria se estivesse neste período no seu lugar.
Daí o refugiar-se em soundbites na expectativa que os jornalistas pouco ousados emprenhem de ouvido para animar as refregas entre PS e PSD.

Já o programa do PCP apresenta, de facto, modelos e soluções diferentes. A não vinda para o debate dos temas e medidas que propõe tornaria mais pobre e defraudante para os eleitores a atenção que estarão dispostos a dar à campanha das legislativas.

Mas PS e PSD vão descobrir temas de debate entre eles e procurar impô-los ao debate mediático, refugiando-se em questões de estilo, fanfarronadas, mistificações.

Vejamos uma, entre muitas outras, que ontem animou os debates seguintes à declaração do PSD: a questão de quem quer e quem não quer mais Estado. Se não, para quê deputados, governos, pactos, e tanto dinheiro gasto em eleições para...irem para o Estado! E porque, para mal deste país, com uma longa história que teceu a matriz da nossa iniciativa privada de uma certa dimensão, esta não investe para o país, navega pela auto-sustentação dos seus administradores e "arrisca" na bolsa, e, sempre que possível, arrebatando apoios públicos. Mão forte nos trabalhadores e casamentos com multinacionais que nos levam o couro e o cabelo, lá isso sabem!...Ressalvando excepções que não fazem mais que confirmar a regra.

Se me derem licença, eu direi que esta não é a questão. A questão é o que querem ambos fazer com o Estado.

A Dra. Manuela não quer tantos boys do PS no aparelho do Estado, empresas publicas, institutos públicos e fundações e também, se puder privatizar alguma coisa, também lá vai porque gulosos não faltam e ainda lhe restam alguns ex-governantes não suficientemente amparados.
O Engº José é liberal por formação e, para já deu o contributo que tinha a dar, para já, para as privatizações, já tem muito mais rapaziada colocada. E sabe os capitalistas que tem, os banqueiros que traz à mesa, toda uma "nata" empresarial que precisa dele, não pelos seus lindos iolhos, mas porque ele é o Estado... Especialmente em tempo de crise...

Venham outros protagonistas que estes j´deram o que tinham a dar e não queremos mais do mesmo!

865+7=872 bases militares dos EUA em 40+1=81 países... Para quê?

Os Estados Unidos dispõem hoje de 865 bases militares espalhadas por 40 países.
As sete que irão ser utilizadas agora na Colômbia, um narco-estado liderado por um presidente de extrema-direita, responsável pelas maiores atrocidades na América Latina neste novo século. No preciso momento em, que ontem foram assassinados 12 indígenas…
O pretexto, agora, é o combate ao narcotráfico, onde estão implantadas grandes unidades de produção e importação de drogas que violam o território venezuelano para o usarem como escoamento para outras regiões. O combate ao narcotráfico, que alguns governos articulam com a DEA, tem sido – os próprios responsáveis norte-americanos o reconhecem – um combate perdido. O poder dos narcotraficantes é grande mas vive também da cumplicidade e corrupção de polícias e homens de Estado de alguns destes países, como é o caso evidente da Colômbia que continua a ser, apesar disto, o aliado mais forte de Washington na região. O controlo do dinheiro sujo do narcotráfico é hoje decisivo para os serviços de informação como os norte-americanos que ousam para financiar. A questão não é combater mas sim controlar o narcotráfico e o seu dinheiro para fins que não podem figurar nos orçamentos do Estado ou para os fazer transitar para “lavandarias” adequadas (jogo, banca, construção civil, etc.) e a sua utilização controlada por algumas grandes potências.
É, pois, um falso pretexto.
A história mostra que esta proliferação de bases serviu e serve para ser retaguarda de governos ditatoriais e combate ao movimento sindical e camponês, não só para intervenções directas se os EUA os considerarem absolutamente necessários, mas fundamentalmente para em articulação com as respectivas embaixadas, ingerirem na política interna, albergarem conspirações, formarem exércitos e polícias “antiterroristas” de acordo com modelos reaccionários e sem princípios de ética militar. O caso mais recente das Honduras é disso exemplificativo. E é um modelo que está a ser usado para fazer retroceder o movimento de deslocação à esquerda em muitos países da América Latina e só permitir organizações regionais que sirvam os interesses dos EUA.
É por isso justa reacção da Venezuela e de outros países que, com diferenças entre si, preferem livrar-se de tais ameaças.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Eurodeputado português com Zelaya


O eurodeputado do PCP João Ferreira encontrou-se, domingo, com o presidente Manuel Zelaya e manifestou a solidariedade dos comunistas portugueses para com o povo das Honduras e o seu legítimo governo.

