Para o centro da informação e pretenso debate têm saltado questões laterais, o que deixa prever que, uma vez mais, andem uns a querer esclarecer e outros a fugir com o rabo à seringa do confronto de opiniões útil para o esclarecimento dos portugueses.
O drama do programa do PSD que não aparecia. A troca de desconsiderações de circunstância a propósito de entrevistas e declarações. A banalização de supostas reacções de ofendidos. As inaugurações diárias do primeiro-ministro e o aproveitamento de palcos errados para criticar as oposições e para sublinhar imaginadas coragens do governo. O jogo dos trocadilhos. A falsa discussão sobre o papel do Estado. As selecções de estatísticas e outros dados de organismos nacionais e internacionais que dão jeito, mesmo que isolados e sem continuidades que garantam a sustentação dos milagres da governação. As obras em escolas, dezenas de vezes anunciadas e que estão a começar, apesar do questionável processo de adjudicação. Espionagem na Presidência da República. Os medos da gripe A à boleia da indústria farmacêutica. Os episódios internos no PSD e PS. Etc.
E muitos comentadores a darem-nos música sobre cenários, supostas coligações e convergências, a interpretarem declarações deste e daquele como se dali saísse algum contributo paras o bem-estar dos portugueses.
Vamos ver se os debates permitirão esclarecer as diferenças não sobre todo este arsenal dispersivo de atenções nem vacinas para vender depressa e bem mas sobre as dores reais deste país, os diagnósticos (que para alguns já estão feitos e seria matéria requentada) e as terapêuticas.
Como relançar a actividade económica e o emprego? Qual o papel do mercado interno e, portanto, da subida dos salários para o alargar e influenciar a produção interna de forma a contrabalançar a imprevisibilidade das exportações? Transformamo-nos definitivamente em país de oferta turística, de exportação e de actividade económica subcontratada? Quais os perfis produtivos e fileiras que possam, diminuir os nossos déficites? Qual o investimento público a fazer pela sua necessidade objectiva e pela sua reprodutividade? Que medidas para que os bens e serviços essenciais possam ser garantidos a todos, livres das pressões de curto prazo para garantir grandes lucros dos operadores, antes assentes numa sua reconfiguração consequente? Como terminar com as guerras com importantes sectores profissionais como os professores, os magistrados, os profissionais das forças de segurança, os agricultores? Etc.
1 comentário:
Pelo ar e postura do nosso 1º, não me parece!
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