domingo, 29 de agosto de 2010

As Honduras e a vitória do Smart Power, segundo Eva Golinger

Apesar de escrito há quase um ano, retomo a referência a este artigo onde a autora refere:

Henry Kissinger disse que a diplomacia é "a arte de refrear o poder". Como é óbvio, o mais influente ideólogo da política externa dos EUA no século XX referia-se à necessidade de "refrear o poder" dos outros países e governos de forma a manter a dominação mundial dos EUA. Presidentes ao estilo de George W. Bush empregaram o ’Hard Power’ [Poder Duro] para atingir este objectivo: armas, bombas, ameaças e invasões militares. Outros, como Bill Clinton, utilizaram o ’Soft Power’ [Poder Suave]: guerra cultural, Hollywood, ideais, diplomacia, autoridade moral e campanhas para chegar "à razão e ao sentimento" das populações civis das nações "inimigas". A administração Obama optou por uma mutação destes dois conceitos, combinando o poder militar com a diplomacia, a influência económica e política com a invasão cultural e manobras legais. Chamaram a isto ’Smart Power’ [Poder Inteligente]. A sua primeira aplicação foi o golpe de Estado nas Honduras, onde, até hoje, funcionou na perfeição.
(...)
Ao prestar reverência a Washington a crise nas Honduras "foi resolvida". Ironicamente, a mesma crise que foi fomentada pelos EUA desde o início. Fala-se de golpes similares no Paraguai, na Nicarágua, no Equador e na Venezuela, onde a subversão, a contra-rev olução e a destabilização crescem diariamente. O povo das Honduras permanece em resistência, apesar do "acordo" alcançado pelos que estão no poder. A sua insurreição determinada e o seu compromisso com a justiça são um símbolo de dignidade. A única forma de derrotar a agressão imperialista – ’soft’, ’hard’, ou ’smart’ – é através da união e integração do povo.

Eva Golinger é jurista, foi promotora federal em Nova Iorque, e vive desde 2005 na Venezuela, onde escreveu vários livros sobre a Venezuela e relatando o esforço para a recuperação de influência norte-americana na América Latina, quando se esboçaram relações institucionais no subcontinente alternativas às que Washington tinha imposto.
Veja aqui este artigo na íntegra.

1 comentário:

CD disse...

A todos cabe a denuncia desta miserável deriva neo-fascista, que os "midia" miseravelmente ocultam.