sábado, 22 de agosto de 2009

Até amanhã, Zé!...

Faleceu hoje, no Instituto Português de Oncologia, onde estava internado o actor Morais e Castro.
O seu corpo estará a partir das 20 horas deste sábado no Palácio Galveias, no Campo Pequeno, em Lisboa, realizando-se o funeral no domingo do Palácio Galveias, às 15.30 horas, para o cemitério do Alto de S. João.

José Armando Tavares de Morais e Castro nasceu em Lisboa a 30 de Setembro de 1939. Actor e encenador, Morais e Castro era também licenciado em Direito pela Universidade de Direito de Lisboa, tendo igualmente exercido a profissão de advogado.
Foi também militante do Partido Comunista Português durante quase meio século, antes e depois do 25 de Abril. Desde sempre que esteve ligado ao PCP, já que a casa dos seus pais servia de apoio à direcção do partido, então na clandestinidade.Teve múltiplas responsabilidades de natureza executiva e de direcção de colectivos partidários.
Morais e Castro, que era casado com a actriz Linda Silva, irmã da saudosa Linda Silva, estreou-se no palco com o grupo cénico do liceu onde estudava.
A sua estreia a nível profissional ocorreu no Teatro do Gerifalto, dirigido por António Manuel Couto Viana, com a peça A Ilha do Tesouro.
Em 1958 estreou-se na televisão intrepretando O Rei Veado, de Carlo Gozzi, realizado por Artur Ramos.
No Teatro do Gerifalto integrou várias peças como O fidalgo aprendiz, de Francisco Manuel de Melo, ou Os velhos não devem namorar, de Afonso Castellau.
Em 1960, interpretou juntamente com Laura Alves a peça Margarida da Rua e um ano depois estreou-se na encenação, dirigindo O Borrão, de Augusto Sobral, no grupo Cénico de Direito, que no mesmo ano foi premiado no Festival de Teatro de Lyon.
Em 1962 integrou o elenco do filme Pássaros de Asas Cortadas, de Artur Ramos, tendo integrado entre 1961 e 1965 o teatro Moderno de Lisboa.
Nessa companhia integrou o elenco de várias peças entre as quais O Tinteiro, de Carlos Muñiz, e Humilhados e Ofendidos, de Dostoievski, onde obteve grande sucesso.
Durante a existência do Teatro Moderno de Lisboa, uma companhia fundada sem subsídios e perseguida pela PIDE, contracenou com actores como Carmen Dolores, Armando Cortez, Fernando Gusmão, Armando Caldas, Glicínia Quartin, Paulo Renato, entre outros.
Em 1968, com Irene Cruz, João Lourenço e Rui Mendes, fundou o Grupo 4, no Teatro Aberto, onde representou vários autores como Peter Weiss, Brecht, Peter Handke e Boris Vian.
Com o Grupo 4 encenou, no Teatro Aberto, É preciso continuar, de Luiz Francisco Rebello.

Após o 25 de Abril, foi presença constante no Teatro Vasco Santana, onde, ao lado de Amália Rodrigues
Em 1985 integra o elenco da comédia Pouco Barulho, com Nicolau Breyner, passando depois pela Companhia Teatral do Chiado.
Aí, ao lado de Mário Viegas, integrou o elenco de À Espera de Godot, de Samuel Beckett.
Em 2004, dirigido por Joaquim Benite, interpretou O Fazedor de Teatro, de Thomas Bernard, com a Companhia de Teatro de Almada, que lhe valeu a Menção Honrosa da Crítica nesse ano.
Participou ainda nas décadas de 1980 e 1990 em novelas e séries portuguesas de televisão. Ganhou extrema popularidade através da televisão, especialmente no papel de professor na série cómica As Lições do Tonecas (1996-99). Entre outros registos, contam-se participações nas séries Eu Show Nico (1988), Euronico (1990) e nas telenovelas Desencontros (1995), Filhos do Vento (1997) e Amanhecer (2002).

1 comentário:

Anónimo disse...

O MORAIS E CASTRO (O ZÉ) PARA OS QUE ACOMPANHARAM O SEU PERCURSO TEATRAL, EU FALO PRINCIPALMENTE DESTE, FAZ PARTE DA NATA DE ACTORES QUE
ESTÃO SEMPRE PRESENTES NO MELHOR QUE O TEATRO NOS TEM DADO.
POR ISTO E POR MUITO MAIS QUE TODOS DEVERIAMOS SABER EU DIGO ATÉ À PRÓXIMA REPRESENTAÇÃO ZÉ QUE, POSSIVELMENTE ACONTECERÁ, QUANDO NÓS QUISERMOS.
ATÉ SEMPRE COMPANHEIRO