sábado, 8 de agosto de 2009

Atávamos uma guita à bala, disparávamos e depois puxáva-mos a guita...

Conheci-o numa cervejaria, "A Alga", onde terminavam algumas noitadas da CDE, em 1969, depois de sairmos da sede no Campo Pequeno.
Ali se juntava muito pessoal de esquerda, na cave ou ao balcão. Sentei-me ao lado dele que falava com um amigo comum. Disse-lhe à queima-roupa "Você dá-nos uma contribuição para a CDE?".
Olhou-me, mediu-me, e empurrou uma nota de cem para junto do meu copo. Palavras, nem uma, só um olhar cúmplice euma piscadela de olho.
Solnado era um comediante notável. Nele encontrámos os tipos portugueses de norte a sul mais os lisboetas estilosos. Eis um artista que não desaparece porque faz parte de nós.

1 comentário:

migana disse...

Sem palavras mas com um sentimento de perda muito grande.
Solnado faz parte de nós, sim.
Até sempre!