Na reunião, realizada na representação diplomática da República das Honduras em Manágua, na Nicarágua, o deputado comunista eleito para o Parlamento Europeu nas listas da CDU transmitiu ao chefe de Estado hondurenho o apoio do Partido à luta que naquele País travam os trabalhadores e a população em defesa da restituição da legalidade constitucional e pelo fim do golpe de Estado.

João Ferreira aproveitou ainda a oportunidade para expressar, em nome do Grupo Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Verde Nórdica (GUE/NGL) do PE, a solidariedade daqueles parlamentares europeus.
Manuel Zelaya, o presidente democraticamente escolhido pelo povo das Honduras, «agradeceu ao deputado comunista e por sua via ao GUE/NGL as iniciativas que os deputados comunistas e progressistas no Parlamento Europeu têm desenvolvido exigindo a restituição da legalidade constitucional nas Honduras» e, por sua parte, «reiterou a intenção de regressar à sua pátria», refere a nota divulgada aos órgãos de comunicação social pelo Gabinete de imprensa do PCP.

Zelaya realçou também «o papel do poder económico oligárquico no golpe de Estado, tendo defendido a necessidade da prossecução de políticas que garantam uma mais justa redistribuição da riqueza no seu país», adianta ainda o documento.

Igualmente no dia 23 e a par do encontro com Manuel Zelaya, João Ferreira contactou com vários membros do governo hondurenho, nomeadamente com o Ministro Adjunto e os titulares das pastas dos Negócios Estrangeiros e da Educação.

No dia seguinte, segunda-feira, o eurodeputado do PCP partiu para a capital hondurenha, Tegucigalpa, onde, para além de tomar contacto directo com o povo, se previa que reunisse com diversas componentes da Frente social e política contra o golpe de Estado nas Honduras.

Antes de partir para os encontros com Manuel Zelaya na Nicarágua, e com as forças sociais e políticas progressistas nas Honduras, João Ferreira e Maurício Miguel, membro do secretariado do grupo Parlamentar do PCP no Parlamento Europeu, participaram, em representação do Partido, no XV Fórum de São Paulo (in Avante! 27/08/09)

A crónica do Rodrigo


Finalmente um candidato tem uma mandatária juvenil à maneira.

O nosso primeiro quiz que a juventude tivesse uma presença nesta campanha...E vai daí, convidou a Carolina Patrocínio...
A Carolina Patrocínio está para Sócrates com o granito está para o mármore: menos polido mas mais contundente.
E o que vi a rapariga dizer, numa atitude de coragem que poucos ousariam ter?...
Que o primeiro-ministro tem feito muito pela juventude...que se considera uma pessoa orgulhosa...sou competitiva e odeio perder...prefiro fazer batota...gosto que reparem, de ser notada, de dar nas vistas, não gosto de passar deapercebida...o pedido de casamento tem que ter o acordo do pai e ser feito com um discurso...odeio os caroços nas frutas e só como cerejas quando a minha empregada tira os caroços por mim, como fruta se não tiver que descascar e uvas sem graínhas, dá uma trabalheira!...Queria ter formação, ser comunicadora...
Perguntada porquê, riu muito e não soube responder. Chato do jornalista...
Ainda por cima, sendo ela uma apresentadora famosa na SIC (bate certo!), do programa TGV (bate certo!), antes do programa Disney Kids (bate certo!)...
Já estamos a sair da crise!

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Há 65 anos, Paris sorria de novo...












Le chant des partisans
Ami,
entends-tu le vol noir des corbeaux sur nos plaines ?
Ami,
entends-tu les cris sourds du pays qu'on enchaîne ?

Ohé, partisans, ouvriers et paysans, c'est l'alarme.
Ce soir l'ennemi connaîtra le prix du sang et les larmes.
Montez de la mine, descendez des collines, camarades !
Sortez de la paille les fusils, la mitraille, les grenades.

Ohé, les tueurs à la balle et au couteau, tuez vite !
Ohé, saboteur, attention à ton fardeau : dynamite…
C'est nous qui brisons les barreaux des prisons pour nos frères.
La haine à nos trousses et la faim qui nous pousse, la misère.

Il y a des pays où les gens au creux des lits font des rêves.
Ici, nous, vois-tu, nous on marche et nous on tue, nous on crève…
Ici chacun sait ce qu'il veut, ce qu'il fait quand il passe.

Ami,
si tu tombes un ami sort de l'ombre à ta place.
Demain du sang noir sèchera au grand soleil sur les routes.
Chantez, compagnons, dans la nuit la Liberté nous écoute…
Ami,
entends-tu ces cris sourds du pays qu'on enchaîne ?

Ami,
entends-tu le vol noir des corbeaux sur nos plaines ?

