![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNVk_Vn-7UYr2smP7V0q0aM-nKL5MCXC9TqNeGuHfN9kYXnhwpZ4ieV7UN9n60-zmkNXIV-m5yG1t260fysMRQepiCPnBtM8upygFZwNfIy1TuFJahZxdplZ08hxsb805VqAiUsseMUrY/s400/DPJWin_Top.jpg)
Ao fim do dia de ontem, os adeptos do Partido Democrático gritavam Banzai!, para sublinhar a possibilidade de uma viragem política.
As sondagens à boca das urnas revelaram que os derrotados, anteriores aliados, tiveram
Partido Liberal Democrático 119
Partido Novo Komeito 21
Na oposição os lugares obtidos foram
Partido Democrático 308
Partido Social-Democrata 7
Novo Partido do Povo 3
Partido Comunista 9
O PSD e o NPP estão aliados ao Partido Democrático. As negociações já a decorrer entre os três destinam-se a garantir a maioria de dois terços que permita ao PDJ introduzir importantes alterações legislativas.
Atendendo à intensificação das políticas marcadamente liberais que conduziram a muito maiores desigualdades sociais, desemprego e pobreza, este era um resultado já esperado.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRT1E0vBgtQwMlmyE_SljJXX9ZZtlDR6tXrgCw379NlEV4XNSIoTnprGUzX6HSWZnmnmlKUv-wQHH2a3ptRstKrR3_UFZC2JVoV7IaZsG0Qy30bowTQktjyA7bkfme1JvIdohfzECYD2U/s320/N0011658_l.jpg)
O PLD, promoveu uma prosperidade renovada depois da humilhação da derrota e da ocupação militar americana, mas levou também o Japão a ser um dos mais firmes aliados dos EUA na guerra-fria.
Nos anos noventa o chamado milagre económico, que colocou de novo o Japão na linha das grandes potências, afundou-se na deflação. O LPD sobreviveu usando os fundos públicos e uma mais poupança privada para investir em obras públicas, que lhe permitiu manter algum apoio entre os sectores sociais que delas mais directamente beneficiaram. Mas esses investimentos não tiveram retorno e o Japão ficou perigosamente dependente das suas exportações. O desemprego está em 5,7% e a deflação fez cair os preços 2,2% em relação ao ano anterior.
As classes dominantes dão corpo a um modelo económico que, ao nível das relações laborais, e seguido o raciocínio de Eneida Ota Shiroma “procura compatibilizar alta qualificação
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIgn0_DCO92jadXsRIVhJUpNerBwjeMAEngyAt_mSqeLfDQdgc_uyPmL6buqYswmmmHIOCrGT-ho06a9_Zr9cE1KzFtYDtgrPwxNrDZbBE4uV7lSnjL5hAVuVnA7i93JQFf3M3kB6PW2M/s320/19_trabalho_de.jpg)
Desta forma, resolve a aparente contradição entre aumentar
a qualificação da força de trabalho e assegurar o controle sobre
eleporque, apesar de uma menor divisão do trabalho e redução dos níveis hierárquicos, o modelo japonês não aproxima, não une os trabalhadores, mas cria uma maior segmentação da força de trabalho entre efetivos e temporários, homens e mulheres, empregados de grandes e pequenas empresas, etc.
A administração japonesa encontra, então, na fusão das actividades de concepção e execução, a oportunidade de optimizar a produção de valores de uso e da mais-valia, incorporando o reconhecimento tácito dos operários para elevar a produtividade. Nesta
perspectiva, não podemos concordar com a tese de que a adopção destas formas alternativas ao taylorismo, como é o caso do modelo japonês, indique o fim do capitalismo como previa Braverman, representando pelo contrário, uma sofisticação dos meios utilizados para atingir os seus objectivos” (1)
Até 1989, as duas mais importantes centrais sindicais eram, a maior, a Domei, afecta ao PSD e abrangendo as grandes empresas, com alguma actividade sindical, e a outra, a Sohyo, afecta à esquerda, respeitava a pequenas e médias empresas onde existe uma repressão anti-sindical severa. Hoje estão fundidas numa só confederação, a Rengo.
Os sindicatos são de empresa, proliferam e aderem individualmente à confederação e há muito não têm uma intervenção de conotações mais políticas, se bem que se identifiquem com posições sociais-democratas e de esquerda.
O PLD falhou na melhoria das condições de vida da população. E ao mesmo tempo que as pensões se degradavam, o pessoal político transitava dos lugares de governo para os lugares de administração de empresas que anteriormente tutelavam. Com belíssimas remunerações (como cá...).
