No
final de Janeiro deste ano, em entrevista ao jornal Público, o Nobel
da Economia, Paul Krugman considerava ser "bastante óbvio que
[aderir ao euro] foi um erro para a Grécia e eu diria que também
para Portugal". Sem euro, argumenta, haveria hoje "menos
carros nas ruas, mas mais pessoas com trabalho".
O
economista considera que a impossibilidade presente de, tal como no
passado, desvalorizar o escudo para ganhar competitividade encarcerou
Portugal "numa prisão terrível". "Por causa do euro,
Portugal tem muito poucas opções, muito pouco espaço de manobra. E
sair do euro, nesta fase, é um passo extremo que não está em cima
da mesa", afirmou, notando contudo que "se nada mais
funcionar, sair o do euro torna-se numa opção real". Para
Krugman "a Grécia está rapidamente a chegar a esse ponto, mas
Portugal não."
Vendo
sinais positivos na evolução das exportações e na estagnação
dos salários na indústria, Paul Krugman referia então que os
portugueses "vão ter de viver com estas condições muito
difíceis e tentar mitigar o sofrimento. Ou então, em alternativa,
dar um passo mais radical." E esse passo radical pode chegar já
em 2013: Se "daqui a um ano, o crescimento da economia fica
abaixo do que está previsto no memorando de ajustamento e o défice
fica acima, aí, se a troika pedir mais medidas de austeridade,
Portugal tem de dizer que não."
Quem
hoje defende na UE a saída do euro deste ou daquele país, como
aconteceu com a Grécia, tem e vista
aliviar-se
de países que já sugou até ao tutano e fazê-los pagar bem no
momento da saída. E isto é perfeitamente inaceitável.
Uma
coisa era estarmos antes da entrada no Euro, outra coisa é a
situação em que hoje estamos para pensarmos, de imediato dele saír.
Hoje
teríamos que nos acautelarmos com a banca e com a fuga de capitais e
isso depende muito do tipo de governo que viermos a ter nessa altura.
No
futuro teremos que ter uma moeda valorizada de acordo com a situação
económica convcreta do país.
E
uma negociação para a saída que garanta uma série de condições
que nos penalize ainda mais...
2 comentários:
Concordo, mas se bem percebo o raciocínio, a última frase deveria ser:
«E uma negociação para a saída que garanta uma série de condições que NÃO nos penalize ainda mais...»
Perante o provável fim do euro e a implosão da UE, cada vez menor parece ser o espaço entre a renegociação da dívida e a negociação da saída. Este governo tenta aproveitar o tempo que lhe resta para se desforrar do 25 de Abril e aprofundar a exploração, no entanto, por este caminho, na minha opinião, mesmo que não queira (o que me levanta algumas dúvidas), também está a contribuir para apressar uma destas decisãões.
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