Oh oh, oh oh oh, oh oh oh oh oh oh oh oh oh oh oh…

A tomatina de Buñol

110 toneladas de tomate...uma ínfima parte do que a UE impõe aos nossos agricultores deitarem fora... se o esmagamento das colheitas perdidas fosse feito diariamente em Bruxelas e Estrasburgo muitos eurocratas se poderiam afogar a seu bel-prazer, deixando a PAC a aboborar e reciclando-a em compota...

Paerlamento moldavo reabre 6ª feira com situações por definir



Nas eleições do passado dia 29 de Julho, apesar de se manter como partido mais votado, com 45,1 % dos votos e 48 lugares no Parlamento, o Partido Comunista perdeu a maioria absoluta do parlamento que passou a ter a maioria de quatro partidos liberais e de direita.
Estes quatro partidos, que constituíram então a Aliança para a Integração Europeia (AIE), deixaram claro desde o encerramento das urnas que pretendiam unir esforços e afastar os comunistas do governo onde estiveram, por voto popular, desde 2001.
E estão a constituir novo governo, à porta fechada, com o objectivo de cortarem relações com a Rússia e optarem pela UE.
A oposição de então teve 50,7% e 53 lugares. Nas eleições de Abril de 2008, os comunistas tinham eleito 60 dos 101 deputados mas este parlamento acabou por ser dissolvido pelo Presidente Vladimir Voronin, também ele comunista, ter falhado por duas vezes o objectivo de designar o novo Presidente, proposto por Voronin, o qual não pode de novo candidatar-se por ter já cumprido dois mandatos consecutivos. Para garantir a sua eleição no Parlamento seriam necessários 61 votos e os comunistas e aliados só tinham 60…depois de realinhamentos oportunamente conseguidos pelos liberais. Depois das eleições de 2008, a oposição, com o apoio dos EUA e da UE, passou a uma ofensiva urbana, com incidentes de gravidade, incluindo a tentativa de assalto e incêndio do palácio presidencial, e os resultados em Julho deste ano inverteram posições.
A nova maioria não tem os 61 votos de que precisa para a questão presidencial e tem tentado atrair os comunistas para acordos institucionais para a formação dos órgãos do poder, com exclusão dos comunistas de funções executivas, o que não tem tido acolhimento da sua parte.
Os comunistas rejeitam cozinhados destes, até porque continuam a ser, de longe, o partido mais votado (o 2º partido mais votado dessa nova maioria teve 19%...).
Apesar de a AIE se reclamar de bloco coeso face a negociações com os comunistas, estes reafirmaram ontem, que no quadro parlamentar, cujas sessões se iniciam na próxima 6ª feira, fará contactos com cada um desses partidos individualmente, no sentido de encontrar caminhos que evitem a repetição de eleições antecipadas se o novo parlamento falhar 2 vezes, de novo, o apoio a um futuro presidente.
Nos meios políticos moldavos admite-se a possibilidade de o Partido Democrático, um desses quatro partidos, alinhar numa coligação de centro-esquerda com os comunistas.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Pintura de Klimt

O que impediu um acordo de segurança colectivo que evitasse a invasão da Polónia pelos nazis?



Os serviços secretos russos vão publicar na próxima 2ª feira um conjunto de documentos, com o nome “Segredos da política polaca 1935-1945” que, segundo o porta voz deste organismo, Serguei Ivanov, irão fazer nova luz sobre a politica da Polónia nas vésperas da 2ª guerra mundial.
Contendo cartas de políticos, conversações entre embaixadores, relatórios militares, telegramas de
organismos diplomáticos.
Estes materiais poderão esclarecer porque falharam planos de segurança colectiva antes da invasão do país pelos nazis, serão importantes para historiadores, políticos e para o público em geral, e são oportunamente editados quando sectores políticos de vários países e mesmo instituições internacionais pretender fazer uma revisão da história da guerra que possa influenciar o entendimento futuro de novas gerações.
Esperamos que alguma editora, rompendo este ciclo revisionista, aceite proporcionar aos leitores a análise de factos históricas e não de preconceitos

Os comunistas gregos e os incêndios florestais

A Secretária geral do KKE (Partido Comunista da Grécia) rejeitou, em conferência de imprensa ontem, que os enormes fogos que estão a destruir parte das florestas gregas e já fizerem 67 vítimas mortais, se possam considerar como uma “ameaça assimétrica”, antes terem resultado da política fundiária seguida pelo partido da Nova Democracia e pelo PASOK.
O KKE mobilizou todos os seus militantes para apoiarem as autoridades locais no combate aos incêndios e na protecção das populações.
Aleka Papariga disse que os fogos são consequência de sucessiva legislação de ambos os partidos. Depois dos fogos de 1991, só 10% da área devastada foi reflorestado na Ática e 9% na Grécia: comercialização de terras e florestas, redução drástica da prevenção, deficite de equipamentos, infra-estruturas e instalações para combate a incêndios, podendo a situação piorar com a revisão constitucional.
O KKE defende, de imediato, que não haja alteração do uso da terra, que os agricultores sejam compensados pela pecuária e colheitas perdidas, suspensão por um ano para estes de contribuições para seguros e impostos e pagamento de empréstimos, indemnizações para casas e infra-estruturas desaparecidas realojamentos gratuitos em hotéis, reforços da contratações para o combate a incêndios, serviços de saúde e florestais.
Mas entende que têm que ser tomados outros tipos de medidas políticas urgentes: parar a revisão constitucional negativa para as florestas, passar para a propriedade pública propriedade privada de grandes montanhas e florestas, revogar leis promovidas pelos dois partidos referidos que descaracterizaram as florestas.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

