sexta-feira, 14 de agosto de 2009

O nosso vizinho do pinheiro cá de baixo


Há dois dias atrás, saíamos do apartamento onde temos passado estes dias, na Praia da Rocha. Aberta a porta, deparamos com um pequeno pardal que saltitava no vão da escada. Sem dúvida chegara até ali por alguma porta ou varanda e não conseguia sair.
A Isabel procurou apanhá-lo para o libertar da prisão. Saltinho após saltinho fugiu à frente da Isabel para dois pisos acima.
Desistimos. Alguma porta que lhe abrissem lá em cima lhe devolveria a liberdade.
A praia estava boa mas continuamos a pensar nele.
No regresso ao chegarmos à nossa porta aí estava ele, à espera. “Ainda dizem que o cérebro deles é raquítico…”.
Afastou-se, entrámos e deixamos a porta aberta. Aguardamos. Passados uns minutos, ei-lo a entrar pela porta. Aos pulinhos, claro. Abrimos a varanda. Comecei a trocar com ele assobios em pardalês e a Isabel foi-lhe esfarelando pão até à varanda.
Não teve pressa. Comeu, pulou, não terá prestado atenção ao pires com água. Pardalámos mais um pouco. E saiu pela varanda, voando. Primeiro para o parapeito. Depois, quase a pique, para o pinheiro, em baixo no nosso passeio, que funciona como uma espécie de albergaria livre de encargos.
São dezenas, centenas os seus habitantes. Palram em coro harmonioso lá pelas 11 horas e, depois, a partir das 19 h até que se calam quando estamos a acabar de jantar, na varanda. Comparar essa harmonia ondulatória com o cataclismo ruidoso que sai da Katedral e o Striper Club é um interessante ensaio. Os pardais lá sabem.
Meu caro vizinho, gostámos de te conhecer. Para o ano gostaríamos de te voltar a ver e ouvir os vossos trinados.

1 comentário:

Anónimo disse...

Ó BELO CASAL ABREU GOSTAVA QUE TODOS OS PARDAIS E PARDOCAS DESTE PLANETA VOS PUDESSEM TER COMO VIZINHOS EM QUALQUER DIA E EM QUALQUER LUGAR POIS A BELEZA E
A POESIA QUE ESTE TEXTO ENCERRA FAZ-NOS SENTIR FELIZES POR VÓS E PELOS AMIGOS QUE VOS RODEIAM .
BJS ALACANT