sexta-feira, 16 de outubro de 2009

As “farpas” na altura da formação de novo governo



O ainda ministro da Presidência, Augusto Santos Silva, defende que, pela linguagem que usa, semelhante à do Bloco de Esquerda ou do MRPP, a presidente do PSD mostra ser uma «interlocutora precária, além de fazer lembrar uma «anarquista espanhola».


Em entrevista ao semanário Sol, Santos Silva refere que «habituei-me a ver a posição da líder do PSD mas no BE ou no MRPP, que é a posição do anarquista espanhol que diz “se há um Governo, sou contra”».


Na altura de constituição de um novo governo, não faltam os responsáveis socialistas que atacam Manuela Ferreira Leite e glosam as questões internas do PSD, os “dirigentes a prazo” ostentando alguma euforia com a aparente implosão do PSD. Num estilo arruaceiro nada compaginável com o “espírito dialogante e sem preconceitos” do 1º Ministro indigitado.


Depois da primeira ronda por parte dos partidos com assento parlamentar, e não devendo isso para ele constituir qualquer surpresa, não terá recolhido promissoras perspectivas de garantir a maioria absoluta, que os portugueses lhe negaram, com o recurso à muleta de outros partidos, que já se tinham colocado fora de tal cenário.


No dar conta pública desses resultados em breve comunicação ontem, José Sócrates falou seis (!) vezes na responsabilidade que os outros partidos assumem com essa posição…Quando o que se esperaria era manifestar a disponibilidade de, sem rasgar o programa eleitoral do PS, alterar aspectos mais graves da anterior governação que estão a ter consequências nos planos da estabilidade social económica. O direito de não ser muleta de uma política com que se não concorda é inalienável e o conseguir governar sem maioria absoluta exige algum virtuosismo, que não tem tido muito acolhimento no Largo do Rato.


Voltando às “farpas”, perguntar-me-ão se venho em defesa de MFL. Claro que não. As concepções políticas nada têm a ver com as minhas e não me pronuncio, por princípio, sobre as questões internas dos outros partidos, nem tenho que ter qualquer simpatia com ela ou com qualquer um da meia dúzia de candidatos ao seu lugar, que para isso se têm vindo a perfilar há muitos meses.


Mas não fico eufórico com o desfazer de um partido que teve e tem um papel no sistema político português, independentemente de ser um sério adversário político, que não deixaria de gerar consequências perigosas se desaparecesse da circulação. Essa é uma questão interna do PSD que deve interessar fora dele.

2 comentários:

Anónimo disse...

Apesar do seu engajamento, gostei bastante da sensatez do seu texto...
Lucido quanto baste para desconstru
ir discursos maléficos... :))

Anónimo disse...

Gostei muito da sensatez do seu post!
O grotesco continua na pessoa de ASS.
Bfs.