"Olhando uma para a outra, de Hu Yongkai




Vox populi


Agora que a Dra. Lurdes disse que o abandono e insucesso escolares tinham passado para metade nos últimos anos, lembrei-me dum parente meu que garante que vinho se faz de quase tudo, até de uvas...Enfim, marteladas...

A manipulação dos medos


A Time de ontem revela passagens do livro que será editado no próximo dia 1, "The test of our times", de Tom Ridge, antigo Secretário de Estado de G. Bush.

Nestas passagens, o autorr por demitido por Bush por não ter aceite ordens de Dick Cheney, no sentido de elevar o grau de alerta anti-terrorista nas vésperas das presidenciais que Bush venceu sobre John Kerry, fica claro como a chamada luta anti-terrorista tem sido de facto o embrulho para outro tipo de acções políticas menos aceitáveis aos olhos de uma opinião pública que, depois do 11 de Setembro, ficou mais sensível à manipulação dos medos.

sábado, 22 de agosto de 2009

Cáucaso: a guerra que está a ser e a 3ª Guerra Mundial que ainda pode ser...


Para aqueles que estão interessados em tornear os falsos argumentos dos EUA para manterem uma influência directa e indirecta, armada, de atentados, de organização de protestos ao longo do Cáucaso, na sequência do que já tinha sucedido com o desmembrar sangrento da ex-Jugoslávia, aconselhamos esta análise de Rick Rozoff, colaborador habitual da Global Research.
O autor comerça por revisitar declarações de Mathew Bryza que foi um dos principais homens dos EUA no Cáucaso do Sul, bacia do Mar Cáspio e Ásia Central, nos últimos doze anos.
De 1997-1998, foi assessor para a coordenação pelo embaixador americano Richard Morningstar dos esforços para os interesses energéticos dos EUA na região do Cáucaso e na Ásia Central, bem como no sudeste da Europa, nomeadamente na Grécia e Turquia. Morningstar foi nomeado pela administração Clinton como primeiro Conselheiro Especial do Presidente e Secretário de Estado para a Assistência aos Novos Estados Independentes da antiga União Soviética em 1995 e, em seguida, Conselheiro Especial do Presidente e do Secretário de Estado da Bacia do Cáspio para a Diplomacia Energética em 1998 e foi um dos principais arquitectos da estratégia dos EUA, no Trans-Cáspio, executando o plano energético do Mar Cáspio que atravessa o sul do Cáucaso para a Europa.
Um dos projetos em que participou foi o oleoduto Baku-Tbilisi-Ceyhan [BTC] - "o pipeline mais político de todo o mundo" - que liga o Azerbaijão à Turquia através da Geórgia e do Mar Mediterrâneo. A Estratégia Energética Trans-Cáspio e Trans-Eurasiáticas foi desenhada na década de 1990.Em 1998 Bryza Morningstar foi o responsável dos interesses energéticos do Mar Cáspio, Vice-Conselheiro Especial do Presidente e Secretário de Estado para a diplomacia nergética na Bacia do Cáspio. Permaneceu até março de 2001 nessas funções, e trabalhou no desenvolvimento do que são agora os planos da União Europeia para contornar a Rússia e o Irão e alcançar uma posição dominante sobre a entrega dos fornecimentos de energia à Europa.
Mais tarde, a partir de 1999-2001,Morningstar tornou-se Embaixador dos Estados Unidos junto da União Europeia e neste mês de Abril foi nomeado enviado especial do Secretário de Estado Estados Unidos para Energia Eurasiática, uma posição comparável à que ele havia ocupado onze anos antes. Em 2005, a administração George W. Bush nomeou Bryza Subsecretário adjunto de Estado dos Assuntos Europeus e Eurasiáticos sob a direcção de Condoleezza Rice, um cargo que ocupa até hoje, embora ele possa vir a ser nomeado em breve Embaixador no Azerbaijão, a nação que, de uma forma mais vital, liga os interesses geoestratégicos num arco que começa na região dos Balcãs, atravessa o Cáucaso até ao Mar Cáspio e, em seguida, segue para a Ásia Central e do Sul.
Em Junho passado Bryza fez um discurso apelando, em Washington DC, a maior vigor na parceria estratégica EUA-Turquia, e reflectiu sobre mais de uma década de trabalho no avanço americano na energia, objectivos políticos e militares ao longo do flanco sul da antiga União Soviética. Nesta sua comunicação, fez a primeira referência aos acontecimentos ocorridos na década de 1990:"Os Presidentes Azeri, Heydar Aliyev e cazaque, Nursultan Nazarbayev, congratularam-se com investidores internacionais que ajudariam a desenvolver as reservas de petróleo mamute e de gás da bacia do Cáspio. O então presidente turco Süleyman Demirel trabalhou com estes líderes, e com o presidente