Aproveito um pouco de rede até para que não passe a efeméride.
Passam hoje oito anos sobre o que poderá ter sido a maior provocação da História organizada por organismos do estado de um país para justificar fins inconfessáveis e que vitimaram milhares dos seus próprios cidadãos.
O terrorismo é hoje uma forma de conduzir guerras em termos não convencionais e o terror e comunicação social constituem uma mistura explosiva que cria as condições favoráveis a grandes mudanças na política mundial e na própria realidade, constituindo-se como um verdadeiro sistema de controlo de processos à escala global.
Esta é uma tese do general russo Leonid Ivashov que era o chefe do estado-maior do exército do seu país no dia 11 de Setembro de 2001, quando os EUA tinham para esse dia anunciado manobras militares aéreas.
Segundo este politólogo, o terrorismo não constitui um sujeito em si mesmo mas um meio de instaurar uma única ordem mundial que elimine as fronteiras e garanta o domínio de uma nova elite mundial.
Para ele, da análise destes acontecimentos de há oito anos pode concluir-se que estes atentados modificaram, o curso da história mundial e enterraram a ordem mundial saída dos acordos de Ialta e Potsdam e libertaram as mãos dos EUA, da Grã-Bretanha e de Israel permitindo-lhes conduzir acções contra outros países, violando regras da ONU e acordos internacionais. Mas também estimularam o alargamento do terrorismo internacional, que se apresenta como instrumento radical de resistência, de combate à mundialização, de separatismo e como forma de resolver conflitos entre nações, entre etnias e entre religiões. E protegeram, desestabilizando-as, as zonas de passagem do narcotráfico.
Na generalidade destas situações, os actos terroristas, excepção feita às lutas de libertação nacional, são actos provocatórios que dão cobertura a decisões de alcance geoestratégico por parte das potências ocidentais. É significativo que, no início deste ano o Congresso dos EUA tenha aprovado que é objectivo da politica de Washington “garantir o acesso às regiões-chave do mundo, às comunicações estratégicas e aos recursos mundiais"...
E os EUA garantirão para o efeito substâncias nocivas e armas de destruição maciça, sem escrúpulos nos tipos de armas que “respondam” aos ataques terroristas.
As provocações terroristas vêem da antiguidade e, mais recentemente, também estiveram na origem da 1ª e 2ª guerras mundiais.
As operações “de resposta” são preparadas, paralelamente à montagem das provocações com que se procuram justificar, e servem para os autores de ambas, resolverem simultaneamente algumas das suas necessidades, como aconteceu no 11 de Setembro.
A oligarquia financeira mundial e os EUA obtiveram o “direito” informal de recorrer à força contra qualquer estado. O papel do Conselho de Segurança foi desvalorizado e passou a fazer figura de organismo criminoso cúmplice dos agressores e aliados de uma nova ditadura fascista mundial a sair da “nova ordem” em construção. E os EUA consolidaram o seu monopólio mundial, obtendo acesso a todas as regiões do mundo e aos respectivos recursos.
A crise financeira internacional que gerou no seu bojo, dificultou este processo, reanimou esforços para a multilateralidade de apoio regional, fez renascer a necessidade de uma nova moeda mundial, mas ela própria, é aproveitada pela elite dirigente para aprofundar esses processos.
Hoje, só nos EUA não é significativamente contestada a tese do 11 de Setembro ser uma altíssima provocação para que os EUA abrissem um novo curso da história. Em todo o lado a hipótese da provocação é discutida e entendida nas suas motivações.
A Al-Qaeda não dispunha dos recursos financeiros, operacionais e logísticos, de redes e sistemas de informação. Poderão ter forneci do os executantes mas tão só. Porque para o resto não dispunham de envergadura. Para o resto só a partir do próprio estado norte-americano havia condições, bem mais complexas.
Uma série de factos que têm vindo a ser revelados, as mentiras, imprecisões e interrogações suscitadas pelos relatórios oficiais sobre o atentado a contra o Word Trade Center e o Pentágono, justificam que não estamos perante um melodrama de cordel de uma teoriazinha da conspiração mas face a uma complexa e desumana operação interna contra os seus próprios cidadãos em prol da expansão do império e de uma nova ordem mundial.
1 comentário:
Excelente post .
Mas é preciso não esquecer «aquele outro 11 de Setembro » o de 1973 data do sangrento golpe militar no Chile , planeado e pago pelo governo norte americano , e do qual parece quase nnguém se lembro.
O que não é o seu caso, tenho a certeza, porque o conheço muito bem .
Um abraço solidário.
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