Sem experiência de governo e com a administração pública durante mais de meio século nas mãos de “mandarins” do PLD, os vencedores das eleições de ontem irão fazer, provavelmente, um compromisso com eles para não terem a governação boicotada.
Caso o resultado das sondagens à boca das urnas se confirme, o PDJ, que já conquistou a maioria na Câmara Baixa graças à aliança com dois partidos já referiodos da oposição, exercerá um controle absoluto sobre o Parlamento, e fica com as mãos livres para realizar as suas intenções onde avultam medidas sociais significativas e uma maior independência em relação aos EUA para se virar mais para a
sua projecção regional no quadro da cooperação entre muitos países da Ásia que configura um dos pólos de crescimento a que o Japão aspira face à gravidade da recessão - a maior desde a segunda guerra mundial.
a qualificação da força de trabalho e assegurar o controle sobre
eleporque, apesar de uma menor divisão do trabalho e redução dos níveis hierárquicos, o modelo japonês não aproxima, não une os trabalhadores, mas cria uma maior segmentação da força de trabalho entre efetivos e temporários, homens e mulheres, empregados de grandes e pequenas empresas, etc.
A administração japonesa encontra, então, na fusão das actividades de concepção e execução, a oportunidade de optimizar a produção de valores de uso e da mais-valia, incorporando o reconhecimento tácito dos operários para elevar a produtividade. Nesta
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8Dy6hp9p4QZeqidSqHmBE5Vi6emhwwPVNC5t_v3uW6s1JeOnPELl93lHBRbiQXZvmCbX95kAI6CD8f40TvzbxqtWuVnFhDosj_kCPWe7fMuyWVCO49vQWGb0gAZ8qV8eUtnabMBq1aPI/s200/Em-2006-cerca-de-27-6-milhoes-de-mulheres-faziam-parte-da-populacao-economicamente-ativa-do-Japa_fotogaleria_h.jpg)
Até 1989, as duas mais importantes centrais sindicais eram, a maior, a Domei, afecta ao PSD e abrangendo as grandes empresas, com alguma actividade sindical, e a outra, a Sohyo, afecta à esquerda, respeitava a pequenas e médias empresas onde existe uma repressão anti-sindical severa. Hoje estão fundidas numa só confederação, a Rengo.
Os sindicatos são de empresa, proliferam e aderem individualmente à confederação e há muito não têm uma intervenção de conotações mais políticas, se bem que se identifiquem com posições sociais-democratas e de esquerda.
O PLD falhou na melhoria das condições de vida da população. E ao mesmo tempo que as pensões se degradavam, o pessoal político transitava dos lugares de governo para os lugares de administração de empresas que anteriormente tutelavam. Com belíssimas remunerações (como cá...).
Sem experiência de governo e com a administração pública durante mais de meio século nas mãos de “mandarins” do PLD, os vencedores das eleições de ontem irão fazer, provavelmente, um compromisso com eles para não terem a governação boicotada.
Caso o resultado das sondagens à boca das urnas se confirme, o PDJ, que já conquistou a maioria na Câmara Baixa graças à aliança com dois partidos já referiodos da oposição, exercerá um controle absoluto sobre o Parlamento, e fica com as mãos livres para realizar as suas intenções onde avultam medidas sociais significativas e uma maior independência em relação aos EUA para se virar mais para a
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQpQ6W-vWHC9ZkzBNJvj8sRVdeWRkshhhEniI98yJINLD2ocGenkHtEechopK2T-4nNXOdbnUhIklyo4Wh46mym3hIMBnSFW6DnszAlQEd8kQrnh-q0h6XhXsH2HtPJ-X84vW8Mpg-67Q/s200/japao-1.jpg)
A entrada desses dois partidos aliados para o governo (um social democrata e outro de direita) tornará imprevisível a coesão do governo a sair das negociações que o PDJ já iniciou, sendo que o PDJ já alberga em si diversidades políticas. Apesar da derrota eleitoral do PLD, e face à gravidade da situação com o que o novo governo se vai defrontar e atendendo, ainda, a que não parecem existir nem no seu seio nem na sociedade, em termos significativos, forças para uma mudança real de política, o sistema político japonês arrisca a ser dominado pelo bipartidarismo do PDJ e do PDL.
(1) “O modelo japonês e o debate sobre a qualificação e controlo da força de trabalho”, Tóquio, 1992.
(1) “O modelo japonês e o debate sobre a qualificação e controlo da força de trabalho”, Tóquio, 1992.
Sem comentários:
Enviar um comentário