georgiano Eduard Shevardnadze, para desenvolver um conceito de Great Silk Road revitalizada, na versão de um corredor de gasodutos Leste-Oeste de petróleo e gás natural . "O nosso objectivo foi o de ajudar os jovens Estados independentes dessas regiões (do Cáucaso e da Ásia Central) a assegurar a sua soberania e liberdade, ligando-os à Europa, aos mercados mundiais, e a instituições euro-atlânticas através do corredor a ser estabelecido pelos gasodutos BTC e SCP (gasodutos de gás natural do Sul do Cáucaso) .... O Cáucaso e a Ásia Central foram agrupados com a Turquia, e a administração desses países vistos como "parceiros cruciais na ligação com os mercados europeus e mundiais, e com instituições de segurança euro-atlântica". A "cooperação energética no final da década de 1990 foi uma pedra angular da parceria estratégica EUA-Turquia, resultando num sucesso" de primeira fase "desenvolvimento do Cáspio ancorado pelo BTC/SCP em relação ao petróleo e ao gás.
A guerra do Iraque foi parte dos anteriores planos geopoliticos.
"Hoje, estamos a concentrar a atenção no próximo passo do desenvolvimento do Cáspio, olhando a bacia do Mar Cáspio e do Iraque para ajudar a reduzir a dependência da Europa de uma única empresa russa, a Gazprom, que fornece 25 por cento de todo o gás consumido na Europa. "A nossa meta é desenvolver um corredor meridional da infra-estrutura energética para o transporte de petróleo e gás do Cáspio e Iraque para a Turquia e Europa.Os gasodutos de gás natural Nabucco Turquia-Grécia-Itália (TGI) são elementos importantes do Corredor Sul. "O potencial de gás do Turquemenistão e do Iraque pode fornecer a volumes adicionais cruciais,para além dos previstos no Azerbaijão,para dar corpo ao Corredor Sul. Washington e Ancara estão a trabalhar em conjunto com Bagdah para ajudar o Iraque a desenvolver as suas próprias grandes reservas de gás natural tanto para consumo interno como para exportação para a Turquia e UE. ".
Este é apenas o enquadramento do autor neste artigo.
A guerra energética contra a Rússia teve novos desenvolvimentos que passaram por toda a desestabilização da zona, impedindo todos estes países de cooperarem pacìficamente em benefício do controlo pelos EUA de todo este processo, afastando a Rússia do papel que historicamente tem desempenhado nessa cooperação onde entra, naturalmente, com os seus próprios interesses.
A sequência dos atentados dos últimos dias na região comprova dramaticamente estas previsões de uma disputa que não recua perante nenhum meio.
Como já aqui referimos muitas ONGs, financiadas pelo Congresso dos EUA têm desempenhado um papel subversivo e de sabotagem assinalável como é o caso da Comissão Americana para a Paz na Chechénia que, tem evidentemente o seu âmbito alargado e passou a designar-se por Comité Americano para a paz no Cáucaso. Está claramente definido como seu objectivo"O Comité Americano para a Paz na região do Cáucaso (ACPC), a Freedom House, é dedicada ao controlo da segurança e da situação dos direitos humanos (sempre os tais direitos humanos invocados por quem promove guerras étnicas para desestabilizar...) no Norte do Cáucaso, fornecendo recursos de informação e peritos na sua análise (geralmente designados de forma menos delicada por agentes da CIA....). A ACPC actua na Chechénia, Inguchétia, Daguestão, Ossétia do Norte, Kabardino -Balkaria, Karachayevo-Cherkessia e Adygeya, bem como nas regiões da Abcásia e da Ossétia do Sul, na Geórgia". A Abcásia e Ossétia do Sul são, naturalmente, no sul do Cáucaso, e não na Geórgia, excepto nas mentes das pessoas ansiosas para expulsar a Rússia do Cáucaso, do Norte e do Sul, e que de forma transparente, foram incluídas como alvos para o desenhar de um maior império americano que cerque, enfraqueça e finalmente desmantele a Federação Russa.
A liderança política russa foi reservada se não cúmplice ao longo da década passada, quando os EUA e a NATO atacaram e invadiram o Afeganistão para criar bases militares em toda a Ásia Central e do Sul, invadiram o Iraque em 2003, assistiram à deposição de governos da Jugoslávia, Geórgia, Adjaria , Quirguistão e Ucrânia para pôr a Rússia em desvantagem e impulsionar planos de a afastar do mercado europeu da energia. Moscovo já reagiu obtendo acordos de fornecimento de gás e petróleo com a Turquia nas últimas semanas.
Mas a intensificação da desestabilização nas suas repúblicas do sul e a sua transformação em novos Kosovos é mais do que Moscovo pode permitir.

Até amanhã, Zé!...

Faleceu hoje, no Instituto Português de Oncologia, onde estava internado o actor Morais e Castro.
O seu corpo estará a partir das 20 horas deste sábado no Palácio Galveias, no Campo Pequeno, em Lisboa, realizando-se o funeral no domingo do Palácio Galveias, às 15.30 horas, para o cemitério do Alto de S. João.

José Armando Tavares de Morais e Castro nasceu em Lisboa a 30 de Setembro de 1939. Actor e encenador, Morais e Castro era também licenciado em Direito pela Universidade de Direito de Lisboa, tendo igualmente exercido a profissão de advogado.
Foi também militante do Partido Comunista Português durante quase meio século, antes e depois do 25 de Abril. Desde sempre que esteve ligado ao PCP, já que a casa dos seus pais servia de apoio à direcção do partido, então na clandestinidade.Teve múltiplas responsabilidades de natureza executiva e de direcção de colectivos partidários.
Morais e Castro, que era casado com a actriz Linda Silva, irmã da saudosa Linda Silva, estreou-se no palco com o grupo cénico do liceu onde estudava.
A sua estreia a nível profissional ocorreu no Teatro do Gerifalto, dirigido por António Manuel Couto Viana, com a peça A Ilha do Tesouro.
Em 1958 estreou-se na televisão intrepretando O Rei Veado, de Carlo Gozzi, realizado por Artur Ramos.
No Teatro do Gerifalto integrou várias peças como O fidalgo aprendiz, de Francisco Manuel de Melo, ou Os velhos não devem namorar, de Afonso Castellau.
Em 1960, interpretou juntamente com Laura Alves a peça Margarida da Rua e um ano depois estreou-se na encenação, dirigindo O Borrão, de Augusto Sobral, no grupo Cénico de Direito, que no mesmo ano foi premiado no Festival de Teatro de Lyon.
Em 1962 integrou o elenco do filme Pássaros de Asas Cortadas, de Artur Ramos, tendo integrado entre 1961 e 1965 o teatro Moderno de Lisboa.
Nessa companhia integrou o elenco de várias peças entre as quais O Tinteiro, de Carlos Muñiz, e Humilhados e Ofendidos, de Dostoievski, onde obteve grande sucesso.
Durante a existência do Teatro Moderno de Lisboa, uma companhia fundada sem subsídios e perseguida pela PIDE, contracenou com actores como Carmen Dolores, Armando Cortez, Fernando Gusmão, Armando Caldas, Glicínia Quartin, Paulo Renato, entre outros.
Em 1968, com Irene Cruz, João Lourenço e Rui Mendes, fundou o Grupo 4, no Teatro Aberto, onde representou vários autores como Peter Weiss, Brecht, Peter Handke e Boris Vian.
Com o Grupo 4 encenou, no Teatro Aberto, É preciso continuar, de Luiz Francisco Rebello.

Após o 25 de Abril, foi presença constante no Teatro Vasco Santana, onde, ao lado de Amália Rodrigues
Em 1985 integra o elenco da comédia Pouco Barulho, com Nicolau Breyner, passando depois pela Companhia Teatral do Chiado.
Aí, ao lado de Mário Viegas, integrou o elenco de À Espera de Godot, de Samuel Beckett.
Em 2004, dirigido por Joaquim Benite, interpretou O Fazedor de Teatro, de Thomas Bernard, com a Companhia de Teatro de Almada, que lhe valeu a Menção Honrosa da Crítica nesse ano.
Participou ainda nas décadas de 1980 e 1990 em novelas e séries portuguesas de televisão. Ganhou extrema popularidade através da televisão, especialmente no papel de professor na série cómica As Lições do Tonecas (1996-99). Entre outros registos, contam-se participações nas séries Eu Show Nico (1988), Euronico (1990) e nas telenovelas Desencontros (1995), Filhos do Vento (1997) e Amanhecer (2002).

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Frase de fim-de-semana, por Jorge


Não tocar o que está escrito. Tocar o que não está.



Miles Davies

CDU: o que é que ela tem de diferente para nos merecer confiança?

Esta será sempre a pergunta mais importante numas eleições quando já todos passaram por experiências de belas palavras que o vento levou e por promessas não cumpridas que por aí ficaram.
A resposta da CDU a esta pergunta não é nem quer ser de retórica nem povoada de experimentalismos doentios, a que alguns se acham habilitados quando são eleitos.
Há factos, palpáveis, conhecidos, que, relembrados, uma vez mais agora, dão aos lisboetas boas pistas e podem retirá-los da prisão das falsas dicotomias Costa/Santana, da chantagem dos medos fabricados a favor de uma bipolarização inexistente na cidade e nos seus habitantes a troco de boas garantias de uma outra gestão municipal.

A
primeira é que o PCP, pela sua história, pelas lutas que aqui travou, pelos movimentos que desenvolveu em prol da democracia e dos direitos dos trabalhadores, conhece bem as pessoas, os grupos sociais, as instituições. E que nas suas fileiras se bateram pela cidade artistas, técnicos e outros profissionais que configuraram no traço e na pintura, na arquitectura dos bairros, na literatura, nas estruturas municipais de planeamento e noutras, operativas , uma Lisboa renovada sem perder referências, irmanados com os movimentos sociais que a ela aspiravam.
A segunda tem a ver com os anos, tantos como os da democracia portuguesa, a assumir responsabilidades nos órgãos autárquicos, nas comissões locais, nas associações e colectividades e na capacidade para assumir o governo da cidade a todos os níveis, sempre lhes dê o povo força e apoio para isso.
A terceira é a quantidade e qualidade da obra realizada nos mais diferentes domínios, para tornar a vida melhor, com particular atenção para os que vivem em piores condições, em estreita ligação com as populações directamente interessadas, outros organismos do Estado, agentes económicos, políticos e sociais.
A quarta é a forma como faz oposição, apresentando propostas e guiando-se pelos interesses da cidade no debate público e no seu sentido de voto em cada caso concreto, e estando permanentemente a fazer valer as leis que regulam uma actividade tão diversa e complexa, a denunciar e combater todas as malfeitorias e faltas de verticalidade.
A quinta é o objectivo central dessa política: melhorar a vida de quem aqui vive e trabalha que muitas vezes não coincide com o objectivo de quem investe e engendra opções municipais em seu favor, por vezes de forma irregular, ilegal e criminosa.
A sexta tem que ver com a forma como as mulheres e homens eleitos nas listas da CDU pelo povo de Lisboa exercem o seu mandato. Começando por estarem prioritariamente interessados na justeza das políticas antes da distribuição das responsabilidades, não invertendo as priopridades. Continuando a exercê-los em estreita ligação com os interessados. Continuando ainda a obter a maior convergência de opções políticas, religiosas, de operadores económicos diversos, naquilo que é feito e que não rompe com os seus princípios programáticos. Para terminar no não aproveitamento dessas funções, resultantes de eleições, para tirar benefícios pessoais relativamente à situação que os eleitos tinham anteriormente.
A sétima é que na CDU não verão grandes exercícios de “grandes ideias para a cidade”, nem o andar a correr atrás de muitas ideias imaginativas para fazer show-off, nem enfim, o encarar o município como estrutura omnipresente, omnipotente ou omnisciente. As cidades são feitas pela iniciativa privada maioritariamente. O município cria as melhores condições infraestruturais para a vida de todos os dias, para a instalação de actividades geradoras de riqueza e de emprego, regulamenta e faz a respectiva gestão da intervenção dos particulares, desejavelmente sem burocracias despropositadas nem descriminações, mas em nome do interesse da cidade que estará claramente definido nas leis, nos programas eleitorais e nas preocupações dos munícipes.
A oitava, e intimamente relacionada com a anterior, é que os candidatos estão prioritariamente motivados para as questões do dia-a-dia. Desde logo reequilibrar as contas do município com outra gestão do necessidades da população, manutenção do espaço publico, eliminação dos buracos nos pavimentos e vias, limpeza, equipamentos em bom estado para apoio à população, jardins de infância e escolas do 1º ciclos melhorados nas instalações, material e apoios aos pais, criação de emprego e sua defesa, políticas sociais de proximidade que não alienem responsabilidades do poder central, urbanismo democrático no seu conteúdo e elaboração e resistindo às fortes pressões especuladoras, reabilitação do parque urbano pelo município e particulares com mais eficientes apoios do Estado, atenção particular aos bairros municipais e sua gestão, prioridade aos peões com maior ordenamenro do tráfego e do parqueamento não especulativo, prática ambiental sustentável, melhoria das respostas dos serviços com intervenções e melhor atendimento dos municípes, , efectiva colaboração com o movimento associativo da cidade, apoio aos jovens e suas iniciativas, prática desportiva e cultural generalizada, investimento nos trabalhadores do município e reestruturação das empresas municipais e participadas.
A nona, a CDU compreende e toma posição em intervenções estruturais, interligadas entre si, com implicações em toda a Área Metropolitana de Lisboa e do Vale do Tejo e no país como são o arco ribeirinho sul, a situação do Arsenal do Alfeite, as utilizações futuras dos terrenos da Margueira e da Quimigal, as infra-estruturas do Poceirão, o terminal cerealífero da Trafaria, o novo aeroporto, as novas ligações pesadas do TGV e terceira travessia, as intervenções na frente ribeirinha, no terminal de contentores de Alcântara, na rede ferroviária de Lisboa e da questão do nó de Alcântara, entre outras, de grande relevo na vida económica e política contemporânea com implicações nas características, nas identidades, nas realidades urbanísticas, económicas, sociais, e culturais.
E a décima que a CDU irá continuar a bater-se por uma revisão do actual PDM, já condicionada com a aprovação de planos parcelares para algumas zonas, e contra uma dinâmica que não procura a riqueza proveniente do trabalho ou do investimento, da inserção adequada na malha urbana de clusters produtivos mas tão só a exploração da propriedade do solo, a renda resultante da especulação e da construção.
Como justamente salientou ontem Ruben de Carvalho no decurso da apresentação do programa eleitoral da CDU para Lisboa, trabalho colectivo sério e atento a diferentes experiências e situações, cuja leitura atenta aconselhamos vivamente.

"A tela habitada", de Helena Almeida




quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Centrãopolitik

José Sócrates já comunicou aos responsáveis pelos três canais televisivos a sua disponibilidade para participar em três debates eleitorais, dois frente-a-frente com a líder do PSD e um outro envolvendo os presidentes dos cinco partidos com representação parlamentar.
Perante a divulgação da decisão do PS, o PSD fez saber que mantém a sua "posição de princípio", mostrando-se apenas a disponibilidade da sua líder "para participar em frente-a-frente com os líderes partidários". Quer isto dizer que Manuela Ferreira Leite insiste na posição de apenas participar em debates eleitorais na condição de serem realizados frente-a-frente entre os líderes do PS, PSD, PCP, CDS-PP e BE. "Consideramos pouco democrático fazer dois debates com Sócrates e não haver debates com os outros partidos da oposição", reagiu ontem uma fonte do gabinete da presidente do PSD, citada pela agência Lusa (Publico, 20/08/09)

Rallypolitik

Numa entrevista com Farred Zacharia, na CNN, no passado 9 de Agosto de 2009, a secretária de Estado Hillary Clinton, negou o que os seus serviços tinham negado até então : os Estados Unidos tiveram um papel muito importante na pseudo “revolução verde” no Irão e produziram mensagens falsas de iranianos no Twitter.

CNN - A propósito do Irão, como sabe, muitas pessoas dizem que o presidente e a senhora demoraram muito a condenar o que pareciam ser eleições fraudulentas. Demoraram muito a dar apoio às pessoas em protesto porque queriam preservar a opção de negociar com o Irão. Mas poderiam realmente negociar com o Irão nestas condições?
Percebo que, em geral, se negoceie com todo o tipo de regimes, mas na prática, ao manter com Ahmadinejad, entronizado num ambiente de tanto conflito, não o vão legitimar negociando com ele?

HC – Deixe-me responder à primeira parte da sua pergunta sobre a nossa reacção. Havia um outro aspecto muito importante. Não nos queríamos encontrar entre protestos e manifestações legítimas do povo iraniano e o poder. E sabíamos que se interviéssemos muito cedo, com muita força, a atenção poderia desviar-se e poder poderia usar-nos para unificar o país, contra os que protestavam. Era uma decisão difícil de tomar, mas, retrospectivamente, penso que nos saímos bem.. Dito entre comas, “fizemos muito”. Como sabe a juventude…um dos nossos jovens do Departamento do Estado, estimulou no Twitter a continuação dos protestos, apesar de eles terem programado um apagão técnico. Fizemos muito para reforçar os protestos sem nos identificarmos. E continuamos a falar com a oposição e a apoiá-la.

António Costa condenado pelaCNE por remover propaganda da CDU

A Câmara Municipal de Lisboa procedeu, em Julho, à ilegal remoção de propaganda da CDU, imitando o comportamento ilegal e anti-democrático que se vai multiplicando pelo país. Perante a queixa da CDU, a Comissão Nacional de Eleições condenou a atitude da Câmara presidida por António Costa, e instou-a a proceder à reposição da propaganda ilegalmente removida. Aguardamos agora que a Câmara reponha a propaganda destruída, bem como as devidas desculpas por este comportamento.
Vamos vêr se não vem daí uma nova arrogância...